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Desenvolvimento Embriológico Sexual

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NOÇÕES DE EMBRIOLOGIA 
As anomalias o trato genital são responsáveis por grande parte dos casos de amenorreia 
primária. O desenvolvimento embriológico sexual normal consiste nos três processos 
sequenciais relacionados: 
• Estabelecimento do sexo cromossômico na fertilização: com XY como masculino e 
XX como feminino. Nos 2 primeiros meses de gestação, os dois sexos se desenvolvem 
de maneira exatamente idêntica. 
• Determinação do sexo gonadal: quando as gônadas indiferenciadas se desenvolvem 
em ovários ou testículos a partir de 8 semanas de gestação. 
• Desenvolvimento do fenótipo sexual: quando as estruturas precursoras sexuais 
indiferenciadas dão origem às estruturas caracteristicamente masculinas ou femininas. 
Este processo se completa por volta de 12 semanas nos fetos do sexo masculino e um 
pouco mais tarde nos do sexo feminino. 
A determinação e a diferenciação sexual do ser humano dependem da presença de diversos 
genes e dos cromossomos sexuais, além da ocorrência de múltiplos eventos. 
a) Genitália Interna: o trato urogenital interno é derivado de dois conjuntos de ductos, os 
ductos de Wolf (mesonéfricos) e ductos de Müller (paramesonéfricos), os quais estão 
presentes precoce em ambos os sexos. 
• No sexo feminino, os ductos de Müller originam as tubas, útero e vagina superior (2/3 
superiores) e os ductos de Wolff persistem na forma vestigial, podendo originar os cistos 
de Gartner, remanescentes residuais dos ductos mesonéfricos que podem ser 
encontrados entre os folhetos do ligamento largo, ao longo das paredes laterais do útero 
e da vagina. Fragmentos do ducto mesonéfrico podem persistir. 
• No sexo masculino, os ductos de Wolff originam epidídimo, vaso aferente, vesícula 
seminal e ducto ejaculatório, e os ductos de Müller regridem. 
 
b) Genitália Externa: a genitália externa se desenvolve de precursores comuns a ambos 
os sexos: tubérculo genital, protuberância genital, dobras urogenitais e seio urogenital. 
• No sexo feminino, o tubérculo genital origina o clitóris, as protuberâncias originam os 
grandes lábios e as dobras urogenitais os pequenos lábios. 
• No sexo masculino, as protuberâncias originam o escroto e as dobras urogenitais 
originam o corpo peniano e uretra peniana, a qual termina na glande, formada pelo 
tubérculo genital. A próstata se forma a partir do seio urogenital. A formação do fenótipo 
masculino está praticamente completa com 12 semanas de gestação, exceto pela falta 
de descida do testículo para a bolsa escrotal, a qual ocorre em estágio mais avançado 
da gravidez. 
O sexo cromossômico determina o sexo gonadal, o qual, por sua vez, irá determinar o sexo 
fenotípico. Se o testículo se desenvolve e é funcionante, o trato urogenital dará origem a órgãos 
masculinos, enquanto se um ovário ou mesmo nenhuma gônada estiver presente, o trato 
urogenital será feminino. 
• Desenvolvimento gonadal: o desenvolvimento ovariano ocorre na ausência do gene 
SRY e na presença de WNT4, o gene mestre para esse processo de diferenciação. O 
gene SRY no cromossomo Y produz o fator determinante de testículo e regula o 
desenvolvimento sexual masculino. Caso não ocorra o processo e aproximação das 
células germinativas para próximo das protuberâncias, haverá uma disgenesia 
gonadal. 
• Desenvolvimento do fenótipo feminino: a genitália interna feminina é formada pelos 
ductos de Müller. Se houver ação de andrógenos neste período, haverá genitália 
ambígua. 
✓ O desenvolvimento feminino ocorre mesmo na ausência dos hormônios fetais 
ovarianos, pois são independentes deles.

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