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Direito Civil – Contratos • Introdução − Conceito de contrato: liga e vincula dois ou mais sujeitos a uma obrigação. *inerente a qualquer organização social. *mais comum fonte de obrigação. *todo contrato é um negócio jurídico bilateral (= mais de uma vontade). Obs: 3 fontes de obrigações: lei, negócios jurídicos e atos ilícitos. Obs2: testamento não é um contrato, pois o outro não precisa manifestar sua vontade. *contrato tem o objetivo de circular riquezas. Logo, tem sempre aspecto patrimonial. − Conceito clássico: manifestação de duas ou mais vontades, objetivando criar, regulamentar, alterar e extinguir uma relação jurídica de cunho patrimonial (= relação jurídica econômica). (Beirlácqua) − Conceito contemporâneo/atual: relação jurídica subjetiva (= entre ou = sujeitos), nucleada na solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais patrimoniais não só entre os titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros (= sociedade). (Paulo Nalim) *um contrato pode gerar efeitos além dos patrimoniais (econômicos). Artigo 421 CC: A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. Artigo 422 CC: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. • Breve histórico -Revoluções burguesas: antes desse acontecimento eram Estados Absolutistas. -> é importante por conta da individualidade e autonomia. Os indivíduos pleiteavam a retomada do poder e diminuir o tamanho do Estado. -Constitucionalismo se distancia do direito civil -Liberalismo -> econômico = reflete a liberdade dos indivíduos. -Voluntarismo -> direito --> Valorização da vontade. --> Vontade manifestada é válida. − Princípios (emergiu do voluntarismo) --> Pacta sund servanda: o contrato obriga os contratantes. --> Relatividade dos efeitos = efeitos dos contratos – partes. Efeito atinge apenas as partes envolvidas. − Função da lei: proteção da vontade dos sujeitos --> Código Civil --> Estados do bem estar social: Estado volta para dar bem estar as pessoas por conta da grande desigualdade. *Walfare State (Inglaterra) --> Estado democrático de direito: Estado só cumpre o que está na lei. Poder está nas maos dos cidadãos. --> Direito público se reaproxima do privado *Artigo 421 CC = liberdade limitada pela função social > * tornar público o contrato * não prejudicar 3º *Artigo 422 CC: princípio da boa-fé objetiva Dirigismo contratual = intervenção do Estado nos contratos. − Autonomia privada: restringida pela função social. − Eficácia horizontal dos direitos fundamentais = eficácia privada dos direitos fundamentais. --> Normas de direito civil sempre terão de ser aplicadas e interpretadas a luz da CF. − Contratos civis X contratos de consumo: possuem paradigmas diferentes. CÍVEL CONSUMO -Código civil - Código de Defesa do Consumidor -Igualdade -Pessoa Natural ou Pessoa Jurídica -Equilíbrio -Consumidor (= destinatário): é vulnerável, logo, tem seus poderes aumentados. (artigo 2º lei 8.078/90) -Pessoa Natural ou Pessoa Jurídica -Fornecedor (artigo 3º lei 8.078/90) Obs: consumidor e fornecedor SEMPRE estarão em desequilíbrio. • Elementos dos contratos: requisitos que precisão estar presentes em todos os contratos. − Negócios jurídicos: todo contrato é negócio jurídico e precisa respeitar os requisitos. Artigo 104, CC: A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 1) Elementos subjetivos --> sujeitos -> Manifestação da vontade: deve ser válida a vontade, sem vícios (ex: coação, erro, dolo...). é o ponto de partida do contrato. -> capacidade civil plena: 18 anos em regra ou por emancipação. *lembrar da escada ponteana: existência, validade e eficácia. Obs: contrato celebrado por incapaz existe, mas não gera validade, entretanto tem eficácia. -> Aptidão específica para contratar: é o poder (sobre o que quer contratar. Depende do negócio jurídico celebrado) específico para praticar certos negócios jurídicos. Ex: vendedor deve ter a propriedade de uma coisa para vende-la. PODER DO PROPRIETÁRIO • Reaver • Dispor • Uso • gozo/fruição -> Consentimento final: é a concordância com: - contrato - objeto - cláusulas 2) Requisitos/elementos objetivos -> objeto -> Licitude do objeto: lei prevê um efeito válido. Tudo que é ilícito está vedado na lei. Refere- se a validade. -> Possibilidade jurídica: quando não é proibido pela lei. -> Determinação do objeto *determinado = certo *determinável = futuro (deve ter gênero e quantidade) -> Valor econômico 3) Elementos formais -> ligado a forma do contrato. -> Forma prescrita ou não defesa em lei. -> Regra: forma livre (verbal, escrito, eletrônico...) desde que não tenha forma especial. -> Exceção: formal Ex: doação. • Os Princípios direito contratual PRINCÍPIO REGRA NORMA -Básico = um ponto de partida -Linguagem descritiva -Deixa espaço para interpretação -Linguagem direta/clara -Sempre será fruto de uma regra ou princípio em determinada situação concreta/real -Sempre será individual, pois dependerá de caso a caso 1) Autonomia privada = liberdade de celebrar os contratos -> Poder conferido ao indivíduo de criar uma norma individual nos limites do ordenamento jurídico. -> Autonomia da vontade: criar o contrato que quiser dentro da lei. -> Passou a chamar de privado, pois aquele contrato estará de acordo com as regras e limites do ordenamento jurídico. Artigo 421 CC: A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. Artigo 425 CC: É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. 2) Boa-fé objetiva: o parâmetro/índice é com base no homem-médio -> baseado na coletividade. -> Mandamento de conduta/comportamento: -Ética -Leal -Honesta -Transparente Artigo 422 CC: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. -> Criar um estado de confiança entre os contratantes. -> Presumida: é relativa, mas é presunção -> eventual má-fé deve ser comprovada. -> É diferente da boa-fé subjetiva: são pontuais e excepcionais. Deve ser expresso. 3) Supremacia da ordem pública -> Interesse público é maior que interesse privado. -> Normas públicas não podem ser alteradas pelo interesse privado. -> Interesse social deve prevalecer sobre o individual. -> Particulares não podem alterar princípios de ordem pública. 