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CIRURGIA GLANDULAS SALIVARES Divididas em: Maiores: parótida, submandibular e sublingual Menores: mucosa oral ou submucosa, com exceção da gengiva e da porção anterior do palato Saliva Maior produção ocorre entre 6 e os 14 anos, e, após os 20 anos, ocorre diminuição, que se faz mais notada depois dos 60 Homens produzem um pouco mais de saliva que as mulheres (relação homens mais pesados) Vários outros fatores influenciam no aumento da saliva, como: dieta, mastigação, hábitos, tabagismo e estímulos olfativos A saliva produzida pela parótida é bastante fluida, possuindo muita amilase, a secreção da submandibular é mista (mais cerosa), enquanto a sublingual e as menores produzem saliva, principalmente mucosa (mais consistente) Saliva faz a manutenção das bactérias, reduz o pH e o início da digestão Hipersialia, sialorreia, sialismo, ptialismo e ptialorreia – aumento da salivação Causas: inflamação aguda da cavidade oral, como os casos de estomatite herpética, estomatite e eritema multiforme Envenenamento pelo mercúrio, pênfigo, epilepsia, náuseas e gravidez Pacientes com distúrbios neurológicos, retardo mental e esquizofrenia Alguns medicamentos denominados sialagogos ou ptialagogos podem estimular o fluxo salivar Hipossialia Ausência congênita de uma ou mais glândulas salivares maiores Parotidite epidêmica (cachumba), sarcoidose (pseudocistos na glândula), lúpus eritematoso e síndrome de Sjogren (síndrome sicca) Radioterapia para lesões cancerosas da cabeça e pescoço Sialolitíase em glândula salivar maior Antissialagogos ou antiptialogogos (xerostomia): anti-histamínicos, os antidepressivos, os anti-hipertensivos e os anticolinérgicos Parótida Inervação da parótida é um ramo mandibular do V3 gânglio trigeminal, ramo do nervo auricolotemporal inerva a parótida, e outro do nervo glossofaríngeo Unidades secretoras terminais serosas com o formato de uma pirâmide invertida Relacionada com o nervo facial, a artéria carótida externa, a veia maxilar e com numerosos nódulos linfáticos Ducto excretor 5 a 7cm de comprimento e 2 mm de diâmetro e é denominado ducto de Stenon ou Stensen, terminando na mucosa oral, no centro da papila parotídea, na altura do segundo molar superior Submandibular Glândula mista, em que predominam unidades secretoras serosas Formato irregular, semelhante a uma noz Relacionada com os músculos milo-hióideo e pterigóideo medial, e com ramos da artéria e veia faciais Ducto excretor: 5 a 6 cm de comprimento (maior que dá parótida) e 2 a 3 mm de diâmetro, é denominado ducto de Warthon e termina no soalho bucal, ao lado do freio lingual Sublingual Inervadas pelo nervo corda do tímpano e nervo lingual Glândula predominantemente mucosa Órgão composto: formado por massa glandular maior e uma série e 10 a 30 glândulas menores unidas por tecido conjuntivo Localizadas na mucosa do soalho da boca, sobre o musculo milo-hióideo São vários os ductos excretores terminais (ductos de Rivinus) no soalho da boca Podem unir-se formando um ducto excretor principal (ducto de Barholin) Glândulas salivares menores Há aproximadamente 750 destas estruturas desprovidas de cápsula e seus ductos se comunicam diretamente com a mucosa, para onde drenam Podem ser ácinos As principais são: labiais, bucais, linguais anteriores, linguais posteriores, linguais das tonsilas e palatinas Exames complementares – diagnóstico Ultrassonografia Exame não radiológico mais utilizado para avaliação do parênquima das glândulas salivares maiores Ductos salivares necessitam estar preenchidos, seja de um sialólito, uma estenose, pela administração oral de substancias estimulantes do fluxo salivar, como o acido ascórbico, e pela injeção de um agente de contraste dentro do ducto salivar Sialoendoscopia minimamente invasiva Um outro método de imagem não radiológico Litotripsia – vibrações ultrassônicas para fraturar os sialólito, facilitando a drenagem pelo ducto Adenoma pleomórfico em glândula submandibular – relato de caso Radiografias As radiografias convencionais podem contribuir de maneira efetiva para o diagnóstico de casos de sialolitíase A utilização de radiografia feita em pacientes nos quais foi injetado pelo canal excretor da glândula material que apresente a propriedade de ser observado como radiopaco (sialografia) Classicamente três imagens radiográficas são descritas 1. “Árvore seca” no caso de glândula normal em que o ducto principal e os acessórios são