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INSTITUIÇÃO CURSO LUANA CÂNCER DE PELE: PREVENÇÃO BRASÍLIA 2021 LUANA CÂNCER DE PELE: PREVENÇÃO Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Técnico de Enfermagem, da Faculdade XXX, a ser utilizado como diretriz para manufatura do Trabalho de Conclusão de Curso. BRASÍLIA 2021 AGRADECIMENTOS [ESCREVER AQUI] LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS OMS – Organização Mundial da Saúde INCA – Instituto Nacional do Câncer CPNM – Câncer de Pele Não Melanoma MC – Melanoma UV – Raio Ultravioleta UVC – Raio Ultravioleta categoria C UVB – Raio Ultravioleta categoria B UVA – Raio Ultravioleta categoria A DNA - Ácido Desoxirribonucleico SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................. 4 RESUMO............................................................................................................ 6 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 A PELE E PIGMENTAÇÃO ................................................................................ 9 A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E A FOTO PROTEÇÃO ................................. 11 PROTETOR SOLAR: O ALIADO ..................................................................... 14 CÂNCER DE PELE: O VILÃO .......................................................................... 16 O TRABALHO E O CÂNCER DE PELE: COMO PREVENIR ........................... 19 A IMPORTÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NO CÂNCER DE PELE ................................................................................................................ 21 CONCLUSÃO ................................................................................................... 23 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 24 RESUMO O câncer é caracterizado por apresentar um crescimento desordenado formando um aglomerado de células sem funções no organismo, elas podem se deslocar para qualquer órgão e ocasiona metástase. Esse trabalho tem por seu objetivo demonstrar as causas, consequências, métodos de prevenção de lesões que podem ser causadas por radiação ultravioleta e cuidados específicos. O câncer de pele é a neoplasia de maior incidência no Brasil. Vários fatores têm sido atribuídos como risco para seu desenvolvimento, como: cor da pele, horário e tempo de exposição ao sol, residência em um país tropical e uso de imunossupressão crônica. Palavras-chave: Câncer de Pele. Prevenção. Proteção Solar. INTRODUÇÃO O câncer é uma das doenças que mais intrigam os pesquisadores, médicos e estudantes. O mundo inteiro trabalha no objetivo de encontrar uma cura para esse grande problema. O câncer é definido por se tratar de um grupo de doenças que causam a perda do controle da divisão celular e invade outras estruturas orgânicas. O surgimento do câncer pode-se dar através dos seguintes fatores: psicológico, químicos, físicos, genéticos e virais. Os males que podem ser causados são variáveis, depende da área que ele está. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) tem como atribuição desenvolver uma política de prevenção, detecção e tratamento do câncer, visando à qualificação no tratamento e o acompanhamento eficiente dos casos da doença no Brasil, além de pesquisas sobre os fatores motivadores da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, somente no ano de 2012 foram cerca de 62.680 casos novos de carcinoma entre homens e 71.490 para as mulheres. A neoplasia com maior taxa de incidência no ser humano - câncer de pele - é responsável por 1/3 de todos os casos de câncer do mundo. Essa neoplasia apresenta diferentes linhagens: câncer de pele não melanoma (CPNM) e o tipo melanoma (MC) sendo esses os tipos mais comuns. O CPNM é o mais frequente, trata-se de um tumor de crescimento lento, localmente invasivo e de bom prognóstico se tratado de forma adequada e oportuna, todavia a demora no diagnóstico pode levar a ulcerações e deformidades físicas graves. O tipo melanoma é o menos frequente e o mais grave, detectado em 4% dos pacientes; nas fases iniciais é curável, mas, sem tratamento, pode implicar no surgimento de metástases que causam elevada mortalidade. Entretanto, apesar das altas taxas de incidência, observamos elevados índices de cura, principalmente devido ao diagnóstico precoce. