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Aula 11
PC-RJ (Delegado) Direito Administrativo -
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas, Rodolfo Breciani Penna,
Vanessa Brito Arns
27 de Setembro de 2021
22400681830 - EDUARDO ALVES DE CASTRO
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
Controle da Administração Pública .................................................................................................................... 3 
1 - Introdução ................................................................................................................................................. 3 
2 - Classificação .............................................................................................................................................. 3 
2.1 - Conforme a origem ................................................................................................................................................... 3 
2.2 - Conforme o momento do controle (preventivo, concomitante e repressivo) ......................................................... 4 
2.3 - Quanto ao aspecto controlado (ou parâmetro de controle) .................................................................................... 4 
2.4 - Quanto à amplitude .................................................................................................................................................. 4 
3 - Controle Administrativo (Autocontrole) .................................................................................................... 5 
3.1 - Introdução ................................................................................................................................................................ 5 
3.2 - Processos administrativos ........................................................................................................................................ 5 
4 - Controle Legislativo ................................................................................................................................... 7 
4.1 - Introdução ................................................................................................................................................................ 7 
4.2 - Controle parlamentar direto .................................................................................................................................... 8 
4.3 - Controle exercido pelos Tribunais de Contas ......................................................................................................... 10 
5 - Controle Judicial ...................................................................................................................................... 13 
5.1 - Introdução .............................................................................................................................................................. 13 
5.2 - Instrumentos de controle judicial........................................................................................................................... 14 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 28 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 29 
Magistratura ................................................................................................................................................................... 29 
Promotor ........................................................................................................................................................................ 30 
Defensor ......................................................................................................................................................................... 31 
Procurador ...................................................................................................................................................................... 33 
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Delegado ......................................................................................................................................................................... 43 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 46 
Magistratura ................................................................................................................................................................... 46 
Promotor ........................................................................................................................................................................ 47 
Defensor ......................................................................................................................................................................... 47 
Procurador ...................................................................................................................................................................... 47 
Delegado ......................................................................................................................................................................... 51 
Gabarito............................................................................................................................................................ 52 
Magistratura ................................................................................................................................................................... 52 
Promotor ........................................................................................................................................................................ 52 
Defensor ......................................................................................................................................................................... 52 
Procurador ...................................................................................................................................................................... 52 
Delegado ......................................................................................................................................................................... 52 
 
 
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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Prezado aluno, na aula de hoje estudaremos o controle da Administração Pública, passando por todas as 
suas formas, assunto importante e de grande interesse das bancas de concursos públicos. 
Sem maiores delongas, vamos à nossa aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1 - INTRODUÇÃO 
O controle administrativo é o conjunto de instrumentos estabelecidos pela ordem jurídica para 
que a própria Administração Pública, os Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o povo 
possam controlar os órgãos, entidades e agentes públicos, por meio da fiscalização, orientação 
e revisão da atuação administrativa. 
2 - CLASSIFICAÇÃO 
2.1 - Conforme a origem 
➢ Controle internoou autocontrole: prevalece o entendimento de que o controle interno ou 
autocontrole é aquele exercido dentro de um mesmo Poder Estrutural. Esta espécie de controle 
pode ser realizada por órgãos hierarquicamente superiores, órgãos vinculados ou órgãos 
especializados (ex.: Controladoria-Geral da União – CGU). 
 
Entretanto, há quem defenda que o controle finalístico exercido pela Administração direta 
sobre as entidades da Administração indireta é hipótese de controle externo, ainda que o 
órgão controlador e a entidade controlada sejam integrantes do Poder Executivo (Maria 
Sylvia Zanella di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho). Essa corrente, entretanto, é 
minoritária, devendo-se adotar a corrente majoritária para provas objetivas. 
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➢ Controle externo: é exercido por um Poder sobre a atuação de outro Poder Estrutural (ex.: controle 
do Poder Legislativo, com auxílio dos Tribunais de Contas, sobre a atuação administrativa do Poder 
Executivo); 
➢ Controle social ou popular: é exercido pela população em geral; 
2.2 - Conforme o momento do controle (preventivo, concomitante e repressivo) 
➢ Controle preventivo ou prévio: é exercido antes do início da prática do ato administrativo, antes da 
sua conclusão ou da sua publicação. Pode constituir uma condição de validade ou de eficácia do ato 
controlado; 
➢ Controle concomitante: exercido durante a prática de um ato ou durante um processo 
administrativo, verificando-se a regularidade de sua formação; 
➢ Controle repressivo, corretivo, posterior ou subsequente: é exercido após a formação do ato, sendo 
possível a sua correção, anulação, revogação, cassação ou confirmação. 
2.3 - Quanto ao aspecto controlado (ou parâmetro de controle) 
➢ Controle de legalidade ou legitimidade (ou ainda de juridicidade): verifica-se se o ato está em 
conformidade com o ordenamento jurídico como um todo, ou seja, se atende à legislação e aos 
princípios administrativos. Poderá ter como resultado a confirmação da validade, a anulação ou 
convalidação do ato. Não se revogam atos inválidos. 
➢ Controle de mérito: verifica-se a conveniência e a oportunidade quanto ao motivo e ao objeto do 
ato controlado. O controle de mérito é discricionário e exercido sobre atos igualmente 
discricionários. Como resultado deste controle, poderá ocorrer a revogação do ato administrativo 
válido. 
Importante destacar que, em regra, apenas o próprio Poder pode controlar o mérito dos seus próprios atos 
administrativos. Por este motivo, o Poder Judiciário não pode controlar o mérito dos atos de outros 
Poderes, mas apenas a sua legitimidade (ou juridicidade). No entanto, excepcionalmente, é possível que o 
Poder Legislativo realize um “controle político” dos atos praticados pelo Poder Executivo ou do Judiciário 
no exercício de sua função administrativa. Esse controle costuma ser enquadrado por alguns autores como 
controle de mérito. Todavia, este “controle político” não autoriza a revogação dos atos pelo Legislativo e 
esta forma de controle somente pode ocorrer nos casos expressamente previstos na Constituição Federal. 
Estudaremos estas exceções ao estudar o controle legislativo. 
2.4 - Quanto à amplitude 
➢ Controle hierárquico: é a espécie mais ampla de controle, permitindo a verificação de todos os 
aspectos do ato administrativo: a sua legitimidade e o seu mérito. É automático (não depende de lei 
para existir). Além disso, é pleno (irrestrito) e permanente. O controle hierárquico será sempre um 
controle interno; 
➢ Controle finalístico: é o controle exercido pela Administração direta sobre as entidades da 
administração indireta. Depende de norma autorizando e estabelecendo os limites, os meios e os 
aspectos que serão controlados. 
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3 - CONTROLE ADMINISTRATIVO (AUTOCONTROLE) 
3.1 - Introdução 
A autotutela foi consagrada na lei 9.784/99, art. 53 e na jurisprudência do STF, por meio da súmula nº 473, 
e consiste no controle realizado pelo Poder Executivo (ou Legislativo e Judiciário no exercício da função 
administrativa) sobre os atos praticados pelos seus próprios órgãos, sempre fundado na hierarquia, podendo 
verificar aspectos de legitimidade e de mérito. Repare que a autotutela sempre ocorre dentro de uma 
mesma pessoa jurídica. 
