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1 DOENÇA RENAL CRÔNICA: ASPECTOS GENÉTICOS E NUTRICIONAIS CHRONIC RENAL DISEASE: GENETIC AND NUTRITIONAL ASPECTS Mylena Victória Soprani Raiane Dias Bárbara Holander Vithória Brites Rafael Pacheco* RESUMO O referido artigo analisa doença renal crônica em seus aspectos genéticos e nutricionais, especialmente, os impactos da doença e a influência do ambiental e alimentar, com seus consequentes riscos para a saúde das pessoas. Avaliando o aumento do número de pacientes com doença renal crônica (DRC) em todo o mundo em escala alarmante. Abordando a magnitude do problema que se reflete numa doença que tem levado autoridades médicas a considerá-la como um problema de saúde pública. Depreende ainda que existem estratégias mundiais para a vigilância da doença, como a conscientização, através do debate público sobre o tema e divulgações de informações importantes acerca dos fatores de risco que giram em torno dessa enfermidade global. PALAVRAS - CHAVE: Doença renal crônica, diagnóstico, hemodiálise. ABSTRACT This article analyzes chronic kidney disease in its genetic and nutritional aspects, especially the impacts of the disease and the influence of the environment and food, with its consequent risks to people's health. Assessing the increase in the number of patients with chronic kidney disease (CKD) in around the world on an alarming scale. Addressing the magnitude of the problem that is reflected in a disease that has led medical authorities to consider it a public health problem. It also appears that there are worldwide strategies for disease surveillance, such as raising awareness through public debate on the topic and dissemination of important information about the risk factors that revolve around this global disease. KEYWORDS: Chronic kidney disease, diagnosis. hemodialysis. * Mylena Victória Soprani, Raiane Dias, Bárbara Holander, Vithória Brites, Rafael Pacheco. Acadêmicos do Curso de Nutrição e Farmácia da Faculdade Multivix. Cariacica / 2021. 2 1 INTRODUÇÃO Existem vários fatores que contribuem para que a doença renal crônica tenha se tornado atualmente um problema grave de saúde pública, que preocupa médicos e especialistas da área, por apresentar um índice com altas taxas de mortalidade pelo mundo (BASTOS, 2009) De acordo com Costa (2016) a DRC pode comprometer outros aspectos extremamente relevantes como: o estresse ocasionado em pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise que pode desencadear incontáveis problemas como: sociais, socioeconômico, dependência da previdência social, parcial ou impossibilidade de locomoção, necessidade de adaptação, perda da autonomia além da lida diária com o sentimento ambíguo de viver ou morrer, impactando diretamente na qualidade de vida do paciente dialítico. A Doença Renal Crônica vem assumindo importância global, em virtude do exponencial aumento dos casos registrados nas últimas décadas. Atualmente, existem de mais de 1 milhão de pessoas em Terapia Renal Substitutiva em todo o mundo e a expectativa é que esse número dobre em apenas 5 anos. Fatores como diabetes mellitus e aumento na expectativa de vida da população mundial estão sendo relacionados como os principais responsáveis por essa nova epidemia, de modo que analisando somente a questão no Brasil, ocorreu um incremento de 40% dos casos de pacientes em programas de diálise no período de 2000 a 2006. Os rins exercem uma função importantíssima e vital para o funcionamento ordenado do corpo humano, exercendo um importante papel na filtração do sangue e auxiliando na eliminação de toxinas do organismo além de outras funcionalidades consideráveis, sendo na maior parte dos casos uma doença silenciosa e não apresentando sintomas evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce da doença, tornando assim o tratamento tardio e altamente oneroso para os sistemas de saúde, por se tratar de uma doença silenciosa o diagnóstico