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1 Principios físicos da eletroestética

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FUNDAMENTOS DE 
ELETROESTÉTICA
Aline Andressa 
Matiello
Princípios físicos 
da eletroestética
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a história da eletroterapia.
 � Identificar o potencial de ação da eletroterapia.
 � Definir a terminologia da corrente elétrica. 
Introdução
O uso de correntes elétricas aplicadas aos tecidos humanos com finalidade 
de tratamento de disfunções (eletroterapia) é bastante antigo. Quando se 
usa a eletroterapia na área da estética, ela é chamada de eletroestética. O 
uso desses equipamentos pode ser uma modalidade de tratamento única 
ou associada a outras modalidades na prevenção ou no tratamento de 
disfunções estéticas faciais ou corporais, como: edema, gordura localizada, 
flacidez, lesões da pele, sinais de envelhecimento, fibroedema geloide 
(FEG), entre inúmeras outras aplicações. Novos equipamentos surgem 
constantemente e propiciam ao profissional da área da estética novos 
tratamentos com maior efetividade e segurança a cada dia. Para tanto, 
é essencial que você, enquanto futuro profissional da área, conheça os 
princípios da eletroterapia e como essas correntes elétricas agem sobre 
os tecidos humanos promovendo os efeitos desejados.
Neste capítulo, você conhecerá o histórico do uso das correntes elétri-
cas aplicadas aos tecidos humanos, entenderá como a corrente elétrica é 
capaz de agir sobre as células e promover efeitos fisiológicos e também 
conhecerá um pouco da terminologia utilizada na eletroterapia, que é 
primordial para o entendimento da eletroestética.
hinzj
Realce
Histórico da eletroterapia aplicada à estética 
A origem do uso de correntes elétricas como tratamento é datada como muito 
antiga. Em 5000 a.C., os egípcios sabiam da capacidade do bagre do Nilo de 
emitir correntes elétricas e já o tinham como um animal divino. Em 300 a.C., 
Aristóteles verificou que o peixe elétrico produzia entorpecimento nas mãos 
ao tocá-lo, mas ainda não o utilizavam como tratamento.
Nessa época, os homens perceberam acidentalmente que o peixe elétrico, 
ao tocar os locais com dores, causavam alívio destas. O efeito relatado 
era de “amortecimento” na região, aliviando o quadro de dor. Em 42 a.C., 
Scribonius Largus, um médico do exército romano, passou a pesquisar e 
relatar a aplicação dos peixes elétricos para tratamento de dor de cabeça 
e artrite gotosa. A aplicação era feita pelo toque do peixe elétrico sobre a 
região dolorosa da pessoa até que esta relatava dormência, e o peixe podia 
ser retirado. No entanto, a sensação de dormência durava pouco tempo 
depois da retirada do peixe.
Após a era cristã, passou-se a utilizar as correntes elétricas provindas 
inicialmente do peixe elétrico para tratamentos. Praticamente, desde o ano 
46 da era cristã (d.C.), as correntes elétricas passaram a ser aplicadas aos 
sistemas biológicos a fim de alterar processos fisiológicos por meio do uso 
do peixe elétrico.
Em 1600, um físico e médico da Inglaterra, William Gilbert, criou as 
primeiras máquinas de indução elétrica por meio de protótipos de aparelhos 
que foram utilizados nos trezentos anos seguintes, lançando as bases para a 
produção e o controle da eletricidade artificial, e substituindo, assim, a do 
peixe elétrico. 
No final do século XVIII e início do século XIX, houve mais aplicações 
de correntes elétricas na área médica. Em 1971, Galvani foi o pioneiro ao 
reproduzir a contração muscular em um sapo; ao tocá-lo com uma haste de 
metal, conseguiu reproduzir a contração de um músculo, dando origem ao 
efeito “eletricidade animal”. Alguns anos depois, Galvani constrói um precursor 
de uma bateria e usa a corrente elétrica propagada por esse equipamento para 
gerar contrações musculares. Mais tarde, Duchenne definiu quais regiões 
da pele deveriam ser tocadas com a corrente elétrica para produzir esses 
efeitos de maneira mais efetiva, denominando esses locais de pontos motores 
(CAMERON, 2011). Posterior a isso, inúmeros estudos foram desenvolvidos, 
e a aplicação das correntes elétricas ao organismo humano continuou a ser 
utilizada para inúmeros tratamentos. 
Princípios físicos da eletroestética2
Eletroterapia aplicada à estética
A eletroterapia é o uso de energia elétrica, através de diferentes correntes 
emitidas por aparelhos elétricos e utilizados no tratamento de disfunções, 
por meio da estimulação de alguns efeitos fisiológicos corporais. Para tanto, 
utilizam-se correntes ditas terapêuticas, ou seja, com fins de tratamento. 
