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Lesões não-neoplásicas das glândulas salivares

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Lesões não-neoplásicas das glândulas salivares 
*São processos inflamatórios que ocorrem nas 
glândulas salivares, sendo elas as glândulas parótida, 
parótida acessória/sublingual e glândula 
submandibular. 
*A principal responsável pela produção da saliva é a 
glândula submandibular, com cerca de 70%. 
*Glândulas salivares menores estão localizadas na 
mucosa e no palato e produzem IgA secretória, 
muito importante para a imunidade local da boca. 
Quando há deficiência dessa imunoglobulina é 
comum ocorrer ulceras aftosas recorrentes. 
*A glândula de Ebner é uma glândula salivar serosa 
que não produz IgA secretória, apesar de ser uma 
glândula salivar menor. Ela está localizada nas papilas 
valadas na língua. 
Fenômenos de extravasamento de muco: 
mucocele: 
*Ocorre com o rompimento total ou parcial do 
ducto da glândula e a produção do muco (mucina) 
é extravasado para dentro dos tecidos moles 
adjacentes. 
*Geralmente, é causada por traumas e não é um 
cisto verdadeiro, já que não tem revestimento 
epitelial circundante. 
*Quando ocorre em poucas glândulas salivares 
menores, retorna ao seu estado normal 
rapidamente. Esse é o caso da mucocele superficial, 
muito comum em palato mole e região retromolar 
e que se apresenta como vesículas tensas únicas 
ou múltiplas de 1 a 4mm, 
que geralmente se 
rompem e formam 
ulceras rasas e dolorosas, 
com cicatrização em 
poucos dias. 
*Características clínicas: 
⇾ Quando o rompimento é mais próximo do 
tecido epitelial, terá aspecto azulado de bolha 
transparente devido à coloração do muco. 
⇾ Já se o rompimento do ducto for mais 
profundo, demorará mais tempo para 
melhorar e terá coloração normal da mucosa, 
pois estará mais longe do tecido epitelial. 
⇾ É macia ao toque, pode ter evolução de 
poucos dias a anos e pode apresentar 
aumento de volume. 
*Ocorre frequentemente em lábio inferior por 
trauma, enquanto tumores ocorrem mais em lábio 
superior. 
 
*Características histopatológicas: tem área de 
mucina extravasada (bolhas transparentes) 
circundada por tecido de granulação com células 
inflamatórias (pontos mais escuros). 
 
*Tratamento: caso a mucocele seja recorrente, 
pode ser realizada a excisão 
cirúrgica local, incluindo glândulas 
salivar menor presente dentro da 
lesão. O prognostico é bom, mas 
em alguns casos há recidiva, 
precisando de nova excisão. 
Rânula: 
*É o termo utilizado para mucoceles que ocorrem 
no assoalho de boca, então é um fenômeno de 
extravasamento de muco localizado no assoalho 
bucal. 
*O termo rânula também pode ser usado para 
cistos do ducto salivar. 
*É um cisto verdadeiro originado a partir dos tecidos 
glandulares. Geralmente, a origem do muco é 
proveniente da glândula sublingual, mas também 
pode ser do ducto da glândula submandibular ou das 
glândulas salivares menores do assoalho de boca. 
*Dilatação ductal por obstrução do ducto (sialolito: 
calcificação da saliva que forma um material amorfo 
solido constituído pelo alto teor de cálcio na saliva) 
ou cistos verdadeiros separados do ducto glandular. 
*Acometem tanto glândulas salivares maiores 
quanto menores. 
*Características clínicas: 
⇾ É caracterizada por um aumento de volume 
flutuante, abaulado e de 
coloração azulada no 
assoalho de boca, mas 
lesões profundas possam 
ter coloração normal. 
⇾ Tem tamanho maior que 
a mucocele, podendo 
até elevar a língua, e é 
predominante em 
crianças e jovens adultos. 
⇾ Geralmente tem localização lateral à linha 
média 
⇾ Caso ocorra o extravasamento do muco 
através do músculo milo-hioide, pode ocorrer 
aumento de volume no pescoço. Essa 
variação é chamada de rânula cervical ou 
mergulhante. 
⇾ O paciente apresenta dor quando tem 
estimulo salivar, pois não ocorre o 
extravasamento total da saliva. 
*Características histopatológicas: 
⇾ É similar à da mucocele. 
⇾ A mucina extravasada forma um tecido de 
granulação reacional contendo macrófagos 
(histiócitos). 
*Tratamento: remoção da glândula. 
Fenômenos de retenção de muco: 
Cisto do ducto salivar: 
*É um cisto de desenvolvimento verdadeiro, 
delimitado por epitélio (originado do tecido da 
glândula salivar) que é separado dos ductos salivares 
normais adjacentes. 
 