acaba acontecendo em um estágio remisso da doença e contribuindo para o seu desenvolvimento. A doença renal crônica frequentemente grave, mas felizmente prevenível e tratável quando diagnósticada em sua fase inicial, sendo essa a melhor forma de 3 prevenção da progressão da doença renal crônica impedindo assim a perda parcial ou irreversível da função renal. O tratamento ainda é extremamente custoso para os sistemas de saúde mundial, dificultando a abrangência do tratamento na grande maioria dos pacientes acometidos pela DRC principalmente no Brasil onde as condições socioeconômicas não são favoráveis para contribuir com as necessidades dos pacientes renais (BASTOS, 2009). 1.1 DEFINIÇÃO A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Ocorre que em fase mais avançada (chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica - IRC), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente (JUNIOR, 204). Neste sentido a doença renal crônica é caracterizada pela insuficiência parcial ou irreversível da função dos rins, a insuficiência renal pode ser aguda ou crônica, na fase aguda ocorre uma súbita e rápida perda da função renal, na fase crônica (fase mais crítica da doença) a perda acontece de forma lenta, progressiva e irreversível onde os rins param de responder aos comandos internos do corpo tornando-se incompatível com a vida, tendo nesses casos o paciente a necessidade de ser submetido a hemodiálise ou realização do transplante. 1.2 EPIDEMIOLOGIA Em países desenvolvidos, o rastreamento estima prevalência de doença renal crônica entre 10 e 13% na população adulta, com mais de 4,5 milhões de adultos com a doença no mundo. No Brasil, a primeira causa de DRC é a hipertensão arterial sistêmica, a segunda é o diabetes, seguido pela glomerulonefrite crônica. Nos EUA, observa-se o diabetes como principal etiologia da DRC (45%), seguido pela HAS e glomerulopatias (MINISTERIO DA SAUDE, 2014). 4 No Brasil, estimativas da prevalência dessa enfermidade são incertas, contudo, de acordo com a caderneta de saúde coletiva de 2017 mais de 100 mil pacientes recebiam terapia dialítica no país, com uma taxa de internação hospitalar de 4,6% ao mês e uma taxa de mortalidade 17% ao ano. O mesmo estudo detectou maior predominância no sexo masculino com taxa de crescimento anual de 2,2% e, de 2% para o sexo feminino, raça/cor predominante é a branca (39,6%) em relação às raças/cor amarela (1,2%), indígena (0,1%), parda (36,1%) e preta (11,4%) (MINISTERIO DA SAUDE, 2014). O censo Brasileiro de Diálise de 2012 aponta que o número de pacientes em tratamento hemodialítico apresentou um crescimento gradual no decurso dos anos, de 97.586 em 2012 para um total de 112.004 pacientes em 2014. (FUKUSHIMA et al., 2016, p. 519). De acordo com o senso brasileiro de nefrologia (2018,2019) no mundo estima-se que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas fazem diálise, já no Brasil cerca de 120 mil pessoas estão submetidas ao tratamento de diálise, a doença renal crônica vem apresentando anualmente um percentual de 100 novos casos por milhão de habitantes. De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) calcula que em 2020 a insuficiência renal crônica deve corresponder a 73% dos óbitos e 60% das cargas de doenças crônicas. 1.3 CARACTERÍSTICAS CLINICAS A evolução clínica da doença renal crônica está altamente condicionada às taxas de morbimortalidade da doença, principalmente em pacientes com complicações como: anemia, acidose metabólica, alteração do metabolismo mineral e desnutrição, consequência da perda funcional dos rins, óbito (principalmente em pacientes cardiovasculares). 