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PONTOS INICIAIS DO CPC 47 RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTE

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PONTOS INICIAIS DO CPC 47 – RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTE 
 
Esclarecimento inicial: 
Devido à complexidade do tema, o que se encontrará nesse breve artigo serão algumas definições chaves sobre o CPC 47 – Receita de Contrato 
com Cliente, sem a intenção de esgotar o tema em sua totalidade. 
Para consultas complementares, o link da referida norma estará nas referências ao final do texto. 
 
 
 
 
Contrato com Cliente, o que seria? 
Inicialmente o termo soa bastante intuitivo, significando justamente o que está escrito. Trata-se de um acordo entre duas ou mais partes (vendedor 
e comprador, neste caso), onde a primeira (vendedor) assume o compromisso de fornecer ao segundo (cliente) um bem ou serviço originário de 
suas atividades normais. 
Note a importância do termo atividades normais, isso porque se porventura a contrapartida ofertada pela entidade ao cliente no contrato não for 
fruto das suas atividades normais o contrato não será reconhecido como contrato com cliente e o CPC 47 não deverá ser utilizado. 
O CPC 47 também não poderá ser utilizado, se o objeto do contrato for algo a ser produzido com participação do cliente ou se as partes 
compartilham os riscos e benefícios. 
Importante saber que apesar de muito se falar ainda em “obrigação de desempenho” ao tratar do CPC 47 devemos ter em mente que na 
revisão 13 do pronunciamento, este termo foi substituído em sua totalidade por “obrigação de performance”. 
 
 
Box 1: Exemplo de não contrato com o cliente 
 
 
 
 
Outro ponto importante, é que não devemos interpretar a palavra “contrato” apenas como um termo/documento assinado por ambas as partes, 
isso porque ele também pode ser verbal ou sugerido pelas práticas usuais de negócio da empresa. 
 
Identificação do Contrato 
Para que os efeitos do contrato com cliente sejam contabilizados, segundo o CPC 47 alguns pré-requisitos devem ser cumpridos, vejamos: 
 
Box 2: Pré-requisitos para contabilização de contrato com cliente conforme CPC 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: um contrato para produção em conjunto de um software entre 2 entidades onde ambas compartilham os riscos e benefícios não se caracteriza 
como um contrato com cliente. 
 
“(a) quando as partes do contrato aprovarem o contrato (por escrito, verbalmente ou de acordo com outras práticas usuais de negócios) e estiverem 
comprometidas em cumprir suas respectivas obrigações; 
(b) quando a entidade puder identificar os direitos de cada parte em relação aos bens ou serviços a serem transferidos; 
(c) quando a entidade puder identificar os termos de pagamento para os bens ou serviços a serem transferidos; 
(d) quando o contrato possuir substância comercial (ou seja, espera-se que o risco, a época ou o valor dos fluxos de caixa futuros da entidade se modifiquem 
como resultado do contrato); e 
(e) quando for provável que a entidade receberá a contraprestação à qual terá direito em troca dos bens ou serviços que serão transferidos ao cliente. Ao 
avaliar se a possibilidade de recebimento do valor da contraprestação é provável, a entidade deve considerar apenas a capacidade e a intenção do cliente 
de pagar esse valor da contraprestação quando devido. O valor da contraprestação à qual a entidade tem direito pode ser inferior ao preço declarado no 
contrato se a contraprestação for variável, pois a entidade pode oferecer ao cliente uma redução de preço.” 
 
Sintetizando, o entendimento é de que a entidade poderá reconhecer tais efeitos apenas quando: 
• As partes estiverem em comum acordo sobre o objeto e condições do contrato; 
• Os direitos das partes e os termos de pagamento puderem ser identificados; 
• A entidade esperar que ocorram mudanças nos seus fluxos de caixas futuros em decorrência do contrato. 
• A entidade julgar provável o recebimento da contraprestação, com base na capacidade e intenção do cliente em efetuar o pagamento. 
 
 
 
 
Parece fácil até aqui, certo? Não se preocupe, vamos complicar um pouco no próximo tópico . 
 
Reavaliação dos Contratos com Clientes 
Suponhamos que, no início da sua vigência o contrato atenda a todos os pré-requisitos acima, preciso reavaliá-los futuramente? 
E caso ele não cumpra com os pré-requisitos, posso esquecê-lo na gaveta? 
Vamos observar e entender melhor com o quadro a seguir: 
 
 
 
Note que, sob a luz do CPC 47, um contrato não existirá se ambas as partes pactuantes tiverem o direito de rescindi-lo totalmente de forma incondicional 
(estando esse inteiramente não cumprido) sem ter que compensar a outra parte. 
Por contrato inteiramente não cumprido a norma refere-se à contratos nos quais nem um bem ou serviço foi transferido e nem contraprestações recebidas. 
 
 
Box 3: Reavaliar ou não os contratos após seu início 
Status do Contrato Reavaliar ou não 
Atende todos os pré-requisitos para 
contabilização de acordo com o CPC 47 (box 2) 
Não devem ser reavaliados futuramente a menos que haja indicação de alterações significativas nos fatos 
e circunstâncias. 
Não cumpre os pré-requisitos para a 
contabilização de acordo com o CPC 47 (box 2) 
Deve-se continuar reavaliando o contrato afim de verificar se os 9 critérios passaram a ser atendidos. 
 
