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Teoria Geral Direito Civil

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RESUMO DE DIREITO CIVIL – 1º ANO.
Obras usadas para o resumo:
Direito Civil – vol. 1 – Silvio Rodrigues.
Curso de Direito Romano – J. Cretella Jr.
LICC. Dicionário Plácido e Silva.
Constituição. Pensamento:
"As dificuldades, quando as vemos de longe, são montanhas; mas, como as montanhas, abaixam-se a medida que delas nos aproximamos.". Visconde de Baillet La Tour.
Em relação à severidade das sanções: regras de etiqueta < regras de moral < regras de Direito.
Introdução ao Direito - Conceitos de Direito.
-"O Direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos". (Ruggiero e Maroi). Visão Objetiva.
-"O Direito é o conjunto de normas gerais e positivas, que regulam a vida social". (Radbruch)
- Direito é o conjunto de normas impostas pelo Estado, dotadas de sanção.
- Direito é ciência social imaginada em função do homem vivendo em sociedade. Não existe vida social sem normas reguladoras das relações entre os homens que determinem e disciplinem seu comportamento no grupo social, consideradas obrigatórias por seus componente. Tais normas são acompanhadas de sanções impostas pela autoridade constituída que atribui à norma força coercitiva, impondo sua obediência. A desobediência a essas normas provoca uma reação do poder público que é a sanção.
Conceito de Moral- "Conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos, quer de modo absoluto, quer para grupo ou pessoa determinada". (Aurélio Buarque de Holanda).
Distinção entre moral e Direito
Moral 
- O campo da moral é mais abrangente, Abrange os deveres do homem para com Deus, para - consigo mesmo e para com seus semelhantes.
- A moral é incoercível.
- A moral só comporta sanções internas (remorso, arrependimento, desgosto intenso, sentimento de reprovação geral). 
- A moral visa a abstenção do mal e a prática do bem.
- A moral dirige-se ao momento interno, psíquico, volitivo, a intenção que determina o ato. 
- Para a norma moral, o importante é a intenção de quem age.
- A moral é unilateral.
Direito- O campo do Direito é mais restrito. Compreende apenas os deveres do homem para com seus semelhantes.
- O Direito tem a coação.
- O Direito normalmente estabelece sanções externas e imediatas.
- O objetivo do Direito é evitar que se lese ou prejudique a outrém.
- O Direito dirige-se ao momento externo, físico, isto é, ao ato exterior.
- Para o Direito importa somente sua atividade nas relações com o mundo externo.
- O Direito é bilateral.
Coerção – poder de justiça, que obriga alguém a fazer ou abster-se de fazer determinada coisa, ou cumprir um dever.
Volitivo – relativo a vontade.
- A palavra Direito se origina do latim DIRECTUM para significar "o que está conforme a regra". Mas, em latim, RECTUM tem sentido mais moral do que jurídico e o Direito, propriamente, é designado pela palavra IUS.
- Justiça e Direito são a mesma coisa? Resp. não. O objetivo do Direito é a justiça e, nem sempre, onde há o exercício do Direito estará se praticando justiça.
- O poder judiciário é o que aplica as normas (regras).
- Conjunto de regras constitui o Direito.
- Falar-se-á constantemente sobre regras, pois o próprio direito é um conjunto de regras.
- Em tudo existem regras.
- É proibido matar, no Brasil? Resp. em regra, sim.
-"Há de chegar o dia em que o Direito prevaleça sobre a força do Direito".
- Existem vários tipos de regras: - regras religiosas, regras sociais (etiqueta, comportamento...), regra moral, regra judiciária ou de Direito. O não cumprimento das regras traz a condenação, crítica.
- As regras para serem seguidas não precisam, necessariamente, serem escritas. O uso constante acaba por torná-las lei.
- Aquele que paga mal, paga duas vezes.
- Quando se cria a lei, transforma-se o fato, de simples fato em regra jurídica. 
- A regra social (moral), quando desobedecida, é seguida de sanção, reação, censura, provocando uma punição .
- Não existe regra sem sanção.
- Observa-se o comportamento, cria-se a norma.
- O comportamento social é o trampolim para a criação das regras.
- Direito e Moral, quem nasceu primeiro? A moral.
- A moral contém o Direito.
- Regra Jurídica # moral leva a injustiça.
- Moral são valores, são sentidos, não se expressam e dependem de interpretação. Podem levar a várias interpretações.
- A regra de Direito é criada pelo poder do Estado, pelos legisladores.
As normas são criadas pelo comportamento social podendo ser religiosas, sociais, morais ou judiciária, que surgem com o objetivo de organizar a sociedade cujo não cumprimento pode levar a punições, sanções, servindo como base, princípio, padrão para um assunto. Elas não precisam ser obrigatoriamente escritas. Algumas, pelo uso constante viram lei. São criadas através da observação do comportamento humano. Princípio que serve de regra, de lei.
Normas de Direito Positivo = Sanções oriundas do poder público.
Normas de Ordem Moral ou Costumeira = Despida de sanções oriundas do poder público.
As sanções são punições impostas pela sociedade pelo não cumprimento das regras. É a conseqüência do desrespeito às normas criadas, prevista por quem as cria, para coibir mudanças nas mesmas.
O homem não nasce racional. Ele se racionaliza.
Direito Objetivo.- é o conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula. É a norma de ação humana, norma agendi. Exemplo; o direito de propriedade, dirigido a todos, indistintamente. A norma de Direito objetivo garante que o possuidor será garantido em sua posse. É o direito no plano material.
Não há Direito sem obrigação. A todo Direito corresponde uma obrigação. Sendo conjunto de normas pode ser classificado; ( o objetivo).
- Direito Subjetivo – faculdade conferida ao indivíduo de invocar a norma a seu favor, na defesa de seus interesses, ou seja, faculdade de agir sob a sombra da regra, facultas agendi.
Ex. o titular de domínio poder invocar a norma em defesa de seu interesse e, se esbulhado de sua posse, a prerrogativa de nela ser mantido ou reintegrado.
Visto pelo ângulo subjetivo o Direito é o interesse juridicamente protegido. É o poder atribuído à vontade de alguém para fazer valer o seu interesse, em conflito com o interesse de outro.
Possibilidade, prerrogativa que o indivíduo tem de ir à justiça para compelir quem tem uma obrigação a cumpri-la.
O Direito Subjetivo é uno, não pode ser classificado. É particular.
- Direito público – conjunto de leis elaboradas para regularem os interesses de ordem coletivo, ou seja, à organização das instituições políticas de um país; as relações dos poderes públicos entre si e destes com os elementos particulares, como membros da coletividade na defesa dos interesses da sociedade. Destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade.
- Direito Privado ou Direito Civil – é o que se constitui de regras que venham organizar juridicamente os interesses de ordem individual, nos seus aspectos civis e comerciais, registrados nas relações entre particulares ou entre estes e as pessoas jurídicas de Direito Público, quando agem como particulares, não como entidades de Direito Público.
Dirigido ao ser individual.
Tudo que venha para satisfazer uma necessidade de ordem pessoal ou particular, que não possa afetar a outra soma de interesse que se indique de ordem coletiva.
Disciplina as relações humanas:
- no âmbito familiar;
- nas obrigações de indivíduo para indivíduo;
- dos direitos reais sobre coisas próprias;
- dos direitos reais sobre coisas alheias;
- dos direitos de transmissão da propriedade na causa mortis;
- sinônimo de Direito Civil.
Nada do que foi será, do jeito que já foi um dia,
Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo.
( É uma norma porque reflete o comportamento da natureza ).
Normas da natureza: - universais, isonômicas (iguais), casuista (relação de causa e efeito), o efeito se explica pela causa.
Regras vindas da natureza humana – direito natural, regras que ele mesmo elabora.
Correlação entre Liberdade, Igualdade e Eqüidade.
Liberdade – Direito natural. É o livrearbítrio. Nasce com o homem. 
Os romanos definiam :- "A liberdade é a faculdade natural de fazer cada um o que deseja, se a violência ou o Direito lhe não proíbe".
Exprime a faculdade de se fazer ou não o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
Boa aplicação das normas sociais. 
Igualdade – É norma de Direito. Visa limitar a liberdade para que ela seja igual para todos.
Princípio pelo qual todo cidadão pode invocar os mesmos direitos.
É a designação dada ao princípio jurídico instituído constitucionalmente, em virtude do qual todas as pessoas, sem distinção de sexo ou nacionalidade, de classe ou posição, de religião ou fortuna, têm perante a lei os mesmos direitos e as mesmas obrigações. É produto de normas.
A igualdade vem do exercício da liberdade.
Princípios fundamentais.
- Tudo que agride a constituição é inconstitucional.
A História é o bonde que leva os interesses da sociedade, dos homens.
Como se dá o conhecimento na pessoa humana – extensão/quantidade ; profundidade/qualidade.
Tradição – transmissão de doutrinas, lendas, costumes, etc. durante longo espaço de tempo, especialmente pela palavra. É a transmissão, ou a passagem de fatos, ou de coisas, de pessoa a pessoa..
DIREITO ROMANO
Apresentação do Direito Romano - pag 8.
1- O que é o Direito Romano – pag.8.
2- Utilidade de seu estudo, em nossos dias – pag. 9.
3- Fases do desenvolvimento do Direito Romano – pag.11.
4- Métodos empregados em seu estudo – pag. 16.
Noções fundamentais
8- Considerações gerais - pag.21.
9- A palavra Direito – pag. 21.
10- Direito e Religião – pag. 23.
11- Direito e Moral – pag. 24.