5 FIGURA - 1 – TABELA CLASSIFICAÇÃO DRC Se a doença renal crônica for causadapor um distúrbio que pode ser corrigido (por exemplo, bloqueio do trato urinário) e, se esse distúrbio não tiver estado presente por tempo demais, é possível que a função renal melhore quando o distúrbio causador for tratado com sucesso, caso contrário, a função renal tende a piorar com o tempo. A taxa de diminuição da função renal depende, um pouco, do distúrbio subjacente que causa a doença renal crônica e em que medida o distúrbio é controlado. Por exemplo, o diabetes e a pressão arterial alta, particularmente se não forem bem controlados, fazem a função renal diminuir mais rapidamente, deste modo a doença renal crônica é fatal se não for tratada glomerular (KIRSZTAJN; BASTOS, 2011). Quando o declínio da função renal for grave (às vezes chamado insuficiência renal terminal ou doença renal terminal), a sobrevida costuma limitar-se a alguns meses nas pessoas que não recebem tratamento. Já as pessoas tratadas com diálise podem viver muito mais. No entanto, mesmo com diálise, pessoas com insuficiência renal terminal morrem mais cedo do que pessoas da mesma idade sem doença renal terminal, 6 ocorre na maioria das vezes o falecimento do paciente devido a distúrbios cardíacos ou nos vasos sanguíneos ou a infecções. 1.4 DIAGNÓSTICO Há um consenso de que a Doença Renal Crônica (DRC) é reconhecida através das alterações na taxa de filtragem do glomerular e/ou presença de lesão parenquimatosa, observados por no mínimo 03 (três) meses. Tendo em vista que atualmente é uma doença muito comum e considerada um problema de saúde pública, se torna essencial o diagnóstico precoce e o imediato encaminhamento do paciente ao nefrologista (KIRSZTAJN; BASTOS, 2011). Logo, o ideal que o diagnóstico da Doença Renal Crônica seja feito de forma precoce, nos primeiros estágios da doença. Para isso, os médicos precisam sempre estarem alertas aos pacientes que estão inseridos nos fatores de risco ou sociodemográfico da doença, podendo tal diagnóstico ser, inclusive, feito através de exame simples de laboratório. (KIRSZTAJN; BASTOS; ANDRIOLO, 2011). Com o diagnóstico precoce, é possível encaminhar o paciente com quadro de DRC para medidas educativas acerca da doença. A importância da multidisciplinaridade nesses tratamentos, a exemplo da educação nutricional do paciente, pode evitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do indivíduo, colaborando para a diminuição das taxas de morbidades e mortalidade (DRAIBE, 2014). Outrossim, a denominada taxa de filtragem do glomerular (TFG) é um importante indicador para o diagnóstico da Doença Renal Crônica. Esta é a capacidade que os rins têm de eliminar determinada substância do sangue, expressa através da quantidade de volume de sangue que é totalmente depurado em determinada unidade de tempo (ibid., 2011). Quando em pleno funcionamento, o rim filtra o sangue e elimina substâncias resultantes do metabolismo proteico, enquanto preserva outros nutrientes importantes. Na Doença Renal Crônica, a taxa de filtragem glomerular diminui conforme a doença progride, diminuindo cada vez mais conforme o tempo passa, 7 logo, presenta uma diminuição no número total de néfrons ou redução na TFG por néfrons (ibid., 2011). Logo, a maneira mais adequada de medir a TFG agentes, - determinando o clearance de substâncias exógenas como a inulina, iotalamato-I, EDTA (Ácido etilenodiaminotetraacético), DTPA-Tc (ácido dietilenotriaminopentácetico marcado com tecnécio) ou iohexol-, funcionando como um marcador ideal de filtração, sendo excretados por do corpo humano através da filtragem glomerular (KIRSZTAJN; BASTOS, 2011). Sendo o TFG avaliado através da análise dos níveis de substâncias que normalmente são produzidas pelo corpo, é possível ter a uréia como um marcador endógeno. No entanto, é um método passível de erro, uma vez que seus níveis de concentração podem variar sem ter relação com a TFG, a exemplo de uma dieta com níveis muito altos ou baixos de proteínas. Outro marcador muito conhecido na comunidade científica é a creatinina plasmática. No entanto, hoje entende-se que a utilização da creatinina como marcador da TFG é considerado um método limitado por suas funções junto a massa muscular e a falta de relação direta