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Linguística Histórica - Vocalismo 1 Linguística Histórica - Vocalismo O vocalismo reúne uma série de mudanças que explicam como se constituiu o sistema fonológico do português. Como a gente define um som vocálico? O que é uma vogal? A vogal é sempre sonora; O ar não é bloqueado; 📘 "Vogais são sons produzidos com o ar saindo dos pulmões (fluxo de ar egressivo). Os sons vocálicos se diferencial dos consonantais pela inexistência de obstrução à saída de ar no trato vocal" (SEARA, NUNES, LAZAROTTO-VOLCÃO, 2011, p. 25-26) Há uma passagem livre no trato vocal, mas essa passagem sofre um estreitamente que não causa fricção. Esse estreitamente pode ser mais amplo ou menos amplo; A emissão das vogais é ocorre pela vibração das pregas vocais. (sons vozeados ou sonoros); O espaço onde as vogais são produzidas é limitado em termos de altura e largura; A altura que a língua ocupa nesse espaço está relacionada com diferentes valores vocálicos; Linguística Histórica - Vocalismo 2 A língua é um orgão flexível e que se molda a cada som de uma vogal, é dessa movimentação da língua que tiramos a nomenclatura de vogais altas, baixas, anteriores, posteriores; Nível em sua verticalidade (altura) e horizontalidade; Diferentes graus de aberturas e alturas; Se o grau de estreitamento da passagem do ar se torna ainda maior (existe menos espaço para essa passagem), passamos a ter sons consonantais (constritivos, fricativos e até os oclusivos); Vale lembrar que não vale apenas o estreitamento da passagem do ar para a realização das consoantes; A diferença de uma vogal e de uma consoante não é uma diferençca qualitativa, mas tem uma questão de quantidade, pois está ligada à altura da língua; Outro componente que entra na caracterização das vogais é a configuação dos lábios, ou seja o arredondamento (em caso do "u") ou a distensão (como no "e"); Altura, anterioridade-posterioridade e arredondamento dos lábios, são os três elementos que dão origens a diversas possibilidades de sons vocálicos; VOCALISMO DO LATIM CLÁSSICO 10 vogais; 5 vogais na verdade, mas elas de desdobram em longas e breves; havia valores distintivos, assim como há também no português; Os parâmetros que atuavam nas vogais eram: anterioridade-posterioridade (anterior vs central vs posterior), altura (alta vs média vs baixa) e duração (longa vs breve); Pensando nasa mudanças do Latim para o Português, questão do som, nós não perdemos a possibilidade de alongar a duração das vogais, o que aconteceu foi que, no Latim, a duração interferia no significado da palavra, enquanto que na sua passagem para o Português, alongar uma vogal não interfere no signifcado da palavra; A duração das vogais foi aproveitada no português para criar um outro efeito, e não para mexer no seu significado, como: eu gosto muito desse livro → eu gosto muuuuuito desse livro (dar ênfase); Reaproveitamos a capacidade de estabelecer uma diferença entre sons longos e breves para criar um outro tipo de informação, nesse caso, no nível discursivo, pragmático, e não mais no nível semântico; Saímos de 10 vogais (Latim) e fomos para 7 vogais (Português); Algumas vogais longas e breves se convergiram e se amalgamaram em um tipo de vogal e alguns casos que não houveram mudanças; Linguística Histórica - Vocalismo 3 Sendo assim, do Latim para o Português, perde-se a duração; Ganhos: a tonicidade ganha estatuto fonêmico, ou seja, distinguimos algumas palavras apenas pela posição da tônica (fábrica - fabrica, sábia - sabia - sabiá); diferenciação qualitativa nas vogais médias que ganham estatuto fonêmico → diferença entre timbre aberto e fechado; 📘 "Antes de mais nada, é necessário levar em conta a transformação do acento latino que, possivelmente musical a princípio, foi pouco a pouco mudando de natureza, até tornar-se intensivo. Esse fato tem importância capital, porque o acento de intensidade conduz ao abreviamento e até mesmo à queda das vogais átonas, enquanto, por outro lado, alonga a sílaba sobre a qual recai: em suma, acarreta a subversão de todo o sistema da quantidade silábica. É provável mesmo que, desde tempos muito antigo, se combinassem no acento latino a altura e a intensidade. A segunda foi adquirindo cada vez maior importância e começa sobrepor-se desde a época de Augusto." (Silva Neto, 1957, p. 163)
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