4) Consensualismo -> Acordo de vontades (seja ele como for). -> Confiança. 5) Relatividade dos efeitos -> Efeitos dos contratos aplicam-se as partes envolvidas, a sociedade e terceiros. 6) Obrigatoriedade -> Pacta sund servanda = vai dar segurança jurídica aos contratantes. -> Reduz as hipóteses da intervenção do Estado por força da intangibilidade. 7) Função social dos contratos Artigo 421 CC: A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. -> Para que serve o contrato para a sociedade? Tríplice função: A) o contrato não pode prejudicar a sociedade. B) o contrato não pode prejudicar terceiros. C) terceiros não podemprejudicar contratos alheios. 8) Revisão dos contratos -> próprios dos Estados Democráticos de Direto. -> Teoria da imprevisão: como o Brasil trouxe a teoria RSS. Artigo 478 CC: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Artigo 480 CC: Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. -> Teoria Rebus Sic Standibus = se acontecer imprevisto com obeto ou pessoas, elas podem combinar o fim do contarto ou mudá-lo. *Requisitos: A) contrato de execução continuada/diferida (ex: compra parcelada): cujas prestações se prolongam no tempo. Ex: locação. B) aumento do ônus C) acontecimentos extraordinários/imprevisíveis -> parte pode pedir a revisão do contrato. • Fases do contrato: o que esperar das partes em cada um desses momentos − Diferentes momentos até o aperfeiçoamento do contrato − Cada fase -> gera para os sujeitos envolvidos consequências jurídicas próprias − Iter contratual = fases que poderão gerar efeitos jurídicos para as partes antes do seu aperfeiçoamento. 1) Manifestação da vontade: aqui é como se o contrato fosse apenas uma intenção/projeto, pois os sujeitos já se aproximaram e manifestaram o interesse em dar início a uma negociação contratual. Ex: procurar casas no airbnb para alugar no carnaval. Aqui ainda não está vinculado ao contrato, mas deve ter bo-fé, pois todo comportamento civil deve ser baseado na boa-fé. -Âmbito interno -Expressa ou tácita 2) Negociações preliminares: os sujeitos já são chamados a uma discussão sobre os termos do contrato futuro que vão celebrar. Partes devem debater sobre todos os elementos importantes para aquele contrato. As negociações variam de contrato para contrato. -Sondagens, conversas, negociações, tratar sobre as condições do contrato futuro -Dever de lealdade e boa-fé -Não há vinculação, ou seja, as partes ainda não estão obrigadas a celebrar o contrato. Ex: ver que a casa do airbnb é muito longe da praia. Pessoa não está obrigada a alugar. 3) Proposta: fase mais sólida, com consequência mais severas no âmbito jurídico. -Conceito de proposta: declaração da vontade definitiva de contratar dirigida por uma parte à outra com a intenção de provocar adesão do destinatário à proposta -Elementos/informações essenciais do contrato (para ser uma proposta) Ex: formas de pagamento; objeto, valor, previsão para casos de inadimplemento. -A proposta deve ser feita de forma séria, consciente e comprometida, pois ela vincula/obriga o proponente. Artigo 427 CC: A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. -Oferta X proposta Oferta/Anúncio Proposta Anúncios de um modo geral Vai ter informações essenciais do contrato Não tem elementos suficientes para vincular o anunciante Vincula o proponente É genérica Direcionada a uma pessoa Artigo 429 CC: A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. -Oferta no CDC: no direito do consumidor não há distinção entre proposta, oferta, anúncio... *única exigência é que a informação seja precisa*. Artigo 30 da lei 8.078/90: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. -Proposta não vincula o proponente = exceção a obrigatoriedade da proposta. *Cláusula expressa acerca da não vinculação. *Natureza do negócio incompatível com a vinculação por conta de uma variação que existe naquele tipo de contratação. Ex: comercialização de produtos agrícolas: 170$ a saca hoje, amanhã o preço já sobe, ou seja, a proposta não vinga por muito tempo por conta da oferta e da procura. Ex2: compra e venda de dólar: de manhã o preço é um e de tarde é outro. *Circunstancias do artigo 428: Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. A) feita a pessoa presente, não foi aceita. Logo, não vincula. Ex: se faço a proposta de manhã para a pessoa no valor de x e ela não aceita imediatamente, mas, ao final do dia me procura para adquirir no mesmo valor, eu posso modificar o valor. Obs: contrato feito entre presentes é um contrato onde os sujeitos fazem uma conexão imediata entre si. Ex: contato telefônico, pessoalmente. *whatsapp não é comunicação imediata* B) feita a pessoa ausente, tempo suficiente (sem prazo) Esse tempo suficiente depende de 2 fatores: *meio de comunicação utilizado. Ex: carta demora mais tempo que email. *objeto, pois determinados objetos comportarão uma espera maior. Ex: se eu vendo leite, não posso esperar muito tempo a resposta pois ele estraga. C) resposta não expedida no prazo (com prazo) D) retratação da proposta: acontece quando o proponente quer modificar a proposta que ele fez. O proponente deve garantir que a proposta nova chegue, pelo menos, junto ou preferencialmente antes da proposta inicial. Ex: mandei para a pessoa a proposta de uma saca de café com o valor da semana passada... 