12- Direito Público e Privado – pag. 25.
13- Divisão do Direito Privado – pag. 26.
14- O jus scriptum e o jus non scriptum. – pag.28.
15- O jus civile e o jus honorarium – pag. 29.
Preceitos – Normas
1 – Religiosos e Morais (etiqueta).
2 – Jurídicos.
3 – Diferenças ( Gerais, obrigatórias, dotadas de sanção )- das normas jurídicas com as outras.
Fontes do direito no direito romano.
1 – Não escritas –mos – costumes.
2 – Escritas;
a – Lei;
b – Plebiscitos – as leis eram aprovadas pela plebe, em comícios.
c – Senatoconsultos – discutiam, interpretavam para redigir e aprovar por aclamação, as leis mandadas pelo imperador. No começo o Senado não podia rejeitar.
d – Constituições imperiais – interpretação que o imperador podia fazer, até inovando o texto a ser interpretado. Última palavra sendo do imperador.
e – Édito dos Magistrados – conduzia o processo. Ditava a regra processual.
f – Respostas dos Prudentes – estudiosos, filósofos que tinham autorização do imperador para dar parecer sobre uma questão, podendo ser usado pelo magistrado para decidir questão.
Interpretação autêntica – Exemplo; interpretação do juiz por ser a verdadeira.
Não existe tese indefensável, existe é pessoas incapazes de interpreta-la.
Quem dá a última palavra torna certo o certo, certo o errado e reto o que é torto.
Força do Direito # direito da força.
Constituições imperiais pag 56.
Magistrados – toda pessoa que detêm uma parte do poder público. Cargos provisórios de mais ou menos um ano.
No poder romano não havia juiz no sentido atual. O mais próximo de Juiz é Pretor.
Pretor – determinava qual era o processo que as partes deviam utilizar até a palavra final do imperador.
O Estado é meio ou fim?
Ética – é o agir de acordo com as virtudes humanas.
Direito Romano – a matéria está toda marcada no livro.
- Decreto = ordem do chefe.
- Poder = Lei = vontade do povo.
-"A vontade minha como se fosse a vontade de todos"
- Em 1.888, o decreto-lei caiu na nossa constituição, dessa época em diante substituído por medida provisória (legislação de emergência) mas que passa a funcionar quase como um decreto.
- D.XII, 3, 5, 7
- Em Constantinopla já havia quem ensinasse o Direito.
- No Baixo império houve divisão, o império romano divide-se em dois; o império romano do ocidente e o império romano do oriente. O do ocidente sucumbiu e desapareceu. O do oriente permaneceu até a morte de Justiniano.
DIREITO ROMANO - Resumo do livro - 
- Conjunto de regras jurídicas que vigorou no Império Romano durante cerca de 12 séculos, desde sua fundação até a morte de Justiniano, formadoras do Corpus Juris Civilis.
Corpus Juris Civilis – conjunto ordenado de leis e princípios jurídicos, reduzidos a um corpo único, sistemático, harmônico, formado de varias partes, planejado e executado por ordem de Justiniano no séc. VI de nossa época. Monumento jurídico da maior importância, que atravessou os séculos e chegou até nossos dias.
Utilidade do Direito Romano em nossos dias: Razões de:
a) Ordem histórica – povo algum construiu legado jurídico tão completo, sistemático e penetrante. Permite surpreender o instante em que um instituto nasce, as vicissitudes por que passa, sua plenitude, decadência e morte.
b) Ordem prática – numerosos institutos romanos não morreram, reconhecem-se ainda hoje (compra venda – mútuo, hipoteca, etc.)
c)Ordem técnica-juridíca – indispensável para a formação do verdadeiro jurista pois em Roma pontificaram os mestres supremos do Direito.
- Jus – Traduz o nosso atual direito. É o ordenado, o sagrado, o consagrado.
- Justo – é o que está em harmonia com o jus.
- Justitia – vontade constante e perpétua de dar a cada um o que é seu.
- Direito (ou jus) – é a arte do meu e do teu. É o complexo das normas obrigatórias de conduta impostas pelo Estado para assegurar a convivência dos agrupamentos humanos. A arte do bom e do eqüitativo.
- Eqüidade – não é a justiça. Compõe o conceito de uma justiça fundada na igualdade, da conformidade do próprio princípio jurídico e em respeito aos direitos alheios.
Disposição de ânimo, constante e eficaz, de tratar qualquer pessoa, segundo sua própria natureza, ou tal como é, contribuindo em tudo que se tem ao alcance, desde que não seja um prejuízo próprio, para torná-la perfeita e feliz.
Funda-se na circunstância especial de cada caso concreto, concernente ao que for justo e razoável. É a regüa de Lesbos.
Métodos de estudo do Direito Romano
a) Exegético – explicação. Os glosadores tomavam como ponto de referência o texto legal corpus juris e glosavam, explicavam as passagens que depois eram resumidas em sínteses (sumas).
b) Dogmático ou escolástico – Bártolo – consideravam o direito romano de Justiniano a própria "razão escrita" e o utilizavam como verdadeira fonte legislativa.
c) Histórico – em vez de interpretar o Direito Romano, num sentido prático, adaptando-o nos novos tempos, procuram restituir aos textos seu valor real, dentro da própria vida romana onde os institutos se desenvolveram.
d)Moderno – estuda o Direito Romano como um sistema jurídico do passado, sem procurar aplicá-lo. Consideram o direito em si e por si.
Norma agendi – sentido objetivo. É a lei.
Facultas agendi – sentido subjetivo. É a faculdade que o indivíduo tem, de invocar a lei.
Jus – é o que a cidade permite.
fas – o que é permitido pela religião.
Jurisprudência – ciência do Direito. O direito aplicado com sabedoria. Sabia interpretação e aplicação das leis a todos os casos concretos que se submetam a julgamento da justiça. Firmada em sucessivas decisões, vale como verdadeira lei.
Moral – ciência geral das ações humanas.
Ética – é o agir de acordo com as virtudes humanas. 
Direito
1 - Público – tem por finalidade a organização da República.
2 - Privado – diz respeito ao interesse dos particulares
2.a - Civil (civile) – próprio aos cidadãos romanos, mais antigo, restrito, rígido. Predomina nos primeiros tempos.
2.b - Das gentes (gentium) – surge com a expansão de Roma e o contato com outros povos. É o direito comum a todos os povos, mais amplo, mais racional.
2.c - natural (naturale) – é o que é comum a todos os seres racionais, abrangendo escravos e bárbaros, mesmo fora do mundo Romano. Imutável, perene, universal.
Fontes do Direito – é tudo aquilo de onde emanam as normas jurídicasromanas.
- Não-escritas = mos – costumes
- Escritas - Lex (lei)
- Plebiscito (plebiscita)
- Senatoconsulta
- Placita principum (constituições imperiais)
- Edicta magistratuum (edito dos magistrados)
- Responsa prudentuim (respostas dos prudentes)
Ao lado do direito civil (mais formalista, antigo, conservador, frio, estrito) surge o direito honorarium ou pretoriano (mais novo, plástico, liberal, humano, menos formalista). Emana de magistrados investidos de funções públicas. Introduzido pelos pretores para ajudar, suprir ou corrigir o direito civil, por causa da utilidade pública.
Common Law – direito rígido e formalista da Inglaterra no período medieval. 
O Direito Romano é - Formalista (adstrito às normas).
- Casuístico (conforme as espécies surgem).
- Concretude (dificuldade em abstrair e generalizar).
REALEZA
Sete reis – Rômulo (fundador); Numa Pompília; Túlio Hostílio; Anco Márcio; Tarquínio antigo; Sérvio Túlio (começo de alterações consideráveis) e Tarquinio, o soberbo.
Organização Social
a) Patrícius – homens livres descendentes de homens livres agrupados em clãs familiares (as gentes). Formam a classe privilegiada a detentora do poder e das vantagens.
b) Plebeus – é a plebe. Não fazem parte das gentes, não são clientes nem patrícios. Estão sob a proteção do rei.
c) Clientes – pessoas agregadas aos patrícios, vivendo sob sua proteção. São os estrangeiros refugiados em Roma ou escravos mantidos pelo pater.
- Gens – conjunto de pessoas que descendem de um antepassado masculino comum.
- Paterfamilias – chefe onipotente da família
Organização política:
- Poder Público – (elementos que integram os poderes públicos de Roma). 
a) Rex – indicado por antecessor ou senador é detentor de um poder absoluto, o impérium.
b) Senatus – corpo consultivo (100, depois 300 patrícios) nomeados pelo rei, e ouvido por ele nos grandes negócios de estado. Detentor da auctoritas, com a qual ratifica a lei votada pelo povo por iniciativa do rei.
c) Populus romanus – integrados inicialmente pelos patrícios em idade de serviço militar. Reúnem-se em assembléias (comitia curiata), num recanto do Fórum denominado comitium. A lei proposta pelo Rex é votada pelo populus, por cúrias e recebem o nome de legis curiata.
Reformas de Sérvio Túlio – pondo de lado a origem, toma a riqueza de cada um como base para a distinção entre as pessoas. Então, formam a classis todos os que têm meios para pagar impostos. A plebe ao passar a pagar impostos adquire também direito de praticar o comércio e, honra máxima, a servir o exército.
São reformas militar e financeira com conseqüência política.
Os plebeus participam da feitura das leis, as centúrias, no campo de marte.
