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Universidade Federal do Acre Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Curso de Bacharelado em Medicina Veterinária Disciplina de Fisiopatologia da Reprodução da Fêmea Atividade I Discente: Myla Mattia Sperotto Rio Branco – Acre 2021 1. Defina os termos abaixo: a) Fertilidade ou fecundidade. Expressa o estado de saúde geral e reprodutiva de um animal, traduzindo-se pela máxima produção de descendentes viáveis ao longo da vida. b) Infertilidade. Ausência de concepção por parte da fêmea produzida por incapacidade dela própria em conceber ou do macho em induzir a concepção. c) Subfertilidade. Condição de diminuição da fertilidade em termos da normalidade, em comparacão com os demais efetivos do rebanho. d) Esterelidade. Incapacidade total para a reprodução. Condição absoluta, permanente e incurável. 2. Cite e defina os transtornos da reprodução em relação a suas causas e etiopagenias. Transtornos primários: anomalias localizadas e atuantes diretamente sobre órgãos da genitália; malformações de origem hereditária ou congênita. Exemplo: hipoplasia gonadal. Transtornos secundários: inabilidade de produzir gerações, porém o animal já concebeu ou ainda tem habilidades para produzir novas gerações. Origem da infertilidade inicialmente atinge órgãos de outros sistemas e secundariamente repercute no trato genital, causando falhas na fertilidade. Exemplo: carências nutricionais e distúrbios hormonais. Quanto a evolução: agudo ou crônico. Exemplo: piometra pós-parto. Quanto a apresentação clínica: casos isolados ou que acometem um plantel. Exemplo: surtos, enzootias, epizootias. 3. Explique o que é o fator de diferenciação testicular (gene SRY). O fator de diferenciação testicular é codificado por um gene localizado no segmento curto do cromossomo Y (SRY). Indivíduo cromossomo XY haverá expressão do fator de diferenciação testicular e diferenciação para cordões testiculares e a gônada será testículo. Se for XX, não haverá expressão do fator de diferenciação testicular, ocorrerá a expressão do DAX-1 e a gônada se diferencia em ovário e os cordões sexuais dão origem a oócitos. 4. Cite quais os outros genes implicados na diferenciação gonadal e dê suas definições. Lim-1: envolvido nas primeiras fases do desenvolvimento gonadal. Sem eles não há formação das gônadas. WT1: expressos pelas células de Sertoli e da granulosa, está implicado na morfogênese do trato genital após a diferenciação sexual. SF-1 ou FtzF1: receptor nuclear que regula in vitro e in vivo a transcrição do gene anti-mülleriano (AMH) e interage com WT1, DAX-1 E SOX-9. Sox-9: necessário para a transcrição do AMH mantendo-o elevado no testículo fetal dos mamíferos. A diminuição de SOX-9 leva a fertilização das gônadas de indivíduos 46,XY. DAX-1: situado no cromossomo X, inibe a diferenciação testicular e como consequência a gônada indiferenciada se transforma em ovário. 5. O que é ducto de Wölf e ducto de Müller? O ducto de Wölf ou mesonéfrico originará parte das vias espermáticas (ducto deferente, ampliação dos ductos deferentes, epidídimo) e glândula vesicular. O ducto de Müller ou paramesonéfrico originará a genitália tubular feminina (tuba uterina, útero, colo uterino, parte anterior da vagina). 6. Explique a afirmação: a genitália feminina se desenvolve de forma passiva. A masculinização é andrógeno-dependente (forma ativa) sendo mediada pela testosterona e di-hidrotestosterona em receptores de androgênio expressos em células do tecido alvo, produzidos pelo cromossomo X. No sexo genético XX, naõ havendo o gene SRY, ocorre a expressão do DAX-1. A genitália feminina se desenvolve de forma “passiva” por não haver TDF, testosterona e MIF, não há desenvolvimento dos ductos mesonéfricos, ocorendo então o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos (por não haver produção de MIF e pela expressão do DAC-1). Nesse caso, o seio urogenital originará os órgãos sexuais femininos internos, devido a ausência de di-hidrotestosterona. 7. No intersexo, levando em consideração a classificação com base na patogenia, cite quais os tipos e dê suas definições. Intersexos de origem cromossômica: aberrações no número de cromossomos sexuais que podem ocorrer durante a meiose ou fragmentação cromossômica. Intersexos de origem gonadal: distúrbios na relação córtex/medular; não estão relacionados com alterações cromossômicas. Intersexos fenotípicos: distúrbios endócrinos levando a anomalias no desenvolvimento dos órgãos sexuais acessórios (agentes teratogênicos). 8. No intersexo, levando em consideração a classificação com base na anatomia, cite quais os tipos e dê suas definições. Hermafroditismo/Hermafrodita: órgãos genitais masculinos e femininos distinto anatômica e funcionalmente. Hermafrodita verdadeiro: apresenta gônadas e vias genitais internas de ambos os sexos. Uma gônada pode ser testículo e a outra ovário ou uma mesma gônada pode apresentar tecido ovariano e testicular. Pseudo-hermafrodita femino: gônada feminina mais caracteres masculinos; apresentam apenas uma das gônadas, com características secundárias e genitália externa de outro sexo. Pseudo-hermafrodita masculino: gônada masculina mais caracteres femininos; sistema genital resultante do inadequado desenvolvimento dos ductos Müllerianos. 9. Cite as características anatomopatológicas do: a) Hermafrodita verdadeiro. Gônadas masculinas e femininas, vias genitais internas masculinas e femininas e vias genitais externas femininas. b) Pseudo-hermafrodita macho. Gônada masculina, vias genitais internas femininas e vias genitais externas masculinas rudimentares. c) Pseudo-hermafrodita fêmea. Gônada feminina, vias genitais internas masculinas rudimentares e vias genitais externas femininas rudimentares. 10. Defina freemartinismo e cite o que é necessário para que ocorra. Forma característica da intersexualidade, resultante de gestão gemelar, com a presença concomitante de fetos masculino e feminino. Ocorre fusão da circulação córion-alantoidiana, em consequência da anastomose dos vasos das extremidades das referidas membranas fetais, existindo trocas recíprocas de sangue e estruturas orgânicas entre os gêmeos. Para que ocorra é necessário a liberação de dois oócitos com fecundação por espermatozóides X e Y, e a implantação de heterosexos no útero. 11. Fale sobre as características de animais com freemartinismo. Masculinização das fêmeas: maior desenvolvimento das porções craniais (pescoço curto e grosso, cabeça pesada e tórax mais desenvolvido), temperamento e comportamento masculino, maior massa muscular e acúmulo de gordura. Sistema genital: vulva pequena com pelos longos na comissura ventral, pode ocorrer pseudo-prepúcio, hipertrofia do clítoris e desenvolvimento de um pênis hipoplásico. Vagina mais curta, com sua porção cranial em fundo cego, gônadas indiferenciadas e de tamanho reduzido, ausência de trompas uterinas, agenesia ou hipoplasia do corpo e corno uterinos, glândulas vesiculosas rudimentares. Desenvolvimento de uma formação hiperplásica na vagina (pênis hipoplásico). 12. Cite e exemplifique um método de diagnóstico para o freemartinismo. Com a palpação retal é possível constatar gônada indiferenciada reduzida, ausência de trompas uterinas, agenesia ou hipoplasia do corpo ou cornos uterinos, percepção de segmentos tubulares. Em animais mais jovens, nos quais não há como realizar a palpação retal, é feita a introdução de um tubo de ensaio no vestíbulo vaginal.
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