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Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Resumo problema 3- Molina cap 6 SUPRARRENAIS Histologia As adrenais são divididas em córtex e medula. - O córtex tem origem mesenquimatosa. - A medula tem origem da crista neural. Córtex: o Zona glomerulosa→ composta de células piramidais ou colunares, organizadas em cordões que têm forma de arcos envolvidos por capilares sanguíneos. o Zona fasciculada→ células poliédricas, contêm muitas gotículas de lipídios no citoplasma. o Zona reticular→ menores que as fasciculadas. Grânulos de pigmento de lipofucsina são grandes e bastante numerosos nestas células. Medula→ composta de células poliédricas organizadas em cordões ou aglomerados arredondados, sustentados por uma rede de fibras reticulares. Além das células do parênquima, há células ganglionares parassimpáticas. CÓRTEX O córtex da adrenal é dividido em três camadas e produz os hormônios esteroides adrenais. Camadas Zona glomerulosa→ produz mineralocorticoides→ aldosterona. Zona fasciculada e reticular→ produz glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e androgênios (DHEA e DHEAS). Síntese hormonal A síntese dos hormônios esteroides ocorre pela estimulação do ACTH, no eixo hipotálamo- hipófise-adrenal. Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Em todas as camadas do córtex a primeira etapa da síntese é a conversão de colesterol em pregnenolona, pela enzima colesterol desmolase (P450). Mineralocorticoides A zona glomerulosa não apresenta a enzima 17-α-hidroxilase, assim, a pregnenolona será convertida em progesterona (pela 3-β-hidroxiesteroide-desidrogenase) e, posteriormente, em 11-desoxicorticosterona (pela 21-α-hidroxilase). A 11-desoxicorticosterona será convertida em corticosterona pela 11-β-hidroxilase e, posteriormente, em aldosterona pela aldosterona-sintase. Glicocorticoides A pregnenolona pode ser convertida em progesterona (pela 3-β-hidroxiesteroide- desidrogenase) ou em 17α-hidroxiprenenolona, pela enzima 17-α-hidroxilase. Esses dois produtos serão convertidos em 17α-hidroxiprogesterona. A progesterona pela enzima 17α-hidroxilase, e a 17α-hidroxiprenenolona pela enzima 3-β-hidroxiesteroide- desidrogenase. A 17α-hidroxiprogesterona será convertida em 11-desoxicortisol, pela 21α-hidroxilase e, posteriormente, em cortisol pela 11β-hidroxilase. Androgênios Na produção de DHEA, a 17α-hidroxiprenenolona é convertida pela enzima 17,20-liase (desmolase). Na produção de androstenediona, 17α-hidroxiprogesterona sofre ação da 17,20-liase (desmolase), ou a DHEA sofre ação da 3-β-hidroxiesteroide-desidrogenase. OBS.: Os hormônios esteroides não são armazenados em grânulos, são sintetizados e liberados em seguida e se difundem pela membrana. Cortisol Liberação A liberação do cortisol é pulsátil, seguindo o ritmo circadiano, a liberação de ACTH e estresse, de modo que sua concentração é maior nas primeiras horas de vigília e diminui ao longo do dia. O ACTH, estimulado pelo CRH, é sintetizado da adeno-hipófise, a partir de uma molécula precursora POMC, sendo liberado de 7 a 15 vezes por dia. O ACTH age em um receptor de melanocortina 2 acoplado a proteína Gs, que ativa o AMPc e a PKA, provocando: o Aumento da disponibilidade de colesterol pela fosforilação da enzima colesteril-éster-hidrolase. o Síntese da StAR, a enzima envolvida no transporte do colesterol para a membrana mitocondrial interna. Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Metabolismo O cortisol circula: o Ligado a CBG→ sintetizada no fígado, estimulada por estrogênio e diminuída por cirrose, com concentração normal de 3 a 4 mg/dL. o Albumina→ cerca de 20% a 50%. o Forma livre→ menos de 10%, biologicamente ativa. 11β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo I→ enzima que converte a cortisona em cortisol, presente no fígado, tecido adiposo, musculo esquelético e liso vascular, SNC, pulmão e gônadas. 11β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo II→ converte o cortisol em cortisona, presente nos túbulos contorcidos distais e ductos coletores do rim. Receptor de cortisol - É um hormônio lipossolúvel, apresentando receptor intracelular. - É um receptor de hormônio esteroide tipo II, presente em todas as células. Função Degradação O cortisol é degradado pelo fígado e rim. - No fígado ocorrem reações de biotransformação de fase I e de fase II, resultando na produção de cortisona, tetra-hidrocortisol e tetra-hidrocortisona, excretados mais facilmente por serem hidrossolúveis. - Esses 17-hidroxicorticosteroides são direcionados ao rim para excreção. Aldosterona Liberação A redução no volume sanguíneo circulante desencadeia a liberação de renina pelo rim. A renina cliva o angiotensinogênio em angiotensina I, que é convertida em angiotensina II pela Gloria Unterkircher 2° Período med UVV enzima conversora de angiotensina (ECA), ligada à membrana das células endoteliais vasculares. A angiotensina II é um vasoconstritor que estimula a produção de aldosterona. - A produção de aldosterona também é estimulada por potássio, ACTH, noradrenalina e