Fontes do Direto na Realeza – (modo de formação do Direito)
a) Costume – uso repetido e prolongado de norma jurídica tradicional, formais proclamadas pelo legislativo. Consentimento tácito do povo, envelhecido por longo hábito.
b) Lei – resulta da declaração feita pelo poder competente. Nasce da autoridade do acordo formal dos cidadãos. O rei propõe a lei ao povo reunido nos comícios, o povo aceita ou rejeita. Se aceita, torna-se obrigatória depois de ratificada pelo senado.
O Direito Romano na República - Fase das mudanças. (510 à 200 a..
Do fim da realeza com a morte do último rei destronado por revolução, chefiada por patrícios e militares. Ao rei sucede o poder consular representado pelos cônsules (senado) detentores do impérium e que encarnam a suprema magistratura. Em número de dois, anualmente, governam, revezando-se um mês cada um.
O em exercício é fiscalizado pelo outro que pode usar contra ele a intercessio ou direito de veto em caso de discordância.
Em ameaças graves à República o cônsul em exercício enfeixa o poder dos dois tornando-se ditador sem intercessio e sem provocatio, apelo ao povo reunido nos comércios.
Patrícios, todas as regalias – Plebe, desvantagens em todos os sentidos. Acaba fazendo greve de grandes proporções e se retiram em massa da cidade. Menêmio Agripa convence a plebe a voltar para a cidade com o apólogo dos membros e do estômago. Patrícios e plebeus fazem acordo e surge o Tribuno da Plebe, representante do povo no senado romano, que eram magistrados plebeus, invioláveis, sagrados, com direito de veto até contra decisão de cônsules e senadores. Têm o recurso do intercessio. Não pode ser acusado, preso nem punido. Imunidades totais, parlamentares.
Organização política
1 - Cônsules – com a expansão de Roma as funções consulares se repartem:
1.a - Questores – guarda do tesouro e administração financeira.
1.b - Censores – recenseamento, escolha dos senadores.
1.c - Edis curius – policiamento da cidade e gêneros.
1.d - Pretores – distribuição da justiça (urbano e peregrino).
1.e - Praefecte – delegado do pretor, dizem o direito.
1.f - Governadores das províncias – distribuir a justiça.
2 - Senado – compõe-se de 300 patres, nomeados pelos cônsules. É órgão consultivo.
3 - Povo – composto de patrícios e plebeus. Reúnem-se em comícios curiatos e centuriatos e nos comícios tributos (assembléia do povo).
Fontes do Direito Romano
a) Costume – pela incerteza de que se reveste é arma na não dos patrícios.
b) Lei – Lei das XII tábuas. 10 membro (decênviros) redação definitiva, aprovada e fixada no Fórum, destruída por incêndio considerada fonte de todo Direito público e privado. Sobreviveu até hoje, em partes, pela sua divulgação.
- Legis Rogatae – votadas pelo povo por iniciativa de um magistrado.
- Legis datae – medidas tomadas em nome do povo por um magistrado a favor de pessoas ou cidades.
Lei é a determinação geral do povo ou da plebe por proposta do magistrado. 
c) Plebiscito – é aquilo que a plebe deliberava por proposta de um magistrado plebeu, como, por exemplo, um tribuno. 
d) Interpretação dos prudentes – jurisprudentes ou prudentes interpretam os textos (as leis) para preencher lacunas adaptando-os as mudanças do direito vivo. O ato de interpretar é a interpretatio. Três eram as funções dos jurisconsultos:
- Respondere – consultas orais ou escritas reunidas sob o nome responsa prudentium (sentenças).
- Agere – assistir juridicamente os clientes nos processos.
- Cavere – assistir ao cliente na redação de atos jurídico
e) Edito dos Magistrados. Conjunto de declarações que os magistrados apresentam quando eleitos, sobre os projetos que pretendem desenvolver. (são os cônsules, censores, pretores e os governadores de províncias).
O Direito Romano no Alto Império ou principado.- época que vai de Augusto à morte de Diocleciano.
Organização Política:
O príncipe partilha com o senado (diarquia) mas, na verdade governa sozinho.
A pessoa do príncipe é inviolável, sagrada tem poderes ilimitados. É o chefe supremo. Sua autoridade é máxima.
O senado administra as províncias senatoriais.
Fontes do Direito Romano no Alto Império 
1 - Costume
2 - Leis – datae (importância capital) e rogatee (que perdem a importância) a lei é composta de quatro partes.
a) Índex - nome de quem teve a iniciativa.
b) Praescriptio – nome e o lugar em que a lei foi votada e título dos magistrados.
c) Rogatio – objeto e finalidade da lei.
d) Sanctio – é a pena aos infratores.
3 - Senatoconsultos – medidas de ordem legislativa que emanam do senado. Aquilo que o senado ordena e constitui.
4 - Edito dos magistrados – perdem importância. Reproduzem apenas os editos de seus antecessores.
5 - Constituições imperiais – importante para este é o próximo período. Foram catalogados por Justiniano. Emanam do imperador. O que agrada ao imperador tem força de lei. São quatro :
a) Edicto – proclamações feitas pelo imperador ao ser consagrado.
b) Mandata – instruções que o príncipe envia aos funcionários da administração.
c) Decreta – decisões que o imperador toma como juiz. Adquirem força de lei com Justiniano.
d) Rescripta – respostas dadas pelo imperador a consultas jurídicas que lhe são feitas.
6 - Respostas dos Prudentes - sentenças e opiniões daqueles a quem é permitido fixar o direito.
O Direito Romano no Baixo Império - da morte de Diocleciano até a morte de Justiniano.
Monarquia – governode um só. Monarquia absoluta. O que agradou ao príncipe tem força de lei.
Organização Política –divide-se o império Romano em, Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (invadido. vive até Justiniano).
Fontes do D. R. no Baixo Império:
Constituições imperiais – denominadas leges são a única fonte, somente as edictas que se transformam em ordens.
Codificações Romanas:
Justinianéias- Corpus Juris Civiles ( Código Velho, Digesto, Institutas, Novo Código e as Novelas)
Justiniano – não nasceu em Roma, não era culto, nem tinha nome latino. Deu o mais alto valor aos estudos e à sistematização do Direito Romano. Inimigo do sono. Empreende a tarefa de sistematizar, mandando reunir num só corpo numerosíssimos textos de lei das épocas anteriores e de sua própria época, o corpus juris civilis.
Digesto – organizado, classificado encerra tudo abrange tudo.
É a mais importante das obras de Justiniano, é a compilação dos escritos dos Jurisconsultos. Compreende 50 livros distribuídos em 7 partes. Cada livro dividido em títulos, os títulos em fragmentos, os fragmentos em principium e parágrafos.
Os fragmentos são numerados e indicam o nome do jurisconsulto que as redigiu bem como o livro da obra originária.
Institutas ou Institutiones ou Elementos – são um manual de Direito Privado Romano, elementar, para uso dos estudantes de direito em Constantinopla. Têm por objetivo a exposição didática do direito privado romano.
Dividem-se em 4 livros, os livros em títulos, estes em parágrafos e um principium.
Código Novo, Segundo Código ou Codex – é o código velho atualizado, posto em dia.
Novelas ou Autênticas – conjunto de novas instituições imperiais decretadas por Justiniano nos últimos anos de seu reinado, para atender aos novos casos que surgiam. Fizeram parte do corpus juris civiles.
Interpolações - acréscimos, supressões, modificações feitas pelos jurisconsultos no código e no Digesto por ordem de Justiniano para adaptar aqueles à época.
O Direito Romano no Império Bizantino.- da morte de Justiniano até a tomada de Constantinopla pelos Turcos em 1453.
Direito Bizantino – conjunto de regras jurídicas Justinianéias que continuaram em vigor de 565 à 1453, modificadas e adaptadas à vida dos povos do novo império. Representa o começo do reconhecimento da obra de Justiniano.
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL - (LICC)
Código de princípios do Direito em geral. (Prof. Baraldi)
- Foi trazida à vida pelo decreto-lei 4.657.
- LICC é um estatuto do Direito. Promove pensamento não só sobre o código mas, também, sobre todo o ordenamento jurídico. É um código de princípios, de normas que abrange todo o ordenamento jurídico.
- O LICC é independente ao código. Orienta regras para o ordenamento.
- Os alemães é que desvincularam o LICC do código.
- O Direito se dirige às pessoas e tem como objetivo regulamentar a vida do homem em sociedade.
- LICC não trata do homem nem da sociedade, trata do Direito em si. É um código de normas como o Direito. Indica como tratar e entender o Direito. É um código de normas das normas.
- Lei vem do legislativo. Decreto-lei vem do executivo.
- A lei é abstrata, o fato é concreto.
- A lei é anterior ao fato.
- A lei só se aplica se o fato se concretizar.
- A lei só se concretiza na aplicação.
- A fonte mais importante é a legislação.
- Lei é processo legislativo. Esse processo é a fonte formal. As demais são subsidiárias.
- A fonte do Direito é o processo legislativo. Transformar o fato em lei.
- Processo - maneira pela qual.
- Não existe democracia sem escolha, mas não existe escolha sem discussão. (Prof. Baraldi).
- Judiciário é o intérprete aplicador. Estudante é o interprete doutrinado (dificuldade maior por ter menos ferramentas).
- Exemplo de lei especial - Lei Orgânica da Magistratura ( Direitos e obrigações dos juizes à nível nacional).
- Exemplo de lei Estadual - Em cada estado tem uma lei disciplinando, a nível de estado membro.
- Lei Nacional > Lei Estadual.
- Lei é vontade de transformar um fato em norma. Só se transforma fato em norma por vontade expressa.
LICC
Art. 1°. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
Art. 2°Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
Art. 3°Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 4°. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, os princípios gerais de direito e a eqüidade.