A revisão dos atos administrativos pode ser provocada por algum administrado ou de ofício. 
Em qualquer caso, se do controle resultar a possibilidade de afetar interesses de terceiros, deve-se garantir 
o contraditório e a ampla defesa (STF – RE 594.296). 
Há ainda que se destacar que o Poder Legislativo e o Poder Judiciário também exercem controle 
administrativo sobre os seus próprios atos praticados no exercício da função administrativa 
atípica. 
Além disso, o controle administrativo é realizado por diversos meios, sendo os principais deles o processo 
administrativo e o recurso administrativo, a ser estudado a seguir. Este processo pode ser instaurado de 
ofício ou a requerimento. 
As formas de participação da população nesta espécie de controle são as seguintes: 
a) Representação: denúncia de irregularidades perante a Administração; 
b) Denúncia: similar à representação, mas prepondera o interesse de alertar às autoridades uma 
conduta administrativa considerada censurável; 
c) Reclamação administrativa: expressão genérica utilizada para qualquer tipo de manifestação do 
interessado quanto à discordância em relação a um ato, uma decisão ou uma omissão administrativa; 
d) Pedido de reconsideração: solicitação realizada perante a própria autoridade que emitiu ato ou 
decisão, para que ela o aprecie novamente; 
e) Recurso administrativo: petição direcionada a autoridade superior para que reavalie uma decisão 
proferida por outro agente público hierarquicamente inferior. 
3.2 - Processos administrativos 
Conforme estudado, o processo administrativo é o principal meio pelo qual a Administração realiza o 
controle sobre os seus próprios atos. 
Processo administrativo é o conjunto de atos concatenados e ordenados em uma sessão lógica, 
objetivando a produção de uma decisão ou um ato administrativo final pela Administração 
Pública. 
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3.2.1 - Princípios relacionados aos processos administrativos 
Ao processo administrativo são aplicáveis os princípios administrativos em geral. No entanto, existem 
princípios específicos deste meio de atuação administrativa. São eles: 
a) Oficialidade (ou impulso oficial): incumbe à Administração movimentar o processo, ainda que este 
tenha sido provocado por particular, atuando de ofício para que o processo chegue ao seu final; 
b) Informalidade: todo processo deve ter uma forma e serem escritos. Entretanto, não se exige 
formalidades ou uma forma em especial. Ressalte-se que a informalidade é regra geral, podendo 
existir norma legal impondo formalidades a determinado processo administrativo; 
c) Instrumentalidade das formas: as formalidades existentes no processo não são um fim em si 
mesmas, são meios (instrumentos) para atingimento da finalidade do procedimento. Somente se 
declara a nulidade processual se for demonstrado prejuízo às partes (pas de nullité sans grief); 
d) Verdade material: busca-se conhecer o fato efetivamente ocorrido. De acordo com a verdade 
material, a autoridade pode se utilizar de qualquer prova (desdeque lícita) de que teve conhecimento 
em qualquer fase do processo, atendendo ao contraditório. 
Além disso, decorre da verdade material a possibilidade de reformatio in pejus nos recursos interpostos 
exclusivamente pelo particular. Lembre-se, entretanto, que na revisão do processo administrativo 
disciplinar é vedado a reformatio in pejus. 
e) Gratuidade: é a regra do processo administrativo. Entretanto, é possível que a lei estabeleça a 
cobrança de determinadas despesas processuais, estando limitada pelas gratuidades já concedidas 
pela constituição (direito de petição – art. 5ºXXXIV, “a”; S.V. nº 21 etc.): 
f) Contraditório e ampla defesa; 
3.2.2 - Recursos administrativos 
O interessado pode interpor recurso das decisões para submeter a matéria à apreciação da autoridade 
hierarquicamente superior ou a outra designada por lei. Além disso, é possível que a própria Administração 
interponha recurso de suas decisões, no que se denomina “recurso de ofício”. Essa hipótese, em regra, exige 
autorização legal. 
Os recursos administrativos, regra geral, possuem apenas efeito devolutivo, pelo que é possível a execução 
imediata das decisões em processo administrativo. No entanto, é possível conferir efeito suspensivo ao 
recurso, desde que expressamente autorizado em lei. 
Existem duas espécies de recursos administrativos: 
➢ Recurso hierárquico: é o recurso a ser julgado pela autoridade ou órgão imediatamente superior 
àquela que proferiu a decisão, sendo ambos pertencentes à mesma pessoa jurídica; 
➢ Recurso hierárquico impróprio: é o recurso julgado por uma pessoa jurídica diferente daquela em 
que está inserido a autoridade que proferiu a decisão, podendo ser um órgão especializado ou o 
próprio órgão supervisor. O recurso é denominado de hierárquico impróprio exatamente por inexistir 
hierarquia entre a autoridade julgadora e a revisora. Por este motivo, parcela da doutrina sustenta 
que o recurso não poderia ter a expressão “hierárquico” na sua denominação, tendo em vista a 
inexistência de hierarquia. 
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4 - CONTROLE LEGISLATIVO 
4.1 - Introdução 
O controle legislativo é realizado pelo Poder Legislativo auxiliado pelos Tribunais de Contas e é 
exercido sobre o Poder Executivo e sobre os atos administrativos do Poder Judiciário. 
Apenas será possível o controle legislativo sobre os atos praticados pela Administração Pública nas hipóteses 
expressamente previstas na Constituição Federal. Trata-se de um instrumento que viabiliza o sistema de 
“freios e contrapesos”. As Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios e do DF, não podem 
criar novas hipóteses de controle legislativo. 
Repare: também se utiliza a expressão controle legislativo para mencionar o controle realizado 
por este Poder sobre os próprios atos legislativos em seu âmbito interno (processo legislativo, 
por exemplo). Neste caso, não há necessidade de expressa previsão constitucional para exercício 
deste controle, uma vez que o Poder Legislativo atua no exercício de sua função constitucional 
típica. 
Além disso, o controle legislativo possui um caráter político, não se limitando ao controle da legalidade, 
abrangendo ainda aspectos como a legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de 
receitas (art. 70). 
Quanto às áreas alcançadas pela fiscalização do Congresso Nacional podem ser conceituadas da seguinte 
forma: 
a) Contábil: verifica-se a correta formalização dos registros das receitas e despesas; 
b) Financeira: há o acompanhamento dos depósitos bancários, dos empenhos de despesas, dos 
pagamentos efetuados, dos ingressos de valores, dentre outros; 
c) Orçamentária: diz respeito à elaboração e execução do orçamento público, de acordo com as normas 
relativas às leis orçamentárias e sua respectiva execução; 
d) Operacional: verifica-se a atividade administrativa em geral, tal como os procedimentos legais e a 
sua adequação à eficiência e economicidade; 
e) Patrimonial: incide sobre os bens integrantes do patrimônio público e a sua administração. 
