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DEFINIÇÃO Apresentação dos elementos de identificação e exercício da empresa e das obrigações do empresário. PROPÓSITO Compreender a natureza jurídica do estabelecimento empresarial, relacionando-o com os elementos de identificação da empresa e com as obrigações do empresário. PREPARAÇÃO Tenha o Código Civil (Lei n. 10.406/2002) em mãos, principal fonte legislativa para compreensão e estudo do conteúdo. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a relação entre empresário, empresa e estabelecimento empresarial com os elementos integrantes para o exercício da empresa MÓDULO 2 Identificar as obrigações do empresário previstas no Código Civil e suas implicações jurídicas MÓDULO 1 Reconhecer a relação entre empresário, empresa e estabelecimento empresarial com os elementos integrantes para o exercício da empresa INTRODUÇÃO Fonte: Alphaspirit/Shutterstock Vamos começar pelo esclarecimento dos conceitos de empresário, empresa e estabelecimento. EMPRESÁRIO De acordo com o artigo 966 do Código Civil, é aquele (pessoa física) que exerce de forma profissional uma ou mais atividades econômicas organizadas para a produção ou circulação (intermediação) de bens ou de serviços. Destacamos algumas partes da noção legal propositalmente, pois são elementos fundamentais. PROFISSIONALISMO O empresário deve exercer sua atividade de modo continuado, habitual, de maneira a extrair seus rendimentos e sua manutenção desse trabalho. Portanto, não é empresário se a atividade por ele exercida for esporádica, temporária, acessória. Tal elemento deve ser verificado na prática como, por exemplo, se a única ou principal fonte dos rendimentos de uma pessoa advém ou não de sua empresa. O termo profissional exige essa dedicação exclusiva ou predominante à empresa. EXERCÍCIO DA EMPRESA Também é elemento de caracterização do empresário o exercício da empresa. Embora o Código Civil não empregue o termo empresa, referindo-se apenas ao empresário, é possível extrair o conceito de empresa do texto legal. EMPRESA É a atividade exercida profissionalmente pelo empresário. ATENÇÃO Entretanto, não é empresa qualquer atividade, é preciso que seja uma atividade lucrativa (econômica), que propicie rendimentos, recursos para seu titular, pois o empresário também é um profissional e visa ao lucro quando atua. A empresa, como atividade, é resultado da organização de elementos corpóreos (materiais) ou incorpóreos (imateriais), como o capital investido, a mão de obra empregada, os equipamentos, produtos ou serviços envolvidos, entre outros elementos que serão reunidos pelo empresário para obtenção de lucro. Com a organização da atividade econômica, o empresário se dedica à produção ou circulação (intermediação) de bens ou de serviços, e o conjunto dos bens que ele utilizará para sua empresa é denominado estabelecimento, que estudaremos a seguir. ESTABELECIMENTO Na introdução, verificamos que a empresa é exercida de modo profissional pelo empresário, que precisa organizar elementos para viabilizar a produção ou intermediação de bens ou serviços. EXEMPLO Imagine que uma pessoa pretenda abrir um salão de barbeiro. Será necessário obter o local apropriado, os equipamentos e materiais necessários e, talvez, contratar empregados. O empresário precisa organizar os elementos de que necessita para atingir seu objetivo – o exercício de empresa – e tais elementos são considerados em conjunto para efeitos legais como estabelecimento. ATENÇÃO O termo estabelecimento, que significa apenas a estrutura externa do negócio – a parte visual, muitas vezes confundida com a loja, filial ou casa comercial –, não é pertinente em nosso estudo, diante de um conceito técnico e específico contido no Código Civil. CONCEITO E NATUREZA DO ESTABELECIMENTO ARTIGO 1.142. CONSIDERA-SE ESTABELECIMENTO TODO COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO PARA EXERCÍCIO DA EMPRESA, POR EMPRESÁRIO, OU POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA. (Lei n. 10.406, 2002) Dessa definição, percebe-se que o estabelecimento é um elemento de empresa, não de identificação, mas do seu exercício. É por meio da reunião dos bens que o empresário precisa para exercer sua empresa que surge o estabelecimento. Tanto a pessoa física (empresário) quanto a pessoa jurídica (sociedade empresária) podem ter um ou mais estabelecimentos. EXEMPLO Tomando-se novamente o exemplo do salão de barbeiro, todos os elementos materiais, corpóreos, bem como os imateriais, incorpóreos, que o empresário ou a sociedade utilizarem para o exercício da empresa de barbearia (prestação de serviços) formam o estabelecimento, por essa razão a lei se refere a ele como complexo de bens. Embora o Código Civil vigente seja uma lei já promulgada no século XXI, em fase adiantada da disseminação de utilização da internet, não há tratamento para o estabelecimento virtual ou imaterial. Todavia, não há nenhum obstáculo legal para que a empresa seja exercida sem um imóvel para onde a clientela se dirija. A propagação de aplicativos e expressiva preferência pelo comércio eletrônico, além da diminuição de custos, fez muitos empresários encerrarem seus estabelecimentos físicos e criarem outros virtuais, ou diversificarem a modalidade de oferta de produtos e serviços. Fonte: Billion Photos/Shutterstock Após a análise do conceito de estabelecimento, também é importante identificar em qual categoria jurídica o estabelecimento está enquadrado e, para tanto, examinaremos o artigo 1.143 do Código Civil. ARTIGO 1.143. PODE O ESTABELECIMENTO SER OBJETO UNITÁRIO DE DIREITOS E DE NEGÓCIOS JURÍDICOS, TRANSLATIVOS OU CONSTITUTIVOS, QUE SEJAM COMPATÍVEIS COM A SUA NATUREZA. (Lei n. 10.406, 2002) O estabelecimento é uma universalidade (objeto unitário), pois os elementos dele integrantes são considerados de forma coletiva, agrupada, e não individual. COMENTÁRIO Nota-se que é possível a transferência ou a constituição de direitos sobre todo o complexo, a critério do empresário. Com isso, o empresário pode alienar ou dar em garantia alguns dos bens do estabelecimento (imóvel, determinados equipamentos ou produtos) ou todos os elementos reunidos. Essa característica de unidade de direitos e negócios, porém, com possibilidade de fragmentação, faz do estabelecimento uma universalidade de fato, categoria jurídica prevista no art. 90 do Código Civil e definida como pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. O empresário pode ter vários estabelecimentos, no país ou no exterior, e os estabelecimentos secundários são identificados pelos termos sucursais, filiais ou agências (artigo 1.172 do Código Civil). BENS INTEGRANTES DO ESTABELECIMENTO A definição de estabelecimento se refere ao instituto como um complexo de bens e não há uma enumeração legal deles, embora possam compreender bens imateriais, incorpóreos. Como cada empresário organiza sua empresa e a exerce através do estabelecimento com os recursos que possui ou pode adquirir, além das peculiaridades de cada atividade, é proposital a ausência de uma relação legal de bens. Bens corpóreos ou materiais São todos os bens visíveis, tácteis ou com existência física, sejam móveis, semoventes (animais) ou imóveis. Logo, integram o estabelecimento: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Entram no processo de produção ou circulação de bens ou serviços e variam de acordo com múltiplos critérios, como porte da empresa, perfil de clientela, disponibilidade de recursos, número de empregados, contratos de exploração etc. INSUMOS São a matéria-prima necessária para a empresa, podendo também englobar a contratação de serviços