Quando essas correntes são aplicados com fins estéticos de tratamento ou 
prevenção de disfunções, chamamos de eletroterapia estética ou eletro-
estética. É indicada para situações que visem: reduzir espasmos e dores 
musculares, melhorar a circulação local sanguínea e linfática, o controle 
da dor, melhorar a produção de colágeno e elastina, melhorar a oxigenação 
dos tecidos corporais, acelerar processos de cicatrização, melhorar tônus 
muscular, entre outras aplicações.
 Além disso, entre as aplicações da eletroterapia, citam-se as aplicações 
nas disfunções estéticas, nos tratamentos faciais e corporais. Seu uso pode ser 
empregado em tratamentos de disfunções como: gordura localizada, edema, 
alterações de cicatrização, para melhoria dos aspectos da pele, flacidez de 
pele e flacidez muscular, FEG, limpeza de pele, depilação, tratamento de 
manchas, estrias, acne, para atenuar rugas e linhas de expressão, assim como 
inúmeras outras aplicações. Exemplos de aparelhos de estética que fazem uso 
da eletroterapia são: a luz pulsada, radiofrequência, microcorrentes, corrente 
galvânica, carboxiterapia, iontoforese, lipocavitação, eletrolipólise, corrente 
russa, criolipólise, entre inúmeros outros equipamentos. 
O uso de aparelhos de eletroterapia nas disfunções estéticas é cada vez maior. Podem 
ser utilizados de maneira isolada ou associados a outras modalidades de tratamento 
estético. Frequentemente são lançados no mercado equipamentos novos, garantindo 
ao cliente tratamentos modernos e inovadores.
Propriedades elétricas das células e tecidos
Todos os tecidos corporais são formados por células imersas em líquido. Cerca 
de dois terços do peso corporal refere-se a esse liquido que se encontra dentro 
3Princípios físicos da eletroestética
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de cada célula ou no espaço entre elas, possuindo características diferentes 
e preenchendo os tecidos. A estrutura que divide esse líquido do interior da 
célula para o líquido do exterior da célula é chamada de membrana celular e 
possui uma camada semilipídica com proteínas, e é por essa membrana que 
todas as substâncias passarão para entrar ou sair da célula.
Toda a célula possui uma atividade elétrica natural que se deve à presença 
e ao movimento de íons, que são átomos com cargas elétricas. O movimento 
desses íons gera uma corrente elétrica que se chama convecção e é o que 
permite que substâncias entrem e saiam da célula pela membrana celular, 
garantindo assim a sua nutrição e as suas funções. Essa membrana celular é 
carregada eletricamente, uma vez que todas as substâncias que se encontram 
dentro ou fora da célula são carregadas eletricamente com cargas positivas ou 
negativas. Normalmente, a parte externa da célula é carregada negativamente, e 
próximo à membrana essas cargas tendem a ser mais positivas, como as cargas 
de sódio, potássio e cálcio. São essas duas regiões de cada lado da membrana 
que mantêm o comportamento elétrico da célula.
 Todas as células tendem a trabalhar de maneira a manter altas concen-
trações íons de potássio (K+) e baixas concentrações de íons sódio (Na+) no 
seu interior. Enquanto o exterior possui mais quantidade de íons de sódio 
em relação ao potássio. Essas concentrações adequadas são mantidas por 
um mecanismo de transporte ativo, pelo qual os íons são transportados pela 
membrana celular contra seus gradientes de concentração. Como a membrana 
é mais permeável aopotássio do que ao sódio, o potássio pode sair da célula 
muito mais facilmente do que o sódio pode entrar. Essa bomba de sódio e 
potássio ejeta três íons de sódio para cada dois de potássio, e esse mecanismo 
é uma deficiência de cargas positivas dentro da célula em comparação ao 
ambiente externo, fazendo com que ele aconteça constantemente. Além disso, 
vale ressaltar que a célula gasta energia para manter esse processo, mas é o 
que garante que ela se mantenha eletricamente estável.
A entrada e a saída de substâncias da célula ocorrem porque existe 
um campo elétrico em torno de qualquer substância que seja carregada 
eletricamente, no caso sódio, potássio e também cloro, por exemplo, assim 
como outras substâncias. A Figura 1 mostra um campo elétrico que ocorre 
na célula, na qual os íons se movimentam de acordo com suas cargas, 
sendo que essa movimentação ocorre do local que tem maior concentração 
para o menor. 
Princípios físicos da eletroestética4
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Figura 1. Célula carregada eletricamente e as transferências de substâncias pela bomba 
de sódio e potássio.
Fonte: Adaptada de Goulart (2018, p. 35).
Citoplasma
Meio interno
Meio externo Bomba
sódio-potássio
Na+
Na+
Na+
K+
K+
Na+
Na+
Na+
K+
K+
Membrana
Essa diferença de potencial através de uma membrana celular quando a 
célula está em repouso é chamada de potencial de repouso. Esse potencial varia 
em cada tecido humano, mas normalmente se encontra entre -60 e -90 mV, 
ou seja, uma célula em condição normal é carregada negativamente em seu 
interior e positivamente em seu exterior (LOW; REED, 2003).