4) Aceitação: feita pelo destinatário da proposta. Consensualismo (é o acordo de vontade entre as partes). Adesão integral aos termos da proposta. -Ato puro e simples de concordar com a proposta *se quer mudar algo, não deve aceitar, deve fazer nova proposta (= contraproposta). Artigo 431 CC: A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. -Vincula o acidente/oblato (= aquele que vai aceitar a proposta) -Deixa de ser vinculante: *quando a aceitação chegou tarde (= depois do que era previsto). Se chegar tarde, o proponente deve comunicar ao aceitante para que nenhum dos dois se vincule. Se está comunicação não é feita de forma rápida, ou terá que cumprir ou indenizar por perdas e danos. *quando o aceitante desistir, ele deve encaminhar ao proponente para chegar junto ou antes da aceitação para que não se vincule. Artigo 430 CC: Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Artigo 433 CC: Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. *Manifestação da vontade -> negociações preliminares -> proposta -> aceitação => essas são as fases que antecedem o contrato. • Momento da conclusão do contrato: ou seja, quando se reputa celebrado um contrato. A) Contrato entre presentes: considera-se celebrado o contrato no momento em que a aceitação é manifestada. -Aceita deve ser manifestada imediatamente Obs: se está presente e não aceita imediatamente a proposta, ela deixa de ser válida. B) Contratos entre ausentes: aqui a comunicação não é instantânea. -Teoria da informação/cognição (conhecimento): o contrato se considera celebradoquando a resposta contendo o aceite chega ao conhecimento do proponente. Chegada da resposta (do aceite) ao conhecimento do proponente. O problema disso: deixar o conhecimento nas mãos do proponente; o oblado pode enviar o aceite e o proponente não receber. Ex: proposta sendo feita por email, quando o proponente não abre o email. Faz isso para não cumprir a proposta, como se não tivesse visto.obs: não foi acolhida pelo direito brasileiro. -Teoria da declaração/agnição: aqui não importa o conhecimento do proponente. Aqui tem- se 3 possíveis parâmetros: *Quando o oblado (aceitante) redige o aceite *Quando o oblado (aceitante) expede o aceite -> ACOLHIDO PELO CC *Quando o proponente recebe o aceite Artigo 434 CC: Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: -> teoria da expedição I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. • Lugar da celebração do contrato Artigo 435 CC: Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto -> onde foi proposto. Impulso oficial. -Celebração (proposta) é diferente de cumprimento das obrigações (foro do lugar da proposta ou o foro escolhido pelas partes). Obs: foro escolhido = cláusula de eleição de foro. Obs2: não vale cláusula de eleição de foro nas relações de consumo. Artigo 9º, §2º LINDB: Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. • Norma aplicável -Contrato como negócio jurídico *Execução instantânea: ambos cumprem a execução de modo imediato. *Execução diferida: cumprida no futuro. *Trato Sucessivo: as obrigações vão se renovando no tempo. Artigo 2.035 CC: A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. -Existência ou validade: tratado com base na lei vigente na celebração. -> Norma do tempo da celebração -Eficácia: tratado com base na lei nova. -> Norma vigente • Classificação dos contratos: tem slide -Há 9 critérios de classificação de contrato. Tem o objetivo de dar tratamento jurídico adequado para os contratos. 1. Efeitos: obrigação que se exige das partes a partir do contrato. -Unilateral: gera obrigação para apenas uma das partes envolvidas. Ex: empréstimo (devolver o dinheiro ao final do contrato não é uma obrigação, pois ele só vai receber de volta); doação. Obs: partes não quer dizer pessoas. Ex: 3 meninos doaram um carro para seu tio. Continuará sendo um contrato unilateral. -Bilateral: dois polos de manifestação de vontades e obrigações. Para ser bilateral é preciso que as obrigações sejam equilibradas. Sinalagma qer dizer equilíbrio/proporcionais/mesma relevância econômica. -Plurilaterais: pelo menos 3 partes envolvidas e todas elas com obrigações a serem cumpridas umas com as outras. Todas as vontades saõ consideradas. Ex: constituição de uma sociedade; consórcio; plano de saúde coletivo. -Bilateral imperfeito: nasceu para ser unilateral, porém foi incluído uma pequena obrigação para quem não tinha. Não possui o sinalagma perfeito. Será acrescido de algum encargo (tem eficácia imediata). Condição não será classificada como bilateral imperfeito. Ex: Pedro vai me doar o notebook e eu vou cuidar da irmã dele por uma semana (o benefício que vou receber é muito maior que o que eu vou ter que fazer). Obs: não confundir encargo com condição. Condição é quando o efeito do negócio jurídico está subordinado a evento futuro e incerto. Encaro é uma pequena obrigação acrescentada aos negócios jurídicos. 2. Vantagens patrimoniais do contrato -Gratuito/benéfico: quando apenas uma das partes obtém vantagem econômica. -Oneroso: gera vantagens e desvantagens (direitos e obrigações) para as partes. -> Oneroso do tipo comutativo: partes conhecem as suas obrigações, ou sejam, são obrigações certas e determinadas. -> Oneroso do tipo aleatório: envolve Álea (= risco). Pelo menos um dos contratantes irá assumir risco como sua obrigação. Ex: contrato de seguro. *3 tipos diferentes: -> Risco da existência do objeto: chamado também de venda da esperança ou emptio spei. Artigo 458 CC: Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. -> Risco da quantidade: também chamado de emptio rei sperantae. Artigo 459 CC: Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se dá coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. -> Risco de coisas existentes, mas expostas a risco: ex: contratante de má-fé; contrato de seguro. Artigo 460 CC: Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Artigo 461 CC: A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. Obs: - nem sempre todo contrato unilateral será gratuito. - tomar cuidado com o contrato bilateral imperfeito. 3. Formação do contrato -Paritários: aquele que para ser criado as partes debateram sobre as cláusulas. Obs: é lícito no contrato paritário que as partes reforcem direitos. -Adesão: forma mais comum hoje em dia. Nesses contratos, um dos contratantes elabora o contrato e a outra parte adere ou não aquela contrato. A outra parte apenas concorda com o que já está pronto. Artigo 423 CC: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Artigo 424 CC: Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Obs: o problema está na ausência de vontade do aderente. -Contrato-tipo: admite uma certa influência e incidência da vontade. Ex: escolha de como vai pagar. 