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula-se que existam perto de três milhões de novos casos de câncer de pele a cada ano e estima que mais de 65 mil pessoas morram todos os anos por câncer de pele, sendo o melanoma o principal causa de letalidade. Inúmeras causas apontam os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele: quantidades de nevos, cor de pele branca, exposição solar excessiva, história familiar de câncer de pele, história de neoplasia maligna. A exposição solar desprotegida cumulativa ou intensa com queimadura favorece o desenvolvimento do câncer, em especial quando ocorrem nas primeiras décadas de vida. O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas. A efetiva proteção solar compreende em várias medidas, entre as quais roupas adequadas e o uso de filtros solares. Nesse sentido, existem três níveis de programas de prevenção: a primária, que previne sobre riscos de determinada enfermidade, a secundária, que consiste no diagnóstico precoce, e a terciária que previne deformidades, recidivas e morte. O diagnóstico precoce tem papel fundamental para a melhora do prognóstico e redução da neoplasia. Essa identificação de fenótipos de risco pode ser favorável em ações de saúde pública visando às prevenções primária e secundária. Esse estudo teve como objetivo sensibilizar a população em relação aos riscos do câncer de pele e orientar sobre as práticas de foto proteção. A PELE E PIGMENTAÇÃO De todos os órgãos do corpo, nenhum é mais facilmente observado ou exposto a infecções, doenças e lesões do que a pele. É o maior órgão do corpo humano em área de superfície e peso. A principal diferença entre a pele e os demais sistemas epiteliais é o fato de a pele estar exposta a um ambiente externo extremamente agressivo, enquanto os demais sistemas epiteliais estão protegidos, por exemplo, da radiação solar e das intempéries. Dessa forma, a pele pode ser encarada como uma fronteira mediadora entre o organismo e o ambiente. A pele possui duas camadas principais, sendo a camada epiderme localizada superficialmente, responsável pela produção de melanina, que caracteriza a cor da pele e a camada derme localiza numa região mais profunda, é formada por colágeno, elastina e tecido conjuntivo fibroso, contendo estruturas linfáticas, vasos sanguíneos, nervos, terminações nervosas, glândulas sudoríparas e sebáceas. As células são produzidas nas camadas mais profundas da epiderme, renovam-se constantemente a cada quatro semanas, é a camada protetora, pois forma uma barreira contra a entrada de microrganismos, radiação ultravioleta (UV), corrente elétrica e substâncias tóxicas. Além disso, retém água, eletrólitos e substâncias solúveis. Suas células se diferenciam para cumprir funções protetoras, como a síntese da queratina e da melanina. A coloração da pele depende de vários fatores que se prendem com condicionantes genéticos e principalmente com a sua função protetora especialmente em relação à exposição solar. Outros fatores tais como, a espessura da pele e a proximidade da vascularizaçãoperiférica, podem determinar variações da coloração superficial da pele. A cor da pele é determinada pelos seus pigmentos, pelo sangue circundante e pela espessura da camada córnea. Sendo a melanina, pigmento castanho, o grande responsável pela cor da pele. A pigmentação da pele (melanização) constitui o principal fator de defesa contra a ação nociva da radiação solar. Mas, nem todas as pessoas sintetizam a mesma quantidade de melanina, por este motivo existem diferentes tons de pele. A reatividade da pele a exposição solar determina o comportamento de resposta da pele a determinada quantidade de radiações ultravioleta. A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E A FOTO PROTEÇÃO A exposição da pele a radiação solar ultravioleta (UV) tem como principal beneficio a síntese endógena de vitamina D3, fundamental para diversos processos metabólicos do organismo. Por outro lado, uma exposição prolongada ou inadequada tem efeitos negativos, cumulativos ao longo da vida. Resultado disso é o foto envelhecimento, caracterizado pelo acentuar de rugas, manchas pigmentadas ou