Ficou fácil né? Vamos aprofundar um pouco mais! 
Imagine que o contrato não atendeu a todos os pré-requisitos necessários para contabilização, mas a entidade recebeu total ou parcialmente a 
contraprestação pelo bem ou serviço prometido. O que deve ser feito? Como isso deve ser contabilizado? 
A regra é que para reconhecimento da contraprestação recebida como receita, um dos 2 critérios a seguir devem ser cumpridos: 
Box 4: Critérios para reconhecimento da contraprestação como receita 
 
 
 
 
 
Ok, mas e se a contraprestação recebida não cumprir nem um dos dois pré-requisitos? Não deve ser registrada? 
Claro que deve, afinal sob a luz da contabilidade básica sabemos que vai existir um lançamento à débito pelo recebimento (seja no banco ou no 
caixa), certo? Então a pergunta correta é qual a contrapartida desse débito? 
1. A empresa já transferiu todos os bens/serviços prometidos ao cliente e recebeu a totalidade (ou algo bem próximo) da contraprestação acordada 
sem a possibilidade de restituição. 
2. Houve rescisão do contrato de modo que a contraprestação já recebida não é restituível ao cliente. 
 
 
E a resposta é simples, a empresa recebeu um valor como contraprestação que ainda não pode ser reconhecido como receita, seja por ter a 
obrigação de entregar o bem futuramente, seja por ter que restituir o valor recebido. 
Logo, se existe uma obrigação para com terceiros advinha onde será a contrapartida? 
Isso mesmo, no passivo, assim o lançamento seria débito do banco e crédito de uma conta do passivo, permanecendo assim até que um dos dois 
critérios acima (box 4) sejam cumpridos ou que todos os nove do box 2 sejam atendidos. 
 
Identificação de obrigação de performance 
Já falamos sobre o que é um contrato com cliente e suas características, chegamos à conclusão de que para caracterizar-se como tal o contrato 
tem que fixar uma obrigação entre as partes, onde uma delas deve entregar um bem ou serviço e a outra deve dar em troca uma contraprestação. 
Então, levando tais explanações em consideração, o que seria uma obrigação de performance? 
O CPC 47 é bem direto na sua primeira definição do termo, versando que com base em uma análise no início do contrato a entidade deve identificar 
quais suas promessas de transferência de bens e/ou serviços ao cliente e classificá-las como obrigação de performance. 
Essas promessas de transferência ao cliente dividem-se em: 
Box 4: Tipos de promessas de transferências (obrigação de performance). 
 
 
 
Reforçando a ideia de que não devemos interpretar por “contrato” apenas aqueles formalizados de modo escrito, o CPC destaca que por mais que 
usualmente as promessas de transferências de bens ou direitos estejam expressamente descritas em contrato, elas não serestringem aos termos 
neles fixados. 
“(a) bem ou serviço (ou grupo de bens ou serviços) que seja distinto; ou 
(b) série de bens ou serviços distintos que sejam substancialmente os mesmos e que 
tenham o mesmo padrão de transferência para o cliente (ver item 23).” 
 
Ou seja, podem existir promessas advindas de práticas usuais de negócios, declarações específicas no momento de firmar o contrato ou ainda por 
conta de políticas públicas. 
 
Satisfação de obrigação de performance 
Já sabemos então o que é uma obrigação de performance, ótimo. Mas, quando ela é satisfeita? 
A resposta mais óbvia, se tivermos o mínimo conhecimento de reconhecimento de receitas e do respeito à competência, seria que o 
reconhecimento deve se dar quando os bens/ou serviços prometidos (ou seja seus riscos e benefícios) são transferidos ao cliente, e isso está 
correto. 
Mas a questão central aqui é: de que forma essa obrigação de performance é satisfeita? Isso é, ela se dá em um momento exato e específico, ou 
vai ocorrendo gradualmente com o passar o tempo? 
Bem, o CPC 47 nos ajuda a entender isso quando nos diz que: 
Box 4: Satisfazendo a obrigação de performance. 
 
 
Por óbvio, só existem duas opções, a entidade satisfaz a obrigação de performance ao longo do tempo, ou em momento específico. E o 
reconhecimento da receita deve respeitar isso. 
 
 
 
 
Para cada obrigação de performance identificada [...], a entidade deve determinar, no início do contrato, se satisfaz à obrigação de performance ao longo 
do tempo [...] ou se satisfaz à obrigação de performance em momento específico no tempo [...]. 
 
 
 
Conclusão 
Não, isso aqui não é a conclusão do tema CPC 47! 
Como mencionado no início, o tema é vasto e ficaria demasiadamente extenso se abordado em um só artigo. 
A ideia aqui foi fazer uma introdução as ideias básicas que servirão de suporte para entendimento dos próximos pontos do CPC. 
E realmente espero ter contribuído, ter conseguido plantar uma sementinha do entendimento desse tema super complexo, que tira o sono 
inclusive de muitos contadores experientes. 
 
Autor: 
Virginio Jesus é formado em ciências contábeis pela Faculdade Visconde de Cairú, com experiência de mais de 4 anos na área contábil, tendo 
passado por escritório de contabilidade, multinacionais e atualmente trabalha em uma grande firma de auditoria, onde cada segundo traz um 
aprendizado novo. 
 
REFERÊNCIA 
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 47 - Rev 14.pdf 
file:///C:/Users/zn117qk/OneDrive%20-%20EY/Desktop/VIRGINIO%20DE%20JESUS%20DOS%20SANTOS/Estudos/PRONUNCIAMENTO%20T�CNICO%20CPC%2047%20-%20Rev%2014.pdf

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