com o TFG quando a ligação é invertida (ibid., 2011). Mesmo não sendo um marcador ideal para o TFG, na realidade clínica, o método muito utilizado para analisar informações acerca dos níveis de TFG é a depuração de creatinina. Isso é possível através da coleta de urina ao longo de 24 horas, sendo a creatinina urinária que é excretada dividida pela concentração de creatinina sérica, durante o período ora mencionado. Portanto, é um método recomendado quando a TFG for superior a 60mL/min, em fatos específico de idade, tamanho corporal, desnutrição grave, obesidade, dentre outras especificidades (ibid., 2011). A fim de melhorar o método de medição da TFG, a comunidade científica tem divulgado diversas fórmulas para estimar tal taxa, a fim de alcançar um diagnóstico precoce mais efetivo e diminuir os níveis de mortalidade da DRC. As fórmulas mais utilizadas são as Cockcroft e Gault (CG),12 MDRD13 e CKD-EPI. Ademais, em que pese existir diversas fórmulas para o cálculo da TFG, muito profissionais, por não possuírem acesso a equipamentos que calculem essas taxas 8 mecanicamente, se utilizam de métodos manuais para calculas os níveis de TFG, o que pode ocasionar atrasos nos diagnósticos e, consequentemente, no tratamento. A fim de facilitar no diagnóstico, tabelas foram criadas para pacientes homens e mulheres, assim, com o nível de creatinina seríaca e a idade do paciente, é possível chegar à estimativa dos valores de TFG (ibid., 2011). Apesar da discussão acerca da medição do TFG para o diagnóstico seguro e rápido da Doença Renal Crônica, é importante entender que outras medidas de vigilância acerca da DRC também podem ser efetiva. Nesse passo, existem estratégias mundiais para a vigilância da doença, como a conscientização, através do debate publico sobre o tema e divulgações de informações importantes acerca dos fatores de risco que giram em torno dessa enfermidade global (MOURA et al, 2013). 2 ASPECTOS GENÉTICOS 2.1 GENES ENVOLVIDOS A incidência de doenças renais com origens genéticas é rara, contabilizando mais de 150 distúrbios variados. Contudo, entre cerca de 20% dos pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) antes dos 25 anos de idade, são identificadas causas monogênicas, enquanto nos adultos são observadas em até 10% entre pacientes de terapia renal substitutiva. Um dos mecanismos pelos quais a DRC pode se desenvolver é a síndrome do gene contíguo TSC2/PKD1 (CUNHA, et al). O gene PKD1 - polycystic kidney disease 1 é localizado na região cromossômica 16p13.3. Ele apreende 46 éxons distribuídos ao longo de um segmento genômico com cerca de 52 kb, produzindo um RNA mensageiro de 14,2 kb e associado a um quadro de leitura aberta de aproximadamente 12,9 kb. Esse gene codifica a policistina-1 (PC1), uma glicoproteína integral de membrana de 4.303 aminoácidos. As mutações ocorridas nos genes PKD1 podem gerar DRC (NUNES; BARROS, 2013). 9 Segundo Cunha, et al (2013, p. 3) “o gene TSC2 é contíguo ao gene PKD1 e as deleções em ambos os genes, denominadas síndrome de genes contíguos, causam doença renal policística autossômica dominante, resultando em hipertensão e disfunção renal.”. Neste sentido, quando ocorridas as mutações e fenômenos em tais genes, pode ocorrer um quadro de doença renal crônica (DRC). O TSC ou complexo de esclerose tuberosa trata-se de um distúrbio genético causado por mutações no TSC1, localizado no cromossomo 16, ou no mencionado TSC2, esse localizado no cromossomo 16, como afirmam os autores mencionados. Outra doença que possui relações genéticas é a doença de Fabry, uma “condiçãohereditária crônica, progressiva e multissistêmica, relacionada a uma mutação Xq22 no cromossomo X, que resulta em deficiência da enzima alfa- galactosidase, diminuindo a capacidade de degradação da globotriaosilceramida.”