Potencial de ação
Alguns tipos de células do organismo possuem uma capacidade chamada de 
excitabilidade. Essas células, quando expostas a alguns estímulos térmico, 
mecânico, físico ou elétrico, podem alterar sua permeabilidade iônica, alte-
rando seu potencial de repouso natural. As células nervosas, musculares e 
glandulares são tipos de células excitáveis. 
Um exemplo de estímulo aplicado que pode causar essa alteração na perme-
abilidade de íons é o estímulo elétrico. Quando se aplica um estímulo elétrico a 
essas células com capacidade de excitabilidade, esse processo desencadeia uma 
inversão na variação de potencial de membrana, alterando sua permeabilidade 
de íons. Isso se chama potencial de ação.
5Princípios físicos da eletroestética
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Lembre-se de que uma célula em repouso possui uma carga média de 
-90 mV, sendo que seu interior é carregado predominantemente negativo e o 
espaço fora dela predominantemente positivo. A Figura 2 mostra claramente 
uma célula excitável em repouso e como ela se encontra carregada antes de 
ser estimulada.
Figura 2. Célula carregada eletricamente em repouso.
Fonte: Adaptada de Gozzi (2016, documento on-line).
Extracelular
Intracelular
B
A
+ − − − − −
− − − − − −
−
−
−
−
−
−
−
−
−
+
+
+
+
+
+ + + + + +
+
+
++ + + + +
Núcleo
−90 mV
Além disso, a concentração de íons sódio e potássio é essencial para que 
ocorra um potencial de ação, pois cada íon participa de uma etapa do potencial 
de ação. Em repouso, antes da estimulação, o sódio encontra-se mais elevado 
no exterior da célula (145 mM), enquanto no interior da célula a concentração 
de sódio é menor (12 mM). A concentração de potássio ocorre de maneira 
oposta, possuindo maior concentração no meio interno (160 mM) do que no 
externo (3,5 mM). Dessa maneira, por diferença de concentração, a tendência 
do sódio é entrar na célula e a do potássio é sair. A Figura 3 mostra a maior 
concentração de sódio no meio externo e maior de potássio no meio interno, 
utilizando como exemplo uma célula neural (neurônio). 
Princípios físicos da eletroestética6
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Figura 3. Concentração de sódio e potássio na célula.
Fonte: Adaptada de Gozzi (2016, documento on-line).
Citoplasma
Membrana celular
Potencial
mV
Neurônio em repouso
+
− −
−70
− − − − − − − − − − −
+ + + + + + + + + + + +
Exterior do neurônio
Neurônio
Na
+
K
+
K +K +K +K +K
+
K
+
K
+
Na +Na +Na +Na +Na +Na +Na +Na +Na
+
Na
+
Na
+
Na
+
Na
+
Na
Vale ressaltar que, quando um estímulo age sobre uma célula excitável, 
essa célula dispara esse estímulo para todas as regiões vizinhas à membrana, 
causando essa diferença de permeabilidade iônica em toda a região. Inicial-
mente, para que ocorra um potencial de ação após o estímulo, é necessário 
que haja entrada de mais sódio na célula. À medida que o sódio vai entrando 
na célula, ele a torna cada vez mais negativa, até o momento em que a célula 
atinge um limite chamado de potencial limiar, fazendo com que cada vez mais 
se abram os canais de sódio pela ativação de canais voltagem dependente. 
Com isso, uma imensa quantidade de sódio entra na célula gerando um pico 
de +35 mV e caracterizando a fase de despolarização. Quando a voltagem 
de +35mV é atingida, todos os canais de sódio se fecham e abrem-se todos 
os canais de potássio, de maneira que todo o potássio de dentro da célula 
vai para o meio externo. Essa saída do potássio faz com que a variação 
de potencial de membrana tenda a retornar a valores negativos (normais), 
caracterizando a fase de repolarização. Esses últimos canais de potássio 
apenas serão fechados quando a célula atingir valores negativos menores 
que o repouso, ocorrendo a fase de hiperpolarização. A Figura 4 mostra 
a ação de um estímulo sobre uma célula excitável e após as variações de 
gradientes de pressão dos íons.
7Princípios físicos da eletroestética
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Figura 4. Estímulo sobre a célula excitável, entrada de sódio e saída de potássio. 
Fonte: Adaptada de Gozzi (2016, documento on-line). 