Art. 5°. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6°. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Encontram-se no corpo do Código Civil, normas atinentes à revogação das leis, a sua aplicação e ao direito internacional privado. Assim denominou Lei de Introdução o complexo de disposições preliminares que antecedem ao Código Civil.
A lei de introdução não é parte integrante do Código Civil, constitui tão somente uma lei anexo para tornar passível uma mais fácil aplicação das leis.
Estende se muito além do Código Civil, por abranger princípios determinados da aplicabilidade das normas, questões de hermenêutica jurídica relativas ao direito privado e público e de direito internacional privado.
É autônoma ou independente, seus artigos têm numeração própria. Não é lei introdutória ao Código Civil, se o fosse, qualquer alteração no código civil, refletiria diretamente sobre ela.
Na verdade é uma lei de introdução às leis, por conter princípios gerais sobre as normas, sem discriminação.
Não é parte componente do Código Civil, pois, devido ao seu teor é bem mais ampla. 
LICC é um conjunto de normas sobre normas. Não rege as relações de vida, mas sim as normas, já que indica como interpretá-las ou aplicá-las, determinando-lhes a vigência e eficácia, suas dimensões espácio-temporais.
A Legislação, nos países de direito escrito e de constituição rígida, é a mais importante das fontes formais estatais. É o processo pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam e promulgam normas jurídicas de observância geral; é a fonte primacial do direito, a fonte jurídica por excelência; sendo sua formulação obra exclusiva do legislador.
Fonte da lei é o Poder Legislativo.
Lei - É uma regra geral que, emanada de autoridade competente, é imposta, coativamente, à obediência de todos.
As leis podem se ser; 
- amplíssima – lei como gênero; sinônimo de norma jurídica (escritas ou costumeiras)
- ampla – vocábulo lei entendido como oriundo do verbo legere ( ler ), a lei é, então, tudo o que se lê. 
Designa todas as normas jurídicas escritas, sejam leis propriamente ditas, decorrentes do Poder Legislativo, sejam os decretos, os regulamentos ou outras normas baixadas pelo Poder Executivo.
- Estrita ou técnica – indica a norma jurídica elaborada pelo poder legislativo; nasce da vontade do povo, representado por seus representantes legislativos.
O processo legislativo vem a ser um conjunto de fases constitucionalmente estabelecidas, pelas quais há de passar o projeto de lei, até sua transformação em lei vigente., cujos trâmites vigentes são;
a) iniciativa – apresentação de um projeto de lei
b) discussão – pode receber emendas, será objeto de discussão e aprovação
c) deliberação ou votação – o plenário manifesta-se contra ou a favor do projeto
d) sanção – após aprovação pelo legislativo, é remetido ao executivo para ser sancionado ou vetado (oposição ou recusa ao projeto)
e) promulgação – é o ato pelo qual o Executivo autentica a lei, atestando sua existência, ordenando sua aplicação e cumprimento, uma vez que passará a pertencer ao ordenamento jurídico A executoriedade da lei dependerá da ordem do executivo para que se observe e faça observar o preceito legal. A promulgação, por ser ato de competência do Executivo, é que dará força executória à lei, que tenha sancionado, dando-lhe autenticidade.
f) publicação – no Diário oficial, visando tornar pública a nova lei, possibilitando seu conhecimentopela comunidade e pelos destinatários. É o ato pelo qual a lei é levada ao conhecimento de todos que lhe devam obediência , tornando-se obrigatória. A obrigatoriedade, portanto, supõe a publicação, sendo que a lei só a adquirirá após a vacatio legis. Portanto, a lei tornar-se-á obrigatória só após a sua publicação, por gerar a presunção de que a norma jurídica, já formada e declarada em execução, chegou ao conhecimento daqueles que são adstritos a obedecer ao seu comando e dos que devem executá-la e aplicá-la.
A publicação da lei deverá ser oficial, feita sob a responsabilidade do governo, no Diário Oficial, para que mereça fé e tenha autenticidade a fim de ser reconhecida pela sociedade e obedecida pelos seus destinatários, embora sua vigência não se inicie desde logo, exceto se o legislador assim o determinar. A executoriedade é, portanto, o efeito da promulgação, por isso, é o ato que atesta sua existência. E a obrigatoriedade, é efeito da publicação.
Ter-se-á a existência jurídica da lei se esta for emanada por poder competente e se preenchidas as formalidades necessárias.
Vacatio legis – tempo vago – decurso de um lapso de tempo entre a data de publicação de uma lei e sua entrada em vigor. Com o término da vacatio ter-se-á o início da obrigatoriedade da lei nova. 
Para que a lei tenha completa autoridade imperativa, desenvolvendo força obrigatória adquirida, precisará aguardar o prazo fixado para sua entrada em vigor.
Logo; o transcurso da vacatio legis é o complemento da publicação imprescindível para que a lei faça atuar sua autoridade. Antes do decurso da vacatio a lei nova não terá efetiva força obrigatória nem autoridade imperativa, mesmo que promulgada e publicada por ainda estar em vigor a lei antiga.
Subsunção – seu problema central é a qualidade jurídica dos casos sub judice, dificultada por: 
a) falta de informação.
b) Indeterminação semântica.
Exemplo de subsunção:
O dispositivo do Código Civil estabelece a proteção possessória garantindo o possuidor, permanece como norma abstrata até o momento em que o possuidor, alegando uma turbação da posse, pede ao órgão judicante a aplicação da norma protetora. A aplicação do direito, dessa forma concebida, denomina-se subsunção.
O magistrado é o intermediário entre a norma e a vida ou instrumento pela qual a norma abstrata se transforma numa disposição concreta. É pela ação do magistrado que a norma se movimenta ante um fato concreto.
Antinomias – conflitos normativos. Só é real quando houver um caso próprio para ser julgado, um caso concreto e não hipotético.
1 - Antinomia real – oposição total ou parcial entre duas ou mais normas contraditórias.
a) incompatibilidade;
b) indecidibilidade;
c) necessidade de decisão.
2 - Antinomia aparente – se os critérios para soluciona-la forem normas integrantes do ordenamento jurídico.
Quando os critérios podem eliminar um dos dois.
Embora a antinomia real seja resolúvel, ela não deixa de ser uma antinomia, porque a solução dada pelo magistrado a resolve tão somente no caso concreto, não suprimindo sua possibilidade no todo do ordenamento jurídico.
Critérios para resolução de antinomia:
- Critérios hierárquicos – superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outra. No conflito entre normas de diferentes níveis a de nível mais alto terá preferência.
- Critérios cronológicos – dentro da mesma escala lei posterior derroga lei anterior.
- Critério da especialidade – lei especial derroga lei geral.
Revogar – é tornar uma norma sem efeitos, retirando sua obrigatoriedade. Cessação da existência da norma obrigatória. É gênero. As espécies são:
a) Ab rogação – supressão total da norma anterior, por ter a nova lei regulada inteiramente a matéria ou por haver entre elas incompatibilidade explicita ou implícita.
b) Derrogação – torna sem efeito uma parte da norma. A norma derrogada não perderá sua vigência pois somente os dispositivos atingidos é que não mais terão obrigatoriedade.
c) Expressa – quando a norma revogadora declara qual a lei que está extinta, total ou os artigos.
d)Tácita – quando a nova lei contiver disposições incompatíveis com as da interior. Quando houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga.
Repristinação – Quando o legislador derroga ou ab roga uma lei que revogou a anterior. Não ressuscita a lei morta. A lei restauradora nada mais é do que uma nova norma com conteúdo igual ao da lei anterior revogada.
Lacunas – quando o magistrado, ao solucionar um caso, não encontra norma que lhe seja aplicável. Após a admissão da existência de lacuna é necessário sua identificação ou constatação. 
Art. 4o - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, os princípios gerais de direito e a eqüidade.
a) analogia – o fundamento da analogia encontra-se na igualdade jurídica. Em similares probabilidade de semelhança.
b) costume – só poderá o magistrado recorrer ao costume quando se esgotarem todos as potencialidades legais para preencher a lacuna.
c) Princípios gerais de Direito – quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre-a com os princípios gerais de direito que são cânones que não foram ditados, explicitamente pelo elaborador da norma, mas que estão contidas de forma imanente no ordenamento jurídico. "Os pactos devem ser cumpridos".
São normas de valor genérico que orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não positivadas.
d) Eqüidade – se nenhum dos casos anteriores atender ao preenchimento da lacuna o legislador poderá utilizar-se da eqüidade, em três acepções:
- Latíssima – princípio universal da ordem normativa.
- lata – eqüidade confundir-se-ia com a idéia de justiça absoluta ou ideal.
- estrita – a justiça no caso concreto, ideal de justiça aplicada. 
A norma poderá ter vigência temporária ( ter fixado o tempo de sua duração) ou Vigência permanente (sem prazo determinado).
Casos haverá em que se terá o fim da norma, que poderá ser por;
- Caducidade – por tempo fixado ou fim do fato.
- Desuso – se a baleia desaparece, como usar a norma que proíbe sua caça?
- Costume negativo – proíbe fumar no ônibus e vender cigarros na rodoviária.
Art.5° Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
A operação de interpretação de uma norma jurídica tem por objeto precisar seu conteúdo exato. Conforme a fonte a interpretação pode ser;
a) Gramatical - Exame do texto procurando o sentido exato de cada vocábulo
b) Lógica - O texto é estudado em confronto com outros para não conflitar com regras para casos análogos.
c) Histórica - Exame dos trabalhos que precederam a promulgação.