Quanto aos aspectos controlados: 
a) Legalidade: verifica-se a conformação da atuação administrativa com a legislação; 
b) Legitimidade: afere a conformação da atuação administrativa com os princípios administrativos; 
c) Economicidade: relaciona-se à aferição da racionalidade, eficiência e economia quanto à realização 
da despesa pública; 
d) Aplicação das subvenções: subvenções são as transferências destinadas a cobrir despesas de 
custeio das entidades beneficiadas, sejam elas de caráter assistencial ou cultural, sem fins lucrativos 
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(subvenção social), sejam de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril (subvenção 
econômica). 
Essas subvenções são concedidas no exercício da atividade de fomento estatal e devem obedecer às normas 
de direito financeiro. 
e) Renúncia de receitas: é a atividade estatal que implica na redução de tributos, contribuições ou 
outros benefícios destinados ao Poder Público. Devem obedecer às normas de direito financeiro, 
especialmente as previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000). 
4.2 - Controle parlamentar direto 
O controle parlamentar direto pode ser exercido, em âmbito Federal, pelo Congresso Nacional, Pelo Senado 
Federal ou pela Câmara dos Deputados. Nos Estados, é exercido pelas respectivas Assembleias Legislativas, 
no Distrito Federal, pela Câmara Legislativa; e nos Municípios, pelas Câmaras Municipais. 
4.2.1 - Controle exercido pelo Congresso Nacional 
a) Fiscalização e controle (art. 49, X): a fiscalização e o controle podem ser exercidos pelo Congresso 
Nacional ou por cada uma das Casas Legislativas individualmente e o controle abrange os atos da 
Administração direta e indireta; 
b) Sustação de atos normativos (art. 49, V): Se o Presidente da República, no exercício das atribuições 
do art. 84, IV, CF (edição de decretos e regulamentos para fiel execução das leis), extrapola os limites 
legais, poderá haver sustação do ato pelo Congresso Nacional. 
Já o art. 68, CF permite ao Congresso Nacional delegar a elaboração de lei ao Presidente da República (Lei 
delegada), estabelecendo o conteúdo e os termos (§2º). Caso haja atuação além dos limites estabelecidos, 
o Congresso poderá sustar o ato. 
c) Sustação de contratos (art. 71, §1º): o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso 
Nacional (CN), que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. 
No caso dos atos administrativos, a sustação pode ocorrer diretamente pelo Tribunal de Contas, 
como veremos a frente. 
d) Julgar anualmente as contas do Presidente da República (art. 49, IX): 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios 
sobre a execução dos planos de governo; 
O julgamento das contas de quaisquer administradores públicos cabe aos Tribunais de Contas, exceto do 
Chefe do Poder Executivo, cujas contas são julgadas pelo Poder Legislativo. Nos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, a mesma sistemática deve ser repetida. 
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e) Autorizar ou aprovar determinados atos praticados pelo Chefe do Poder Executivo (art. 49, XII, XVI e 
XVII). 
4.2.2 - Controle exercido de forma comum pela Câmara dosDeputados e pelo Senado Federal 
a) Convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente 
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada (art. 50); 
b) Encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas 
referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - 
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas (art. 50, §2º). 
4.2.3 - Controle exercido privativamente pelo Senado Federal 
a) Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem 
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes 
da mesma natureza conexos com aqueles (art. 52, I); 
b) Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: i) Magistrados, nos casos 
estabelecidos nesta Constituição; ii) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo 
Presidente da República; iii) Governador de Território; iv) Presidente e diretores do banco central; v) 
Procurador-Geral da República; vi) titulares de outros cargos que a lei determinar (art. 52, III); 
c) Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de 
missão diplomática de caráter permanente (art. 52, IV); 
d) Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios (art. 52, V); 
e) Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da 
República antes do término de seu mandato (art. 52, XI). 
4.2.4 - Controle exercido privativamente pela Câmara dos Deputados 
a) Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado (art. 51, I); 
b) Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso 
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (art. 52, II). 
4.2.5 - Comissões 
As comissões temporárias e permanentes do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, possuem poderes para: a) realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; b) convocar 
Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; c) receber 
petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das 
autoridades ou entidades públicas; d) solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; e) apreciar 
programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
Além disso, merece especial atenção a possibilidade de se instaurar Comissões Parlamentares de Inquérito, 
prevista no art. 58, §3º, CF. 
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Os requisitos são: a) Requerimento de 1/3 de seus membros; b) Investigar fato certo e determinado; c) Prazo 
certo. 
Além disso o STF já proferiu diversas decisões quanto aos poderes das CPIs: 
PODE NÃO PODE 
Quebra do sigilo fiscal; Determinar interceptação telefônica; 
Quebra do sigilo bancário; Decretar busca e apreensão; 
Quebra do sigilo de dados; Determinar a indisponibilidade de bens; 
Convocar investigados e testemunhas; Decretar prisão, salvo prisão em flagrante. 
Determinar diligências que entender necessárias; 
Requisitar informações de órgãos públicos. 
As condutas vedadas às CPIs ocorrem em virtude de estarem sujeitas ao postulado constitucional da reserva 
de jurisdição, cujos atos somente podem ser realizados pelo Poder Judiciário. 
Por outro lado, as CPIs Municipais não podem decretar quebra de sigilos, tendo em vista a inexistência de 
Poder Judiciário em âmbito municipal, sendo impossível que possuam poderes próprios de autoridade 
judicial, visto que inexistente no Município. 
4.3 - Controle exercido pelos Tribunais de Contas 
 Os Tribunais de Contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, porém, sem qualquer subordinação, 
tendo em vista que possuem autonomia. Suas atribuições estão previstas no art. 71 da CF. 
Essas normas se aplicam, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas 
dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios (art. 75). 
Quanto às atribuições das cortes de contas, algumas considerações devem ser feitas: 
a) “Apreciar” contas e “julgar” contas: o inciso I do dispositivo transcrito prevê a atribuição do TCU para 
“apreciar” as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República por meio de parecer 
prévio, ao passo que o inciso II estabelece que o TCU deve “julgar” as contas dos administradores ou 
responsáveis por valores públicos. 
Isto ocorre porque é o Congresso Nacional quem julga as contas do Presidente (art. 49, IX, CF). O 
TCU julga as contas de todos os administradores públicos, exceto do Presidente. Essa sistemática 
se aplica também aos demais entes federados. 
Quanto aos Municípios, é importante mencionar o entendimento do STF de que o parecer do Tribunal de 
Contas tem natureza meramente opinativa, só deixando de prevalecer pelo voto de 2/3 da câmara dos 
vereadores, a quem compete, exclusivamente, o julgamento anual das contas do chefe do executivo 
municipal. Desta forma, a rejeição das contas do prefeito, seja de governo, seja de gestão, para os fins do 
art. 1º, I, ‘g’, LC 64/1990 (inelegibilidade), é exclusividade da câmara de vereadores, não se podendo falar 
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em julgamento ficto pelo Tribunal de Contas quando este profere parecer pela rejeição e a câmara deixa 
escoar o prazo para apreciação1. 