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Estímulo
Despolarização da membrana
provocando impulso nervoso
Área de
repolarização
Na+
Na+K+K+
Na+
Na+ Na+
Na+ Na+
Na+ Na+
O potencial de ação pode durar tempos variáveis de acordo com a célula e 
com a intensidade do estímulo aplicado. Ao finalizar o processo de potencial 
de ação, a célula retorna para o repouso e está apta a ser estimulada novamente 
(NELSON; HAYES; CURRIER, 2003). Esse processo potencial de ação ocorre 
natural e involuntariamente de maneira contínua nessas células excitáveis ao 
longo da vida, fazendo com que as células realizem trocas de substâncias, gerem 
energia e mantenham as funções vitais do organismo. Entretanto, há maneiras 
de estimular esse processo, visando intensificá-lo por meio da aplicação de 
um estímulo elétrico nessas células. Para tanto, utilizam-se equipamentos 
elétricos que geram uma corrente elétrica e, quando essa é aplicada sobre as 
células, causa potenciais de ação induzidos. 
Assim, conclui-se que a corrente elétrica, ao passar pelos tecidos corporais, 
altera eventos fisiológicos, ativando e estimulando sistemas, de maneira a 
prevenir disfunções e também tratá-las. Para que isso seja possível, é impres-
cindível que a corrente sejamodulada. Ou seja, não é qualquer corrente, nem 
Princípios físicos da eletroestética8
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qualquer parâmetro que causará efeitos benéficos aos tecidos corporais. Para 
isso, os equipamentos de eletroterapia são possuidores de diferentes tipos de 
correntes e com parâmetros distintos, dependendo do tecido em que serão 
aplicados e também dependendo dos objetivos de tratamento.
Efeitos da eletroterapia aplicada aos tecidos corporais
 Os efeitos das cargas elétricas aplicadas aos tecidos humanos dependem 
diretamente da amplitude e da natureza da corrente. Resumidamente, no geral, 
os equipamentos de eletroterapia são equipamentos elétricos, que recebem 
energia elétrica proveniente de tomadas e modificam essa corrente a fim de 
que ela gere um efeito fisiológico específico de acordo com o objetivo do 
tratamento (PRENTICE, 2014).
Podem-se agrupar os efeitos das cargas elétricas sobre os tecidos em quatro 
efeitos principais: mudanças químicas, estimulação de nervos e músculos, 
aquecimento dos tecidos corporais e efeitos em âmbito celular. Resumidamente, 
sabe-se que correntes diretas causam alterações químicas, correntes de baixa 
frequência estimulam tecidos excitáveis como músculos e nervos, correntes de 
alta frequência causam aquecimento nos tecidos corporais e correntes diretas 
podem auxiliar na permeação de ativos cosméticos e medicamentos através 
da pele para dentro da célula (LOW; REED, 2003).
O primeiro deles diz respeito às mudanças químicas que ocorrem nos tecidos 
por meio do aumento da permeabilidade celular. O segundo diz respeito à ativação 
de nervos e músculos, pois o potencial de ação vai gerar um desequilíbrio de 
íons em torno das membranas de modo que o músculo se contraia. Os efeitos 
de aquecimento podem ocorrer quando as correntes mais altas são aplicadas a 
alguns tecidos, pois a estimulação aumenta o metabolismo local e gera aqueci-
mento. O último efeito é em âmbito celular, em que a proliferação e o aumento da 
migração de células no tecido epitelial e conjuntivo aceleram a síntese de DNA 
e proteína, agindo na aceleração de processos cicatriciais. Em âmbito celular, 
também pode ocorrer o movimento de medicamentos/drogas ionizadas, pois 
estes, assim como as demais substâncias corporais, são carregados eletricamente 
e podem, por meio da estimulação elétrica, facilitar sua penetração na célula. 
Como visto, a corrente elétrica, quando aplicada corretamente sobre os 
tecidos corporais, pode atuar de maneira benéfica na prevenção e no trata-
mento de disfunções. Entretanto, para que seja bem aplicada, é necessário 
que se leve em consideração as contraindicações da aplicação de correntes 
elétricas aos tecidos humanos. Clientes com marcapasso cardíaco, mulheres 
em gestação, com áreas de trombose venosa profunda, câncer, deficiência 
9Princípios físicos da eletroestética
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mental, alterações de sensibilidade são contraindicados ao tratamento com 
eletroterapia (CAMERON, 2011).
Terminologia da corrente elétrica
A terminologia para descrever a corrente elétrica é complexa e muitas vezes 
pode causar confusão no seu uso. Para tanto, em uma tentativa de padronizar 
o uso da terminologia aplicada a correntes elétricas terapêuticas, o Departa-
mento de eletrofisiologia da American Physical Therapy Association (APTA) 
publicou um guia em 1986 com a terminologia a ser utilizada em eletroterapias 
(CAMERON, 2011). Entretanto, na prática diária, ainda é possível encontrar 
várias denominações diferentes, o que, muitas vezes, dificulta o entendimento.
Mesmo com diferentes nomenclaturas, conhecer as definições utilizadas na 
eletroterapia aplicada à estética é primordial para que se possa reconhecê-las nas 
especificações técnicas de aparelhos e também para o entendimento da fisiologia 
da eletroterapia aplicada à estética. Essas nomenclaturas e definições referem-se 
também a como a eletricidade é produzida e como ela se comporta nos tecidos.