A lei disciplina relações que se estendem no tempo e florescem em condições desconhecidas ao legislador. Daí a idéia de se procurar interpretar a lei de acordo com o Fim a que ela se destina (interpretação Teleológica). Devendo o interprete, na procura do sentido da norma, inquirir qual o efeito que ela busca, qual o problema que visa resolver.
A ciência do direito surge como teoria hermenêutica tendo, entre outras, a tarefa de;
a) Interpretar normas pois toda norma é passível de interpretação.
b) Verificar a existência da lacuna jurídica 
c) Afastar contradições normativas, indicando critérios para solucioná-las.
A ciência jurídica aparece como teoria da decisão.
A doutrina tradicional analisa a decisão jurídica nela vislumbrando uma operação dedutiva ou construção silogística, onde a norma geral seria a premissa maior; o caso conflitivo, a premissa menor; e a conclusão, a decisão. 
Trata-se do problema da subsunção, onde a grande dificuldade seria encontrar a premissa maior, ante o fato de haver normas que se completam ou se excluem.
Na decisão jurídica existem dois problemas; - qualificação jurídica e o das regras decisórias.
A deliberação, que precede a escolha envolve um ato de vontade, de conhecimento mas, essa qualificação jurídica não é fácil devido a;
a) Vaguidade, ambigüidade ou indeterminação semântica dos conceitos contidos na norma.
b) Faltade informação sobre os fatos do caso, remediadas pelo recurso prático das presunções legais.
O jurista, para cumprir tão árdua tarefa (art. 5 LICC ),aplicará a norma ao caso concreto de modo a atender à finalidade social e ao bem comum.
Fim Social - Deve-se procurar interpretar a lei de acordo com o fim a que ela se destina.
Os fins sociais são do direito pois a ordem jurídica, como um todo, é um conjunto de normas para tornar possível a sociabilidade humana; logo, deve-se encontrar nas normas o seu fim (telos) que não poderá ser anti-social. O aplicador deverá ter por meta a felicidade da sociedade política.
Dessa forma, a aplicação da lei seguirá a marcha dos fenômenos sociais, receberá vida e inspiração do meio ambiente e poderá produzir a maior soma possível de energia jurídica. O intérprete. Na procura do sentido da norma, deve indagar qual o problema que visa resolver.
Bem Comum
A doutrina escolástica vislumbra no bem comum o direito fundamental da sociedade, que exige certos requisitos condicionantes de uma vida digna para os cidadãos, com a proeminência dos valores da pessoa humana sobre os interesses particulares dos indivíduos.
As exigências do bem comum são os elementos que impelem os homens para um ideal de justiça e consiste na preservação dos valores positivos vigentes na sociedade, que dão sustento a determinada ordem jurídica.
Interpretação Autêntica - Interpretar autenticamente não é apenas desvendar o sentido contido atrás da expressão legal, mas é a arte jurídica de eleger, dentre os significados possíveis albergados pela lei, o decisivo para dado caso concreto, por exteriorizar o sentido mais favorável ou adequado.
Art. 6° - A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Este artigo trata da obrigatoriedade da lei no tempo, da limitação da eficácia da nova norma em conflito com a anterior.
Como revogar é cessar o curso da vigência da norma, não implicando necessariamente eliminar totalmente a eficácia, quando a nova norma vem modificar ou regular, de forma diferente, a matéria versada pela anterior, no todo (ab-rogação) ou em parte (derrogação), podem surgir conflitos entre as novas disposições e as relações jurídicas sob a vigência da velha norma revogada. Para solucionar tais questões, os critérios utilizados são;
a) das disposições transitórias, chamadas direito intertemporal, elaboradas pelo legislador no próprio normativo para conciliar a nova norma com as relações já definidas pela anterior. São disposições que têm vigência temporária, com o objetivo de resolver e evitar os conflitos ou lesões que emergem da nova lei em confronto com a antiga.
b) O dos princípios da retroatividade e da irretroatividade das normas, quando existirem conflitos entre a norma mais recente e as relações jurídicas definidas na norma anterior, na ausência de norma transitória.
Em regra, a norma só diz respeito a comportamentos futuros, embora possa referir-se a condutas passadas, tendo força retroativa.
A norma é retroativa quando atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da revogada. E irretroativa quando não se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente.
A nova norma, salvo situações anormais de prepotência e ditadura não pode e não deve retroagir atingindo fatos e efeitos já consumados sob o império da antiga lei.
A irretroatividade das leis é somente um princípio de utilidade social, daí não ser absoluto, por sofrer exceções.
Ato jurídico perfeito
O ato jurídico perfeito é o já consumado, segundo a norma vigente, ao tempo em que se efetuou, produzindo seus efeitos jurídicos, uma vez que o direito gerado foi exercido. É o que já se tornou apto para produzir os seus efeitos.
Para gerar direito adquirido, o ato jurídico deverá não só ter acontecido em tempo hábil, ou seja, durante a vigência da lei que contempla aquele direito, mas também ser válido, isto é, conforme aos preceitos legais que o regem.
Direito adquirido.
O direito adquirido é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo que nem lei de fato posterior possa alterar tal situação jurídica. É o limite da atuação da regra do efeito imediato da lei nova.
Portanto, o direito adquirido consistiria na possibilidade de se extrairem efeitos de um ato contrário aos previstos pela lei atualmente vigente, ou seja, é aquele que continuaria a gozar dos efeitos de uma norma pretérita mesmo depois de já ter sido revogada. Implicaria o direito subjetivo de fazer valer um direito, cujo conteúdo encontra-se revogado pela lei nova.
Coisa julgada.
A coisa julgada, ou caso julgado, é uma qualidade dos efeitos do julgamento. É o fenômeno processual consistente na imutabilidade e indiscutibilidade da sentença, posta ao abrigo dos recursos, então, definitivamente preclusos, e dos efeitos por ela produzidos porque os consolida.
A lei superveniente (lei que sobrevem, que aparece ou vem depois) não poderá alcançar a coisa julgada, nem o órgão judicante poderá decidir novamente o que estiver decidido como forma imutável de sentença, a fim de que se resguarde a segurança das relações jurídicas.
É a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Ratificação.
Do latim medieval ratificatio, composto de ratum (confirmado) facere (fazer), aprovação ou confirmação de ato jurídico praticado por outrem, sem poderes especiais para isso ou para o qual não se tinha dado o necessário consentimento ou autorização. Neste caso é a aprovação ao ato não autorizado.
A ratificação pode vir também para validação de ato irregular ou imperfeito executado pela própria pessoa, implicando em correção ou saneabilidade do defeito, a fim de que o ato ou negócio jurídico possa surtir os necessários efeitos legais, pela confirmação. Estando, neste caso, um dos principais efeitos da ratificação que é o de retroagir até o dia em que o ato foi praticado.
A ratificação entende-se para ato jurídico já praticado, isto é, já existente, podendo ser tácita ou expressa. O ato jurídico inexistente não é suscetível de ratificação.
Somente os atos relativamente nulos ou anuláveis podem ser ratificados. Os atos nulos não se validam pela ratificação, desde que se reputam atos inexistentes.
Quando a ratificação é feita sem restrições ou limitações, é tida como pura e simples.
Para que a pessoa possa, validamente, ratificar o ato jurídico, é necessário que tenha sido este praticado por ela, sem obediência à forma legal, que o torna anulável, ou por outrem em seu nome, sem a sua autorização.
Na terminologia do Direito Público, entende-se a ratificação como confirmação que o chefe de Estado ou o poder competente dá ao ato praticado por seus delegados, conforme autorização anterior, aprovando-o, assim, afinal.
DIREITO CIVIL - Parte Geral - vol.1 Sílvio Rodrigues.
Anotações dos cadernos.
Influência dos romanos dentro do código civil.
O direito romano foi uma semente para o direito civil.
Na época colonial, no Brasil, vigoravam as leis de Portugal.
Parte geral - as várias partes especiais.
Parte Especial - cada instituto separadamente.
Uma coisa abandonada, rejeitada - quem acha se torna dono.
É necessário atualizar o código, verificar a realidade do que para a nossa época.4
O Direito é fruto das relações da sociedade, é a vontade social em normas de conduta.
Início do resumo do livro de Direito Civil junto com anotações das aulas.
Capítulo I. - Noção de Direito.
O Direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos.
Norma - Derivado do latim norma, oriundo do grego gnorimos (esquadria, esquadro), na linguagem jurídica significa regra, modelo, paradigma, forma ou tudo que se estabelece em lei ou regulamento para servir de pauta ou padrão na maneira de agir. É o preceito de direito pois, nela está contida a regra a ser obedecida, a forma a ser seguida ou o preceito a ser respeitado.
Normas de Direito ou de Direito positivo- acompanhadas de sanções oriundas do poder público.Normas de ordem moral ou ordem costumeira - despidas de sanções oriundas do Poder Público.
Divisões ou classificações do Direito; - Direito objetivo e direito subjetivo.
Direito público e Direito privado.
Direito objetivo: - conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula. É a norma da ação humana, a norma agendi.
Direito subjetivo - é a prerrogativa que para o sujeito decorre da norma, faculdade conferida ao indivíduo de invocar a norma a seu favor, faculdade de agir sob a sombra da regra, é a facultas agendi.
Direito público - é o destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade. A ele compete a organização do estado (Direito constitucional).
Direito privado - é o que regula as relações entre os homens, tendo em vista os interesses particulares dos indivíduos, ou a ordem privada. Podendo-se dizer, de maneira mais ampla que é o próprio Código Civil pois;
Art.1° C.C. - Este código regula os direitos e obrigações de ordem privada concernentes às pessoas, aos bens e às suas relações.