de terceiros. INSTALAÇÕES Não se confundem com os imóveis ou o estabelecimento em sentido vulgar (loja), pois trata-se dos bens móveis que guarnecerão os imóveis onde a empresa é exercida. IMÓVEIS São a base física da empresa, onde ela está assentada; contudo, pode o empresário alugá-los ou arrendá-los de terceiros. PRODUTOS Produzidos ou distribuídos pelo empresário; sãoas mercadorias a serem destinadas a terceiros, que constituem os estoques de que o empresário dispõe para atender sua clientela. BENS INCORPÓREOS OU IMATERIAIS A doutrina especializada aponta como bens imateriais: NOME EMPRESARIAL É um elemento de identificação da empresa e será estudado na segunda parte deste módulo. Sua função é identificar o empresário perante os órgãos oficiais e nos negócios jurídicos que ele realizar. TÍTULO DE ESTABELECIMENTO É a identificação adotada pelo empresário para seu estabelecimento. Por exemplo: o empresário Ivo Dias pode nomear seu estabelecimento como Lojas Campeão e, nesse caso, Ivo Dias é o seu nome empresarial na modalidade firma, e Lojas Campeão o título do estabelecimento. PROPRIEDADE INDUSTRIAL Compreende os direitos que o empresário possui em relação às patentes de invenção ou de modelos de utilidade, aos registros de desenho industrial ou de marcas. Todos esses direitos são considerados por lei como bens móveis, passíveis, portanto, de cessão. A disciplina específica dos direitos de propriedade industrial e sua proteção encontra-se na Lei n. 9.279, de 1996. CONTRATOS São os que o empresário celebra para a instalação, manutenção ou ampliação de seu estabelecimento; eles integram o estabelecimento e podem ser objeto de cessão, exceto aqueles de caráter pessoal, isto é, celebrados em razão de alguma qualidade pessoal do contratante, cujas obrigações são afetas apenas a ele, sem transmissão a terceiros. CRÉDITOS E DÍVIDAS Integram o patrimônio do empresário e podem ser transmitidos com o estabelecimento. Falaremos sobre eles no item referente aos efeitos obrigacionais da transferência do estabelecimento. PONTO EMPRESARIAL É o local onde o empresário instala sua empresa e que serve de referência para seus clientes, ou seja, é o imóvel utilizado, e pode ser próprio, cedido gratuitamente ou alugado. SAIBA MAIS Existe norma jurídica protegendo o ponto empresarial para evitar que o empresário locatário de um imóvel, após certo tempo nele desenvolvendo com regularidade sua empresa, seja obrigado a deslocar seu ponto para outro local, com perda natural de sua clientela, porque o locador não renovou o contrato. Contudo, a renovação compulsória da locação depende da satisfação de três requisitos cumulativos, previstos no artigo 51 da Lei n. 8.245, de 1991: o contrato de locação a renovar deve ser escrito e ter prazo determinado; o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; e o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. Ressaltamos que o parágrafo 5º do artigo 51 determina que perde o direito à renovação aquele que não propuser a ação própria (ação renovatória) no período de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. Assim, o locador não estará obrigado a renovar o contrato e também nos casos do artigo 52: por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. É importante advertir que a clientela não é um elemento imaterial do estabelecimento, pela simples razão de o empresário não poder dispor dela. Nenhuma pessoa é refém de certo empresário, pois a livre concorrência é um princípio constitucional de ordem econômica (artigo 170, IV, da Constituição de 1988). Quando há um negócio sobre o estabelecimento, o adquirente, arrendatário ou usufrutuário tem uma expectativa de que a clientela manterá com ele o mesmo fluxo de negócios com seu antecessor, mas isso não é certo nem se pode exigir dos clientes qualquer fidelização. A clientela, no âmbito da teoria de empresa, é um atributo da empresa, isto é, uma qualidade que surgirá naturalmente do exercício pelo empresário e que pode ser estimulada por ações inovadoras ou atraentes na organização dos elementos do estabelecimento. TRANSFERÊNCIA DO ESTABELECIMENTO O estabelecimento, como universalidade de fato, pode ser transferido a terceiros a título gratuito (sem remuneração ou contraprestação) ou oneroso, tanto de forma definitiva (alienação ou trespasse), como de forma temporária, como é o caso do arrendamento ou do usufruto. Entretanto, essa transferência traz consequências jurídicas para as partes, que devem observar as disposições do Código Civil em vários aspectos que serão apresentados nos próximos tópicos. Vejamos a seguir alguns efeitos obrigacionais da transferência do estabelecimento: AVERBAÇÃO DO CONTRATO E SUA PUBLICAÇÃO Se o empresário quiser alienar seu estabelecimento (compreendendo todos os bens que compõem a universalidade), arrendá-lo ou dá-lo em usufruto, o contrato deverá ser escrito e, além disso, só produzirá efeitos quanto a terceiros (pessoas que não tomaram parte no negócio) depois de averbado à margem da inscrição do empresário ou da sociedade empresária no Registro Público de Empresas Mercantis (a cargo das Juntas Comerciais) e de publicado na imprensa oficial. Portanto, não basta adotar as formalidades de assinatura do contrato e de presença de testemunhas, como habitualmente se faz. Essas providências são importantes, mas a plena eficácia do negócio jurídico depende das medidas citadas, ou seja, primeiro averbar o contrato e, em seguida, publicar em jornal oficial do estado, conforme o local da sede do empresário ou da sociedade, nos termos do art. 1.152, § 1º, do Código Civil. Ressalta-se que, se o empresário estiver enquadrado como microempresa ou empresa de pequeno porte, é dispensável a publicação do contrato, mas permanece obrigatória sua averbação na Junta Comercial (artigos 3º e 71 da Lei Complementar n. 123, de 2006). RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE E DO ADQUIRENTE De acordo com o artigo 1.146 do Código Civil, o adquirente do estabelecimento, seja pessoa física ou jurídica, responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados. Dessa maneira, todas as obrigações que o alienante contraiu até a data da alienação, e que estejam devidamente escrituradas, deverão ser cumpridas pelo adquirente. O objetivo da lei é proteger os credores do alienante, impondo uma sucessão obrigacional decorrente do negócio de transferência ou trespasse. Contudo, com o intuito de proteger o adquirente de assumir obrigações que desconhecia na época da transferência, a lei somente impõe a sucessão empresarial aos débitos contabilizados de forma regular, ou seja, inseridos em livros do empresário revistos das formalidades legais (assunto para o próximo módulo). É muito importante o exame prévio dos livros do empresário (antes da efetivação do negócio e do exame de documentos) para que o adquirente tenha clareza completa do passivo existente e que deverá ser assumido por ele. Em relação ao alienante, a lei o mantém vinculado às obrigações contraídas antes do trespasse pelo prazo de um ano, contado, quanto aos créditos vencidos, da data da publicação do contrato e, quanto aos créditos vincendos, da data do vencimento de cada um deles. Nota- se a presença de um vínculo legal de solidariedade temporário entre alienante e adquirente em benefício do credor. Em matéria de tributos existentes na data da transferência, não se aplica a regra do artigo 1.146 e sim disposição especial contida no artigo 133 do Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172, de 1966). Por essa disposição, o adquirente de estabelecimento comercial, industrial ou profissional, se continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidosaté à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. CESSÃO DOS CRÉDITOS Os créditos do alienante do estabelecimento estão incluídos na relação de bens incorpóreos e são transmitidos ao adquirente, tais quais os débitos. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos devedores do alienante desde o momento da publicação do contrato de trespasse, mas, se o devedor pagar ao credor primitivo de boa-fé, ficará exonerado da obrigação, como determina o artigo 1.149 do Código Civil. TRANSFERÊNCIA DOS CONTRATOS As obrigações contidas nos contratos celebrados para exploração do estabelecimento, bens incorpóreos, serão transferidas ao adquirente, como autoriza o artigo 1.148 do Código Civil, mas é possível proibir essa cessão, pois é uma faculdade das partes, se assim for estipulado. Se não houver qualquer previsão no contrato, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos, ou seja, ele é obrigado a cumprir as obrigações assumidas pelo alienante. Todavia, os contratos que tiverem caráter pessoal são extintos com o trespasse. Havendo justa causa, terceiros que tomarem conhecimento da transferência do estabelecimento podem denunciar o contrato que tinham com o alienante em até noventa dias da data da publicação. PROIBIÇÃO DE CONCORRÊNCIA POR PARTE DO ALIENANTE, ARRENDADOR OU NU-PROPRIETÁRIO Outro importante efeito obrigacional, decorrente da transferência ou do trespasse do estabelecimento, está previsto no artigo 1.147 do Código Civil. Trata-se da proibição ao alienante de fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência, também conhecida como proibição de restabelecimento. Essa vedação precisa ser prevista no contrato, pois é decorrente de lei, mas pode ser afastada por cláusula autorizativa. O objetivo da proibição é resguardar o adquirente de eventual concorrência desleal que ele sofreria se o alienante pudesse, imediatamente ou pouco tempo após a transferência, restabelecer-se em local próximo ao primitivo estabelecimento, com potencial desvio de clientela. A proibição de restabelecimento também se aplica ao arrendador ou nu-proprietário, respectivamente, nos casos de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, mas persiste durante todo o prazo do contrato ou duração do usufruto. Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre a proibição de concorrência na alienação do estabelecimento e suas modulações (tempo, espaço e atividade): ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA A empresa, atividade econômica organizada, não tem personalidade e, como tal, não tem capacidade para exercer direitos e contrair obrigações. Quem tem personalidade é o empresário (pessoa natural) ou a sociedade empresária (pessoa jurídica). Mesmo sem personalidade, é possível identificar a empresa por várias formas, sendo a principal delas o nome empresarial, que é a identificação oficial e obrigatória do seu titular. Existem também outras formas de identificação da empresa, facultativas, conforme veremos a seguir. FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA O título de estabelecimento (identificação do estabelecimento). A marca (identificação do produto ou serviço oriundo daquela empresa). As expressões e os sinais de propaganda (identificação do produto ou serviço para efeito de recomendá-los, realçar suas qualidades ou atrair a atenção dos consumidores ou usuários). NOME EMPRESARIAL É definido pelo artigo 1.155 do Código Civil como a firma ou a denominação adotada para o exercício de empresa. O empresário precisa ter um nome para exercer sua empresa e identificá-la. Tal designação não se confunde com os demais elementos – título de estabelecimento, marcas, expressões ou sinais de propaganda. SAIBA MAIS Como o nome empresarial diz respeito à pessoa do empresário, é diverso do título, que se refere ao estabelecimento, desprovido de personalidade. O nome empresarial não é usado para distinguir produtos ou serviços (para isso é usada a marca), nem para recomendá-los aos consumidores (para isso faz-se uso da expressão ou do sinal de propaganda). A seguir alguns elementos que são fundamentais na escolha do nome empresarial: ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL O nome empresarial pode ser uma firma ou denominação, com regras próprias para sua formação e seu emprego; o uso de uma ou do outro não é livre e dependerá da forma da empresa. A empresa pode ser exercida de forma individual e sem criação de pessoa jurídica quando se tem a figura do empresário, definido no artigo 966 do Código Civil. O empresário (individual) somente poderá adotar firma como nome empresarial, que será a sua assinatura nos atos por ele praticados no exercício de sua empresa. SAIBA MAIS Nas sociedades, dependendo do tipo adotado, a firma é coletiva – também conhecida pela expressão razão social porque pode contemplar na sua formação o nome de todos os sócios ou de mais de um deles. A formação da firma individual deve observar as regras do artigo 1.156 do Código Civil. Nesses termos, a firma individual é constituída pelo nome completo (exemplo: Miguel de Sá Leitão) ou abreviado do empresário (M. S. Leitão), aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Nota-se que o empresário não poderá usar como firma apenas o gênero de atividade ou o apelido ou codinome, eliminando o nome civil da formação. O exercício da empresa também ocorre por meio da constituição de pessoa jurídica, seja da espécie Sociedade (artigo 44, inciso II, do Código Civil), seja Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI (artigo 44, inciso VI, do Código Civil). ATENÇÃO Quando a forma de sociedade for adotada, é preciso verificar qual o tipo será escolhido, pois existem tipos que deverão usar apenas a espécie firma, tipos em que pode ser adotada qualquer uma das duas espécies e, na sociedade anônima, o nome empresarial deve ser denominação. SÍNTESE DA UTILIZAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL POR CADA TIPO DE SOCIEDADE Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal TIPO DE SOCIEDADE ESPÉCIE DE NOME EMPRESARIAL Nome coletivo Firma (artigo 1.141 do Código Civil) Comandita simples Firma (artigo 1.147 do Código Civil) Limitada Firma ou denominação (artigo 1.158 do Código Civil) Anônima Denominação (artigo 1.160 do Código Civil) Comandita por ações Firma ou denominação (artigo 1.161 do Código Civil) ATENÇÃO A EIRELI tem a mesma regra quanto à adoção do nome empresarial que a sociedade limitada, ou seja, poderá ser firma ou denominação, seguida sempre do aditivo EIRELI ao final, de acordo com o artigo 980-A, § 1º, do Código Civil. INALIENABILIDADE DO NOME EMPRESARIAL (ARTIGO 1.164 DO CÓDIGO CIVIL) Em razão de estar associado à pessoa do empresário ou da sociedade empresária, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O direito sobre o nome empresarial é intransmissível como os demais direitos da personalidade (artigo 11 do Código Civil). Independentemente da vedação à alienação do nome empresarial (firma ou denominação), por integrar o estabelecimento e identificar a empresa, é possível que o adquirente, se o contrato de trespasse permitir, utilize o nome do alienante em sua atividade, desde que precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor (exemplo: Luiz de Freitas, sucessor Miguel Leão). PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO NOME EMPRESARIAL De acordo com o artigo 34 da Lei n. 8.934, de 1994, o nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. PRINCÍPIO DA VERACIDADE Aplicável na formação e manutenção do nome empresarial, de modo que não se pode usar de informações falsas no nome