4. Momento da execução das obrigações -Instantâneos: aquele em que as obrigações das partes são cumpridas de uma só vez. Ex: troca; compra e venda à vista. -Execução diferida: cumprimento da obrigação é postergado para um cumprimento futuro. Quanto mais se cumpre, menor é a obrigação. Pode ser que eles estabeleceram um prazo maior ou num momento futuro. Ex: compra e venda a prazo. -Trato sucessivo: as obrigações se cumprem em ciclos. O cumprimento de uma obrigação não diminui, ela se renova no tempo. Ex: locação de imóvel. A pessoa paga e no mês seguinte vai pagar o mesmo valor; aluguei uma casa de praia por 90 dias. O pagamento será no mesmo ato, mas o proprietário terá que me conceder o uso da casa durante os 90 dias. Obs: tanto na execução diferida, como no trato sucessivo eles se prolongam no tempo. 5. Quanto ao agente: importante pois se for uma obrigação personalíssima e for cumprida por outra pessoa = inadimplemento, geramulta e etc. Nesta classificação tem-se a combinação de personalíssimo/impessoal e individual/coletivo. -Personalíssimos: quando a qualidade pessoal dos contrates for fundamental para a celebração dos contratos, ou seja, não pode ser cumprido por outra pessoa. Ex: contrato de trabalho. Obs: está característica é inerente aos contratos de trabalho. -Impessoais: pode ser cumprido por outra pessoa. Ex: contrato de empreitada. -Individuais: interesse de partes individualizadas. Ex: quando 2 pessoas programam uma viajem juntas. -Coletivos: sujeitos se reúnem para uma só manifestação de vontade. Ex: reunião para discussão do fundo de formatura. 6. Quanto ao modo de existência -Principais: não depende de outro contrato para existir. -Acessório: quando a existência dele depender da existência de outro contrato, MAS ELES NÃO TÊM O MESMO OBJETO. Ex: João pegou o dinheiro emprestado do banco Boa Gente. João nomeia Lucas como seu fiador. O vínculo entre João e Lucas (é o contrato acessório), depende do vínculo entre João e o banco Boa Gente. -Adjetos ou subcontrato: também tem 2 contratos que dependem um do outro, porém alteram-se os sujeitos e o objeto continua o mesmo inicialmente contrato. Muito comum na locação, empreitada. Ex: contrato entre Maria que alugou um imóvel de Creuza. Maria resolve alugar o imóvel para Pedro. Maria passa a ser sublocadora e Pedro sublocatário. O objeto do contrato principal e o objeto do contrato adjeto é o mesmo, só muda os sujeitos. Isto é possível, desde que Creuza não vede isso no contrato. 7. Quanto à forma -Solenes ou formais: a existência do contrato está sujeita a alguma formalidade essencial. Ex: artigo 541 CC: A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. -Não solenes ou informais: de forma livre. -> 2 tipos: *Consensual: o contrato existe a partir do simples consentimento das partes. Apenas o consenso é necessário para surgir o vínculo. Ex: artigo 481 CC: Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar- lhe certo preço em dinheiro. *Reais: lembrar de res = coisa. Um contrato real vai exigir para sua existência a entrega da coisa. Ex: artigo 579 CC: O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz- se com a tradição do objeto. Obs: a lei que dirá qual o tipo de contrato. 8. Quanto ao objeto -Definitivo: não depende de outro. -Contrato preliminar ou pré-contrato ou promessa de contrato: as partes estão celebrando um contrato temporário e futuramente celebraram um contrato definitivo. É uma promessa juridicamente relevante. É vinculante tal qual qualquer tipo de contrato. *Pode ser que o objeto não esteja disponível; *muito utilizado para quando as partes precisam manter um controle antes de ter um contrato definitivo. Ex: venda de um apartamento na planta. Não tem o apartamento na hora da compra. Celebrará um contrato de promessa de compra e venda. Enquanto isso vai pagando. Quando tiver pronto, celebra o contrato definitivo. 9. Quanto a designação legal = se está previsto na lei. -Nominados ou típicos: está expressamente previsto na lei. -Inominados ou atípicos: são aqueles que não estão previstos expressamente na lei. São estabelecidos pelas partes. Artigo 425 CC: É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. -Mistos: são originalmente típicos, mas houve uma mudança que lhe deu características de um contrato inominado. • Interpretação dos contratos -Manifestação de vontade -> interpretação = TODA manifestação de vontade prescinde uma interpretação. Texto -> contexto real, cheio de sentido. *lenda: in clares cessat interpretatio = diante da clareza de um texto, cessa a necessidade de interpretação => NÃO EXISTE. *Aqui, por mais simples que seja a manifestação de vontade, necessita de interpretação. -Conservação dos contratos: necessidade de conservar o vínculo. A conservação sempre tem que ser um norte ao interpretar um contrato. Sempre deve afastar as cláusulas nulas, ao invés de anular todo o contrato. Tentativa sempre de conservar/respeitar os contratos. Ex: os contratos de adesão sempre têm que ser interpretados de forma a beneficiar a forma mais frágil. • Interpretação das declarações de vontade, por dizer respeito a manifestação da vontade – regras para esta manifestação de vontade Artigo 112 CC: Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. -> 2 formas de analisar à vontade: *vontade interna: a que carrega no coração. *vontade externa: o que a pessoa externa. A) Teoria da vontade (Saviny): deveríamos privilegiar a vontade interna. O problema desta teoria é que não dá para saber o que a pessoa tem no coração, pois é muito subjetivo. B) Teoria da declaração (Bulow): acolhida pelo CC para Carlos Roberto Gonçalves. Privilegiar a vontade declarada, independentemente da boa-fé ou ma-fé do receptor da declaração. Foco é somente no emissor da vontade. C) Teoria da responsabilidade: minoritária. Esta teoria diz que aquele que emitiu à vontade tem o ônus (sentido de dever jurídico) da adequada manifestação (declarar conforme é sua vontade interna) da vontade. Se a pessoa não cumpre com seu dever jurídico (ônus), ele responderá pela sua vontade declarada = penalidade por ele não