 
Neste sentido, o STF possui entendimento de que a Constituição Estadual não pode 
estabelecer competência para a Assembleia Legislativa julgar as suas próprias contas ou as 
contas do Poder Judiciário local. O TCE deve julgar as contas de todos os administradores 
públicos do Estado, exceto do Governador, cujas contas são julgadas pelo Assembleia 
Legislativa, após parecer prévio do TCE (ADI 1.779). 
b) Competência para julgar as contas do Tribunal de Contas: como não há previsão constitucional, o 
STF considerou válida norma de Constituição Estadual que atribuiu à Assembleia Legislativa a 
competência para julgar as contas do TCE, sendo este entendimento extensivo aos Municípios (ADI 
2.597/PA). 
c) Sustação de atos e contratos administrativos: de acordo com o art. 71, X, CF, o TCU possui 
competência para sustar diretamente a execução de ato administrativo impugnado, apenas devendo 
comunicar a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. A expressão “se não atendido”, 
no entanto, impõe que, antes da sustação, o TCU estabeleça prazo para a Administração sanar a 
irregularidade. Apenas se não atendido, poderá sustar o ato. 
Já quanto aos contratos administrativos, quando houver irregularidade, apenas o Congresso 
Nacional poderá realizar a sustação (art. 71, §1º), devendo solicitar de imediato ao Poder 
Executivo que tome as medidas cabíveis. Todavia, se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo 
não tomarem as medidas cabíveis em 90 (noventa) dias, o TCU adquirirá competência para 
decidir a respeito da sustação (art. 71, §2º). 
d) As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título 
executivo (art. 71, §3º). Nestesentido, o Ente Público beneficiário da decisão poderá propor 
diretamente a execução perante o Poder Judiciário. Destaque-se que o STF já decidiu que o Ministério 
Público junto ao Tribunal de Contas não possui legitimidade para propor a referida execução. Apenas 
o beneficiário do débito reconhecido ou, no caso de multa, o Ente Federado a que a Corte de Contas 
esteja vinculada é que pode executar o crédito (ARE 823.347/MA). 
e) Controle de constitucionalidade: o STF possuía decisão no sentido de que os Tribunais de Contas 
poderiam realizar controle de constitucionalidade incidental, afastando norma que reputasse 
contrária à Lei Maior. No entanto, alterou o seu entendimento, estabelecendo que as Cortes de 
Contas não podem exercer o controle de constitucionalidade por não serem dotadas de função 
jurisdicional, sendo órgãos técnicos de fiscalização contábil financeira e orçamentária, restando, 
portanto, superada a Súmula-STF nº 347 (Mandados de Segurança (MS) 35410, 35490, 35494, 35498, 
35500, 35836, 35812 e 35824); 
 
 
1 RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, 10.8.2016. 
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f) Medidas cautelares: o STF também definiu que os Tribunais de Contas podem expedir medidas 
cautelares no desempenho de suas funções para prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito 
alheio. Trata-se da teoria dos poderes implícitos, segundo a qual se a CF conferiu uma atribuição, 
também confere, implicitamente, os meios necessários para exercê-la. 
g) Tomada de contas especial: de acordo com o art. 71, II, parte final, da CF, o Tribunal de Contas deve 
julgar “as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte 
prejuízo ao erário público”. Difere da “tomada de contas ordinárias anuais”, que independem da 
suspeita de irregularidades e estão previstas na primeira parte do mesmo inciso; 
Trata-se do “princípio da universalidade”, que estabelece o controle sobre toda e qualquer pessoa, física ou 
jurídica, que, de algum modo, receba, administre ou esteja incumbida da aplicação de recursos públicos de 
qualquer espécie ou ainda execute qualquer outra operação que onere o erário público. 
h) Não é possível que lei local estabeleça competência do Tribunal de Contas para realizar exame 
prévio de validade dos contratos firmados pelo Poder Público. De acordo com o STF o art. 71 da 
Constituição não insere na competência do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade 
de contratos administrativos celebrados pelo poder público. Atividade que se insere no acervo de 
competência da função executiva. É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do 
tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder público 
(ADI 916). 
4.3.1 - Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos administrativos (art. 71, III) 
De acordo com o inciso III do art. 71, cabe ao TCU apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento 
legal do ato concessório. 
Neste sentido, o STF definiu a necessidade de observar o contraditório e ampla defesa nos casos em que a 
apreciação pudesse gerar prejuízos aos interessados: 
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
Repare, entretanto, que foram ressalvados os casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial 
de aposentadoria, reforma ou pensão. Isto porque o STF entende que este ato possui natureza complexa, 
isto é, somente estará completamente formado após a manifestação do TCU. Antes disso, ainda não temos 
um ato administrativo propriamente dito, razão pela qual o TCU não anula o ato, mas apenas complementa 
os requisitos necessários para sua formação. 
No dia 19/02/2020, o STF concluiu julgamento do RE 636553, definindo a seguinte tese de 
repercussão geral (Tema 445): ”Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para 
o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a 
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contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da 
segurança jurídica e da confiança legítima”. 
Logo, após o prazo de 5 anos da chegada do processo na Corte de Contas, se o ato não for 
apreciado, considera-se automaticamente registrado. 
Apesar desta conclusão, a Corte Suprema não alterou o seu entendimento de que o ato possui natureza 
complexa. 
4.3.2 - Controle dos Tribunais de Contas sobre as licitações e contratos 
A lei 8.666/93 dispõe ainda de forma resumida acerca dos controles exercidos sobre os atos licitatórios e 
sobre os contratos, sendo relevante a leitura dos seus dispositivos na íntegra: 
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por 
esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, 
ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da 
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do 
sistema de controle interno nela previsto. 
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal 
de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na 
aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. 
 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão 
solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, 
cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração 
interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes 
forem determinadas. 
5 - CONTROLE JUDICIAL 
5.1 - Introdução 
Conforme já estudamos em nosso curso, o Brasil adotou o sistema de jurisdição una (unicidade de 
jurisdição – sistema inglês), em que apenas o Poder Judiciário possui a atribuição de decidir de maneira 
definitiva sobre a regularidade da atuação dos particulares e da Administração Pública. 
No controle judicial, verifica-se a legalidade ou legitimidade dos atos administrativos, nunca o mérito 
administrativo. Além da legitimidade, o Poder Judiciário também realiza o controle administrativo 
relativamente ao abuso de poder (desvio de poder e excesso de poder) e à teoria dos motivos 
determinantes, podendo anular ato administrativo se verificada a inexistência ou falsidade dos motivos 
declarados que ensejaram a prática do ato. 
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Por estes motivos, o Judiciário somente poderá anular o ato administrativo irregular, nunca 
poderá revogá-lo, tendo em vista que a revogação decorre de controle de mérito (conveniênciae oportunidade). Por outro lado, é importante ressaltar que o Judiciário não está proibido de 
realizar o controle de atos discricionários. Pelo contrário, poderá apreciar a juridicidade destes 
atos, apenas devendo se abster de realizar apreciação do seu mérito administrativo. 