. (SODRÉ, et al, 2020, p. 1). Em pesquisa que visou avaliar a prevalência de mutações na doença de Fabry (DF), bem como seus sinais e sintomas, em familiares de pacientes com doença renal crônica (DRC) diagnosticados com DF, foi encontrada prevalência da doença de Fabry em 9,47% dos familiares de pacientes com DRC com essa condição (SODRÉ et al, 2020, p.1). Contudo, em revisão, os autores destacaram que estudos que relatam a prevalência de DF em pacientes com doença renal crônica são frequentes. Outra doença genética que tende a causar insuficiência renal crônica é a Sindrome de Alport, uma nefropatia hereditária, A nefrite é a alteração mais comum, iniciando-se geralmente na adolescência com proteinúria e/ou hematúria intermitentes. Apresenta curso crônico e progressivo para insuficiência renal, afetando principalmente indivíduos do sexo masculino. A doença ocorre devido às mutações em três genes diferentes - COL4A3, COL4A4 e COL4A5 (LEAL et al, 2000). Contudo, a doença renal crônica, em regra, não possui causa genética, em que pese a possibilidade de progressão de doenças relacionadas a mutações em genes que causem a evolução para insuficiência renal crônica. 3 ASPECTOS AMBIENTAIS 10 Entende-se como aspectos ambientais características do ambiente no qual os indivíduos estão inseridos que podem influenciar, de alguma maneira, a doença renal crônica (SANTOS, [s.d.]). Ademais, sabe-se que a Doença Renal Crônica ocasiona de forma gradativa lesões nos rins, o que pode resultar em perdas progressivas da função renal (SILVA; CASTILHO, 2020). Nesse passo, um ambiente que preserve a qualidade de vida do portador dessa doença impacta de maneira significativa no tratamento, devendo ser levado em consideração a realidade social e familiar no qual o paciente está inserido. Assim como observar a possibilidade de realização de atividades de rotina, evitando situações que torne o enfermo mais reativo, deprimido, sedentário e com má alimentação, por exemplo. (MARTINS; CESARINO, 2005) Logo, há de se falar acerca da influência do ambiente na progressão e/ou desenvolvimento da doença renal crônica, de modo a entender de que forma tais aspectos influenciam no agravamento da enfermidade. Nesse sentido, é importante observar o comportamento de indivíduos em diferentes contextos sociais. 3.1 INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA O ambiente no qual o paciente de doença renal crônica está inserido é de suma importância para determinar o tipo de tratamento mais eficaz e de que maneira esse indivíduo irá se comportar diante dos tratamentos necessários. Logo, a desmotivação, sedentarismo, depressão e ansiedade podem afetar diretamente na aceitação da enfermidade e na falta de cuidados exigidos pela doença, inclusive, cuidados alimentares. (MARTINS; CESARINO, 2005) Nesse sentido, é de suma importância analisar os impactos ambientais nas pessoas que possuem a doença. Inclusive, há uma mudança de comportamento de acordo com as condições sociais e econômicas de diferentes países, veja: 11 Figura 1 - Incidência anual da doença renal crônica em estágio 5 em diversos países. Figura 2 - Prevalência da doença renal crônica em estágio 5 em diversos países. Fonte: Adaptado de: JHA, V. G. et al. Chronic kidney disease: global dimension and perspectives. The Lancet, v. 382, n. 9888, p. 260-272, jul. 2013. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23727169. Em linhas gerais, os países se comportam de maneira diferentes em relação a doença conforme o seu nível de infraestrutura, o que gera impactos diretos na situação dos portadores da doença renal crônica (DRC). É possível observar nas 12 figuras acima que países mais pobres possuem indicies menores tanto de prevalência, quanto de incidência, mas isso ocorre por falta de estrutura adequada para a devido diagnóstico da doença, bem como apresentam maior carência de tratamentos. Por fim, apresentam também maior incidência de doenças infecciosas e glomerulonefrites, sendo as principais causas da DRC (DRAIBE, 2014). Nesse sentido, também é possível observar índices altos de pessoas com DRC em países em