A Figura 5 exemplifica as definições de potencial, íons e elétrons. Toda a 
matéria ou substância é composta de átomos que contêm partículas positivas ou 
negativas em sua estrutura e são chamados de íons. Toda partícula carregada 
possui energia elétrica e, assim, tem a capacidade de se mover. A movimen-
tação de partículas carregadas ocorre sempre do local de maior concentração 
para o de menor concentração, de modo a buscar um ponto de equilíbrio. Os 
elétrons são partículas de matérias que possuem carga negativa e massas muito 
pequenas. O movimento desses elétrons chama-se corrente elétrica.
Figura 5. Diferença de potencial nas células. 
Fonte: Prentice (2014, p. 98).
Princípios físicos da eletroestética10
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A unidade de medida que mede a velocidade com que esses elétrons se 
movimentam gerando a corrente elétrica é chamada de ampere. Na eletrote-
rapia, normalmente se utilizam equipamentos que possuem uma velocidade 
de corrente elétrica miliamperada (mA), ou seja 1/1000 ou microamperada 
(μA) 1/1.000.000.
Em repouso, os elétrons não se movimentarão, pois não haverá uma di-
ferença de potencial importante. Entretanto, ao gerar uma força sobre eles, 
haverá movimentação. A força aplicada sobre eles, capaz de movimentá-la, é 
chamada de Volt e refere-se à diferença de potencial que ela pode gerar. Após 
a movimentação desses elétrons, haverá pontos de maior concentração deles 
e pontos de menor concentração. Se esses dois locais estiverem conectados, 
a força resultante da diferença de potencial é chamada de voltagem. 
Sobre esse movimento dos elétrons pelos tecidos, é importante ressaltar 
que eles apenas se movem pelo tecido se há um caminho relativamente fácil 
para suas passagens. Os materiais ou tecidos que facilitam a passagem dos 
elétrons por eles são chamados de condutores, e a capacidade desse tecido 
ou material de conduzir os elétrons é chamada de condutância. Na matéria 
viva, soluções líquidas eletrólitos são excelentes condutores de elétrons, e na 
matéria pode-se citar como bons condutores os metais, como ferro, cobre, 
ouro, prata e alumínio.
Em contrapartida, os tecidos ou materiais que resistem à passagem dos 
elétrons através deles são chamados de isoladores, sendo madeira e vidro bons 
exemplos de matérias que isolam. A oposição que faz com que se crie uma 
dificuldade à passagem dos elétrons por tecidos ou matérias é chamada de 
resistência ou impedância elétrica, e a medida dessa unidade é chamada de 
Ohm. Vale lembrar que os materiais com propriedades isoladoras possuem 
menos elétrons livres em sua estrutura, logo oferecem maior resistência ao 
fluxo de elétrons, ao contrário do que ocorre nos materiais condutores, que, 
por terem maior quantidade de elétrons livres, não oferecem tanta resistência 
ao fluxo de elétrons.
Existe uma relação matemática que define esses termos anteriores, 
chamada de lei de Ohm, a qual define que a corrente em um circuito elé-
trico é diretamente proporcional à voltagem e inversamente proporcional 
à resistência. 
Basicamente todos esses itens devem existir para que haja um circuito 
elétrico, que é o caminho percorrido pela corrente elétrica desde o gerador 
até retornar a ele. O Quadro 1 traz os termos mais comuns de maneira 
resumida.
11Princípios físicos da eletroestética
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Íons
Toda matéria possui átomos que contêm partículas 
que podem ser positivas ou negativas; essas 
partículas são chamadas de íons. Exemplo: K+.
Elétrons Partículas de matéria com massas pequenas 
e carregadas negativamente.
Corrente elétrica Fluxo de elétrons sempre do local de maior 
potencial para o de menor potencial.
Ampère Unidade de medida da corrente elétrica.
Volt Força motriz que precisa ser aplicada e é 
capaz de gerar um fluxo de elétrons.
Condutores Materiais ou tecidos que facilitam o 
deslocamento dos elétrons através deles.
Condutância Capacidadeque os tecidos humanos ou 
materiais têm de transportar os elétrons.
Isoladores Materiais ou tecidos que dificultam a 
passagem dos elétrons através deles.
Ohm Unidade de medida que indica 
resistência ao fluxo de elétrons.
Watts Unidade de medida de potência elétrica.
Tensão Diferença de potencial existente 
entre os tecidos ou regiões.
Circuito elétrico Caminho percorrido pela corrente desde sua fonte 
geradora de potência, através de seus inúmeros 
componentes, até a volta à fonte geradora. Esse 
circuito pode ser aberto quando os elétrons não 
necessariamente retornam à fonte geradora ou 
fechado quando retornam à fonte geradora.
