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Transtorno Esquizofreniforme: Diagnóstico e Tratamento

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Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
Transtorno Esquizofreniforme 
DIAGNÓSTICO 
A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um 
período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios. 
2. Alucinações. 
3. Discurso desorganizado. 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia). 
B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou 
mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está 
acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência, 
incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou profissional). 
C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses deve 
incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A 
(i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos 
prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por 
dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências 
perceptivas incomuns). 
D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são 
descartados porque 1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total 
foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença. 
E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) 
ou a outra condição médica. 
F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o 
diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais 
sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com 
sucesso). 
QUADRO CLÍNICO 
PRODRÔMICOS: 
Na história pré-mórbida típica, porém não invariável, da esquizofrenia, os pacientes tinham personalidade 
esquizoide ou esquizotípica, caracterizados como quietos, passivos e introvertidos; na infância, tinham poucos 
amigos. Adolescentes pré-esquizofrênicos podem não ter amigos próximos, nem interesses românticos, e também 
evitar esportes de equipe. Muitas vezes, preferem assistir a filmes ou televisão, escutar música ou jogar games de 
computador a participar de atividades sociais. Alguns pacientes adolescentes podem exibir início súbito de 
comportamento obsessivo-compulsivo como parte do quadro prodrômico. 
A família e os amigos podem, por fim, perceber que a pessoa mudou e não está mais funcionando bem em atividades 
ocupacionais, sociais e pessoais. Durante esse estágio, um indivíduo pode começar a desenvolver um interesse por 
ideias abstratas, filosofia e por questões ocultas ou religiosas. Outros sinais e sintomas prodrômicos incluem 
comportamento acentuadamente excêntrico, afeto anormal, discurso incomum, ideias bizarras e experiências 
perceptuais estranhas 
 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
O tratamento de escolha baseia-se no uso de antipsicóticos (APs), também chamados de neurolépticos, associado a 
estratégias psicossociais. Existem duas classes principais: os antipsicóticos típicos ou de primeira geração e os atípicos 
ou de segunda geração. 
• Iniciar sempre com monoterapia, utilizando um AP atípico, ou se não estiver disponível, usar um AP típico 
em baixas doses. 
• Os antipsicóticos orais devem ser introduzidos em dose baixa, aumentada gradualmente conforme a resposta 
clínica do paciente. 
• A ação antipsicótica começa a surgir em torno de 2 a 6 semanas após o tratamento e 95% dos pacientes que 
receberam a medicação em dose adequada apresentaram melhora entre 1 e 2 meses. Caso o paciente não 
apresente melhora clínica nesse período, é sugerida a troca do antipsicótico e não indicada associações. 
• NEUROLPETICOS DE AÇÃO PROLONGADA: Em vez de administrados diariamente, como ocorre com os 
neurolépticos orais, são aplicados em intervalos que variam de uma a quatro semanas. Os neurolépticos de 
ação prolongada devem ser indicados para pacientes que apresentam recaídas frequentes com neurolépticos 
orais ou de difícil adesão. Ex: Hapoleridol Decanoato, IM, 50-100mg/4 semanas. 
TRATAMENTO DO EPISÓDIO AGUDO: No episódio agudo, é importante o controle rápido da sintomatologia para 
aliviar o sofrimento e a angústia do paciente e de seus familiares. A primeira questão refere-se ao fato de o paciente 
necessitar ou não ser hospitalizado. A hospitalização é indicada quando há falta de suporte familiar e risco para o 
próprio paciente e os familiares. Em relação à escolha da droga, deve-se procurar usar uma só droga e evitar 
associações de medicamentos, bem como considerar experiências anteriores do paciente em relação à resposta a 
determinada droga. Os neurolépticos não diferem em relação, desde que estejam em doses adequadas, o que 
diferencia são os efeitos colaterais. 
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO: Os pacientes que se beneficiaram do tratamento agudo com medicações 
antipsicóticas são candidatos ao tratamento de manutenção de longo prazo, que tem como objetivo o controle da 
 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
remissão dos sintomas psicóticos. Pelo menos 1 a 2 anos de tratamento são recomendados após o episódio psicótico 
inicial, em razão do alto risco de recaída e da possibilidade de deterioração social causada por novas recaídas. Se 
houver episódios múltiplos, são recomendados pelo menos cinco anos de tratamento. O tratamento por prazo 
indefinido ou talvez durante toda a vida provavelmente será necessário na maioria dos casos 
ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS (PRIMEIRA GERAÇÃO) 
• São a segunda escolha; 
• Mecanismo de ação: Bloqueiam preferencialmente 
os receptores D2 dopaminérgicos; também atuam no 
bloqueio dos receptores noradrenergicos, colinérgicos e 
histaminérgicos. Entretanto, cada fármaco possui suas 
peculiaridades sobre cada um destes receptores 
• São eficazes no tratamento de sintomas positivos 
(delírios, alucinações); 
• Os de alta potência são mais utilizados, apesar da 
possibilidade de efeitos extrapiramidais. Já os de baixa 
potência são mais sedativos, portanto, são escolhidos como 
primeira opção em pacientes que apresentam agitação ou 
insônia. 
CLASSIFICADOS EM: 
• Baixa potência: CLORPROMAZINA E TIORIDAZINA 
o Se relacionam com o maior aumento de peso e sedação 
• Alta potência: HALOPERIDOL E FLUFENAZINA 
o Relacionam-se com maior incidência de sintomas extrapiramidais 
EFEITOS COLATERAIS: 
• Extrapiramidais: Síndrome de Parkinson, reações distônicas agudas, acatisia, acinesia e síndrome 
neuroléptica maligna. A incidência desses efeitos é bastante elevada, chegando até a 90 % em alguns estudos, 
e costuma ocorrer nas primeiras semanas de tratamento. Reações distônicas agudas também podem ocorrer, 
como espasmos dos músculos da face, pescoço e língua. No entanto, o efeito adverso motor mais temido dos 
neurolépticos é a discinesia tardia. 
• Hiperprolactinemia, ginecomastia, galactorréia e amenorréia. Os neurolépticos atuam também na periferia 
do organismo, afetando o sistema nervoso autônomo. Assim, bloqueiam os receptores da acetilcolina, do 
tipo muscarínico, levando a sintomas como secura da boca e da pele, midríase e dificuldade de acomodação 
visual, taquicardia, constipação intestinale retenção urinária. 
 