Outra importante consideração é que o Poder Judiciário, ao anular um ato administrativo, não pode 
substituir o administrador praticando outro em seu lugar. Deverá determinar que o administrador tome as 
providências necessárias. 
5.2 - Instrumentos de controle judicial 
5.2.1 - Mandado de segurança individual (Lei 12.016/2009) 
CF. Art. 5º (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público; 
O mandado de segurança possui natureza de “remédio jurídico processual”. Trata-se de direito a um 
procedimento judicial específico (simplificado, sumário e abreviado). 
Quanto ao momento de impetração, o mandado de segurança pode ser divido em duas categorias: a) 
Mandado de segurança preventivo, em que se busca repelir ameaça de lesão ao direito líquido e certo; b) 
Mandado de segurança repressivo, em que se busca reparar a lesão já efetivada a direito líquido e certo. 
5.2.1.1 - Regras gerais 
➢ Requisitos: 
a) Direito líquido e certo: exigência de prova pré-constituída. É vedada a produção de provas no 
mandado de segurança. Os fatos alegados pelo impetrante devem estar comprovados por meio 
documental desde a impetração. Além disso, o mandado de segurança exige prova documental, mas 
não admite prova documentada. 
Excepcionalmente, no caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou 
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, 
o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica 
e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento 
para juntá-las à segunda via da petição (art. 6º, §1º). 
Súmula 625-STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de 
segurança. 
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b) Ato ilegal ou abusivo de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
públicas: considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual 
emane a ordem para a sua prática (art. 6º, §3º, lei 12.016/2009). 
Além disso, dispõe a lei do MS: 
Art. 1º (...) 
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de 
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de 
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente 
no que disser respeito a essas atribuições. 
Por outro lado, não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula 266, STF). 
Não é cabível o writ contra atos de gestão das estatais ou da concessionária (art. 1º, §2º). 
➢ Hipóteses de não cabimento do mandado de segurança (art. 5º): 
a) Atos sujeitos a recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução (I): 
caberá MS se o impetrante não ingressar com o recurso administrativo previsto ou se este for negado; 
b) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (II): a interpretação correta do 
dispositivo é a de que não cabe o mandammus contra decisão judicial da qual caiba recurso que tiver 
ou puder ter efeito suspensivo; 
c) Decisão judicial transitada em julgado (III). 
Além dessas hipóteses, existem ainda outras apontadas pela jurisprudência: 
d) Lei em tese (Súmula 266, STF); 
e) Ato interna corporis: relacionados à organização interna e funcionamento das Casas Legislativas e 
dos partidos políticos. 
As normas do regimento interno são o maior exemplo de atos interna corporis. 
➢ Partes no processo 
a) Legitimidade ativa: titular do direito líquido e certo; 
b) Legitimidade passiva: pessoa jurídica a cujos quadros pertence a autoridade que emitiu o ato 
impugnado, tendo em vista que é, de fato, quem contesta o mandado de segurança e possui interesse 
recursal. A autoridade coatora também será identificada no polo passivo da ação para fins de 
definição da competência. 
Apesar de a autoridade coatora não ser considerada parte no mandado de segurança, o STJ 
possui entendimento de que a indicação equivocada da autoridade acarreta a extinção do 
processo sem julgamento do mérito, salvo se for o caso de aplicação da teoria da encampação, 
em que, embora tenha sido indicada a autoridade de forma equivocada, a autoridade que 
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praticou o ato presta as informações. De acordo com o STJ os requisitos para aplicação da teoria 
são os seguintes: 
 
Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando 
presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico 
entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) 
manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação 
de competência estabelecida na Constituição Federal. 
Na hipótese de delegação de competência, o mandado de segurança deve indicar como coatora 
a autoridade que praticou o ato (autoridade delegada) e não a autoridade delegante (súmula 510 
do STF). Já se o ato for praticado por órgão colegiado, a autoridade coatora indicada será o seu 
presidente. 
 
No mandado de segurança contra ato judicial, há litisconsórcio passivo necessário entre 
o juiz e a parte que se beneficiou do ato impugnado, sendo, neste caso, desnecessária 
a notificação da pessoa jurídica a que está vinculada a autoridade coatora (juiz). EDcl 
nos EDcl no RMS 6.487/PB. 
➢ Competência: Os critérios que definem a competência são os seguintes: 
a) Qualificação da autoridade como federal ou local: define se a competência é da Justiça Federal ou 
Estadual; 
b) A graduação hierárquica da autoridade: define se a competência é de algum tribunal ou do juiz de 
primeiro grau. 
Além disso, em razão do lugar, a competência será da comarca ou seção judiciária do local em que a 
autoridade coatora estiver lotada. 
Os atos administrativos praticados por agentes das empresas públicas ou sociedades de 
economia mistas federais serão julgados pela Justiça Federal (STJ, AgRg no AREsp 102.351/SE). 
5.2.1.2 - Prazo 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e 
vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Trata-se de prazo decadencial, não sujeito a suspensão ou interrupção. O interessado não perde o direito de 
requerer no judiciário que seja apreciado ato de lesão ou ameaça ao seu direito. O que ele perde é o direito 
a um procedimento judicial específico e sumário, podendo ingressar, no entanto, com uma ação ordinária 
para impugnar o ato. 
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O termo inicial do prazo ocorre com a publicação do ato no diário oficial ou com a intimação pessoal feita ao 
impetrante. 
No caso de interposição de recurso com efeito suspensivo, como oato não produz efeitos, não 
está apto a causar lesão ou ameaça a direito. Por este motivo, não tem início o prazo para 
impetração do MS. 
Por outro lado, se o sujeito interpõe um pedido de reconsideração, o prazo começa a fluir, pois 
não possui efeitos suspensivos (Súmula 430-STF). 
5.2.1.3 - Procedimento 
➢ Petição inicial: deve preencher os requisitos do CPC e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa 
jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições; 
➢ Notificação da autoridade coatora: para prestar informações no prazo de 10 dias da juntada da 
notificação aos autos; 
➢ Ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada para que, querendo, 
ingresse no feito; 
➢ Manifestação do Ministério Público: prazo de 10 dias das informações prestadas pela autoridade 
coatora; 
➢ Sentença: 30 dias após a manifestação do MP. 
De acordo com o STF, a desistência do mandado de segurança é prerrogativa do impetrante, 
independentemente da anuência da parte demandada, podendo ocorrer, inclusive, se já tiver 
sido proferida decisão de mérito (RE 669.367/RJ). 
Entretanto, em outro julgado, o STF não admitiu a desistência do MS quando o impetrante, após 
decisão de mérito desfavorável, interpôs diversos recursos buscando a reforma da decisão, 
sendo todos negados. Neste caso, entendeu que o impetrante manifestou intento de evitar o 
trânsito em julgado. 