Quadro 1. Terminologia resumida
Terminologia das correntes terapêuticas
Os aparelhos de eletroterapia geram três tipos diferentes de correntes que, 
quando aplicados aos tecidos corporais, geram alterações fisiológicas espe-
cíficas de acordo com o tipo de corrente (PRENTICE, 2014). Basicamente, 
podem-se classificar as correntes terapêuticas em: correntes alternadas CA, 
contínuas CC e pulsadas.
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Corrente contínua CC — Também chamada de corrente galvânica ou mono-
fásica, possui como principal característica o fluxo unidirecional de elétrons 
em direção ao polo positivo. Atualmente alguns equipamentos com correntes 
contínuas possuem a possibilidade de se inverter o fluxo tornando-o alterado. 
Entre suas aplicações na estética, esta corrente é amplamente utilizada para 
iontoforese, que se refere à técnica de permeação de princípios ativos através 
da pele mediante a aplicação de corrente contínua. Nesse caso, a corrente 
ajudará os íons a penetrar na pele e chegar até os tecidos mais profundos. 
Corrente alternada CA — Também chamada de bifásica, nesse tipo de 
corrente o fluxo de elétrons não é unidirecional, ele ocorre em vários sentidos 
mudando a polaridade, mas sempre do polo negativo para o positivo. 
Correntes pulsadas — Possuem normalmente três ou mais pulsos agrupados 
ao mesmo tempo, sendo que esses pulsos são intervalados de maneira regular. A 
Figura 6 mostra os três tipos de correntes terapêuticas utilizadas na eletroestética.
Figura 6. Tipos de correntes aplicadas à eletroterapia. 
Fonte: Prentice (2014, p. 100).
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Na eletroterapia, assim como na eletroestética, existe sempre a presença 
de um gerador, equipamento elétrico que vai receber a energia proveniente da 
tomada e transformá-la na corrente que se objetiva para posterior aplicação 
nos tecidos corporais. 
Geradores — Geram correntes elétricas terapêuticas e podem ser alimentados 
por correntes contínuas, alternadas ou pulsadas, dependendo do objetivo; são 
comercialmente fabricados. 
Além disso, cada gerador possuirá vários parâmetros que podem vir 
predefinidos no equipamento ou que necessitam ser modulados pelo profis-
sional a fim de ter objetivos específicos. Para tanto, são utilizadas algumas 
terminologias aplicadas às correntes terapêuticas, as quais são descritas 
brevemente a seguir. 
Frequência — O número de ciclos que ocorre por segundo é chamado de 
frequência da corrente e sua unidade de medida é hertz (Hz), pulsos por 
segundo ou ciclos por segundo. A Figura 7 mostra um exemplo de frequência 
de uma onda de eletroterapia.
Figura 7. Frequência de uma corrente elétrica.
Pulso — Refere-se à forma de onda, que pode ser entendida por meio de uma 
representação gráfica de forma, direção, amplitude, duração e frequência de 
uma corrente, uma forma de onda individual. 
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Largura de pulso — Graduada em microssegundos (μs) ou milissegun-
dos (ms), indica-nos o tempo de duração da fase. A largura de pulso tem um 
papel fundamental na eletroterapia, uma vez que a corrente elétrica ativa 
receptores na pele a muitas vezes pode causar desconforto ao cliente, restrin-
gindo assim a estimulação aplicada. Dessa maneira, quando se utilizam pulsos 
estreitos com frequências elevadas, esse desconforto é minimizado. Quanto 
aos parâmetros da largura de pulso, sabe-se que pulsos inferiores a 50 μs não 
conseguem uma boa ativação e pulsos acima de 500 μs passam a ser menos 
confortáveis para o cliente. Pela Figura 8, é possível visualizar que a largura 
de pulso é inversamente proporcional à amplitude dos limiares sensitivos e 
motores. Além disso, é possível visualizar também, além da largura de pulso, 
as características da frequência da estimulação em âmbito sensitivo, motor 
e doloroso. Sabe-se que os nervos sensitivos e motores respondem de igual 
maneira à estimulação elétrica, mas a excitação sensitiva sempre ocorre antes 
da excitação motora, de maneira que os nervos motores necessitam de maior 
intensidade de estimulação para sofrer despolarização, quando comparados 
aos sensitivos. E, quando muito elevada, essa estimulação afeta nível doloroso, 
causando o estímulo de dor no cliente.
Figura 8. Limiares sensitivos, motores e dolorosos das correntes elétricas terapêuticas.
Fonte: Adaptada de Nelson, Hayes e Currier (2003, p. 100).
Máxima
tolerância
à dor
Dor
Motor
Sensorial
Subsensorial
5 20 50 100 200 500 100010
350
300
250
200
150
100
50
0
A
m
pl
itu
de
 d
o 
pi
co
 (m
A
)
Duração da fase (us)
+
+
+
+
+ + + +
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Formato de onda — Pode ser de diferentes maneiras: retangular, quadrada, 
senoidal, triangular, entre outras. A Figura 9 apresenta um exemplo de duas 
formas de ondas.