ter manifestado adequadamente sua vontade. -Ônus para o declarante -Intenção. Mas, se a declaração for falsa, esta prevalece. D) Teoria da confiança: pensada por Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias. Traz para esse teve a boa-fé objetiva, tanto para o emissor da vontade, quanto para o receptor da vontade. Caso o receptor tenha confiança, vale a vontade declarada, pois o receptor esta de boa-fé. Se aquele que recebeu a declaração de vontade não tem confiança, não tem motivo para ele celebrar o contrato, se aceita provavelmente o receptor também está de ma-fé. Quando ambos está de ma-fé é simulação de contrato, pois verdadeiramente não haverá obrigação válida ali. -> Regra principal: boa-fé objetiva. Na interpretação, a boa-fé terá possibilidade de mexer em cláusulas do contrato. Artigo 113 CC: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; III - corresponder à boa-fé; IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. Artigo 422 CC: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. -> Funções da boa-fé A) Proibição do venire contra factum proprium = proibição de adotar comportamento contraditório nos contratos. Ao celebrar um contrato, no momento da execução, as partes não podem adotar comportamentos contraditórios (comportamento contrário ao que vem sendo cobrado), pois gera insegurança jurídica. *Foi criada no direito brasileira inspirada em 3 institutos do direito alienígena/estrangeiro: B) Supressio: é o fim/extinção de um direito pelo seu não exercício. Determinado direito estava previsto no contrato, mas as partes não vinham dado eficácia no contrato. A parte não pode mais exigiresse direito. Só poderá cobrar desde que avise previamente. Ex: o locatário não cobrava do inquilino. Inquilino pagou menos. Locatário não pode cobrar, a não ser que avise previamente. C) Surrectio: surgimento de um direito (não contratualmente exigido) pelo seu exercício. D) Tu quoque = tu mesmo. O contratante que não adimpliu sua obrigação contratual, não pode exigir que o outro contratante o faça. Ex: vendi meu carro para Pedro. No dia combinado, Pedro não me pagou e eu não entreguei o carro. Pedro entrou com uma ação exigindo que eu entregue o carro. Mecanismo para se defender: exceção de contrato não cumprido. -> Exceção de contrato não cumprido ou Exceptio non adimplendi contractus: meio de defesa do réu que foi demandado por inadimplemento. O inadimplente tem que ser por conta do outro. Ex: não entreguei o carro, pois a pessoa não me pagou. Logo, a boa-fé objetiva terá funções muito práticas nas obrigações. Ao interpretar o contrato, precisamos ter um norte = necessidade de conservar o contrato, ainda que ele possua cláusulas nulas. Objetivo: proteger a obrigatoriedade e a segurança jurdica esperasdas do vínculo contratual (princípio da conservação dos contratos). O foco não pode ser inicialmete o fim do contrato. Temos que tentar salva-lo a todo custo. Ex: uma das cláusulas do contrato de locação implicava em renúncia a direitos do locatario aderente. Clausulas de renúncia são nulas. Na hora de interpretar esse contrato, NÃO se pode estender a nulidade da cláusula para todo o contrato. • Regras acessórias: aplicadas a certos contratos, não a todos. A) Reserva mental: quando um sujeito no negócio jurídico guarda consigo o propósito de não cumprir o que declarou. Ex: compressa de recompensa. A reserva mental quando é conhecida do outro, não há obrigação. Como interpretar um contrato com reserva mental: se a outra parte conhece, é simulação. Se a outra parte desconhece, a pessoa se compromete a cumprir a obrigação. -Conhecida: simulação. -Desconhecida: válido o contrato. Artigo 110 CC: A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. B) Interpretação restritiva: certos contratos precisarão, por sua natureza, serem interpretados de forma restritiva. Não poderá estender à vontade ali contida, ou seja, não pode presumir que a pessoa quis mais do que declarou. Objetivo: não se pode pretender que a pessoa quis mais do que o que manifestou. Artigo 114 CC: Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. -> Contratos gratuitos, renúncia, cláusulas punitivas, fiança, aval. → Súmula 214 STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. • Cláusulas especiais: NUNCA são presumidas. SEMPRE precisaram estar expressas. Pois elas indicam um rompimento com uma lógica natural dos contratos que é a relatividade (= só quem contratou pode ter que cumprir obrigação e receber os benefícios). Essas cláusulas permitem que 3º assumam direitos, cumpram obrigações... -Exceção ao princípio da relatividade (onde os efeitos dos contratos são relativos apenas aos contratantes). -Previsão expressa 1) Estipulação em favor de terceiro: indica a seguinte situação => 2 sujeitos celebraram um contrato. Ambos teriam direitos e obrigações recíprocas. Entretanto, um dos sujeitos estipula que o benefício que ele receberia seria entregue a um 3º, que não participou do contrato. O 3º só obterá as vantagens/direitos/benefícios decorrentes dos contratos. Aqui, o 3º só se beneficia. Ex: contrato de seguro de vida, onde o segurado celebra contrato com a seguradora e nomeia um 3º para receber os benefícios. -O 3º vai apenas obter o benefício. -o 3º e o contratante originário podem exigir o cumprimento da obrigação e, em ambos os casos, a obrigação será cumprida em favor do 3º. Ex: contratante A celebra um contrato com um contratante B e cumpre sua obrigação, entretanto nomeia 3ª pessoa para receber as vantagens que originalmente caberiam a ele. Obs: -terceiro pode recusar. -o estipulante pode modificar o 3º. -o estipulante pode exigir o cumprimento da obrigação, assim como o 3º (desde que siga as normas do contrato e o estipulante não tiver mudado o 3º). Artigo 436 CC: O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 . Artigo 437 CC: Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Artigo 438 CC: O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. -São 3 sujeitos/partes: estipulante, promitente (quem vai cumprir a obrigação em favor do terceiro) e terceiro. 