➢ Quanto à possibilidade de tutela provisória: é possível a concessão de liminar para suspender o ato 
que deu motivo ao pedido, quando houver (art. 7º, III): 
a) fundamento relevante (fumus boni iuris); e 
b) do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida (periculum in 
mora). 
É facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à 
pessoa jurídica, quando deferida a liminar. O art. 7º, §2º da lei, que previa a impossibilidade de concessão 
de liminar que tivesse por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens 
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento 
ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza foi declarado inconstitucional pelo STF (ADI 
4296). 
Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento. 
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==1c24d==
 
 
 
 
 
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➢ Sentença e coisa julgada: a sentença tem caráter mandamental, contendo uma ordem em face de 
uma autoridade ou agente público, podendo ainda ser constitutiva negativa (anulatória) ou 
condenatória. 
No entanto, o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança e a sentença não produz efeitos 
patrimoniais pretéritos: 
Súmula nº 269-STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
Súmula nº 271-STF: concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em 
relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via 
judicial própria. 
O recurso interposto em face da sentença em mandado de segurança é a apelação e, em regra, deverá ser 
interposto pela pessoa jurídica e não pela autoridade coatora. No entanto, o art. 14, §2º estende à 
autoridade coatora o direto de recorrer neste caso. Vale destacar que, regra geral, o recurso não possui 
efeito suspensivo, salvo nos casos em que é vedada a concessão de liminar. 
Concedida a segurança, haverá remessa necessária, não se aplicando as dispensas previstas no CPC (art. 14, 
§1º), não importando quem é a parte que se encontra no polo passivo.No mandado de segurança não cabe 
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios (art. 25). 
Quanto à coisa julgada, se for denegada a segurança por ausência de direito líquido e certo, ou seja, por ser 
necessária dilação probatória, o processo será extinto sem resolução do mérito, sendo possível ao 
interessado ingressar com ação ordinária. Por outro lado, se a sentença for de improcedência, haverá coisa 
julgada material, sendo impossível rediscutir a questão na via ordinária. 
5.3.2 - Mandado de segurança coletivo 
O mandado de segurança coletivo também foi previsto na Constituição Federal e regulamentado pela lei 
12.016/2009. A ele se aplicam as disposições do mandado de segurança individual no que couber. Neste 
tópico, estudaremos as suas peculiaridades. 
➢ Legitimidade ativa (art. 5º, LXX, CF e art. 21, lei 12.016/2009): 
a) partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária (basta 1 deputado ou senador eleito); 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano (exigência de tempo de constituição apenas para as associações), em defesa 
dos interesses de seus membros ou associados, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, 
ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes 
às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
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O art. 5º, XXI, CF exige autorização dos associados para que a entidade associativa os 
represente judicial ou extrajudicialmente. No entanto, o caso trata de representação. No 
mandado de segurança coletivo, as associações não representam os associados, elas são 
legitimadas extraordinárias para propor a ação, por isso é dispensada a autorização (STF). 
Existem duas posições quanto à amplitude da legitimidade dos partidos políticos: 
a) Interpretação restritiva: os partidos políticos somente podem impetrar mandado de segurança 
coletivo na defesa dos interesses dos seus filiados; 
b) Interpretação ampliativa: podem interpor o writ também na defesa de interesses de toda a 
sociedade. Esse último posicionamento tem prevalecido. 
SÚMULA 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor 
dos associados independe da autorização destes. 
SÚMULA 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando 
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. 
➢ Objeto: 
a) Direitos coletivos; 
b) Direitos individuais homogêneos. 
Perceba que a lei não fala em defesa de direitos difusos. Entretanto, parcela da doutrina entende que o art. 
21, parágrafo único da lei 12.016/1019 deve ser interpretado de forma ampliativa, tendo em vista que o art. 
5º, LXX, CF não fez restrição. 
➢ Liminar: o art. 22, §2º da lei foi declarado inconstitucional pelo STF (ADI 4296); 
➢ Coisa julgada: a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria 
substituídos pelo impetrante (art. 22). 
Além disso, o mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os 
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de 
seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da 
segurança coletiva. 
5.3.3 - Mandado de injunção 
O mandado de injunção é um remédio constitucional previsto no art. 5º, LXXI, da CF e regulamentado pela 
lei 13.300/2016. 
O objetivo do mandado de injunção é suprir omissão legislativa para efetivar direitos e liberdades 
constitucionais, além de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
A doutrina aponta os pressupostos para o MI de forma esquematizada: a) Norma constitucional de eficácia 
limitada que reconheçadireitos, liberdades ou prerrogativas; b) Ausência de norma regulamentadora da 
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norma constitucional; c) Inviabilidade de exercício desses direitos, liberdades ou prerrogativas; d) Nexo 
causal entra a omissão legislativa e a inviabilização dos direitos. 
O mandado de injunção poderá ainda ser individual ou coletivo. Estudaremos de forma genérica o MI 
individual e, ao final, veremos as peculiaridades do MI coletivo. 
➢ Legitimidade 
a) Legitimidade ativa: pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades 
ou das prerrogativas constitucionalmente asseguradas e não regulamentadas; 
b) Legitimidade passiva: Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma 
regulamentadora. 
➢ Objeto: suprir omissão legislativa para efetivar direitos e liberdades constitucionais, além de 
prerrogativas inerentes à nacionalidade soberania e à cidadania. 
A omissão ainda pode ser classificada da seguinte maneira: 
a) Omissão total: ausência de norma regulamentadora; 
b) Omissão parcial propriamente dita: existe lei regulamentadora, mas esta se mostra insuficiente para 
o exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas indicados; 
c) Omissão parcial relativa: existe regulamentação para determinada categoria, porém, não contempla 
outra. 
➢ Prazo: não há prazo para impetrar mandado de injunção. 
➢ Competência: definida em razão do órgão ou autoridade omissa; 
➢ Procedimento: a petição inicial deverá preencher os requisitos da lei processual e indicar o órgão 
impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado. 
Recebida a petição inicial, será notificado o impetrado para prestar informações em 10 dias e será dada 
ciência à representação judicial da Pessoa Jurídica interessada para que, querendo, ingresse no feito. Após 
o prazo para informações, o Ministério Público será ouvido em 10 dias. 
➢ Sentença: Se reconhecer o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I. determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
II. estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas 
reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria 
visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I quando comprovado que o impetrado deixou de 
atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
A decisão, em regra, terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento 
da norma regulamentadora. No entanto, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga 
omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade 
ou da prerrogativa objeto da impetração. Além disso, transitada em julgado a decisão, seus 
efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. 
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O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em 
outros elementos probatórios. 