hiperpigmentadas, perda de elasticidade da epiderme danos ao DNA e mutações gênicas, que podem evoluir para prejuízos oculares e cânceres de pele. A radiação solar que atinge a atmosfera terrestre é absorvida pela pele do ser humano e desencadeia diversos processos sobre o organismo. A região do espectro que pode causar os efeitos mais nocivos ao ser humano é a ultravioleta (UV), compreendida entre 200 –400 nm e a região do infravermelho. A radiação solar na região do infravermelho pode causar queimaduras na pele, acarretando desde uma simples vermelhidão até queimaduras mais profundas, além de provocar insolação devido o excesso de aquecimento corporal. Já os danos causados ao ser humano, relacionados à exposição da radiação na região do ultravioleta, estão associados a alterações genéticas. Estas se devem principalmente a capacidade das moléculas mais importantes do organismo humano, como proteínas e os ácidos nucleicos, absorverem a radiação no comprimento de onda da região do ultravioleta. Dentre as doenças associadas a alterações genéticas ocasionadas pela radiação solar, o câncer de pele é a mais conhecida. A radiação UV é dividida em três categorias, de acordo com o comprimento das ondas e seus efeitos biológicos: UVC (100-280 nm), UVB (280-320 nm) e UVA (320-400 nm). Os efeitos agudos e crônicos de cada comprimento de onda são diferentes. A radiação ultravioleta B (UVB) é a principal causadora de danos ao DNA, através de mutações gênicas diretas, que levam ao desenvolvimento de câncer de pele. A radiação ultravioleta A (UVA) parece ter efeitos indiretos no DNA, através da formação de espécies reativas de oxigênio. Os principais fatores que determinam a dose de radiações UV a que uma pessoa é submetida ao longo da vida são comportamentais, como tempo e faixa de horários de exposição solar e adoção ou não de medidas protetoras. Dentre a população mundial, verifica-se que homens costumam estar mais expostos e menos protegidos contra radiações solares do que mulheres e, consequentemente, estes tem índices maiores na incidência de câncer de pele. Ocupações que envolvem exposição solar diária recebem carga duas a nove vezes mais elevada de radiações ultravioleta durante o ano em comparação com trabalhadores de outras. A intensidade da radiação ultravioleta é afetada pelas nuvens, mas em muito menor grau do que a luz visível ou os infravermelhos. Assim, apesar da temperatura mais amena, a radiação ultravioleta está presente e a queimadura solar ocorre muitas vezes neste contexto. A radiação ultravioleta a que estamos expostos não é apenas a direta, mas também a dispersa e a refletida. A sombra de um guarda-sol protege da radiação direta, mas não da refletida, 3 horas debaixo do guarda-sol pode equivaler à 1 hora de exposição não protegida. O vidro comum também é facilmente atravessado pela UVA, mas bloqueia os UVB. Dentro do espectro solar, a radiação ultravioleta é aquela capaz de promover os principais fenômenos fotobiológicos no tecido cutâneo, com particular destaque para eritema e pigmentação solar, foto carcinogênese e foto envelhecimento. O termo foto proteção refere-se a medidas preventivas e/ou terapêuticas adotadas para proteger a pele contra danos causados pela radiação solar. As ações recomendadas incluem: evitar exposição solar (principalmente em horários de pico de radiação UV), utilizar roupas, chapéus e óculos de sol que minimizem a área de pele exposta, além de aplicar filtro solar apropriado. Estas medidas são necessárias para permanência prolongada em ambientes externos e particularmente importantes para indivíduos com pele clara, sinais ou sardas e histórico de câncer de pele na família. PROTETOR SOLAR: O ALIADO Uma vez que as radiações ultravioletas que atingem a superfície terrestre estão diretamente relacionadas com o aparecimento de Câncer de pele e cuja frequência tem aumentado consideravelmente, o uso de protetor solar é inquestionável. Protetor solar, também denominado de bloqueador ou filtro solar é uma substância sob a forma de creme, leite, batom, spray que têm a capacidade de absorver e/ou refletir a radiação solar, impedindo que esta lese as células cutâneas, diminuindo desta forma o risco de cancro cutâneo. A eficácia de um