*Características clínicas: 
⇾ Ocorre em adultos, dentro das glândulas 
salivares maiores ou menores. 
⇾ Quando acomete as glândulas salivares 
maiores, a mais comum é a parótida, 
apresentando aumento de volume com 
crescimento lento e assintomático. 
⇾ Pode ocorrer em qualquer local com glândulas 
salivar menor, mas é mais frequente no 
assoalho de boca, na mucosa jugal e nos lábios. 
⇾ São semelhantes à mucocele e apresentam 
aumento de volume flutuante e consistência 
amolecida, com coloração azulada a depender 
da profundidade do cisto. 
⇾ Ocorre a dilatação do ducto por obstrução 
devido a sialolito, provocando o aumento de 
volume do ducto. 
⇾ Pode ocorrer devido a cistos verdadeiros 
separados do ducto glandular. 
⇾ É possível que acometa o ducto parcialmente, 
reduzindo a quantidade de saliva expelida, o 
que provoca a xerostomia. 
 
*Características histopatológicas: 
⇾ O revestimento do ducto salivar é variável e 
pode ser epitelial 
cuboidal, colunar ou 
pavimentoso atrófico, 
com o lúmen circundado 
contendo secreção 
fluida ou mucoide. 
*Tratamento: quando isolados, é realizada a excisão 
cirúrgica. Quando ocorre nas glândulas salivares 
maiores pode ser necessário realizar a remoção 
parcial ou total. Não ocorre recidiva. Medicamentos 
sialogogos podem ser uteis para estimular o fluxo 
salivar e prevenir o acumulo de muco extravasado 
dentro dos ductos excretores dilatados. 
Sialodenites: 
*É a inflamação das glândulas salivares pela 
obstrução do ducto ou redução do fluxo salivar, 
permitindo a disseminação retrograda de bactérias 
através do ducto. 
*Pode ocorrer por causas infecciosas ou não 
infecciosas., geralmente caxumba. 
*As causas bacterianas são Staphylococcus aureus 
e estreptococos e as não infecciosas são síndrome 
de Sjogren, sarcoidose, radioterapia, alérgenos e 
idiopática. 
*Características clínicas: 
⇾ A sialadenite bacteriana aguda ocorre 
bilateralmente, a nível de glândula parótida. 
⇾ A sialadenite infecciosa por citomegalovírus é 
unilateral. 
⇾ A glândula afetada apresenta aumento de 
volume, dor quando o fluxo salivar é 
estimulado, pele sobrejacente quente e 
eritematosa. 
⇾ Pode haver febre, trismo e quando a glândula 
é massageada, ocorre drenagem purulenta a 
partir do orifício do ducto. 
⇾ Se ocorrer obstrução do ducto de forma 
recorrente, pode levar à sialadenite crônica. 
 
*Características histopatológica: 
⇾ Pode ser observado acumulo de neutrófilos na 
sialadenite aguda dentro do sistema ductal e 
acinar. 
⇾ Já na sialadenite crônica, ocorre infiltração 
difusa ou focal no parênquima glandular por 
linfócitos e plasmócitos. Pode ocorrer a atrofia 
dos ácinos e a dilatação dos ductos. 
⇾ Caso haja fibrose associada, é chamada de 
sialadenite crônica esclerosante. 
*Tratamento: 
⇾ Aguda: antibioticoterapia e reidratação para 
estimular o fluxo salivar. Pode ser feita a 
drenagem cirúrgica em caso de abscesso. 
⇾ Crônica: pode variar de antibióticos, 
analgésicos, sialogogos e massagem glandular 
até intervenção cirúrgica. 
 
Sialolitíase: 
*É uma estrutura calcificada, o sialólito, que se 
desenvolve dentro do ducto salivar por meio da 
deposição de sais de cálcio ao redor do rompimento 
no ducto (debris) no lúmen do ducto, incluindo muco 
espesso, bactéria, células do epitélio do ducto ou 
corpos estranhos. 
*A causa é desconhecida, mas pode ser provocada 
pela sialadenite crônica e pela obstrução parcial, sem 
haver qualquer relação com deposição de cálcio ou 
do metabolismo do fósforo. 
*Características clínicas: 
⇾ Ocorre frequentemente na 
glândula submandibular no 
longo e sinuoso ducto de 
Wharton, associado à 
secreção mucoide e 
espessa da glândula que 
auxilia na formação do cálculosalivar. 
⇾ Os sialólitos também podem ocorrer nas 
glândulas salivares menores, principalmente 
nas glândulas do lábio superior e da mucosa 
jugal. 
⇾ É mais frequente em jovens adultos e de meia 
idade. 
⇾ Quando acomete as glândulas salivares 
maiores causa dor e aumento de volume 
glandular, principalmente durante refeições 
⇾ Quando acomete as glândulas salivares 
menores é assintomática, mas pode ocorrer 
aumento de volume local ou dor na glândula. 
⇾ O sialólito é duro ao toque, de formato 
arredondado, oval ou cilíndrico. Tem coloração 
amarelada. 
⇾ Os sialólitos submandibulares, em geral, são 
maiores que os da glândula parótida e das 
glândulas menores. 
*Características histopatológicas: 
⇾ Apresenta aumento de volume calcificado, 
com laminações concêntricas que circundam 
um ninho amorfo de debris. 
⇾ Pode haver inflamação periductal. 
⇾ Quando há sialadenite aguda ou crônica da 
glândula associada pode haver obstrução do 
ducto. 
 