desenvolvimento e desenvolvidos, como os Estados Unidos da América e México. Isso porque é uma população com maior exposição aos produtos industrializados, maior exposição aos produtos tóxicos ambientais, maior taxa de obesidade populacional, dentre outros fatores adicionais (ibid., 2014). No que se refere ao Brasil, é possível observar que não possui indicies muito elevados de pacientes com DRC, no entanto, os números vem aumentando ano a ano (SESSO, 2011; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2012). Isso porque há uma baixa oferta de serviços públicos de saúde, levando à procura de serviços privados, sendo estes os mais utilizados para os tratamentos de DRC, a exemplo da diálise (ibid., 2014). Como dito anteriormente, há regiões que possuem um índice elevado de doenças infecciosas, o que pode apresentar uma maior prevalência da DRC. Exemplo nacional do caso ocorreu na cidade de Nova Serrana-MG na década de 1990, quando foi observado um elevado número de pacientes renais crônicos. Depois, foi descoberto que o aumento desses pacientes se deu em função de um estreptococo presente no queijo consumido por aquela população (BERNARDES, 1998). Logo, o controle de doenças infecciosas, controle da pressão arterial, controle dietético para se evitar a hiperglicemia em diabéticos, evitar excesso de ingestão de proteínas e fósforo, controle da dislipidemia, correção da anemia e prevenção de perdas de função renal decorrentes de intercorrências são medidas essenciais de tratamento do paciente renal. Por isso, analisar a qualidade de vida, mais especificamente a alimentação é de suma importância para evitar o surgimento e progressão da DRC. 3.2 ALIMENTAÇÃO 13 O acompanhamento nutricional é de suma importância para a avaliação e tratamento da Doença Renal Crônica (DRC). No entanto, o aconselhamento dietético individualizado deve ser feito através de programas educacionais, a fim de se conferir maior efetividade na prevenção das complicações da DRC. (PINTO, 2009) Em exemplos práticos, durante o procedimento hemodialítico, o paciente passa por expressivas perdas de aminoácidos para o dialisato. Neste caso, é fundamental para o progressão saudável do indivíduo que haja a correta reposição de proteínas, evitando assim a ocorrência de desnutrição energética proteica, bem como o consumo excessivo de proteínas; ambas situações podem desenvolver a DRC para um nível mais crítico (ibid. 2009; DRAIBE, 2014). Em uma pesquisa realizada em pacientes DRC (2009), foi necessário avaliar o perfil dietético. A exemplo disso, foram avaliados, mais especificamente, o registro alimentar de três dias diferentes, sendo um dia sem o tratamento hemodialítico, uma dia cm o tratamento e um domingo. A análise focou na ingestão por dia de proteínas, calorias totais e fósforo, levando em consideração o tipo de apetite de cada pessoa. Na análise de setenta e dois pacientes, chegou-se a conclusão de que 63,8% permaneceram com o apetite normal, 17,5% com maior apetite e 13,8% com apetite diminuído. Ademais, fora constatado que a ingestão energética e proteica diária estava em quantidades inferiores às recomendadas, em torno de 61,6% estavam ingerindo menos proteínas do que deveria, mas a ingestão de fósforo estava dentro da normalidade. No entanto, foram constatados que 20,6% estavam consumindo mais calorias do que o recomendado, assim como 37,5% estavam com a ingestão excessiva de proteínas e 38,8% ingeriam maisfósforo do que deviam. Números significativos para demonstrar a necessidade de um aconselhamento nutricional eficaz para o quadro de DRC. Ademais, é imprescindível se atentar a dosagem do fósforo (P) em pacientes com Doença Renal Crônica, devendo ser prescrita por um profissional de nutrição. Nesse passo, alimentos que possuem ativos à base de fósforo devem ser 14 restringidos na alimentação nos casos de DRC, devendo dar preferência aos alimentos com menor concentração de P (CARVALHO; CUPPARI, 2011). Nesse sentido, o