As fontes do Código Civil Brasileiro.
A fonte primordial de nosso Direito Civil é o direito romano, embora tenha colhido grande número de suas soluções nas ordenações do reino e nas legislações portuguesa e , note-se também, influência do Código Napoleônico de l804 e do Código alemão de 1896.
É a legislação portuguesa, entretanto, dentre as fontes próximas de nossa legislação, a que exerceu maior influência.
O Código Civil Brasileiro
O Código Civil comporta duas grandes divisões: - Parte Geral ( as várias partes especiais ) e Parte Especial ( cada instituto separadamente ). E é antecedido pela Lei de Introdução ao Código Civil.
A Parte Geral do Código Civil contém preceitos aplicáveis aos institutos disciplinados na Parte especial e divide-se em três livros;
- o Livro I - cuida da teoria das pessoas, isto é, do sujeito do direito, define a personalidade civil, a capacidade para o exercício dos direitos, a personalidade jurídica e o domicílio.
- O Livro II - trata da classificação dos bens, isto é, do objeto do direito.
- O Livro III - trata da teoria dos fatos e atos jurídicos, isto é, da relação jurídica.
A Parte Especial do Código Civil divide-se em quatro livros;
Direito de Família; Direito das coisas, Direito das obrigações; Direito das sucessões.
O Código civil brasileiro representava, ao tempo de sua feitura, aquilo que de mais completo se conhecia no campo do direito. Hoje, seu defeito, se tem algum, é o de ter sido elaborado ao fim do século XIX e representar a cristalização da cultura da época, desadaptada à evolução que se seguiu.
Livro I - DAS PESSOAS. - Capítulo I - DA PESSOA NATURAL
1- Divisão das pessoas.
1.1- Pessoas Naturais - a natureza divina.
1.2- Pessoas jurídicas - criadas pelo direito.
Como são divididas as pessoas no código civil? Resposta - Pessoas Naturais e Pessoas Jurídicas.
Visão Gráfica.: - Pessoas Naturais - são seres nascidos de mulher = pessoa física.
Pessoas Jurídicas - são entes criados pela própria ciência do direito.
Pessoa - derivado do latim persona , no sentido técnico-juridico, exprime ou designa todo ser, capaz ou suscetível de direitos e obrigações. É o ser a que se reconhece aptidão legal para ser sujeito de direitos, no que se difere da coisa, tida sempre como objeto de uma relação jurídica.
O clone é um ser humano vivo, tem personalidade jurídica, é pessoa natural.
Pessoas Naturais - São seres "nascidos de mulher", futuramente o conceito de ser com personalidade mudará para abranger os clones.
Da pessoa natural como sujeito de direitos - O direito objetivo é a norma posta a viger num determinado momento para reger as relações dos homens vivendo em sociedade; é a norma agendi. O direito subjetivo é a prerrogativa que para o indivíduo decorre da norma objetiva, quando ele é o titular do direito; é a facultas agendi.
Ao se falar em direito subjetivo, em facultas agendi, (relação jurídica de onde decorre uma prerrogativa para alguém), imprescindível se faz conceber o titular dessa prerrogativa, porque, não há direito subjetivo sem sujeito, pois o direito tem por escopo proteger os interesses humanos.
O que releva acentuar é que em toda relação jurídica existe sempre um titular.
Relação jurídica - é aquela relação humana que o ordenamento jurídico acha de tal modo relevante que lhe dá o prestígio de sua força coercitiva.. Ela se estabelece entre indivíduos, porque o direito tem por escopo regular os interesses humanos, de maneira que o sujeito da relação jurídica é sempre o homem. Verdade que por vezes se encontram organismos que não são homens, exercendo a titularidade de direitos. São as chamadas pessoas jurídicas. Mas, ver-se-á que tais entidades representam um instrumento para melhor atingir interesses humanos.
Se toda relação jurídica tem por titular o homem, verdade é, também, que todo homem pode ser titular de uma relação jurídica; todo ser humano tem capacidade para ser titular de direitos. É o que proclama a regra do art.2° do C.C.:
Art.2° C.C. - Todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil.
Art.3° - C.C.- A lei não distingue entre nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e ao gozo dos direitos civis. O homem, em geral, tem o direito de ser exigido e exigir os seus direitos e obrigações, ele é livre, é capaz.
Art.4° C.C. - A personalidade civil do homem começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro.
No mundo moderno, na quase totalidade dos países, a mera circunstância de existir confere ao homem a possibilidade de ser titular de direitos. A isso se chama personalidade.
Personalidade - do latim personalitas, de persona (pessoa), significa o conjunto de elementos próprios ou inerentes à pessoa, formando ou constituindo um indivíduo, morfológica, fisiológica e psicologicamente diferente de qualquer outro. É a qualidade de pessoa.
Personalidade Civil - vocação, capacidade, já nasce com homem ( aptidão nata ) de contrair direitos e obrigações na ordem social.
Início e fim da pessoa natural. - Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Tal personalidade se adquire com o nascimento com vida, conforme determina o art.4° do C.C..
A restrição (nascimento com vida) contida neste dispositivo pode ter enorme relevância na prática, pois conforme se demonstre que o indivíduo nasceu morto ou morreu logo após o nascimento, diversas e importantes conseqüências podem defluir.
A lei brasileira também põe a salvo , desde a concepção, os direitos do nascituro que é o ser que, já concebido, ainda se encontra no ventre materno.
Nascituro - Derivado do latim nasciturus, indica aquele que há de nascer. É ser concebido, ainda no útero da mãe. Ainda não tem personalidade civil pois não se sabe se vai nascer com vida. Contudo a lei garante seus direitos como tal.
A personalidade civil só vem com a vida, com o nascimento da pessoa.
A personalidade que o indivíduo adquire ao nascer com vida, termina com a morte.
A lei presume, para os efeitos civis (exceto casamento), a morte do ausente (pessoa que desaparece de seu domicílio, deixando de dar notícias por um largo período de tempo).
Comorientes - são pessoas que falecem na mesma ocasião, sem que se possa determinar qual pré-morreu à outra.. 
Só surge a dúvida se através da prova pericial, ou de circunstâncias externas, não for possível apurar qual falecimento precedeu ao outro.
- Na hipótese de pré-morte do pai, seu patrimônio passa ao filho e daí para os herdeiros do filho.
- De pré-morte do filho, seus bens irão aos seus herdeiros e, portanto possivelmente a seu pai, e daí aos herdeiros deste.
- Se comorientes, relações jurídicas não se estabelecem entre eles, porque perderam simultaneamente sua personalidade, por conseqüência beneficiar-se-ão os herdeiros de cada qual.
Se não for possível averiguar qual dos dois precedeu os outros, presume-se simultaneamente mortos.
Se não se puder provar qual de duas pessoas pré-morreu à outra, presume-se que;
- a mais velha sobreviveu, se ambas tiverem menosde 15 anos,
- se ambas tiverem mais de 60, presume-se ter sobrevivido a mais moça,
- se uma tinha menos de 15, e a outra mais de 60, esta presume-se morta em primeiro lugar,
- se ambas contarem entre 15 e 60 anos, presume-se que o homem sobreviveu à mulher, se ambas do mesmo sexo, que a mais moça morreu após a mais velha.
Da capacidade de gozo e da capacidade de exercícios de direitos.
Todo ser humano, desde seu nascimento até sua morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil. Mas, nem todos podem exercer, pessoalmente tais direitos. A lei, tendo em vista a idade, a saúde, ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas, e com o intuito de protegê-las, não lhes permite o exercício pessoal de direitos. Assim, embora lhes conferindo a prerrogativa de serem titulares de direitos, nega-lhes a possibilidade de pessoalmente os exercerem. Classifica tais pessoas como incapazes. 
Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis para que ela exerça os seus direitos.
Mister se faz distinguir a capacidade de direito, ou seja, a de ser titular de direitos, da capacidade de exercício, isto é, a de pessoalmente atuar na órbita do direito.
Se ato jurídico é ato da vontade humana a que a lei empresta conseqüência, e se a lei despreza a vontade do absolutamente incapaz, é evidente que este não pode, pessoalmente, ser a mola criadora de um ato jurídico
Sentido protetório da teoria das incapacidades.
O legislador, ao arrolar entre os incapazes referidas pessoas, procura protegê-las. Partindo de que ao menor falta a maturidade necessária para julgar de seu próprio interesse; ao amental falta o tirocínio para decidir o que lhe convém ou não; ao pródigo ou ao silvícola falta o senso preciso para defender seu patrimônio, o legislador inclui todos esses indivíduos na classe dos incapazes, a fim de submetê-los a um regime legal privilegiado, capaz de preservar seus interesses.
A incapacidade, na lei, é exceção e a capacidade, a regra.
Distinção entre incapacidade absoluta e relativa.
- Absolutamente incapazes - são aqueles que não podem, por si mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos. O direito, tendo em vista a condição do menor impúbere, a do psicopata, ou a do surdo-mudo que não se pode externar, despreza sua vontade, e não lhe dá qualquer efeito como criadora de relações jurídicas.
O ato jurídico emanado de pessoa absolutamente incapaz é nulo, e pode ser declarado ineficaz pelo juiz, pois;
Art. 145. É nulo o ato jurídico: I. Quando praticado por pessoa absolutamente incapaz 
Art. 5°. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - Os menores de 16 anos, (não é a aptidão para procriar que se deve ter em vista, mas o desenvolvimento intelectual e o poder de adaptação às condições da vida social). A norma fixa em 16 anos a idade da maturidade relativa, e em 21 a da maturidade.