preenchidos, não havendo preenchimento da parte funcional 2. “Árvore florida” no caso de sialodenite (inflamação), devido ao preenchimento da parte funcional pelo contraste 3. “Contas de colar” que pode ser observado na sialodenite crônica, devido a dilaceração e estenose do ducto da glândula A sialografia também é útil na investigação de pacientes com sintomas de doença obstrutiva Injeta contrate na glândula árvore seca – normal árvore florida – inflamação Contas de colar – crônica Tomografia computadorizada – mais utilizado Cone-beam é um método adequado e preciso para visualização dos ductos salivares previamente preenchidos com agentes radiopacos Custo menor que a tomografia computadorizada convencional ou a ressonância magnética Exposição à radiação compatível a da sialografia convencional Cone-beam Tomografia médica Punção aspirativa com agulha fina (PAAF) Diagnóstico das neoplasias de cabeça e pescoço Achados citomorfológicos levam a um diagnóstico preciso, permitindo a realização de abordagens conservadoras em pacientes com lesões benignas A acurácia da PAAF no diagnóstico dos tumores de glândulas salivares chega próximo a de 80%, sendo mais precisa para lesões benignas Biopsia Parâmetros clínicos Exames laboratoriais – alterações minerais Biopsias para diagnóstico da síndrome de Sjogren (ressecamento das mucosas) Um ou mais focos de 50 linfócitos por 4 mm² de tecido glandular favorecem este diagnóstico Alterações inflamatórias As sialadenites são condições mais frequentes de ocorrer nas glândulas salivares A patologia mais comum de glândulas salivares Sinais e sintomas: tumefação dolorosa da glândula e diminuição de sua função (hipossialia) Entre as infecções virais, está a caxumba (parotidite epidêmica – paramixovírus) Lesões obstrutivas Forma-se pela deposição de sais de cálcio envolvendo células epiteliais descamadas, bactérias, material orgânico ou corpos estranhos O sialólito pode ser a forma arredondada, ovoide ou alongada, medir de poucos milímetros a vários centímetros, sendo sua superfície lisa ou rugosa e sua coloração amarelada Mais da metade dos sialólitos tem diâmetro entre 2 a 10 mm, e apenas 7,6% apresentam secção maior que 15 mm Sialolitíase Sinais e sintomas · Dor e edema da glândula submandibular nos horarios das refeições (dor ao estimulo do fluxo salivar – pressão ineterna) · Diminuição do fluxo salivar ou drenagem purulenta (infecção – antibiotico) do ducto de Wharton · Sensibilidade da glândula submandibular · Linfadenopatia cervical (dor a palpação) · Cálculo palpavel na região anterior de boca ou no orifio do ducto de Stensen · Radiografia oclusal mandibular ou tomografia computadorizada cone beam pode mostrar um cálculo no ducto de Wharton Tratamneto · Cálculo na parede anterior do ducto · Tentativa de dilatar o ducto de Wharton com sondas lacrimais · Cuidado para não deslocar o cálculo posteriormente · Ordenhar a glândula por meio de palpação bimanual para exteriorizar o cálculo do orificio ductal · Caso tenha exito prescrever estimulantes salivares · Cálculo na parte posterior ou nenhum cálculo visivel · Encaminhar para cirurgião bucomaxilo A incidencia anual de 1 a cada 15.000 até 1 a cada 30.000 indivíduos Mais comum em pacientes acima dos 40 anos A glândula mais afetada é a submandibular, em aproximadamente 75% dos casos, sendo que a parótida e a sublingual são as menos afetada Glândula submandibular – trajeto de seu ducto ser mais longo e irregular (5 a 6cm), bem como ao elevado teor de mucina encontrada na saliva secretada, que confere uma consistência mais mucosa, facilitandoa formação de sialólito Sialolitíase Dor de intensidade variada na regiao da glândula afetada, principalmente durante ou após as refeições A obstrução do ducto impede a saída do fluxo salivar Aumento de volume na região Glândulas salivares maiores Cistos e pseudocistos Cistos – raros Lesões pequenas – 1cm ou menos Localizada no corpo da parótida ou submandibular Epitélio escamoso estratificado (cisto do ducto salivar, cisto de retenção ou sialocisto) – punção aspirativa Mucocele Retenção de muco – muco não consegue extravasar das glândulas salivares menores, ficando retidos formam lesões de características avermelhadas ou arroxeadas Afeta ambos os sexos, ocorrendo em pacientes brancos jovens, especialmente na segunda e terceira década de vida O lábio inferior é muito mais envolvido com aproximadamente 80% dos casos (mucosa jugal, língua e soalho da boca (rânula)) Raramente