protetor solar é medida em função do seu fator de proteção solar, o qual indica o tempo de exposição ao sol sem o risco de eritema que pode ser aumentado com o uso de protetor. Por exemplo, considerando as mesmas variantes como: localização geográfica, estação do ano, condições climatéricas e período do dia, uma pessoa de pele clara pode expor-se durante 20 minutos sem protetor solar, poderá ficar 300 minutos exposta ao sol com um foto protetor FPS igual a 15, pois 20 x 15 igual a 300. Quanto maior o fator de proteção solar maior será o tempo que a pele fica protegida frente a radiação UVB Um estudo de 2013 revela que qualquer protetor solar pode oferecer proteção suficiente para proteger a pele de eritemas, sendo que a uniformidade e a quantidade influenciam a eficácia dos protetores. Desta forma, os autores recomendam o uso de FPS 30 e uma utilização uniforme do protetor (PISSAVINI, 2013). Além do FPS, aplicação correta do produto sobre a pele não deve ser descurada. A aplicação do produto já foi padronizada para protetores solares, deve ser uma aplicação 2mg/cm2 da superfície corporal (a cada aplicação usar 30 a 40g do produto por indivíduo adulto de tamanho e peso normal), 30 minutos antes da exposição solar e renovar a sua aplicação após 2 horas ou após contato com a água /transpiração. Portanto, os protetores solares quando usados corretamente, são muito eficazes na proteção da pele contra a radiação ultravioleta. A proteção solar, em especial o uso de protetor solar, é de elevada importância. No entanto, a adequada proteção do sol é muitas vezes negligenciada durante o trabalho profissional ao ar livre, realçando os cuidados com o sol somente nas épocas de lazer (férias/praia). Torna-se realmente importante alertar estes profissionais da necessidade de usar protetor solar no decorrer da sua atividade profissional. Mesmo os protetores solares muito eficazes e que protegem das radiações UVB e UVA não podem garantir proteção completa contra os riscos da exposição à radiação ultravioleta (UV), já que nenhum protetor solar consegue filtrar na totalidade a radiação UV. Assim, os protetores solares devem conter obrigatoriamente proteção UVB e UVA e a sua eficácia deve ser apresentada no rótulo com referência a categorias: baixa (FPS 6 e 10), média (FPS 15,20 e 25), elevada (FPS 30 e 50) e muito elevada (FPS 50+). Os protetores solares representam mundialmente uma forma eficaz de prevenir as queimaduras solares, o foto envelhecimento e,sobretudo o câncer de pele. Mas também são importantes outros cuidados para a proteção solar ser verdadeiramente completa. Recomenda-se a utilização de uniformes de proteção solar (camisa de manga comprida, chapéu, calças e óculos de sol).Pessoas com alergia ao sol, com manchas cutâneas ou que tomem medicamentos fotossensibilizantes devem ter um cuidado redobrado com a exposição solar. CÂNCER DE PELE: O VILÃO Câncer é um conjunto de mais de 100 tipos diferentes de doenças que possuem em comum o desordenado e acelerado crescimento de células anormais, estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento. A incidência do câncer de pele tem aumentado em todo o mundo nas últimas três décadas sendo essa a forma de câncer mais comum. Inúmeras causas têm sido apontadas: mudanças dos hábitos de vida com exposição solar excessiva rarefação da camada de ozônio envelhecimento populacional diagnóstico precoce desses cânceres. O câncer de pele costuma apresentar-se sob três principais formas: melanoma, carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular (ou epidermoide). Os carcinomas basocelular e epidermoide são também conhecidos como câncer de pele não melanoma, tipo mais frequentes de câncer de pele e câncer mais frequente na população de pele clara. No Brasil, o câncer de pele não melanoma é o tumor mais incidente em ambos os sexos Qualquer pessoa pode desenvolver Câncer de pele, mesmo que não pertença ao grupo mais vulnerável. É considerado grupo vulnerável, indivíduos com demasiada exposição solar nomeadamente em lazer ou trabalho, de pele clara, com tendência para queimaduras solares ou que na infância sofreram de tais, que utilizem solários, que tenham mais de 50 sinais no corpo, com antecedentes familiares de câncer de