II - Os loucos de todo gênero, (alienados, amentais, psicopatas). Depende de um processo de interdição. "Os atos anteriores à interdição poderão ser anulados, se a causa da interdição existia notoriamente à época em que tais fatos foram praticados".
III - Os surdos-mudos, que não puderem exprimir sua vontade,
IV - Os ausentes, declarados tais por ato do juiz.
Essa deficiência física, todavia, não impede o absolutamente incapaz de participar do comércio jurídico, apenas o impede de faze-lo pessoalmente, condicionando-o ao fato de ser representado por outra pessoa, por não possuir vontade.
Representarão os absolutamente incapazes seus pais, tutores ou curadores.
Contra os absolutamente incapazes não corre a prescrição para que não sejam lesados pela inépcia de seus representantes.
O mútuo feito a menor não pode ser reavido.
Pode o menor ou o interdito, recobrar a dívida de jogo que voluntariamente pagou.
Incapacidade relativa - A lei, restringindo sua liberdade de ação dentro da órbita das atividades jurídicas, permite-lhes a pratica de atos jurídicos. Condiciona, entretanto, a validade do ato jurídico praticado pelo relativamente incapaz ao fato de ele se aconselhar com pessoa plenamente capaz - seu pai, tutor ou curador - que o deve assistir nos atos jurídicos.
Enquanto o absolutamente incapaz é representado, o relativamente incapaz é apenas assistido por seu pai, tutor ou curador.
É anulável o ato praticado pelo relativamente incapaz.
Art.6°. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - Os maiores de 16 anos e os menores de 21 anos. - A lei, neste caso, admite que o indivíduo já tenha atingido certo desenvolvimento intelectual que, apesar de não lhe dar inteiro discernimento de tudo que lha convém nos negócios, possibilita-lhe atuar pessoalmente na vida jurídica, não lhe desprezando mais a sua vontade, atribuindo ao ato praticado pelo menor púbere todos os efeitos jurídicos, desde que se submeta aos requisitos exigidos pela lei. O requisito mais relevante é o de vir o menor assistido por seu representante.
Diferentemente do caso do impúbere, aqui é o próprio menor que atua no negócio jurídico, e é a sua vontade.
Se o menor púbere contrai obrigação desassistido por seu representante, ela é anulável; pelo próprio menor, ou por seu representante legal., e só o será se resultar prejudicial ao incapaz.
Entretanto, uma regra limita o alcance deste princípio, pois ele não incide sobre o menor que, agindo dolosamente, enganou o outro contratante sobre sua idade.
Art.155. O menor, entre 16 e 21 anos, não pode, para se eximir de uma obrigação, invocar a sua idade, se dolosamente a ocultou, em querido pela outra parte, ou se, no ato de se obrigar, espontaneamente se declarou maior. 
Esta regra nega proteção ao menor cujo discernimento já é bastante para distinguir o bem do mal e que, agindo dolosamente, sabe que agiu mal.
II - Os pródigos - pródigo é aquele que, desordenadamente, gasta e destrói a sua fazenda. Essa lei se inspira num interesse social relevante, o de proteger a sua família.
O pródigo só será interditado e considerado relativamente incapaz havendo cônjuge, ou tendo ascendentes ou descendentes legítimos que lhe promovam a interdição.
Como sua deficiência só se mostra no trato de seus próprios bens, sua incapacidade é limitada aos atos que o podem conduzir a um empobrecimento, não podendo, então, sem assistência de curador, emprestar ,transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado e praticar atos que não sejam de mera administração.
III - Os silvícolas - os aborígenes do Brasil, por viverem afastados da civilização e por não terem grau de experiência suficiente para defender sua pessoa e bens em contato com os brancos é considerado relativamente incapaz, tão somente até que se adaptem a civilização do país.
Fim da menoridade - aos 21 anos completos, acaba a menoridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil. Por mais precoce que seja o menor, continuará incapaz (a menos que venha ser emancipado), enquanto não completar 21 anos de idade.
De todos os animais o homem é o que mais demora para atingir a idade adulta. "Presume"-se que, aos 21 anos ele a atingirá.
Emancipação - é a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Que pode ser feita de várias maneiras;
- ato específico de vontade, manifestada pelo titular do pátrio poder ou por sentença do juiz
- pelo casamento (o casamento era considerado o ato jurídico mais importante. Em vista disso "quem pode o mais, pode o menos). A mulher pode casar aos 16 e o homem aos l8 anos
- pelo exercício de emprego público efetivo
- pela colação de grau em curso superior
- pelo estabelecimento com economia própria.
A emancipação advindo de ato expresso depende de um pressuposto básico; que o menor tenha 18 anos completos.
A emancipação do menor sobre pátrio poder é feita por concessão dos pais e a do menor sobre tutela é feita sobre sentença judicial.
A emancipação é irreversível.
incapacidades
Absoluta ou relativa maioridade
Marco
Capacidade - liga-se ao desenvolvimento da pessoae seu raciocínio.
Ato jurídico é ato de vontade - se não tem vontade como ter capacidade?
Ter capacidade é exercitar a vontade, é pensar, é querer, é praticar a minha vontade.
Capitulo III - das pessoas jurídicas - Propositura do problema e tentativa de conceituar
Não há direito sem sujeito.
O direito tem por fim proteger os interesses humanos, tendo o homem por titular do direito.
Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade; são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõe, capazes de serem sujeitos de direito e obrigações na ordem civil.
Origem e natureza jurídica (da pessoa jurídica) - a pessoa jurídica surge para suprir a própria deficiência humana, quando não encontra em si forças e recursos necessários para uma empresa de maior vulto, procurando então estabelecer sociedade com outros homens, constituindo um organismo capaz de alcançar o fim desejado, que nem sempre tem o intuito econômico, podendo ser recreativa, para se cultivarem ou praticarem a caridade, assistência social ou cultuarem um deus.
Uma sociedade nasce, ganha vida e personalidade, sobrelevando-se aos indivíduos que a compõe. 
Algumas vezes, uma porção de bens livres do patrimônio de alguém pode integrar esta sociedade, que será administrado e gerido tendo em vista aquele escopo em questão, surgindo uma pessoa jurídica, isto é, uma fundação.
Várias teorias foram elaboradas tentando justificar e explicar a existência da pessoa jurídica, entre elas; 
a) da ficção legal - Savigny sustentava que a personalidade jurídica decorria de uma ficção da lei. Enquanto a personalidade natural é uma criação da natureza e não do direito, a personalidade jurídica somente existe por determinação da lei. A pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, sendo certo que a lei, por ficção, lhe atribui existência.
b) A teoria da pessoa jurídica como realidade objetiva - de procedência germânica, representa uma reação contra a anterior. Sustenta que a vontade, pública ou privada, é capaz de dar vida a um organismo, que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, capaz de tornar-se sujeito de direito, real e verdadeiro. A idéia básica dessa teoria é a de que as pessoas jurídicas, longe de serem mera ficção, são uma realidade sociológica, seres com vida própria, que nascem por imposição das forças sociais.
c) Teoria da pessoa jurídica como realidade técnica - a personalidade jurídica é um expediente de ordem técnica, útil para alcançar indiretamente alguns interesses humanos. O Estado, as associações, as sociedades existem; A circunstância de serem titulares de direitos demonstra que sua existência não é fictícia, mas real. Tal realidade seria meramente técnica, pois, no substrato, visa à satisfação dos interesses humanos.
d) Teoria institucionalista de Hauriou - uma instituição preexiste ao momento em que a pessoa jurídica nasce. A constituição de uma instituição envolve; uma idéia que cria um vínculo social, unindo indivíduos que visam a um mesmo fim; e uma organização, um conjunto de meios destinados à consecução do fim comum. Quando a instituição alcança certo grau de concentração e de organização torna-se automaticamente pessoa jurídica.
De qualquer modo, para o direito brasileiro, tais entes têm realidade objetiva, pois a lei assim o diz.
O art. 18 do C.C. determina que começa a existência legal das pessoas jurídicas pela inscrição de seus contratos no seu registro peculiar.
O art. 20 proclama que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros..
O art. 21 enumera as hipóteses em que termina a existência dos entes morais.
Classificação das pessoas jurídicas - podem ser classificadas tendo em vista sua estrutura ou a órbita de sua atuação.
Pessoa jurídica - Comerciais = lucro
- Civis ( prestadoras de serviços em geral ) sem lucro ou com lucro sem comércio ou indústria.
A pessoa jurídica civil, quanto a estrutura pode ser;
a) as que têm como elemento subjacente o homem, que se compõem pela reunião de pessoas ( associações e as sociedades);
b) as que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim ( fundações).
Quanto a órbita de sua atuação, as pessoas jurídicas podem ser;
a) de direito público externo ( as nações, a Santa Sé, a Organização da Nações Unidas);
b) de direito público interno ( a União, os Estados, o Distrito Federal e cada um dos Municípios)
c) e de direito privado ( sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas, literárias, as associações de utilidade pública e as fundações, as sociedades mercantis, e os partidos políticos ). Que podem ter finalidade lucrativa como as sociedades ou sem finalidade lucrativa como as entidades pias, clubes esportivos, etc.
Dos requisitos para a existência legal das pessoas jurídicas. - A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição dos seus contratos, atos constitutivos, estatutos ou compromissos em seu registro público peculiar.
A compor a idéia de pessoa jurídica encontram-se dois elementos;
- O material - representado pela associação de pessoas (preexistente), ou por um patrimônio destinado a um fim.