acompanhamento frequente e individualizado dos pacientes com quadro de DRC é fundamental. Isso porque os níveis de fósforo, proteínas e calorias ingeridos através de alimentos devem ser minuciosamente calculados e prescritos por nutricionistas, a fim de não prejudicar o funcionamento dos rins. Isso posto, o profissional competente irá analisar a dosagem dos quelantes de P, no caso da ingestão de P. Frisa-se que a desnutrição energético-proteica (DEP) é um dos distúrbios nutricionais que mais impactam pacientes DRC e contribui para o aumento das taxas de mortalidade e morbidade. Outrossim, é importante entender que o dialisado pode sofrer com perdas de nutrientes e catabolismo dos mesmo, com presença de inflamações e comorbidades (ibid., 2011). Nesse passo, a ação de micronutrientes no organismo dos pacientes em hemodiálise junto à ingestão correta de água é uma parcela fundamental do tratamento, principalmente substâncias como cálcio, ferro, sódio, fósforo e potássio, uma vez que são nutrientes relacionados às possível complicações, tendo em vis que os rins dessas pessoas são estão conseguindo manter o controle no organismo (SILVA, 2018). Diante desse cenário, é necessário uma alimentação em dosagens corretas, a fim de que se evite nutrientes que possam sobrecarregar o organismo em pessoas com DRC. Assim como é necessário a ingestão de líquidos e proteínas, por exemplo, a fim de que auxilie no controle da doença. 3.2.1 ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS. Para pacientes com Doença Renal Crônica é importante evitar alimentos que contém sal. Nesse passo, é importante evitar ao máximo o consumo de alimentos industrializados, chocolate, queijo, alimentos integrais, abacate, leite achocolatado, frutos secos, ervilhas, devem ser retirados da alimentação de uma pessoa com insuficiência renal (ZANIN, 2020). 15 No que se refere aos alimentos ricos em sal, é imprescindível que se evite a utilização de temperos de alimentos, como os tabletes de caldo de carne, molho de soja, molho inglês; salgadinhos de pacote, batata frita e bolachas salgadas; fast food; e sopas industrializadas que são comercializadas em pó ou enlatadas (ZANIN, 2020) Além dos alimentos mencionados, deve-se dar ênfase à exclusão de embutidos da dieta desses pacientes, como bacon, toucinho; gema de ovo; carnes salgadas, defumadas e embutidas, a exemplo da salsicha e linguiça, peixes enlatados, a exemplo do atum enlatado; soja e derivados; feijão, lentilha, ervilha e milho; oleoginosas, como as castanhas, amêndoas e amendoim; sementes, a exemplo do gergelim e linhaça; cerveja, refrigerantes de cola e chocolate quente. (ibid., 2020) Ademais, alimentos ricos em potássio devem ser extremamente controlados e até evitados, como o abacate, banana, mamão, laranja, ameixa seca, damasco, tâmara, batata, palmito em conserva, nabo, chicória, lentilha, feijão, grão de bico, trigo, arroz, aveia dentre outros. A intenção do controle alimentar é que se evite a sobrecarga do rim que está com insuficiência, a fim de que evite a progressão do quadro ou até mesmo como método de prevenção para o indivíduo que não possui a doença. 3.2.2 ALIMENTOS RECOMENDADOS. Existem micronutrientes recomendados para pacientes em hemodiálise, leia- se, em quadro de DRC. Nesse passo, existem alimentos como Hortaliças, frutas e leguminosas (a exemplo de: chuchu, espinafre, couve-flor, quiabo, berinjela, vagem, batata, mandioca, abobrinha dentre outros). Nesses casos, recomenda-se descascar as frutas e legumes, corta-las e enxaguar bem. Ademais, deixa-los de molho na água um dia antes da sua utilização é uma ótima maneira de se evitar a concentração de micronutrientes que devem ser controlados, como o potássio (ZANIN, 2020; SILVA, 2018). 