pele, que tenham mais de 50 anos, ou que tenham sido transplantados. A exposição casual, intensa e em horários inadequados, ou em países tropicais, favorece eritema ou queimaduras solares, estas lesões são facilmente condutoras para o aparecimento de nevos atípicos (sinais assimétricos, de borda irregular, cor heterogénea ou muito escura, de diâmetro maior que 6 mm e sobretudo de evolução ou alteração recente) ou de lentigos solares (sardas) em zonas como o decote ou ombros quando não existe proteção adequada. Este tipo de exposição normalmente está mais associado ao carcinoma baso celular e ao melanoma. Dentre os profissionais mais propensos a desenvolver o câncer de pele estão os garis, agricultores, pedreiros, pescadores, marinheiros, trabalhadores da construção civil, carteiros, entre outros. Estes profissionais que apresentam exposição prolongada constituem o grupo de maior risco e, neste caso, a possibilidade de desenvolverem câncer de pele aumenta de forma acentuada com o avanço da idade. Quem tem pele clara e olhos azuis ou verde-claros corre maior risco, pois se queima com facilidade. Pessoas portadoras de xeroderma pigmentoso, deficiência genética que impede o reparo dos danos causados pela luz ultravioleta, são muito propensas a desenvolver câncer de pele. Indivíduos de pele escura, como os negros ou mulatos, raramente desenvolvem esse tipo de câncer e, quando isto ocorre, frequentemente a doença atinge a parte não pigmentada da pele, como palma da mão e planta do pé. Os albinos, cuja produção de melanina é ausente, em geral desenvolvem câncer de pele. Nestas populações de risco, é necessário evitar a exposição excessiva ao sol, principalmente no horário entre as 10 e 16 horas, sobretudo se não houver proteção, como uso de chapéu e protetor solar, durante qualquer atividade ao ar livre. Cerca de 90% dos cânceres de pele são evitáveis, pois o principal fator de risco é a exposição solar. Logo, trabalhadores expostos ao sol são as principais vítimas dessa doença e estão mais vulneráveis do que os demais grupos, devido à exposição regular e prolongada à RUV. De acordo com Nahar, a dose à qual os trabalhadores que ficam a céu aberto estão expostos chega a ser de 6 a 8 vezes maior do que o recomendado pelos guidelines. Esses autores apontam diversas pesquisas a respeito da média desse tipo de exposição solar. No Canadá, por exemplo, 70% dos participantes ficam mais de 2 horas expostos ao sol durante um dia de trabalho; na Grã-Bretanha, trabalhadores da construção civil ficam cerca de 6 horas por dia ao sol; e nos EUA, trabalhadores da construção civil, de transporte e carteiros gastam, respectivamente, uma média de 7,94; 6,95 e 5,11 horas ao ar livre. O Projeto de Lei nº 1008/03, da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), aprovado em 21 de fevereiro de 2006 pela Comissão de Seguridade Social e Família, considera o câncer de pele uma doença relacionada ao trabalho nos casos em que o trabalhador é obrigado a desempenhar suas atividades sob a radiação solar. Conforme o texto desse documento, as atividades que expõem o trabalhador à radiação solar a céu aberto, sem adequada proteção, passam a ser consideradas insalubres em grau médio e, portanto, sujeitas ao pagamento de adicional de insalubridade. O melanoma é o tipo de câncer de pele mais grave e menos frequente, podendo afetar pessoas em qualquer idade. Apresenta lesões que variam muito de aspeto, geralmente apresenta uma lesão pigmentada que vai escurecendo, desenvolvendo contornos irregulares ou cores variadas, ao longo do tempo, ou como um nódulo rosa ou vermelho. Todo e qualquer câncer têm de serem tratados previamente, mesmo os menos letais, evitando o sofrimento do paciente. Felizmente, existem várias opções terapêuticas para o câncer de pele não melanoma, como cirurgia excecional, terapia foto terapêutica, cirurgia a laser etc. A melhor forma de combater o foto envelhecimento e o câncer é a prevenção, com o uso de barreiras físicas e conscientização de protetores solares diários. O TRABALHO E O CÂNCER DE PELE: COMO PREVENIR De acordo com o INCA (2017),para o Brasil, estimam-se 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres. É o mais incidente em ambos os sexos. A vida como