 
Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS (SEGUNDA GERAÇÃO) 
• Primeira escolha no tratamento 
• Mecanismo de ação: Os antipsicóticos 
atípicos ou de segunda geração provavelmente 
bloqueiam os receptores serotoninérgicos pré-
sinápticos (5HT2) e dos receptores D2 da 
dopamina em regiões mesolímbicas. 
• Antipsicóticos atípicos mostram menor 
incidência de efeitos extrapiramidais e 
hiperprolactinemia, porém se associam a 
agranulocitose e miocardite (clozapina), ganho de 
peso (olanzapina) e indução de diabetes melito. 
• Alto custo, porém, maior eficácia nos 
sintomas positivos e negativos e de 
desorganização, além da ausência de discinesias 
tardia ou distonia, que são movimentos 
involuntários podendo ser incapacitantes, devido à administração crônica dos antipsicóticos, também não 
podem ser classificados de sedativos ou incisivos, como se faz com os antipsicóticos típicos, tendo em vista 
sua diversidade de ação 
• A risperidona ou a olanzapina são as drogas recomendadas como primeira escolha na esquizofrenia, em 
decorrência dos ensaios clínicos e da 
experiência clínica acumulada. A 
quetiapina deve ser considerada em 
presença de resposta parcial ou se 
houver sintomas extrapiramidais. 
OBS CLOZAPINA: Reservada para os 
casos em que há resistência a outros 
antipsicoticos, não devendo ser 
utilizada como primeira escolha, pelo 
risco de agranulocitose 
OBS: OLANZAPINA: Ganho de peso, 
sonolência e hiperprolactinemia, 
podendo ocasionar galactorréia e 
ginecomastia. 
OBS: QUETIAPINA: Sonolência, tontura, boca seca, constipação e menos frequentemente hipotensão ortostática, 
taquicardia e síncope em alguns pacientes devido atividade de bloqueio adrenérgico, astenia leve, ganho de peso 
limitado, estes efeitos ocorrem principalmente na fase inicial da dose e nas primeiras semanas 
OBS: RISPERIDONA: Insônia, agitação, tontura, rinite, hipotensão, ganho de peso, distúrbios menstruais, pode 
apresentar galactorréia, efeitos extrapiramidais.

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