empresarial tanto dos sócios quanto do objeto social. Algunsexemplos de infração ao princípio da veracidade: a firma individual indicar nome fictício do empresário ou uma atividade que ele não exerce; a firma social indicar nome de pessoa que não é sócio; a denominação indicar que o objeto da sociedade é uma atividade que nunca foi ou deixou de ser exercida por ela. Em atendimento ao princípio da veracidade, o artigo 1.165 do Código Civil determina que o nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar não pode ser conservado na firma social, porque em todas essas situações o nome empresarial não estará sendo fiel à realidade e deverá ser modificado. PRINCÍPIO DA NOVIDADE Seu enunciado é dado pelo artigo 1.163 do Código Civil: o nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. A prioridade no uso do nome empresarial será daquele que tiver se registrado como empresário primeiro e, no caso de sociedade, a anterioridade do arquivamento do ato de constituição na Junta Comercial. Nota-se, pela redação do artigo 1.163, que a novidade é relativa, ou seja, podem existir dois ou mais empresários com nomes idênticos ou semelhantes, desde que em registros diferentes. Ao se referir a registro, o Código Civil está empregando o termo no sentido de circunscrição de uma Junta Comercial, que é o território de um Estado ou do Distrito Federal. EXEMPLO Se o empresário está registrado na Junta Comercial do estado do Pará, poderá haver outro empresário com o mesmo nome ou semelhante registrado na Junta Comercial de outro estado. Entretanto, se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos na mesma circunscrição, deverá acrescentar designação que o distinga. É nesse ponto que se aplica o princípio da novidade. PROTEÇÃO DO NOME EMPRESARIAL Não existe um registro específico para o nome empresarial, mas há uma proteção a esse elemento de identificação da empresa que decorre automaticamente do registro do empresário individual ou do arquivamento dos atos de sociedades empresárias ou de suas alterações. ATENÇÃO O empresário deverá informar ao registro empresarial qual será sua firma, formada em observância às regras legais e ao princípio da veracidade e, em se tratando de sociedade empresária, constará do seu contrato o estatuto do nome empresarial a ser adotado, também em conformidade com o tipo e a formação. A proteção ao nome empresarial está inserida na relação de direitos fundamentais. ART. 5º (...) XXIX – A LEI ASSEGURARÁ PROTEÇÃO (...) AOS NOMES DE EMPRESAS E A OUTROS SIGNOS DISTINTIVOS, TENDO EM VISTA O INTERESSE SOCIAL E O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO DO PAÍS. (CFRB, 1988) Fonte: R. Classen/Shutterstock A lei a que se refere o inciso XXIX é a Lei n. 8934, de 1994, mas também encontramos previsão no artigo 1.166 do Código Civil quanto à proteção do nome empresarial quanto à extensão geográfica da proteção – o âmbito do estado em que o empresário ou a sociedade empresária estiver registrada. É possível a extensão da proteção do nome empresarial a todo o território nacional, mas não se trata de ato decorrente apenas do arquivamento. É necessário requerimento do interessado, observando-se o disposto em ato do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Instrução Normativa n. 81, de 2020, Capítulo I, Seção V). Equipara-se ao nome empresarial, apenas para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações (artigo 1.155, parágrafo único, do Código Civil). Por conseguinte, essas pessoas jurídicas estão livres para a formação de seus nomes, mas as normas de proteção ao nome empresarial serão aplicáveis a elas com as modificações necessárias. TÍTULO DE ESTABELECIMENTO É a designação dada pelo empresário ao seu estabelecimento; pode ser composto por parte do nome empresarial ou completamente distinto. EXEMPLO O nome empresarial de uma sociedade limitada é a firma Peixoto & Cia. Ltda. e o título de estabelecimento é Padaria Confiança. Ao contrário da formação do nome empresarial, que possui regras e princípio a serem observados, há liberdade para o empresário escolher e formar o título de estabelecimento; este não está sujeito à inalienabilidade e pode ser incluído nos negócios relativos ao estabelecimento. Não há registro específico para o título de estabelecimento, assim como para o nome empresarial, mas sua proteção não segue a mesma regra deste porque o empresário não é obrigado a informar à Junta Comercial qual título dará a seu estabelecimento. A facultatividade do emprego do título como elemento de identificação da empresa não significa a inexistência de proteção. Comete crime de concorrência desleal – de acordo com o artigo 195, inciso V, da Lei n. 9.276, de 1996 – aquele que usa, indevidamente, título de estabelecimento alheio ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências. Com isso, o empresário poderá apresentar queixa em juízo contra os autores do crime e, de forma autônoma, propor ações judiciais para obter reparação pelos danos causados. ATENÇÃO É considerado crime reproduzir ou imitar, no todo ou em parte, em título de estabelecimento, armas, brasões ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, sem a necessária autorização, de modo que possa induzir em erro ou confusão, de acordo com o artigo 191 da Lei n. 9.279, de 1996. MARCA A marca é um elemento de identificação da empresa que diz respeito aos produtos ou serviços oriundos de empresário ou sociedade empresária. Ao contrário do nome empresarial e do título de estabelecimento, há um registro específico para a marca, a cargo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A regulamentação das marcas encontra-se disciplinada na Lei n. 9.279, de 1996. Embora a marca não tenha utilização industrial, pois não serve para a fabricação de nenhum produto e pode ser também associada à prestação de serviço, ela se insere no âmbito dos direitos de propriedade industrial. Os direitos sobre a marca, bens móveis para efeitos legais, integram os elementos incorpóreos do estabelecimento. ATENÇÃO Qualquer sinal distintivo visualmente perceptível, figura ou nome, pode ser registrado como marca, desde que não esteja compreendido na relação de sinais não registráveis. É extensa a relação de sinais não registráveis (artigo 124 da Lei n. 9279, de 1996) e nela se inclui o sinal que reproduzir ou imitar elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome empresarial de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com esses sinais distintivos. ESPÉCIES DE MARCA Para efeito de registro da marca, são identificadas três espécies conforme o artigo 123 da Lei 9.279/1996: marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, à natureza, ao material utilizado e à metodologia empregada; e marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de determinada entidade. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DA MARCA E PROTEÇÃO CONFERIDA PELO REGISTRO A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido pelo INPI. É assegurado ao proprietário seu uso exclusivo em todo o território nacional, ao contrário do nome empresarial, que tem sua proteção limitada ao estado de circunscrição da Junta Comercial, a princípio. Na prerrogativa de proprietário, é possível exigir que terceiro se abstenha de utilizar a marca sem autorização, imitá-la ou empregá-la em seus produtos ou serviços, fato que constitui crime previsto nos artigos 189 e 190 da Lei n. 9.279, de 1996. Também é assegurado ao proprietário da marca o direito de ceder o seu registro, o que equivale à alienação da marca. Na transferência do estabelecimento,a cessão do registro pode estar compreendida no contrato, de modo que o cessionário se torna o novo titular da marca. Caso não seja intenção do proprietário da marca aliená-la, é possível o licenciamento de seu uso a terceiro, seja a título gratuito ou oneroso. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE A proteção conferida pelo registro da marca não se estende a qualquer produto ou serviço, sendo restrita à classe (ou às classes) de produtos ou serviços que o proprietário indicar ao depositar o seu pedido no INPI. Existe uma classificação de produtos e serviços adotada pelo INPI denominada Classificação Internacional de Produtos e Serviços de Nice, que possui uma lista de 45 classes com informações sobre os diversos tipos de produtos e serviços e o que pertence a cada classe. O sistema de classificação é dividido entre produtos, listados nas classes de 1 a 34, e serviços, listados nas classes de 35 a 45. O princípio da especialidade tem como exceção a Marca de Alto Renome, isto é, a marca registrada no Brasil que tem assegurada proteção especial em todos os ramos de atividade, de acordo com o artigo 125 da Lei n. 9279, de 1996. O INPI considera como de alto renome: A marca registrada cujo desempenho em distinguir os produtos ou serviços por ela designados e cuja eficácia simbólica levam-na a extrapolar seu escopo primitivo, exorbitando, assim, o chamado princípio da especialidade, em função de sua distintividade, de seu reconhecimento por ampla parcela do público, da qualidade, da reputação e do prestígio a ela associados e de sua flagrante capacidade de atrair os consumidores em razão de sua simples presença. O titular de marca registrada deverá requerer ao INPI o reconhecimento da alegada condição de alto renome de sua marca por meio de petição específica, instruída com provas em idioma português. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE A proteção conferida por lei fica limitada ao território do país onde a marca é registrada, ou seja, a abrangência geográfica é nacional. Um empresário que tenha sua marca registrada no INPI não poderá fazer valer sua exclusividade fora do território nacional. Esse princípio tem como exceção a marca notoriamente conhecida, prevista no artigo 126 da Lei n. 9.279, de 1996. Trata-se de um registro especial a certas marcas, pelo fato de terem um reconhecimento notório em seu ramo de atividade, gozando de proteção especial internacional, independentemente de estarem previamente depositadas ou registradas em mais de um país. Com isso, o titular da marca notoriamente conhecida poderá exercer as prerrogativas de seu direito marcário em todos os países signatários ou que aderirem à Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial. VIGÊNCIA DO REGISTRO DA MARCA A proteção às marcas, assim como ao nome empresarial, também tem fundamento no artigo 5º, inciso XXIX da Constituição de 1988, que prevê a garantia do privilégio temporário à propriedade das marcas. De acordo com o artigo 133 da Lei n. 9.279, de 1996, o registro da marca vigora pelo prazo de dez anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos. Com isso, desde que haja pedido de prorrogação nas condições fixadas no artigo 133, o titular poderá exercer seus direitos sobre a marca por tempo indeterminado. É possível ao titular, a qualquer momento durante a vigência do registro, renunciar aos direitos sobre a marca, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados no certificado. EXPRESSÕES E SINAIS DE PROPAGANDA Outra forma de identificação da empresa é pelo uso de expressões e sinais de propaganda. Embora não exista um conceito legal, podemos considerar que são legendas, anúncios, reclames, palavras, combinação de palavras, desenhos, gravuras utilizados pelo empresário para recomendar seus produtos ou serviços, realçar suas qualidades ou atrair a atenção dos consumidores ou usuários. ATENÇÃO Não há um registro de expressão ou sinal de propaganda para efeito de obtenção de exclusividade de seu uso, ao contrário da marca. O empresário tem liberdade para sua criação e utilização, lembrando que o artigo 191 da Lei n. 9.279, de 1996, criminaliza a utilização de expressão ou sinal de propaganda como forma de imitar algum já existente, sem autorização, de modo que possa induzir em erro ou confusão. Mesmo sem a existência de um registro para as expressões e os sinais de propaganda, é possível coibir o emprego fraudulento por terceiros. O artigo 195 da Lei n. 9.279, de 1996, considera crime de concorrência desleal quem usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos. Qualquer empresário que se sentir prejudicado pela conduta desleal e dolosa (intencional) de terceiro, empresário ou não, que se utiliza das expressões ou sinais de propaganda, ou as imita, para desviar a clientela ou iludi-la pela confusão entre os produtos ou estabelecimentos, poderá oferecer queixa-crime em face dos responsáveis. Independentemente da ação criminal, o prejudicado poderá intentar as ações cíveis reparatórias dos prejuízos causados pelo ato de concorrência desleal. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ALMIR E CARLOS INVESTIRAM SUAS ECONOMIAS PARA CONSTITUIR UMA SOCIEDADE QUE EXPLORARÁ A ATIVIDADE ECONÔMICA DE HOTELARIA. PARA QUE SEJA POSSÍVEL A REALIZAÇÃO DESSA EMPRESA, OS SÓCIOS ADQUIRIRAM IMÓVEL PARA A INSTALAÇÃO DO HOTEL, MOBILIÁRIO, MÁQUINAS, CELEBRARAM CONTRATOS E ESCOLHERAM UMA DENOMINAÇÃO PARA A SOCIEDADE. CONSIDERANDO O CENÁRIO APRESENTADO PELA NARRATIVA, BEM COMO AS NOÇÕES QUE FORAM APRESENTADAS, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE O EMPREENDIMENTO HOTELEIRO QUE A SOCIEDADE VAI EXPLORAR DENOMINA-SE: A) Sociedade empresária B) Empresa de pequeno porte C) Estabelecimento D) Ponto empresarial 2. A SOCIEDADE MARINA MODAS LTDA. ALIENOU UMA DE SUAS FILIAIS PARA A SOCIEDADE SATURNO & DIAS LTDA. NO CONTRATO DE ALIENAÇÃO, NÃO FICOU ESTABELECIDO QUALQUER PRERROGATIVA DO ALIENANTE QUANTO A EVENTUAL RESTABELECIMENTO, SEJA NA MESMA LOCALIDADE ONDE ESTÁ INSTALADA A FILIAL ALIENADA SEJA EM OUTRA LOCALIDADE. DE ACORDO COM A DISPOSIÇÃO LEGAL QUE REGE A ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO (OU DE SUAS FILIAIS), É CORRETO AFIRMAR: A) Salvo estipulação em contrário, o alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente nos cinco anos seguintes à transferência. B) O alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente apenas na localidade onde está instalada a filial, mas poderá fazê-lo em outra localidade. C) O alienante poderá fazer concorrência ao adquirente desde que o indenize dos prejuízos causados pelos potenciais atos de desvio de clientela. D) O alienante poderá livremente fazer concorrência ao adquirente, salvo estipulação em contrário. GABARITO 1. Almir e Carlos investiram suas economias para constituir uma sociedade que explorará a atividade econômica de hotelaria. Para que seja possível a realização dessa empresa, os sócios adquiriram imóvel para a instalação do hotel, mobiliário, máquinas, celebraram contratos e escolheram uma denominação para a sociedade. Considerando o cenário apresentado pela narrativa, bem como as noções que foram apresentadas, é possível afirmar que o empreendimento hoteleiro que a sociedade vai explorar denomina-se: A alternativa "C " está correta. A leitura do enunciado remete ao conceito de estabelecimento, pois trata-se de um complexo de bens que é organizado pela sociedade empresária para o exercício de uma empresa, no caso, a atividade econômica de hotelaria. 