Antes da edição da lei 13.300/2016, havia alguns entendimentos acerca dos efeitos da decisão no mandado 
de injunção: 
a) Teoria não concretista: a decisão se limita a reconhecer a omissão normativa, notificando o órgão ou 
entidade responsável pela edição da norma. Seria uma decisão declaratória da mora; 
b) Teoria concretista geral: a própria decisão deveria estabelecer uma norma com eficácia para todas 
as situações idênticas. A decisão seria constitutiva e erga omnes; 
c) Teoria concretista individual: 
i. Concretista individual intermediária: a decisão estabelece prazo para o órgão ou entidade editar 
a norma e, em caso de descumprimento do prazo, o próprio Poder Judiciário viabiliza o direito 
ao impetrante individualmente; 
ii. Concretista individual direta: a decisão reconhece a omissão normativa e cria a norma faltante 
para o caso concreto em favor do impetrante individualmente. 
O STF, ante da referida lei, vinha adotando a teoria concretista geral (ex.: direito de greve dos servidores 
públicos). 
A lei 13.300/2016, por sua vez, adotou a teoria concretista individual intermediária, podendo, 
excepcionalmente, conferir efeitos erga omnes ou ultra partes à decisão quando for inerente ou 
indispensável ao exercício do direito objeto da impetração. 
➢ Revisão da decisão: sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de 
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de 
direito. 
➢ Norma regulamentadora posterior à decisão: produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados 
por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 
5.3.3.1 - Mandado de injunção coletivo 
➢ Legitimados: 
a) Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
b) Partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, 
liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; 
c) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor 
da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que 
pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; 
d) Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos 
direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso 
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. 
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Em relação ao mandado de segurança coletivo, foram acrescidos o Ministério Público e a Defensoria Pública 
como legitimados. 
➢ Objeto: direitos, as liberdades e as prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade 
indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria; 
➢ Coisa julgada: sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do 
grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante. 
O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa 
julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 
(trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva. 
5.3.4 - Ação popular (Lei 4.717/65) 
A ação popular também consiste em um remédio constitucional, previsto no art. 5º, LXXIII, CF, sendo 
regulamentado pela lei 4.717/65. 
➢ Bens jurídicos tutelados: patrimônio público, a moralidade, o meio ambiente e o patrimônio histórico 
e cultural. Para propositura da ação, é desnecessária a demonstração de prejuízo ao erário ou 
ilegalidade. 
➢ Legitimidade ativa: o cidadão é o único sujeito com legitimidade ativa para propor ação popular. 
Nem mesmo o Ministério Público possui legitimidade ativa neste caso. A prova da cidadania, paraingresso em juízo, será feita com o título eleitoral ou com documento que a ele corresponda. 
➢ Legitimidade passiva: são sujeitos legítimos para compor o polo passivo da ação popular: 
a) Pessoas públicas ou privadas, em nome da qual foi praticado o ato ou contrato a ser anulado; 
b) Autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou 
praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão; 
c) Beneficiários diretos do ato ou contrato ilegal. 
A ação será proposta em litisconsórcio passivo necessário entre as pessoas dos itens a e b. Além disso, se 
houver um beneficiário do ato impugnado, este deverá necessariamente compor o polo passivo da ação. 
➢ Objeto da ação: a ação popular busca, primordialmente, uma tutela desconstitutiva (constitutiva 
negativa) e, secundariamente, uma tutela condenatória. Ou seja, busca-se, em primeiro lugar, anular 
o ato lesivo aos bens jurídicos tutelados e, secundariamente, condenar os responsáveis e 
beneficiários ao pagamento das perdas e danos ao erário público (art. 11). 
➢ Liminar: caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado na defesa do patrimônio público (art. 
5º, §4º); 
➢ Procedimento: obedece ao CPC e às normas da lei. 
Proposta a ação, haverá a citação dos réus e intimação do Ministério Público, que acompanhará a ação. 
Poderá haver requisição de documentos indicados pelo autor. É facultado a qualquer cidadão se habilitar 
como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular. 
O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, 
se particularmente difícil a produção de prova documental. 
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Intervenção móvel: a pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja 
objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido ou poderá atuar ao lado do 
autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante 
legal ou dirigente. 
No entanto, somente poderá passar ao polo ativo, atuando ao lado do autor, se comprovar 
que tomou as medidas necessárias para regularização do ato. 
Assim, a pessoa jurídica cujo ato está sendo impugnado pode tomar três atitudes: a) Contestar; b) Abster-se 
de contestar; c) Passar para o polo ativo, atuando ao lado do autor buscando o ressarcimento ao erário. 
A sentença que concluir pela carência ou improcedência da ação está sujeita à remessa necessária (art. 19). 
Legitimidade recursal ampliada: das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e 
suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e o Ministério Público (art. 19, §2º). 
➢ Coisa julgada: a sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de 
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão 
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova (art. 18). 
➢ Atuação do Ministério Público: a) Acompanhar a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova, 
sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores; 
b) Propor as ações cabíveis para promover a responsabilidade, civil ou criminal, infratores; c) Atuar 
como substituto e sucessor do autor caso este se omitir ou abandonar a ação (não pode propor a 
ação, mas pode promover o prosseguimento da ação já iniciada. No caso de abandono do autor, serão 
publicados editais, cabendo a qualquer cidadão ou a Ministério Público prosseguir com a ação (art. 
9º); d) Recorrer das decisões e sentenças proferidas contra o autor da ação; e) Executar a sentença 
no prazo de 30 dias, caso o autor não o faça em 60 dias da sua publicação. 
➢ Prazo prescricional da ação popular: 5 anos (art. 21). 
5.3.5 - Ação civil pública 
A ação civil pública (ACP) é regida pela lei 7.347/85 e foi expressamente mencionada na CF como uma das 
principais atribuições do Ministério Público. 
➢ Bem jurídico tutelado: Além dos bens citados no art. 129, III, da CF, a lei 7.347/85 prevê ainda outros 
que são tutelados por meio da ACP (art. 1º). Vale destacar, no entanto, que se trata de um rol 
exemplificativo, uma vez que o inciso IV estabelece que a ACP pode ser proposta para defesa de 
“qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. 
Além disso, o STF admite o manejo da ACP para tutela de interesses individuais homogêneos, desde que 
haja interesse social relevante (RE-AgR 472.489/RS). Deste modo, entendeu que o Ministério Público possui 
legitimidade para ajuizar ACP em defesa dos interesses individuais homogêneos dos consumidores (AI-AgR 
606.235/DF). 
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Por outro lado, não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, 
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza 
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados (art. 1º, parágrafo único). 
Entretanto, o STF já decidiu que o Ministério Público possui legitimidade para propor ACP buscando anular 
acordo de concessão de benefício fiscal, ainda que de natureza tributária, quando evidenciada a 
possibilidade de lesão ao erário público (RE 576.155/DF). Também já se manifestou no sentido de que o 
Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais 
relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS (RE 643978/SE). 
Por fim, é importante diferenciar direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (art. 81, parágrafo 
único, CDC): 
Direitos difusos  Transindividuais; 
 Natureza indivisível; 
 Titularizados por pessoas indeterminadas e indetermináveis, ligadas por 
uma circunstância de fato. 
Ex.: meio ambiente. 