endotelinas. Metabolismo - Concentração normal→ 0,006 a 0,010 mg/dL. - Não apresenta muita ligação a proteínas plasmáticas, tornando sua meia-vida curta. Receptor O receptor de aldosterona é um receptor de hormônio esteroide tipo I, presente nos rins, no túbulo contornado distal, ducto coletor do rim, colo distal, glândulas salivares e sudoríparas. - Tem especificidade com mineralocorticoides e afinidade com glicocorticoides. - Como o receptor reconhece ambos os hormônios existem mecanismos que permitem a maior ligação de aldosterona do que cortisol (conversão em cortisona). - Patologicamente, na produção e a liberação de glicocorticoides são excessivas, ou quando há comprometimento da conversão do cortisol em cortisona, os níveis circulantes e teciduais mais altos de cortisol podem levar à ligação e à estimulação dos receptores de mineralocorticoides. Função Regulação da pressão intravascular. Metabolismo do potássio→ aumenta a excreção de K+ na urina, nas fezes, no suor e na saliva, impedindo o desenvolvimento de hiperpotassemia durante períodos de elevada ingestão de K+ ou após a liberação do K+ do músculo esquelético durante exercício vigoroso. Os efeitos específicos da aldosterona consistem em: o Aumentar a síntese dos canais de Na+ na membrana apical. o Aumentar a síntese e a atividade da Na+/K+-adenosina-trifosfatase (ATPase) na membrana basolateral (que arrasta o Na+ citosólico para o interstício em troca do transporte de K+ para dentro da célula). Gloria Unterkircher 2° Período med UVV o Aumentar a expressão da H+-ATPase na membrana apical e do trocador Cl–/HCO3 na membrana basolateral das células intercaladas. Degradação A aldosterona é metabolizada no fígado, em tetra-hidroglicuronídeo. Uma fração da aldosterona é metabolizada a 18-glicuronídeo de aldosterona, que pode ser hidrolisado em aldosterona livre em condições de pH baixo, formando um acidolábil. Excreção de aldosterona: o 5% → acidolábil. o 1% → aldosterona intacta. o 40% → tetra-hidroglicuronídeo. DHEA Liberação - Controlada pelo ACTH. Metabolismo Os androgênios suprarrenais são convertidos em androstenediona e, a seguir, em androgênios ou estrogênios potentes nos tecidos periféricos. DOENÇAS NO CÓRTEX ADRENAL SÍNDROME DE CUSHING A síndrome pode ser ACTH dependente ou independente. ACTH-dependente→ Ocorre pela estimulação exagerada das adrenais pelo ACTH. A causa mais comum são adenomas hipofisários, além de adenomas ectópicos. ACTH-independente→ Ocorre pelo excesso na produção hormonal das adrenais, nesse caso os níveis de ACTH e CRH são baixos pelo feedback negativo. Pode ocorrer por administração exógena de glicocorticoides. Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Clínica oGanho ponderal de peso. o Espessamento da pele. o Face de lua cheia e giba de búfalo. o Hipertensão. o Intolerância a glicose. o Amenorreia e oligomenorreia. o Diminuição da libido. o Equimoses espontâneas. o Depressão e insônia. o Osteoporose. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA É uma síndrome decorrente de erros na esteroidogênese, em que alguma enzima não funciona. - Causa mais comum é a deficiência da 21-α-hidroxilase. - Essa mutação pode ocorrer com perda parcial da função enzimática ou total: o Perda parcial→ puberdade precoce. o Perda total→ ocorre virilização, ausência de produção de cortisol e aldosterona. Exames→ administração de 0,25 mg de ACTH para dosagem, pós 60 min, do acúmulo de 17αhidroxiprogesterona. INSUFICIÊNCIA ADRENAL A insuficiência adrenal pode ser: Primária (Addison)→ causada por defeito na produção das adrenais, sendo a causa mais comum hipertrofia autoimune. Secundária→ causada pela falta de estimulação do ACTH ou CRH. Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Clínica MEDULA A medula é a parte interna da adrenal, tem origem da crista neural e produz catecolaminas. Células Formada por células cromafins, que se dividem em duas: o Produtoras de adrenalina. o Produtoras de noradrenalina. - Essas células funcionam como gânglios do SNAs. - Também secretam dopamina. Síntese hormonal As catecolaminas são sintetizadas a partir da tirosina. Gloria Unterkircher 2° Período med UVV Liberação A liberação das catecolaminas representa uma resposta direta à estimulação nervosa simpática da medula suprarrenal. - A acetilcolina se liga a receptores colinérgicos nas células cromafins, o que provoca efluxo de Na e influxo de Ca+ (despolarização) e secreção das vesículas contendo grânulos. Degradação Receptor Os efeitos fisiológicos das catecolaminas são mediados por sua ligação a receptores adrenérgicos de membrana celular acoplados à proteína G, amplamente distribuídos por todo o corpo. Função→ luta ou fuga Gloria Unterkircher 2° Período med UVV FEOCROMOCITOMA - É um tumor secretor que gera excesso de catecolaminas. - Tríade→ sudorese, cefaleia e palpitações. - Hipertensão em cerca de 90% dos pacientes. Exames→ em todo paciente com incidentaloma deve ser investigado o feocromocitoma, com dosagem de metanefrinas plasmáticas e na urina. Pode ser realizada cintilografia.
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