trabalhadores rurais inicia-se muito cedo pela provável falta de emprego na cidade, levando, por vezes, à interrupção nos estudos, principalmente entre os homens. Sendo assim, a exposição solar excessiva também é precoce, o que os torna um grupo de risco para o câncer de pele. A intensa exposição ao sol antes dos 18 anos nos trabalhos diários ao ar livre, notada neste estudo, pode proporcionar o desenvolvimento do espessamento da pele, aumento do enrugamento e a maior incidência do carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, queratose actínica e queratose seborreica. Outro fator importante é o fato de que a maioria dos profissionais é jovem o que indica que eles terão, possivelmente, maior possibilidade de exposição aos raios solares durante a vida profissional. A maior parte desses trabalhadores exerce atividade laboral em período de alta incidência de raios solares, horário este em que há grande incidência de raios UVB, principais responsáveis pelo surgimento do câncer da pele e outros problemas dermatológicos a médio e em longo prazo. O programa de prevenção primária inclui o processo de educação em saúde, com conscientização do uso de protetor solar, bonés, chapéus, óculos que protegem dos efeitos deletérios da radiação excessiva do sol. Já a Sociedade Brasileira de Dermatologia relata que a utilização de vestuário e métodos de foto proteção adequados, parauma exposição prolongada, oferecem uma proteção uniforme contra ambas as radiações e uma proteção confiável para os utilizadores. Além disso, os indivíduos submetidos à incidência da radiação solar diariamente, sempre nos horários de pico de irradiação, podem promover uma aceleração do processo de foto envelhecimento da pele e dos processos neoplásicos. A importância da comunicação como instrumento para aumentar a eficácia do indivíduo em adotar totalmente um comportamento sugerido para prevenção de uma doença específica, este tipo de informação é fornecido pelos profissionais de saúde e se dá através do esclarecimento populacional sendo uma medida preventiva de baixo custo, cuja única necessidade é a reavaliação ao longo dos anos externos. Quando o alvo da educação preventiva tem um nível de conhecimento baixo, o programa de prevenção e orientação deve ser estruturado de acordo com a cultura, adequando principalmente o conteúdo e a linguagem. Tendo em vista que o público em questão tem um baixo conhecimento sobre o assunto por vezes os mesmos entendem a mensagem, porém não conseguem compreender como utilizar os recursos para cuidarem de sua saúde. A IMPORTÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NO CÂNCER DE PELE A ação clínica e comunicativa auxilia o enfermeiro no processo de prevenção a exposição dos trabalhadores rurais aos riscos potenciais de desenvolvimento de câncer de pele, bem como na minimização dessa patologia, visto que esses trabalhadores estão expostos, constantemente no trabalho, à radiação solar ultravioleta. O profissional de enfermagem atua em ações de prevenção e controle, prestando assistência diagnóstica. Também desenvolvendo ações educativas, ações integradas com outros profissionais, contribuindo na identificação de fatores de risco ocupacional. (SILVEIRA, 2016) Na atenção primária, o trabalho do enfermeiro visa ensinar a população a reduzir a exposição aos fatores de risco, desenvolvendo também campanhas educativas ensinando como realizar o autoexame, pois a maioria dos tipos de câncer pode ser curada se diagnosticados precocemente. A atuação do enfermeiro na prevenção primária estará voltada para a redução da exposição da população a fatores de risco de câncer, tendo como objetivo a redução da ocorrência dessa patologia, através da promoção da saúde, proteção específica e adoção de modelo de comportamento e hábitos saudáveis compatíveis. Esse profissional deve também atuar na prevenção secundária, a qual abrange o conjunto de ações que permitem o diagnóstico precoce da doença e seu tratamento imediato, melhorando a qualidade de vida e diminuindo a mortalidade do câncer. Sendo a população alvo geralmente de origem leiga, deve-se haver uma estruturação por meio dos profissionais de saúde no programa de prevenção e orientação de acordo com a sua cultura, adequando