2) Promessa de fato de terceiro (também chamada de contrato por outrem): 2 sujeitos celebraram o contrato, mas na verdade um se compromete em nome de um terceiro. O sujeito assegura que o 3º vai cumprir as obrigações previstas no contrato. É a modalidade mais extrema, pois duas pessoas celebraram um contrato que será cumprido por 3º. Ex: um produtor de shows assumiu um contrato com uma casa de shows que contrata Jorge e Matheus para cantar. Os cantores não manifestaram a vontade. Logo, não respondem por nada. Se os cantores aceitam e não comparecem quem responde pelos danos são os cantores. Vão responder pois eles aceitaram e logo, passaram a integrar a relação originária. Aqui o 3º receberá benefícios, porém terá obrigações. -Os contratantes celebram um contrato e nomeiam um 3º para cumprir a obrigação. -O 3º deve manifestar aceite para entrar no contrato. Se o 3º não manifestar o aceite, o contrato fica sem efeito, respondendo o contratante originário pelo inadimplemento. -Uma vez ingressando no contrato, uma vez descumprido, ele (= o 3º) responde. Obs: quando se promete obrigação ou fato de 3º e o 3º não cumpre, quem responde é o promitente. -Não é necessária a anuência escrita do 3º, mas é bom para ter uma fonte de prova. Artigo 439 CC: Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Artigo 440 CC: Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. -Contrato por outrem Obs: se dentro do prazo prescricional surgiu um bem somente do promitente: pode pegar esse bem para cumprir a obrigação. *Exeção: quando o promitente for cônjuge do 3º, ninguém suporta a obrigação. Ex: marido de Ivete promete que ela vai fazer um show. Ivete não concorda com o show, nesse caso, quem suportaria a indenização seria o marido de Ivete. Porém, o dinheiro sairia de ambos pois são casados no regime universal de bens. Entretanto, ninguém irá adimplir a obrigação. 3) Contrato com pessoa a declarar: neste contrato, as partes estão definidas, mas uma delas reserva-se o direito de ser substituída integralmente por outra. Este 3º obtém os direitos e obrigações do contrato. mas tem sido cada vez menos utilizado. As operações contratuais simplificaram. Nesse contrato, 2 sujeitos celebram um contrato e um deles insere no contrato uma cláusula a possibilidadede indicar 3º para assumir direitos e obrigações do contrato. A maior utilização acontece quando um desses sujeitos não quer permanecer com o objeto da celebração (insere a cláusula para minimizar custos). Ex: A celebra o contrato com B e pede um prazo para indicar um 3º para oficialmente ser o contratante. Esse 3º vai obter os direitos e o dever de cumprir as obrigações decorrentes do contrato. -> Prazo para a indicação: 5 dias, não é um prazo dilatado. Partes podem estipular um prazo. Se não indica no prazo, o contrato permanece válido entre os contratantes originários. -> Deve estar expressa no contrato. Obs: se o 3º for insolvente e não entre/ não cumpra com o contrato = o contrato será eficaz entre os contratantes originários. Logo, o contrato não foca sem efeito, apenas a indicação fica sem efeito. Obs: a nomeação tem efeitos retroativos = ex tunc. Obs: se o 3º for insolvente e a pessoa desconhecia, o contrato será válido e a pessoa que nomeou será obrigada. Se as partes conheciam, as partes assumiram o risco. Artigo 467 CC: No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar- se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Artigo 468 CC: Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. Art. 469 CC: A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. Art. 470 CC: O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; ex: Matheus não quis a casa. O CONTRATO NÃO DEIXA DE EXISTIR. II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. Art. 471 CC: Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários. PARA NÃO PREJUDICAR OS INTERESSES DOS CONTRATANTES. -Um dos contratantes indica terceira pessoa para assumir os direitos e as obrigações do contrato. -Cláusula pro amico elegendo/pro amico electo: nome da cláusula que garante esta possibilidade de indicação. • Dever de garantia nos contratos -> Todo contrato tem sujeitos, objeto e forma. Os contratantes tem dever de garantia sob o objeto do contrato. Esse dever de garantia tem 2 desdobramentos: vícios redibitórios e evicção. • Vícios redibitórios: são vícios/problemas que inviabilizam o uso esperado do objeto ou reduz o seu valor econômico. Redibir = tomar de volta. *Requisitos dos vícios redibitórios: -Contrato oneroso comutativo (aquele em que as partes conhecem suas obrigações); -Vício já existir no bem no tempo da tradição (por sua natureza só se manifestou depois da tradição = vício oculto); -Descoberta do vício no momento posterior à tradição; -Tornar a coisa imprópria ao uso ou reduzir seu valor econômico. *o que o adquirente poderá fazer diante de um vício redibitório? Poderá se utilizar de uma das ações edilícias. Obs: vício só atinge a coisa. Defeito é quando machuca a pessoa. -Definição: 441 CC: A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Obs: para ser vício redibitório necessariamente deve ter vício oculto. Obs: é possível que as partes excluam a responsabilidade pelos vícios redibitórios. PRECISA SER POR CLÁUSULA EXPRESSA E EM CONTRATOS PARITÁRIOS. NÃO VALE NOS CONTRATOS DE ADESÃO, A CLÁUSULA DEVE SER INVALIDADA OU INTERPRETADA RESTRITIVAMENTE. • Ações Edílicas -> vem de Edis Curules A) Ação redibitória: garante ao adquirente o desfazimento do contrato. Redibir = tomar de volta. O bem é devolvido ao alienante e o preço é devolvido ao adquirente. artigo 441 CC -> enjeitar = devolver a coisa. -> aquele que adquiriu um bem com vício redibitório devolve a coisa e recebe o que du de contraprestação. -> escolha do adquirente (aquele que adquiriu) B) Ação estimatória: em vez de desfazer o contrato, o adquirente pede um abatimento no preço. Permanece com a coisa viciada, mas pleiteia um abatimento no preço. (quanti minoris) Artigo 442 CC: Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato ( art. 441 ), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. -> abatimento no preço -> compensa o valor do vício C) Ação ex empto/complementação de área: aplicada a casos específicos de vícios. Envolve a venda de coisas ad mensuram = por área. Adquiriu com base na área. Nem sempre será possível essa ação, pois talvez o alienante não tenha mais a área. Ex: adquiri 15 alqueires de terra. Quando vou medir, o alienante entregou 14. Pode pedir o complemento de área. -> vendas ad mensuram (é diferente de ad corpus) -> venda baseada no “corpo”/objeto. Ex: vender 2 hectares de uma fazenda. -> essa ação é só para ad mensuram. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art441 -> ação para complementar a área que faltou. Se não houver possibilidade de complementação (só tem a área que está lá) ele pode entrar com uma das outras ações. -Alienante conhecia o vício: quem vende -> perdas e danos: artigo 443 CC: Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. • Prazos para reclamar dos vícios redibitórios (para entrar com as ações edílicas) A) Vício de fácil constatação = aqueles que por sua natureza irão se manifestar de modo mais rápido. -> Bens móveis: 30 dias contados da tradição. -> Bens imóveis: 1 ano contado da transferência da posse. Artigo 445 CC: O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. -> decai -> decadência -> potestativo Obs: esses prazos são para o vício aparecer (se não apareceu é de difícil constatação), são para ajuizar uma das ações edílicas. B) Vícios de difícil constatação = aqueles que por sua natureza se manifestarão depois de um tempo. Ex: problema de infiltração do imóvel só visto no inverno. -> Móveis: 30 dias contados da descoberta do vício, que deve ser em até 180 dias (para identificar o vício). -> Imóveis: 1 ano contados da descoberta do vício, que deve ser em até 1 ano (para o vício aparecer). Artigo 445, §1º: § 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. -> ou seja, 180 dias/1 ano para aparecer e 30 dias/1 ano para entrar com a ação. -> depois de 180 dias/1 ano -> perdeu -> o legislador entende que surgiu depois. Obs: se os contratantes combinaram prazo de garantia maior, pode o adquirente reclamar a qualquer tempo? Não. Uma vez manifestado o vício deve o adquirente tem que reclamar em 30 dias ou 1 ano. • Evicção: é a perda total ou parcial de um bem por força de decisão judicial que o atribuiu a outrem por causa anterior à alienação. -> Alienante = quemalienou o bem. -> Evicto = aquele que sofreu os efeitos da evicção. -> Evictor = 3º cujo o direito provocou a evicção. *Quais os direitos do evicto? A indenização deve ser ampla, pois o evicto não deve ter mais prejuízos do que ele já está tendo com a perda do bem. Quem responde por tudo isso é o alienante que alienou o bem para o evicto. Artigo 450 CC: Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. -> Alienante de má-fé = ainda pode responder por danos morais. *Podem os contratantes originários pactuarem alguma cláusula que exclua a obrigação do alienante pela evicção? Pode. No âmbito dos contratos civis, nos contratos paritários (aquele cuja as cláusulas foram discutidas entre os contratantes) são válidos. *CUIDADO: -> Cláusula e conhecimento do risco real que pairava sobre a coisa = perde tudo. -> Cláusula sem conhecimento risco real da coisa = valor do bem. Única coisa que não irá receber são os demais valores previstos no artigo 450 CC. • Extinção dos contratos -> Todo contrato é um vínculo transitório, ou seja, todo contrato será passageiro e vai acabar. -> Ideal é quando há o cumprimento das obrigações. Mas, pode acontecer que o contrato seja extinto por uma via anormal e não levam ao cumprimento das obrigações e são vários os motivos. − Causas anteriores ou contemporâneas a celebração do contrato: esses motivos estao previstos no contrato desde o momento da celebração. 1. Ausência de requisito dos negócios jurídicos: ex: contrato de prestação de serviços celebrado por um absolutamente incapaz. Artigo 104 CC: A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. -> Nulidade absoluta (vícios mais gravosos) – nulidade (ex: contrato simulado - cônjuge doa parte de seus bens para sua concubina): artigo 168 CC: Obs: quando a nulidade absoluta é reconhecida será sentença declaratória e possui efeitos ex tunc, ou seja, retroagem a data da celebração do contrato. -> Nulidade relativa (defeitos mais amenos) – anulabilidade: 171 CC: 2. Implemento da cláusula resolutiva: é uma clausula que acarreta a extinção do contrato quando um dos contratantes não cumpre a obrigação. Pode estar expressa ou tácita. -> essa clausula será considerada tácita (presumida) nos contratos bilaterais ou sinalagmáticos. Nos demais contratos, precisa estar expressa. -> o contratante que foi prejudicado pode requerer a extinção do contrato. Deve buscar a formalização do fim do contrato. Artigo 474 CC: A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. Expressa: juiz só vai declarar (sentença declaratória). Tácita: depende de interpelação judicial (sentença desconstitutiva). Artigo 475 CC: A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. -> Adimplemento substancial (= cumprimento da maior parte da obrigação devida) não autoriza a resolução do contrato. O credor vai exigir o cumprimento da obrigação forçado. *Lembrar da necessidade da conservação dos contratos, obrigatoriedade, segurança jurídica... 3. Exercício do direito de arrependimento convencionado: -> Direito de arrependimento: é o direito de desistir imotivadamente do contrato. -> Em regra, nos contratos civis, para exercer esse direito deve estar expresso no contrato. Obs: nas relações de consumo, o direito de arrependimento pode ser exercido, sem cláusula expressa, quando a contratação for feita fora do estabelecimento. 