- E o jurídico - constante da atribuição de personalidade, que decorre de uma determinação da lei, cuja eficácia advém da inscrição no registro próprio.
No entanto, o ordenamento jurídico não pode ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu registro. Assim, embora não lhe prestigie a existência, atribui conseqüência a tal organismo.
§ 2° do art. 20 de C.C. - As sociedades enumeradas no art. 16, que, por falta de autorização ou de registro, se não reputarem pessoas jurídicas, não poderão acionar a seus membros, nem a terceiros; mas estes poderão responsabilizá-las por todos os seus atos.
Da capacidade e representação das pessoas jurídicas - no momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato constitutivo, adquire personalidade, capacidade para ser titular de direitos. Mas somente daqueles direitos compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patrimoniais. Não se lhe admitem os direitos personalíssimos.
Para exercer tais direitos, para atuar na vida cotidiana, a pessoa jurídica recorre a pessoas físicas que a representam.
Art.17 - As pessoas jurídicas serão representadas, ativa e passivamente, nos atos judiciais e extrajudiciais, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não o designando, pelos seus diretores.
Ultrapassado (pelo representante) os poderes que o ato constitutivo lhe conferiu, exime-se a sociedade da responsabilidade, cabendo ao representante que exorbitou responder pelo excesso.
Eventual possibilidade de desprezar-se a personalidade jurídica "Disregard theory"- 
Em toda parte do mundo, as pessoas jurídicas sob a forma de sociedade por ações se difundiram, inclusive sob a forma de sociedades holding. Essas sociedades, têm como objetivo ocultar os verdadeiros proprietários dos bens (os bens da pessoa física passam para a pessoa jurídica que é apenas titular das ações ou das quotas da empresa), para obter vantagens em relação a impostos e transmissão causa mortis, podem proporcionar abusos e fraudes (enganar credores, fugir à lei, proteção a atos desonestos). Nestes casos deve o juiz esquecer a idéia de personalidade jurídica para considerar seus componentes como pessoas físicas e impedir que através do subterfúgio prevaleça o ato fraudulento.
Art. 50..A pessoa jurídica não pode ser desviada dos fins estabelecidos no ato constitutivo, para servir de instrumento ou cobertura à prática de atos ilícitos, ou abusivos, caso em que poderá o juiz, a requerimento de qualquer dos sócios ou do ministério Público, decretar a exclusão do sócio responsável, ou, tais sejam as circunstâncias, a dissolução da entidade.
Parágrafo único. Neste caso, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, responderão, conjuntamente com os da pessoa jurídica, os bens pessoais do administrador ou representante que dela se houver utilizado de maneira fraudulenta ou abusiva, salvo se norma especialdeterminar a responsabilidade solidária de todos os membros da administração.
Da extinção das pessoas jurídicas .
Art. 21. Termina a existência da pessoa jurídica:
I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros, salvo o direito da minoria e de terceiros.
II - Pela sua dissolução, quando a lei determine.
III - Pela sua dissolução em virtude de ato do Governo, que lhe casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica incorra em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público.
A lei proíbe o registro ou a dissolução, quando já registradas, de pessoas jurídicas quando têm por objeto fins ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral ou aos bons costumes.
Das fundações - Fundação é uma organização que gira em torno de um patrimônio que se destina a determinada finalidade.
Patrimônio e fim, são elementos que constituem o substrato da idéia de fundação.
Para criar uma fundação, seu instituidor fará a dotação de bens livres, especificando o fim a que se destina, por escritura pública ou testamento.
Nomeia uma diretoria para gerir, administrar e tirar renda desse patrimônio para atender aos objetivos da fundação.
Anotações sobre pessoas jurídicas
- Comerciante é gênero - as espécies são; industrial, comerciante propriamente dito, etc.
- Qualquer comerciante físico ou jurídico paga CGC. É mero interesse tributário, não altera o sentido da pessoa jurídica. O que faz a pessoa jurídica é o contrato. Não dá nem tira qualidade de pessoa.
- Ser comerciante é profissão, não é qualidade de pessoa.
Capítulo IV - Direitos da Personalidade.
Conceito de direito da personalidade - dos direitos subjetivos em que o homem é titular, destacam-se dois;
- os que são destacáveis da pessoa de seu titular - (a propriedade, o crédito contra um devedor)
- os que não são destacáveis da pessoa - São inerentes à pessoa humana, ligados de maneira perpétua e permanente, não se concebendo um indivíduo que não tenha direito à vida, à liberdade física ou intelectual, ao seu nome, ao seu corpo, à sua imagem e àquilo que ele crê ser sua honra. Sendo estes os chamados direitos da personalidade.
Tais direitos, inerentes a pessoa humana, saem da órbita patrimonial sendo, portanto, inalienáveis, intransmissíveis, imprescritíveis e irrenunciáveis.
O anseio de preservar a vida, a liberdade e a dignidade humana se manifesta por toda parte. Estes direitos do homem se situam no campo do direito público, pois o que se almeja é defendê-lo contra a arbitrariedade do Estado, podendo dar a esses direitos a denominação de Direitos dos homens. Assim sendo, coube a jurisprudência a tarefa de proteger a intimidade do ser humano, sua imagem, seu nome, seu corpo, proporcionando-lhe meios adequados de defender tais valores personalíssimos contra a agressão de seus semelhantes.
"Aquele que por dolo ou culpa causar prejuízo ao corpo, à saúde, à liberdade, ou a qualquer outro direito de uma pessoa, será obrigado a indenizar todo o prejuízo causado".
Fundamentos dos direitos da personalidade - 
" a dignidade da pessoa, os direitos invioláveis a ela inerentes, o livre desenvolvimento da personalidade, o respeito à lei e aos direitos dos outros constituem o fundamento da ordem política e da paz social"
Os direitos da personalidade estão fora do comércio; são inalienáveis, intransmissíveis e merecem a proteção da lei, não só contra as ameaças e agressões da autoridade, como contra de terceiros particulares.
Art.5°, X - Carta Constitucional 05.10.1988. "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação"
Da proteção aos direitos da personalidade - essa proteção consiste em propiciar à vítima meios de fazer cessar a ameaça ou a lesão, bem como de dar-lhe o direito de exigi reparação do prejuízo, se o ato lesivo já houver causado dano.
Art.12 do projeto de Código Civil de 1975 - "Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei"
Dos atos de disposição do próprio corpo - 
Art.129, §9 °. "Não constitui fato punível a ablação de órgãos e partes do corpo humano, quando considerada necessária em parecer unânime de junta médica e precedida de consentimento expresso de paciente maior e capaz".
art. 13 do projeto de código, condiciona a liceidade da intervenção cirúrgica ao fato de não importar em diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Art. 53 do Código de Ética Médica - "A inseminação artificial heteróloga não é permitida; a homóloga poderá ser praticada se houver o consentimento expresso dos cônjuges"
Do tratamento médico - A lei assegura à pessoa humana a prerrogativa de recusar a submeter-se a um tratamento perigoso, se assim lhe aprouver. Se o médico desobedecer esta regra e efeitos danosos advirem, responderá ele ,por perdas e danos. Diferentemente, quando há urgência na intervenção e o paciente estiver inconsciente ou no caso da família, pietatis causa, não colocar o paciente a par da gravidade da situação, a questão terá repercussão somente no campo da responsabilidade.
Do direito ao nome - Toda pessoa tem direito ao nome, compreendendo o prenome (nome atribuído à pessoa por ocasião da abertura de seu assento de nascimento e é imutável), e o patronímico (nome familiar que pode representar uma herança transmitida de pai para filho ou adquirida pela mulher através do casamento), daí defluindo a prerrogativa de reivindicá-lo quando lhe é negado.
Sendo o nome emanação da personalidade humana, a lei o protege vedando que ele seja usado para fins de publicidade comercial sem autorização do seu titular, o que ocorre também com a imagem da pessoa e com a sua palavra.
Proteção à intimidade - o uso do nome, da palavra, da imagem é um direito da personalidade, e a lei deve buscar meio de protegê-los, pois lhe cabe proteger tudo que diz respeito à intimidade das pessoas.
Regra geral do Projeto de Código Civil art. 21. A vida privada da pessoa física é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
"X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação"
Capítulo V - Do Domicílio
Conceito. Fim e importância da noção de domicílio. Definição. Idéia de residência e distinção da de domicílio. Problema da pluralidade de domicílios. O homem por viver em sociedade e manter relações jurídicas com outros homens, necessita ter um lugar onde possa, oficialmente, ser encontrado.
Domicílio é o lugar em que a pessoa atua na vida jurídica. Todo sujeito de direito deve ter, por livre escolha ou por determinação da lei, um lugar certo, no espaço, de onde irradie sua atividade jurídica.
Para se ter um domicílio necessita-se de dois elementos fundamentais um elemento material, representado pela idéia de residência, e o elemento psicológico, representado pelo ânimo definitivo.
Residência - lugar em que a pessoa para ou se detém para descanso, tendo-o como moradia ou habitação, seja em caráter transitório ou permanente, relação de fato entre uma pessoa e um lugar.
Art. 31 C.C. O Domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
O ânimo definitivo decorre das circunstâncias externas reveladoras da intenção do indivíduo, do seu propósito de fazer daquele local o centro de suas atividades.
Art. 32. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais, considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas.
Espécies de domicílio: domicílio voluntário, legal e de eleição.
Domicílio voluntário - é o estabelecido livremente pelo indivíduo sem sofrer outra influência que não a de sua vontade ou conveniência.
Domicílio legal

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