2. A sociedade Marina Modas Ltda. alienou uma de suas filiais para a sociedade Saturno & Dias Ltda. No contrato de alienação, não ficou estabelecido qualquer prerrogativa do alienante quanto a eventual restabelecimento, seja na mesma localidade onde está instalada a filial alienada seja em outra localidade. De acordo com a disposição legal que rege a alienação do estabelecimento (ou de suas filiais), é correto afirmar: A alternativa "A" está correta. A disposição legal (artigo 1.147, caput, do Código Civil) determina que há uma proibição implícita de concorrência na alienação do estabelecimento pelo prazo de cinco anos seguintes à transferência, exceto se houver estipulação contratual diversa. MÓDULO 2 Identificar as obrigações do empresário previstas no Código Civil e suas implicações jurídicas INTRODUÇÃO Fonte: Sfio Cracho/Shutterstock Além do exercício profissional da empresa, indicado como característica do empresário no artigo 966 do Código Civil, são impostas a ele determinadas obrigações: a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, a escrituração de livros, o levantamento anual dos balanços patrimonial e de resultado econômico, e a conservação de papéis e documentos. Essas obrigações não são as únicas impostas aos empresários, existindo outras dependendo do ponto de vista analisado. CONTRIBUINTE O empresário tem obrigações de cunho tributário perante a Fazenda Pública. EMPREGADOR O empresário tem obrigações perante seus empregados, os órgãos governamentais e a seguridade social. Essas e outras obrigações encontram-se distribuídas na legislação em códigos, leis, decretos, portarias, resoluções, de acordo com a área do direito pertinente (Direito Tributário, Direito do Trabalho, Direito Previdenciário, Direito Administrativo, entre outros). COMENTÁRIO No entanto, nosso estudo será dirigido para as quatro obrigações já mencionadas, que são aquelas previstas no Livro II da Parte Especial do Código Civil, dedicado ao Direito de Empresa. INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO PERANTE A JUNTA COMERCIAL A inscrição na Junta Comercial não é um requisito para a caracterização do empresário, já que tal providência não é exigida pelo artigo 966 do Código Civil. No entanto, ela é obrigatória, por força do artigo 967, e deve ser requerida antes do início da atividade. A interpretação dos dois artigos citados nos leva à conclusão de que, se o empresário não realizar sua inscrição, ele estará irregular (empresário de fato), mas nem por isso deixará de ser um empresário, pois reúne os requisitos do profissionalismo e exercício da empresa. Contudo, o empresário que se inscrever na Junta Comercial estará regular na sua atividade e, por isso, é denominado empresário de direito. Para estimular a inscrição de todo empresário, são conferidas vantagens ou prerrogativas. Assim, embora haja uma equiparação entre os dois empresários – regular e irregular – para efeito de sujeição às normas de direito empresarial, apenas as consideradas protetivas ao empresário serão aplicadas ao empresário inscrito, ou seja, regular. EXEMPLO Exemplos de normas aplicáveis apenas aos empresários regulares: O direito de pleitear sua recuperação, evitando a decretação da falência (caso a regularidade seja de pelo menos dois anos). O direito de autenticar seus instrumentos de escrituração. A prerrogativa de utilizar seus instrumentos de escrituração a seu favor num processo judicial entre empresários. O direito de pleitear a renovação compulsória do contrato de locação, que lhe assegurará a permanência no ponto empresarial. A possibilidade de aderir ao simples nacional, com redução da carga tributária e simplificação no recolhimento de tributos e contribuições, desde que sejam observados os limites máximos de receita bruta anual fixados no artigo 3º da Lei Complementar n. 123, de 2006. EMPRESÁRIO E SOCIEDADE RURAL Há uma exceção ao regime da inscrição obrigatória de que trata o artigo 967. Trata-se do empresário rural e da sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural. De acordo com os artigos 971 e 984 do Código Civil, respectivamente, o empresário que tiver por principal atividade a empresa rural e a sociedade empresária com essa mesma característica poderá pleitear a inscrição ou o arquivamento do ato de constituição perante o Registro Público de Empresas Mercantis, cuja execução caberá às Juntas Comerciais. Caso o empresário faça sua inscrição na Junta Comercial, ele não será reputado empresário para efeito legal, pois somente com a inscrição é que ocorrerá sua equiparação ao empresário regular. EMPRESÁRIO RURAL Situação muito específica, pois a regra no Direito Empresarial brasileiro é a de que, sem inscrição, todo empresário é irregular. Porém, no caso do empresário rural, como se trata de opção pelo registro empresarial, ou ele é empresário porque está inscrito ou não é empresário, sendo reputado um profissional liberal. Jamais poderá ser considerado empresário irregular por não ter exercido a escolha pelo registro empresarial. SOCIEDADE EMPRESÁRIA A sociedade somente terá o tratamento de pessoa jurídica e poderá assumir obrigações e exercer direitos em nome próprio caso seu ato de constituição (contrato ou estatuto) for arquivado no registro próprio (registro empresarial ou registro civil de pessoas jurídicas), como exige o artigo 985 do Código Civil. Assim, se a sociedade tiver por objeto uma empresa rural e não realizar o arquivamento no registro empresarial por opção dos sócios, terá que fazê-lo no registro civil de pessoas jurídicas, pois do contrário será uma sociedade irregular, sem personalidade jurídica. REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS O Registro Público de Empresas Mercantis, também conhecido como Registro Empresarial, é disciplinado pela Lei n. 8934, de 1994. Contudo, mesmo com a existência de lei especial que trata do tema, o Código Civil a ele se refere nos artigos 967 e 1.150 para vinculá-lo ao empresário e à sociedade empresária. Para as sociedades não empresárias, denominadas sociedade simples, a vinculação é ao registro civil de pessoas jurídicas. SOCIEDADE SIMPLES Aquelas que não exercem empresa ou exercem empresa rural e não optaram pelo registro empresarial. ATENÇÃO Exceção à regra do artigo 1.150 do Código Civil para efeito de vinculação ao Registro Público de Empresas Mercantis é a sociedade cooperativa. Tal sociedade não é empresária, qualquer que seja seu objeto, pois a lei lhe impõe a natureza de sociedade simples (artigo 982, parágrafo único, do Código Civil). Entretanto, como a sociedade cooperativa é regulada em lei especial, aplicando-se apenas de maneira subsidiária as disposições do Código Civil, há dispositivo expresso na lei de cooperativas indicando ser competente para elas as Juntas Comerciais para efeito de arquivamento de seu estatuto (artigo 18 da Lei n. 5.764, de 1971). O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins é um registro público, exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais (DREI), estaduais e distrital (Juntas Comerciais). javascript:void(0) javascript:void(0) DREI Departamento de Registro Empresarial e Integração Sua finalidade mais importante é dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos praticados pelos empresários e pelas sociedades empresárias que devam ser submetidos a registro na forma da lei. Como a execução dos serviços de registro está a cargo das Juntas Comerciais, a ênfase será nesse órgão. DREI Atua no papel de supervisor, orientador, coordenador e normatizador, na área técnica, da execução dos serviços das Juntas Comerciais e, cabe ao órgão, entre outras providências: ARTIGO 4º (...) II - ESTABELECER E CONSOLIDAR, COM EXCLUSIVIDADE, AS NORMAS E DIRETRIZES GERAIS DO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS E ATIVIDADES AFINS; III - SOLUCIONAR DÚVIDAS