Figura 9. Forma das ondas.
Fonte: Adaptada de Engetron (2016, documento on-line).
Onda senoidal Onda quadrada
Modulação — refere-se a qualquer alteração na magnitude ou qualquer va-
riação na corrente original, pode ocorrer devido a alterações de largura, de 
amplitude ou frequência de pulsos, podendo ser contínua, interrompida, rampa 
ou trens de pulso. A Figura 10 apresenta um exemplo de corrente em rampa.
Figura 10. Onda em rampa.
Fonte: Adaptada de Ferraz Netto (1999, documento on-line).
U(V)
t(s)
0 Rampa crescente
Razão de rampa
(em V/s) Nível de
saturação
U(V)
t(s)
0 Rampa decrescente
Razão de rampa
(em V/s)
Nível de
saturação
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Amplitude de pulso — refere-se à intensidade da corrente e é sinônimo de 
voltagem e intensidade da corrente. A Figura 11 é um exemplo de amplitude 
de corrente em uma onda pulsada; nesse caso, a amplitude é interrompida a 
cada ciclo.
Figura 11. Amplitude de uma corrente pulsada.
Duração do pulso — diz respeito ao período de tempo em que a corrente 
está fluindo em um ciclo, e sua unidade é o tempo. Na Figura 11 é possível 
visualizar também o período de tempo. 
Frequência de pulso — indica o número de pulsos que serão aplicados por 
segundo. 
Carga elétrica — é a quantidade de eletricidade aplicada ao tecido em cada 
pulso. A carga que será produzida pelo gerador de corrente elétrica terapêutica 
dependerá da duração e da amplitude do pulso, que determinará a quantidade 
de carga descarregada nos tecidos. Quando se aumenta a amplitude ou a 
duração, aumenta-se também a carga do pulso. 
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Circuitos em série ou paralelos — os circuitos de correntes podem ser 
em série ou paralelos. No circuito em série, existe apenas uma via para a 
corrente fluir de uma extremidade à outra, enquanto no circuito paralelo 
há duas ou mais vias para a corrente percorrer. Além disso, os circuitos 
em série têm resistência mais alta e fluxo de corrente baixo, enquanto os 
resistores que possuem circuitos em paralelo têm resistência mais baixa e 
fluxo de corrente mais alta. A Figura 12 apresenta um exemplo de circuitos 
em série e paralelos.Figura 12: Circuitos elétricos em série e paralelos.
Fonte: Adaptada de Vieira (2017, documento on-line).
Circuito em série Circuito em paralelo
Na eletroterapia, normalmente os geradores utilizam os dois tipos de cir-
cuitos. Para a corrente chegar do gerador até os tecidos humanos, tem de 
existir um meio de contato, os eletrodos, matérias que serão colocadas em 
contato com a pele para servir de meio condutor da corrente do equipamento 
até o tecido humano.
Eletrodos — a estimulação elétrica, quando não invasiva, ocorre por meio 
da estimulação da pele do cliente pelo uso de eletrodos cutâneos. A função 
dos eletrodos é basicamente transmitir a corrente para o cliente através dele. 
Esses eletrodos podem ser de diferentes materiais, e se diferem nos materiais 
dependendo do tipo de corrente que será utilizada. O posicionamento dos 
eletrodos também pode variar de acordo com a disfunção a ser tratada e com 
o tipo de corrente empregada no tratamento. Além disso, os eletrodos não 
podem ser acoplados diretamente sobre a pele do cliente, pois, no caso de 
correntes contínuas, pode gerar queimaduras. Para tanto, pode-se usar gel ou 
esponjas umedecidas em soluções salinas ou água. 
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Toda a aplicação utilizará dois eletrodos, que podem ser classificados em 
positivos e negativos, dependendo da quantidade de elétrons que se encontram 
neles. O eletrodo negativo é chamado de catodo e possui um maior número de 
elétrons, enquanto o eletrodo positivo apresenta menos elétrons e é chamado 
de anodo; o eletrodo negativo atrai íons positivos e vice-versa. Nas correntes 
contínuas, esses eletrodos estarão sempre no mesmo local, ou seja, o eletrodo 
negativo sempre será negativo. Já nas correntes alternadas, os papéis se in-
vertem durante a terapia. 
Alta frequência, média frequência e baixa frequência — A fre quência 
das correntes utilizadas na eletroterapia pode ser dividida em alta, média 
e baixa. 
 � Correntes de alta frequência — As correntes que utilizam a alta 
frequência atuam por meio da geração de campos eletromagnéticos 
que causam aquecimento em tecidos profundos, com aumento do me-
tabolismo e também efeitos em âmbito mecânico; um exemplo desse 
tipo de corrente é o ultrassom terapêutico, que apresenta propriedades 
térmicas e mecânicas também. 