ocorre no lábio superior, local frequente de tumores de glândulas salivar acessória Lesão bem delimitada, elevada, indolor, na maioria das vezes flutuante Se houver localização mais profunda pode ser firma a palpação Lesão azulada – estica a pele O tempo de evolução varia de dias até meses Pode haver episódios de rompimento e drenagem – normalmente volta quando paciente morde e rompe raro comum Tamanho de 5 a 10mm, porem podem atingir 20mm Tratamentos 1. Criocirurgia – gelo na região (rompe a capsula) 2. Injeção intralesional de esteroides (diminui inflamação) 3. Injeção intralesional de OK-432 (medicamento que produz rompimento da capsula) 4. Aplicação de laser CO2 (rompe a capsula) 5. Micromarsupialização – MAIS UTILIZADA (rompimento, exteriorizando o pseudocisto formado e remove juntamente com a saliva) Rânula – tipo de mucocele Mucocele que se desloca no soalho da boca Extravasamento de muco que se origina principalmente da glândula sublingual, porém também pode ter relação com a glândula submandibular e com as glândulas salivares menores Neoplasias A incendia anual de tumores de glândulas salivares no mundo varia de 0,4 a 6,5%, sendo estes tumores responsáveis por 2 a 6% de todas as neoplasias da cabeça e pescoço Incidência é maior na sexta e sétima década de vida Adenoma pleomórfico e o carcinoma mucoepidermoide ocorrem mais na terceira e quarta décadas Mulheres são mais afetadas Crianças: neoplasia maligna mais comum é o carcinoma mucoepidermoide 70 a 80% adenoma pleomórfico + Carcinoma mucoepidermóide Fatores de risco Tabagismo Radiação ionizante Vírus Substancias químicas: asbesto, níquel e cromo Adenoma pleomorfo (tumor misto benigno) Diagnóstico: componentes epiteliais, mioepiteliais e mesenquimais Se origina das células de reserva do ducto intercalado A glândula mais frequentemente acometida é a parótida e a localização intraoral mais comum é o palato Aspectos clínicos Massa bem circunscrita arredondada ou ovoide, de superfície irregular que, quando cortada, apresenta superfície pardo-claro ou acinzentada, podendo ou não ter características cartilaginosas e degenerações císticas As mulheres são um pouco mais afetadas É uma lesão de crescimento lento, indolor, geralmente nodular, de consistência forme, podendo crescer bastante, atingindo tamanho acentuado, principalmente na parótida Biopsia incisional Tumor de Warthin (cistadenoma papilífero linfomatoso) 5 a 15% de todos os casos de tumores de glândulas salivares Quase exclusivo da glândula parótida Ocorrência multicêntrica ou bilateral são características observadas com mais frequência do que nos outros tumores de glândula salivar Predileção pelo sexo masculino e afeta principalmente indivíduos entre a sexta e a sétima década de vida Fatores de risco Tabagismo Vírus Epstein-Barr (EBV) Doenças autoimunes Aspecto clínico Aumento de volume indolor e flutuante Ao ser cortado, podem ser observados cistos em número e tamanho variáveis com projeções papilares Os espaços císticos frequentemente contem fluido mucoide ou um material pastoso brancacento ou marrom – importância da punção aspirativa Neoplasias malignas Adenocarcinoma Seu comportamento clínico varia de lesão com baixo poder de agressividade até com grande agressividade Afetam mais frequentemente as glândulas salivares maiores, principalmente as parótidas Carcinoma mucoepidermóide A região do palato está envolvida em mais de 50% dos casos Crescimento lento Flutuante a palpação Paralisia do nervo facial – pode gerar Ulceração – característica avermelhada Fixação nos tecidos adjacentes Tratamento Encaminhamento para oncologista ou bucomaxilo Cirúrgico com ou sem esvaziamento dos nódulos linfáticos Radioterapia Sobrevida em 10 anos para carcinomas mucoepidermoide de graus baixos, intermediário e alto é, respectivamente 90%, 70%, 25% Altamente vascularizadas, a biópsia não consegue sutura Tratamento cirúrgico das lesões de glândulas salivares Mucocele Incisão superficial, divulsiona e remove as glândulas aparentes, sutura tradicional Rânula Incisão dentro da lesão e faz a marsupialização da glândula e sutura mantendo ducto aberto Adenoma pleomórfico – só faz intraoral quando estiver pequeno (encaminhar) Bisturi elétrico para controlar o sangramento dentista não trabalha em glândulas salivares maiores, parótida, submandibular e sublingual dentista não trabalha nelas Tumor de Warthin Encaminha para o endocrinologista
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