7 dias para desistir após a coisa chegar. -> Quando o direito de arrependimento for autorizado no contrato, terá uma penalidade de acordo com o sinal/arras, uma multa. -> Arras: servem como sinal de pagamento/cumprimento de uma obrigação. Ex: vou contratar um buffet para um aniversário. O buffet exige um adiantamento de 30%. Se eu desisto do buffet, esse pagamento servirá de multa, a pessoa perde. Se fosse o buffet que desistisse, o buffet terá que devolver em dobro, 60%. Artigo 420 CC: Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. → Súmula 412 STF: No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo. -> Deve ser estipulado um prazo e pode ser estipulado um escalonamento de penalidades. Ex: se a desistência for com 15 dias para se cumprir a obrigação será o valor de x a multa. Obs: arras, normalmente, tem função confirmatória. Obs: itens 2 e 3 estão previstos no contrato. − Causas posteriores a celebração: motivos que vão surgir depois da celebração do contrato. 1. Resolução: sempre está vinculada ao inadimplemento (descumprimento da obrigação). 3 espécies de resolução: A) inexecução voluntaria: o devedor não vai cumprir a obrigação que assumiu por algum motivo imputável a ele. Não houve fator externo capaz de impedir o cumprimento daquele contrato. Ex: comprei um carro de Eli e não a paguei, pois achei que ela não precisava do dinheiro. Eu peço a extinção do contrato. *Aqui, o que permite a extinção do contrato é sua inexecução. -> Ex tunc (retroage a data da celebração do contrato): quando o contrato for instantâneo. Ex: compra e venda a vista. -> Ex nunc (não retroage a data da celebração. É a partir do inadimplemento): quando o contrato é sucessivo ou de execução diferida. Ex: aluguei um ap por 12 meses. Depois do 7 mês parei de pagar. O dono quer a resolução do contrato. O contrato será extinto a partir do momento que teve o inadimplemento. -> Exceção de contrato não cumprido: maneira de defesa daquele que está sendo acusado e inadimplemento. Só pode usar se tiver fundamento para ela. Ex: comprei o carro de Eli e ia pagar 10 parcelas. Depois de 15 dias o carro para de funcionar. Eli diz que não tem mais nada a ver com o carro. Eu paro de pagar. Eli ajuíza uma execução. Eu posso me defender dizendo que não cumpri a obrigação pois Eli também não cumpriu a parte dela. Obs: diferença para o implemento de clausula resolutiva é o motivo é a existência da clausula resolutiva. *Cláusula solve et repete: quando prevista nos contratos, o contratante tem que cumprir o sua obrigação mesmo sem ser cumprida a obrigação do outro. Muito comum em contratos com a administração pública. Artigo 477 CC: Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Artigo 476 CC: Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. É o Tu quoque. Ex: um dos contratantes se obriga a pagar o outro de forma parcelada. O combinado seria que o bem seria entregueapós a 5ª parcela. Antes de pagar a 2ª eu perco o emprego. A pessoa que vai entregar o bem tem o direito de reter a coisa até que o contratante pague ou que lhe de garantias que irá pagar. -> diante do cumprimento substancial (= cumprimento da maior parte da obrigação pelo devedor), pode o credor querer a inexecução voluntária: em regra, NÃO é mais vantajoso pedir a resolução do contrato, logo, quando há o adimplemento substancial não se fala em resolução. cabendo ao credor exigir o cumprimento forçado do restante da obrigação. Até mesmo em atenção a obrigatoriedade dos contratos e conservação do vínculo. -> Além de pedir a resolução, pode o credor da obrigação requerer perdas e danos em face do devedor, devendo comprovar os prejuízos efetivamente sofridos. Ex: Brayan perdeu a chance de vender o veículo por um preço mais vantajoso, Brayan recebeu o veículo já deteriorado, etc... Obs: a ação de busca e apreensão não é uma inexecução do contrato. Ex: comprador (cliente) X concessionária (loja que vendeu o veículo) X banco (fornecer o crédito). Banco paga o preço à concessionária e o comprador (cliente) fica devendo ao banco. Banco é o proprietário do bem, cedendo apenas a posse pro cliente. ação de busca e apreensão pois a titularidade do bem é do banco, possuindo o cliente apenas a posse direta sobre a coisa. B) inexecução involuntária: descumprimento da obrigação acontece por um fato que não advém dos contratantes. Ex: contratei serviços de um buffet para dia 1 de abril e não pode fazer por causa do coronavírus. Situação alheia a vontade do estabelecimento que contratei; antes da tradição de um carro o credor é furtado. -> aqui, o contratante inadimplente NÃO se responsabiliza por perdas e danos. Obs: pode a companhia aérea cobrar multa caso a pessoa remarque a viajem por conta do coronavírus? Não. Mas as companhias falam para pagar a diferença do preço da tarifa e isso pode, pois não se considera penalidade. C) onerosidade excessiva: no Brasil, está fundamentada na Teoria da Imprevisão. No direito estrangeiro, está fundamentada na Teoria Rebus Sic Standibus. Ambas as teorias, trazem que se as coisas se mantiverem estáveis não há motivo para pedir a resolução do contrato. Mas se ocorrer algo imprevisível que torne a obrigação de uma das partes excessivamente onerosa, pode pedir a extinção do contrato. Artigo 478 CC: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 2. Resilição: se fundamenta apenas na vontade das partes. As partes não querem mais manter esse contrato. A diferença para direito de arrependimento é que o direito de arrependimento PRECISA estar previsto no contrato. A) Resilição bilateral (também chamado de distrato): os contratantes chegam em um consenso de desfazer o contrato. Se o contrato foi verbal, o distrato deverá ser verbal e assim por diante. -> partes podem prever consequências econômicas. B) Resilição unilateral: deve ser vista com cuidado, pois nem sempre é possível. Só se aplica quando o PRÓPRIO contrato admite. Apenas um dos contratantes resolver romper com o contrato. Mais comum nos contratos de trato sucessivo. -> Quando é admitida, se chama denúncia e os efeitos dessa denunciam não retroagem. 3. Rescisão: só se aplica onde a extinção do contrato for por conta de lesão ou estado de perigo (a diferença está na necessidade de salvar alguém. Artigo 156 CC: Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. Artigo 157 CC: Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
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