 � Correntes de média frequência — As correntes de média frequência, 
como a corrente russa, possuem efeitos adequados aos tratamentos de 
camadas mais profundas dos tecidos, como o tecido muscular, atuando 
por exemplo em disfunções como hipotonia muscular. Na aplicação dessa 
frequência ao cliente, a percepção da corrente é menor, uma vez que, 
quanto mais alta a frequência, menor é a interferência sensitiva, pois 
a frequência tem capacidade de interferir no limiar sensitivo. Isso se 
deve ao fato de frequências maiores apresentarem resistências menores 
à passagem da corrente elétrica. 
 � Correntes de baixa frequência — As correntes de baixa frequência 
podem ser contínuas como a galvânica e a iontoforese, amplamente 
utilizadas na estética por produzirem efeitos vasomotores nos tecidos, 
aumentarem a circulação local e auxiliarem na penetração de ativos 
através da pele. A corrente galvânica é ainda utilizada para técnicas 
de limpeza de pele profunda por meio da desincrustação. Mas a baixa 
frequência pode fazer uso também de correntes alternadas como o FES, 
uma estimulação elétrica funcional. 
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Dentro das correntes de baixa frequências, tem-se como exemplo o uso 
da microcorrentes, isto é, correntes galvânicas modificadas, contínuas e de 
baixa intensidade que realizam um estímulo em âmbito sensorial, não gerando 
contração muscular. Sua intensidade de estímulo está limitada a 100 μA ou 
1mA e possuem aplicações na estética na área de tratamento de lesões cutâ-
neas e redução do edema, promovendo tonificação dos tecidos, combatendo 
a flacidez muscular, tratando as rugas de expressão da face, do pescoço e 
do colo. Sua ação nos tecidos humanos se dá pelo aumento na produção de 
trifosfato de adenosina (ATP), sendo essa molécula a responsável pela síntese 
proteica e pela regeneração tecidual por causa de sua participação em todos 
os processos energéticos da célula. Além disso, a microcorrente promove a 
estimulação das fibras de colágeno e elastina, melhorando a oxigenação dos 
tecidos e tratando os sinais do envelhecimento. 
No Quadro 2 é possível verificar as frequências utilizadas nos equipamentos 
de baixa, média e alta frequência e exemplos desses equipamentos na área 
da estética. 
Frequência Parâmetros Exemplos
Baixa frequência Até 1000 Hz Fes, farádica, galvânica, 
dinâmicas e microcorrentes.
Média frequência De 1000 a 10.000 Hz Russa e Aussie.
Alta frequência 10.000 a 100.000 Hz Ultrassom terapêutico, 
radiofrequência e micro-ondas.
Quadro 2. Equipamentos e suas frequências aplicadas à estética
Fluxo de corrente pelos tecidos
Ao passar pelos tecidos humanos, a corrente entra em contato com diferentes 
tipos de tecidos biológicos, como ossos, sangue, músculos etc., sendo que a 
corrente elétrica passará pelo caminho que forneça menos resistência a sua 
passagem, ou seja, vai passar pelos tecidos mais condutores. Em relação à 
capacidade de condução dos tecidos do organismo humano, ela é bem variável, 
sendo os tecidos com maior concentração de água e maior quantidade de íons 
os melhores condutores.
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Entre os tecidos humanos, o sangue é o que possui a maior capacidade 
de condução por apresentar grande quantidade de íons e grande quantidade 
de líquido, seguido dos músculos e tendões e nervos. Já outros tecidos, como 
a pele, a gordura e o tecido ósseo, podem ser bastante isolantes. A gordura 
funciona praticamente como um isolante, pois apresenta-se apenas com 14% 
de água, e o tecido ósseo é o maior isolante que existe, pois apresenta apenas 
5% de água em sua composição.
Portanto, antes da aplicação da corrente, são utilizadas algumas técnicas 
visando reduzir a impedância da pele de modo que esta transporte melhor os 
elétrons. O conhecimento do fluxo de corrente pelos tecidos é importante, 
pois ele será parte integrante do planejamento do tratamento.
Exemplo da aplicação da eletroterapia na estética:
Eletrolifting: utiliza uma corrente contínua, por meio da qual se realiza uma es-
carificação das rugas e linhas de expressão; tem por objetivo estimular a produção 
de colágeno e elastina, além de nutrir os tecidos que se encontram desvitalizados.
Ionização: utiliza uma corrente contínua e consiste em uma técnica que facilita a 
penetração de ativos cosméticos específicos através da corrente elétrica, que “quebra” as 
moléculas do princípio ativo em íons, garantindo assim sua penetração profunda na pele.
Microcorrentes: é uma técnica que objetiva estimular colágeno e melhorar a 
nutrição tecidual, havendo ainda o estímulo das fibras musculares, por meio do qual 
se obtém uma melhora na flacidez muscular. Não obstante, as microcorrentes agem 
na cicatrização dos tecidos, podendo ser uma ótima aliada nos tratamentos pós-
-cirúrgicos e nas feridas. 
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