OCORRENTES NA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS, REGULAMENTOS E DEMAIS NORMAS RELACIONADAS COM O REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS, BAIXANDO INSTRUÇÕES PARA ESSE FIM; IV - PRESTAR ORIENTAÇÃO ÀS JUNTAS COMERCIAIS, COM VISTAS À SOLUÇÃO DE CONSULTAS E À OBSERVÂNCIA DAS NORMAS LEGAIS E REGULAMENTARES DO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS E ATIVIDADES AFINS; VI - ESTABELECER NORMAS PROCEDIMENTAIS DE ARQUIVAMENTO DE ATOS DE FIRMAS MERCANTIS INDIVIDUAIS E SOCIEDADES MERCANTIS DE QUALQUER NATUREZA. (Lei n. 8934, 1994)AS JUNTAS COMERCIAIS As funções executora e administradora dos serviços de registro, como órgãos locais, são reservadas às Juntas Comerciais. Em cada estado brasileiro e no Distrito Federal há uma Junta Comercial, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva. As Juntas Comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo do estado respectivo ou ao governo distrital, sendo entidades componentes da Administração. Tecnicamente, estão subordinadas ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração. Assim, a organização administrativa de cada Junta Comercial, como a definição de sua natureza autárquica ou não, o quadro de pessoal, a tabela de custas dos serviços, a fixação do número e escolha dos vogais, entre outras atribuições, compete ao governo de cada estado ou do Distrito Federal. ATENÇÃO A elaboração de normas complementares às leis e aos decretos pertinentes ao registro empresarial e à coordenação técnica dos serviços é da alçada do DREI. De acordo com o artigo 8º da lei 8.934/1994, a estrutura básica das juntas comerciais é composta pelos seguintes órgãos: ARTIGO 8º a Presidência, como órgão diretivo e representativo; o Plenário, como órgão deliberativo superior; as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores; a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. (Lei n. 8934, 1994) O Plenário e as turmas são compostos pelos vogais e seus suplentes, nomeados pelo governador do estado ou do Distrito Federal, seja por livre escolha ou mediante listas tríplices enviadas pelos órgãos representados nas juntas. A exceção é o vogal que representa a União Federal, nomeado pelo Ministro da Economia, ao qual o DREI se encontra vinculado (artigo 4º da Lei n. 8.934, de 1994, com redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019). SAIBA MAIS O número de vogais e suplentes é fixado por lei estadual ou distrital, observados os limites fixados no artigo 10 da Lei n. 8.934, de 1994, ou seja, mínimo de 11 e máximo de 23 vogais. O mandato de vogal e respectivo suplente é de quatro anos, permitida apenas uma recondução. COMPETÊNCIA DAS JUNTAS COMERCIAIS Além dos serviços de registro do empresário ou arquivamento do documento de constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedade empresária ou cooperativa, as Juntas Comerciais também são responsáveis por: Matrícula e seu cancelamento dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns gerais. Arquivamento dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade; dos atos concernentes a sociedades estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações de microempresa; de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis ou daqueles que possam interessar ao empresário e às sociedades empresárias. Autenticação dos instrumentos de escrituração dos empresários registrados e dos agentes auxiliares. ARTIGO 8º (...) elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais; expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; o assentamento dos usos e práticas mercantis. (Lei n. 8934, 1994) Os atos decisórios são publicados em website da Junta Comercial do respectivo ente federativo, como determina o artigo 29 da Lei n. 8.934, de 1994. PRAZO PARA ARQUIVAMENTO DE ATOS NA JUNTA COMERCIAL E SEUS EFEITOS Fonte: wnprh collective/Shutterstock Os documentos para arquivamento na Junta Comercial devem ser apresentados dentro de 30 dias contados de sua assinatura. Se o interessado (empresário, administrador ou sócio da sociedade empresária) atender ao prazo de 30 dias, após o deferimento do pedido, os efeitos do arquivamento retroagirão à data do documento. No entanto, se o documento a ser arquivado for recebido no protocolo da Junta Comercial fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. Nesse caso, as pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos, diante da omissão ou demora. Fonte: Editable line icons/Shutterstock Fonte: Pranch/Shutterstock A pessoa responsável pela análise do pedido (julgador singular ou Turma), antes do deferir e efetivar o registro, deve verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requerimento (no caso de sociedade empresária ou cooperativa, a legitimidade é do administrador), bem como fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos apresentados. Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o panorama dos processos decisório e revisional nas Juntas Comerciais: ATENÇÃO Não cabe às Juntas Comerciais efetuarem um controle do conteúdo do documento, exceto se houver uma proibição legal de arquivamento, prevista no artigo 35 da Lei n. 8.934, de 1994, que ensejará o indeferimento do pedido. Entretanto, se forem encontradas irregularidades sanáveis no documento, o requerente deverá ser notificado e obedecer às formalidades da lei. EFEITOS DO ARQUIVAMENTO PUBLICIDADE O documento se torna de conhecimento público e qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas Juntas Comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido. EFICÁCIA DO ATO O arquivamento torna eficaz o ato praticado pelo empresário, pela sociedade empresária ou cooperativa tanto entre as partes quanto em relação a terceiros (eficácia perante todos ou erga omnes). Tal efeito tem previsão no artigo 1.154 do Código Civil. ATENÇÃO Até o arquivamento, o ato sujeito a registro tem eficácia apenas entre as partes e não pode ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia. Uma vez realizado o arquivamento com o cumprimento das formalidades legais, o terceiro não pode alegar ignorância, mesmo que não conheça de fato o conteúdo do documento. O efeito do arquivamento pode retroagir ou não dependendo do cumprimento do prazo de trinta dias para seu envio à Junta Comercial. ESCRITURAÇÃO DE LIVROS O Código Civil impõe aos empresários e às sociedades empresárias a escrituração das operações por eles realizadas. ARTIGO 1.179. O EMPRESÁRIO E A SOCIEDADE EMPRESÁRIA SÃO OBRIGADOS A SEGUIR UM SISTEMA DE CONTABILIDADE, MECANIZADO OU NÃO, COM BASE NA ESCRITURAÇÃO UNIFORME DE SEUS LIVROS, EM CORRESPONDÊNCIA COM A DOCUMENTAÇÃO RESPECTIVA. (Lei n. 10.406, 2002) Embora o texto legal se refira a “livros”, apenas é obrigatório o livro Diário, do qual falaremos mais à frente. O empresário deve seguir as normas da ciência da contabilidade para a escrituração mercantil e, por essa razão, a lei impõe que a escrituração fique sob a responsabilidade de contabilista ou técnico em contabilidade habilitado. A escrituração pode ser manual ou mecanizada, isto é, com auxílio de máquinas ou programas de computador, aí incluída a escrituração eletrônica em livros digitais. Em complemento ao Código Civil, a Instrução Normativa DREI n. 11, de 2013, dispõe sobre procedimentos para a validade e eficácia dos instrumentos de escrituração dos empresários individuais, das empresas individuais de responsabilidade Ltda – EIRELI, das sociedades empresárias, das cooperativas, dos consórcios, dos grupos de sociedades, dos leiloeiros, dos tradutores públicos e intérpretes comerciais. ARTIGO 2º DA IN 11 O artigo 2º da IN 11 enumera os