o vocabulário com a origem cultural de cada indivíduo. Pode acontecer com esse grupo populacional receber um tipo de informação e, em algumas vezes, entender a mensagem contida, porém não compreendendo ao certo como utilizarem o conteúdo recebido para cuidarem de sua saúde. O enfermeiro deve orientar os trabalhadores a usarem os filtros solares, a forma correta de aplicação, a importância da quantidade a ser aplicada tanto quanto a importância da reaplicação como também evitar substâncias que possam aumentar a sensibilidade ao sol (como limão e laranja); usar chapéu, óculos escuros, camisa de manga comprida e boné. A realização do autoexame de pele é um método simples e fácil de diagnosticar precocemente o câncer. Nesse exame, os indivíduos irão procurar manchas que coçam, descamam ou que apresentam sangramento, sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor. Cabe ao enfermeiro ensinar-lhes sobre essas características e treinar os clientes quanto a esse exame. CONCLUSÃO Considerando o câncer como um problema de saúde pública, há necessidade de fortalecer os estudos e destacar a importância da utilização de Equipamentos de Proteção Individual pelos trabalhadores que desenvolvem atividades profissionais com exposição prolongada e constituem um grupo de maior risco. A influência dos médicos e enfermeiros na população é relevante e importante para a redução dos casos de câncer de pele nos trabalhadores expostos ao sol. Como no caso de qualquer doença ocupacional, campanhas de prevenção de forma contínua e dinâmica devem ser realizadas para educar e motivar os funcionários a adotarem medidas foto protetores. Dada a associação já está estabelecida na literatura médica entre exposição solar e câncer de pele, é fundamental também que o médico do trabalho oriente os empregadores sobre a importância de fornecer proteções coletivas nos locais em que sejam viáveis (abrigos, guaritas etc.), além de prover roupas adequadas, óculos, chapéus e protetores solares. É inevitável não estabelecer nexo entre uma neoplasia cutânea e um trabalhador que ficou anos sob o sol. É inadmissível que uma doença causadora de danos estéticos relevantes — ou até mesmo a morte — ocorra nos dias de hoje e seja tendência, por desconhecimento e negligência, no futuro. São necessárias medidas mais efetivas junto aos órgãos fiscalizadores e melhorias no processo de educação continuada de empregadores e trabalhadores, no sentido de priorizar, sempre que possível, a menor exposição à RUV e, quando inviável, incentivar o uso correto e disseminado dos fotos protetores. Algumas medidas são primordiais para minimizar e diminuir a chance futura do desenvolvimento da neoplasia. Os devidos cuidados com a radiação solar permanecem como principal medida contra o câncer de pele. BIBLIOGRAFIA Fundação do Câncer. 2009; [Acessado 2021 13 de julho ]; Disponível em: www.cancer.org.br. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2015. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA- INCA. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 124 p., 2014. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2017. Câncer de pele causado pela radiação ultravioleta solar 2009. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de física. Universidade estadual de Mato Grosso do Sul, Dourado 2009. Câncer de Pele, Centro de Combate ao Câncer. Disponível em: http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1334448150pele_net.pdf. Acesso em 13 de julho de 2021 Sociedade Brasileira de Dermatologia. Consenso Brasileiro de Fotoproteção [Internet]. 2013 [acesso em 14/07/2021]. Disponível em: http://www.sbd.org.br/publicacoes/consensobrasileiro-de-fotoprotecao/ Saúde Business. Comissão aprova câncer de pele como doença ocupacional [Internet]. 2021. [acesso em 15/07/2021]. Disponível em: https://www.saudebusiness.com/mercado/comisso-aprova-cncer-de-pele-como- doena-ocupacional http://www.cancer.org.br/ http://www.sbd.org.br/publicacoes/consensobrasileiro-de-fotoprotecao/ https://www.saudebusiness.com/mercado/comisso-aprova-cncer-de-pele-como-doena-ocupacional https://www.saudebusiness.com/mercado/comisso-aprova-cncer-de-pele-como-doena-ocupacional
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