 
 
*Tratamento: os sialólitos pequenos das glândulas 
maiores podem ser expelidos por massagem na 
glândula, uso de sialogogos (drogas para estimulo do 
fluxo salivar), aplicação de calor e aumento da 
ingesta de líquidos quando ocorre em glândulas 
salivares menores, é melhor realizar a excisão 
cirúrgica. 
Síndrome de Sjögren: 
*É uma desordem autoimune crônica sistêmica que 
envolve as glândulas salivares e lacrimais, causando 
xerostomia e xeroftalmia. 
*É considerada primária quando não está associada 
a nenhuma outra desordem autoimune e secundária 
quando está associada. 
*A sua causa é desconhecida e tem certa influência 
genética, apesar de não ser hereditária. 
*Características clínicas: 
⇾ Ocorre principalmente em adultos de meia-
idade e é comum ocorrer em associação com 
a artrite rematoide e lúpus eritematoso 
sistêmico. 
⇾ Ocorre xerostomia pela redução de secreção 
salivar, que é variável de acordo com o 
paciente. 
⇾ A saliva pode ser espumosa, pode ter 
dificuldade de deglutição, alterações do paladar 
e dificuldade de usar próteses removíveis. 
⇾ A língua pode ficar fissurada e ocorrer atrofia 
das papilas, a mucosa oral pode se apresentar 
avermelhada e dolorida por causa de 
candidíase secundária. 
⇾ Aumento firme e difuso das glândulas salivares 
maiores, muitas vezes bilateral indolor ou 
levemente sensível. 
*Características histopatológicas: 
⇾ Infiltração linfocítica nas glândulas salivares, 
com destruição acinal. 
⇾ Pode haver lesão linfoepitelial com ilhas epimio- 
epiteliais em estroma linfoide se as glândulas 
maiores estiverem aumentadas. 
⇾ Na biópsia, percebe-se agregados inflamatórios 
crônicos focais adjacentes aos ácinos 
aparentemente normais com muitos focos. 
⇾ Ocorre substituição dos ácinos por tecido 
fibroso com infiltrado inflamatório crônico. 
 
*Tratamento: é de suporte ao paciente para 
aumentar o seu bem estar. 
Sialometaplasia necrosante: 
*É uma condição inflamatória incomum e destrói 
localmente as glândulas salivares. 
*Sua causa provavelmente é a isquemia do tecido 
glandular que leva ao infarto local. A alteração no 
suprimento sanguíneo das glândulas envolvidas (por 
lesões traumáticas, anestesias odontológicas, 
próteses mal adaptadas, etc.) pode resultar em 
necrose isquêmica. 
*Mimetiza um processo maligno. 
*Características clínicas: 
⇾ Ocorre principalmente nas glândulas salivares 
do palato, em especial na região posterior. 
⇾ O palato duro é mais acometido do que o 
palato mole, sendo 2/3 dos casos bilaterais. 
⇾ É mais comum em adultos com cerca de 46 
anos e tem predileção para o sexo masculino. 
⇾ Ocorre aumento de volume não ulcerado 
inicialmente, causando dor e parestesia. 
⇾ Após 2 a 3 semanas, o tecido necrótico é 
perdido e permanece a ulcera crateriforme, 
de 1 a 5cm de diâmetro, com redução da dor. 
 
*Características histopatológicas: 
⇾ Necrose acinar nas lesões precoces, seguida 
de metaplasia escamosa dos ductos salivares. 
⇾ A arquitetura das células acinares mucosas é 
mantida. 
⇾ Pode haver liberação de muco com resposta 
inflamatória associada. 
⇾ Ocorre metaplasia escamosa dos ductos 
glandulares exuberante, o que pode ser 
confundido com carcinoma epidermoide ou 
mucoepidermoide. 
 
*Tratamento: a lesão normalmente se resolve 
espontaneamente, com cicatrização entre 5 a 6 
semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________ 
REFERÊNCIA: 
NEVILLE et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 3a Ed., Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2009.

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