16 Além disso, uma ótima opção são alimentos pobres em potássio, como o brócolis, pimentão, repolho cu, caju, cereja, limão, maracujá, melancia, uva ou o suco de uva, jabuticaba entre outros. No que se refere à dicas de alimentação, pipoca sem sal, biscoito caseiro de polvilho são ótimas indicações recomendadas para esses pacientes. Os líquidos são recomendados, desde que ingeridos de forma controlada, devendo ser evitado a ingestão de mais de 1,4L por dia (SILVA, 2018). Assim como os líquidos, o cálcio – importante para a formação dos ossos e funcionamento de nervos e músculos -, deve ser controlado para que não comprometa o tratamento desses pacientes. 3.2.3 COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DESSES ALIMENTOS. Conforme dito anteriormente, os pacientes de Doença Renal Crônica necessitam ter cuidado com os alimentos ingeridos. Isso porque há a preocupação em não sobrecarregar os rins que sofrem de insuficiência. Logo, alimentos que possuem micronutrientes que podem gerar complicações a esses indivíduos devem ser controlados, como os ricos em potássio e proteínas. Nesse sentido, frutas e leguminosas devem ser descascadas e passar por um período de molho na água, além de se evitar o cozimento no micro-ondas, a fim de que se evite a concentração de potássio, por exemplo. Nesse sentido, em que pese as frutas e leguminosas sejam recomendadas, devem ser controladas na dieta. Qanto aos alimentos proibidos, como os embutidos e industrializados, se dá pela alta concentração de sal e açúcar, nutrientes que devem ser evitados por pacientes com quadro da doença renal crônica, pois o aumento de sal aumenta a pressão arterial e força o rim a trabalhar. Ademais, sabe-se que pacientes com DRC tem dificuldade em eliminar o potássio do sangue, devendo ser extremamente conscientes na quantidade de alimentos ricos em potássio, como feijão, grão de bico, batata, e outros ora mencionados. O excesso desse micronutriente pode ocasionar, inclusive, fraqueza muscular, arritmias e até paradas cardíacas. 17 No que se refere à restrição de peixes enlatados, carnes salgadas, embutidos, leites e derivas, assim como as oleoginosas, são alimentos ricos em fósforo que devem ser evitados assim como os alimentos com excesso em potássio. O excesso de fósforo no organismo pode ocasionar coceira no corpo, hipertensão e até confusão mental. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas informações obtidas face as pesquisas do presente trabalho, é possível entender que a DRC é uma doença assintomática até evoluir para seu estágio avançado, sendo frequentemente detectada tardiamente, o que compromete seu controle e tratamento. O conhecimento da prevalência da DRC no Brasil e os fatores de risco e de proteção são essenciais para o estabelecimento de medidas de prevenção e de tratamento da doença, assim como para subsidiar políticas públicas de saúde. Deste modo o reconhecimento e o acompanhamento, ainda na atenção primária, dos indivíduos que apresentam os fatores de risco identificados podem contribuir para a implementação de ações de promoção de saúde e prevenção de doenças. Torna-se necessário refletir sobre a ampliação da abrangência das ações na atenção básica, bem como maior resolubilidade de tais ações para controlar os fatores de risco da DRC. No Brasil são poucas as pesquisas referentes à prevalência da DRC e os fatores associados, de forma que tratamento ainda é extremamente custoso para os sistemas de saúde mundial, dificultando a abrangência do tratamento na grande maioria dos pacientes acometidos pelaDRC principalmente no Brasil onde as condições socioeconômicas não são favoráveis para contribuir com as necessidades dos pacientes renais. 18 REFERÊNCIAS BERNARDES, Betina. Nova modalidade de inflamação nos rins já registra 253 casos suspeitos e pode ser causada por bactéria no lei: EUA investigam surto de doença em Minas. São Paulo, 1998. Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff25089808.htm. Acesso em: 17. Nov.2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único de Saúde/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 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