Direitos coletivos (sentido 
estrito) 
 Transindividuais; 
 Natureza indivisível; 
 Titularizados por grupo, categoria ou classe, ligados entre si ou com a 
parte contrária por uma relação jurídica base. 
Ex.: direitos dos associados. 
Direitos individuais 
homogêneos 
 Individuais (transindividualidade artificial – são individuais, mas podem 
ser tratados como coletivos); 
 Natureza divisível; 
 Titularizados por pessoas ligadas por uma situação, de fato ou de direito, 
de origem comum. 
Ex.: lesados por um acidente de consumo. 
➢ Legitimidade ativa: A própria Constituição Federal prevê que a “legitimação do Ministério Público 
para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros” (art. 129, § 1º). 
Desta forma, a lei 7.347/85 estabeleceu que são partes legítimas para propor a ACP: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
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§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,quando haja manifesto 
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem 
jurídico a ser protegido 
✓ O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal 
da lei. 
✓ Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-
se como litisconsortes de qualquer das partes. 
✓ Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério 
Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
✓ A legitimação é concorrente e disjuntiva: 
a) Concorrente: qualquer dos legitimados pode propor a ação se preenchidos os requisitos; 
b) Disjuntiva: cada legitimado pode agir sozinho. 
Ao contrário do mandado de segurança coletivo, as associações dependem de autorização expressa dos seus 
associados para defender os seus interesses por meio de ACP (art. 5º, XXI, CF). 
➢ Legitimidade passiva: qualquer pessoa, física ou jurídica, que seja responsável pelo dano ou pela 
ameaça de dano a direito difuso, coletivo ou individual homogêneo, inclusive os entes sem 
personalidade jurídica. 
➢ Objeto: condenação, obrigação de fazer ou de não fazer (art. 3º). 
Embora tenha se utilizado o termo “ou” no dispositivo, é possível cumular as pretensões de condenação, de 
obrigação de fazer e de não fazer. A lei admite ainda a propositura de ação cautelar, objetivando evitar dano 
aos bens jurídicos tutelados. 
➢ Liminar (art. 12): é possível a concessão de liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita 
a agravo. Em face da liminar ainda é cabível o “pedido de suspensão da segurança”. 
Porém, a liminar somente poderá ser concedida em face de pessoa jurídica de direito público após a oitiva 
de sua representação judicial, que deverá se manifestar em 72 horas (art. 2º, lei 8.437/92). 
➢ Competência: deve ser proposta no foro do local onde ocorrer o dano (art. 2º). Embora o dispositivo 
trate esta competência como funcional, a doutrina entende se tratar de competência territorial e 
absoluta. 
➢ Sentença: em regra terá efeitos erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão julgador, 
exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer 
legitimado poderá ingressar com nova ação se valendo de prova nova (art. 16). 
Não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem 
condenação da associação autora, mas, em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores 
responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao 
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. 
Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um 
Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e 
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representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. Enquanto 
o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta 
com correção monetária (art. 13). 
✓ A Eficácia subjetiva da coisa julgada formada em processo coletivo proposto por associação só 
beneficia aqueles que se associarem até a propositura da ação (RE 612043/PR). 
✓ REEXAME NECESSÁRIO: 
a) O reexame necessário é aplicável à ACP, independentemente da presença de pessoa jurídica de 
direito público no polo passivo, por força da aplicação analógica do art. 19, Lei 4.717/65 (tendo em 
vista que forma o microssistema da tutela coletiva); 
b) O rexame necessário não é aplicável à ACP que busca tutelar direitos individuais homogêneos, posto 
que inexistentes a transindividualidade e relevância para a coletividade como um todo, razão pela 
qual não podem ser tutelados por ação popular (pelo que não se aplica o art. 19, lei 4.717/65 por 
analogia). 
Em regra, o recurso contra a sentença não possui efeito suspensivo, mas o juiz poderá conferir este efeito 
para evitar dano irreparável à parte (art. 14). 
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a 
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual 
iniciativa aos demais legitimados. 
➢ Coisa julgada: a coisa julgada na ação civil pública pode ser resumida da seguinte forma: 
SENTENÇA DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS 
Procedente Fará coisa julgada erga 
omnes. 
Fará coisa julgada ultra 
partes. 
Fará coisa julgada erga 
omnes. 
 
Improcedente 
com exame 
das provas 
Fará coisa julgada erga 
omnes. 
Impede nova ação coletiva 
pelos legitimados. 
O lesado pode propor ação 
individual. 
Fará coisa julgada ultra 
partes. 
Impede nova ação coletiva 
pelos legitimados. 
O lesado pode propor ação 
individual. 
Impede nova ação coletiva. 
O lesado pode propor ação 
individual se não participou 
da ação coletiva. 
Improcedente 
por falta de 
provas 
Não fará coisa julgada erga 
omnes. 
Qualquer legitimado pode 
propor nova ação coletiva, 
desde que haja prova nova. 
Não fará coisa julgada erga 
omnes. 
Qualquer legitimado pode 
propor nova ação coletiva, 
desde que haja prova nova. 
Impede nova ação coletiva 
para os legitimados. 
O lesado pode propor ação 
individual se não participou 
da ação coletiva. 
5.3.5.1 - Inquérito civil 
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Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério 
Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e 
indicando-lhe os elementos de convicção. 
O inquérito civil é um procedimento privativo do Ministério Público (art. 129, III, CF) e não consiste em 
condição de procedibilidade da ACP. 
➢ Finalidade: fornecer subsídios para que possa formar o convencimento do Ministério Público sobre 
os fatos. 
O inquérito civil possui natureza inquisitiva, sendo desnecessária a intimação do interessado para formar o 
contraditório. Por este motivo, os elementos de convicção formados devem ser corroborado por outros 
elementos de prova produzidos mediante contraditório e ampla defesa no processo. 
5.3.5.2 - Termo de ajustamento de conduta (TAC) 
Também pode ser denominado “compromisso de ajustamento de conduta”. A doutrina diverge quanto a sua 
natureza, se unilateral ou bilateral. 
O termo de ajustamento de conduta é um compromisso firmado com o responsável pelo dano 
ou ameaça aos bens difusos, coletivos ou individuais homogêneos, de que este adequará a sua 
conduta às exigências legais, reparando o dano ou afastando a ameaça, sob pena de 
cominação. 
O TAC terá força de Título executivo extrajudicial, de forma que o seu descumprimento ensejará a imediata 
execução das obrigações, sem necessidade de ingressar com ação de conhecimento. 
➢ Legitimados para tomada do TAC: de acordo com o art. 5º, §6º, da LACP, os órgãos públicos 
legitimados para a propositura da ACP poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de conduta. 
Embora o dispositivo utilize a expressão “órgãos públicos”, sempre se entendeu que deve ser interpretado 
como “Entes Públicos” em geral. 
Além disso, recentemente, o STF decidiu que “a associação privada autora de uma ação civil pública pode 
fazer transação com o réu e pedir a extinção do processo”, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC (ADPF-
165). 
De qualquer forma, a legitimidade para execução

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