instrumentos de escrituração autorizados para os empresários e as sociedades empresárias atualmente admitidos: Livros em papel. Conjunto de fichas avulsas em substituiçãoao livro diário, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Conjunto de fichas ou folhas contínuas, também em substituição ao livro diário. Livros digitais. DISPENSA DE ESCRITURAÇÃO A exigência de escrituração de livros através da adoção de um sistema de contabilidade manual ou mecanizado não se aplica ao pequeno empresário, diante do tratamento favorecido e diferenciado a ele dispensado pelos artigos 970 e 1.179, parágrafo 2º, do Código Civil. ATENÇÃO O conceito de pequeno empresário para efeito de aplicação dos artigos citados encontra-se no artigo 68 da Lei Complementar n. 123, de 2006. Considera-se pequeno empresário o empresário individual caracterizado como microempresa na forma dessa lei complementar que aufira receita bruta anual até o limite de R$81.000,00 (oitenta e um mil reais). Portanto, o empresário deve estar inscrito na Junta Comercial (empresário regular) e, cumulativamente, estar enquadrado como microempresa, além de manter o limite anual de receita bruta previsto. LIVRO DIÁRIO O livro Diário é o único previsto no Código Civil comum aos empresários e às sociedades empresárias, e sua adoção está prevista no artigo 1.180 do Código Civil. No Diário são lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. DIÁRIO O nome vem da obrigatoriedade de os lançamentos serem feitos em ordem cronológica, mesmo que não sejam realizados diariamente. INDIVIDUAÇÃO É a indicação expressa, no lançamento, das características principais dos documentos ou papéis que derem origem à própria escrituração. ESCRITURAÇÃO DO LIVRO DIÁRIO Pode ser feita de forma resumida, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. javascript:void(0) javascript:void(0) ESCRITURAÇÃO MECANIZADA OU ELETRÔNICA DO DIÁRIO Pode ser feita por meio de fichas avulsas ou contínuas em substituição ao livro em si. Caso o empresário adote o sistema de fichas, poderá substituir o Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, de modo que registre a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários. LIVROS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS E LIVROS FACULTATIVOS É possível que determinados empresários ou sociedades empresárias sejam obrigados a escriturar certos livros além do Diário. Isso depende de lei especial que deve indicar os livros e sua finalidade. Podemos citar como livros obrigatórios especiais os seguintes: SOCIEDADES POR AÇÕES Livro de Registro de Ações Nominativas; livro de Transferência de Ações Nominativas; livro de Registro de Partes Beneficiárias Nominativas; livro de Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas; livro de Atas das Assembleias Gerais; livro de Presença dos Acionistas; livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria; livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. LEILOEIROS Diário de Entrada, Diário de Saída, Contas Correntes, Protocolo, Diário de Leilões e Livro Talão ARMAZÉNS GERAIS Livro de entrada e saída de mercadorias. EMITENTES DE DUPLICATAS Livro de Registro de Duplicatas, exceto se a emissão da duplicata for escritural. MICROEMPRESAS Livro Caixa (exceto pequeno empresário, microempreendedor individual, e empresas de pequeno porte). Se o empresário não for enquadrado em nenhuma das situações que ensejam a utilização de livros obrigatórios especiais, bastará o Diário. Isso não impede, porém, que sejam escriturados outros livros, cujos número e espécie ficam a critério dos interessados. Esses livros são denominados facultativos, sendo os mais conhecidos os seguintes: LIVRO RAZÃO Para escrituração das operações por conta contábil a que elas se referem. LIVRO CAIXA Para escrituração da movimentação financeira e bancária (quando não se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.) LIVRO CONTAS CORRENTES Para escrituração individualizada, permitindo verificar a posição do empresário perante certo cliente ou fornecedor, se credor ou devedor. LIVRO DE REGISTRO DE INVENTÁRIO OU DE ESTOQUE Para escrituração das mercadorias ou produtos que o empresário tem em seu estoque. FORMALIDADES DOS LIVROS EMPRESARIAIS De acordo com o artigo 226 do Código Civil, os livros e as fichas dos empresários e das sociedades provam contra as pessoas a que pertencem e em seu favor, mas, nesse último caso, apenas quando escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco e quando os lançamentos forem confirmados por outros subsídios. Em razão da importância de os livros estarem escriturados sem vício, deve-se observar as formalidades exigidas em lei, divididas em extrínsecas e intrínsecas. FORMALIDADES EXTRÍNSECAS As formalidades extrínsecas referem-se ao livro e não à escrituração. Consistem (i) na necessidade de autenticação do livro no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, antes de posto em uso (artigo 1.181 do Código Civil) e (ii) em estar o livro encadernado e com as folhas numeradas seguidamente (artigo 5º do Decreto-Lei n. 486, de 1969). Com a finalidade de estimular a regularização dos empresários e a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, a autenticação não é feita sem que esteja inscrito o empresário ou a sociedade empresária e, após essa providência, será possível a autenticação dos livros obrigatórios e facultativos. FORMALIDADES INTRÍNSECAS As formalidades intrínsecas referem-se à escrituração dos livros, que deve ser feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas que constem de livro próprio, regularmente autenticado. De acordo com o artigo 6º do Decreto n. 64.567, de 1969, que regulamenta o Decreto-Lei n. 486, de 1969, os livros deverão conter, respectivamente na primeira e na última página, tipograficamente numeradas, os termos de abertura e de encerramento. Esses termos serão datados e assinados pelo comerciante ou por seu procurador e contabilista legalmente habilitado. ABERTURA Constará a finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de folhas, a firma individual ou o nome da sociedade a que pertence, o local da sede ou do estabelecimento, o número e a data do arquivamento dos atos constitutivos na Junta Comercial e o número do CNPJ. ENCERRAMENTO Indicará o fim a que se destinou o livro, o número de ordem, o número de folhas e a respectiva firma individual ou o nome empresarial da sociedade. javascript:void(0) javascript:void(0) RESPONSABILIDADE PELA ESCRITURAÇÃO A escrituração é uma obrigação imposta aos empresários e às sociedades empresárias, mas deverá ficar sob a responsabilidade de contabilista ou técnico em contabilidade legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade. O artigo 1.177 do Código Civil dispõe que os assentos lançados nos livros ou nas fichas do empresário, por quaisquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, no caso o contabilista, produzem, salvo se este houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Assim, há uma responsabilidade direta do empresário pelo conteúdo de seus livros, sendo sua a culpa presumida por qualquer irregularidade detectada no conteúdo dos lançamentos. Caberá ao empresário afastar essa presunção de culpa e demonstrar a má-fé do contabilista. SIGILO E EXIBIÇÃO DOS LIVROS EMPRESARIAIS O empresário e a sociedade empresária são resguardados quanto ao sigilo de seus instrumentos de escrituração. O artigo 1.190 do CódigoCivil determina que nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e suas fichas, as formalidades prescritas em lei. Embora o texto do dispositivo legal seja incisivo, existem situações previstas em lei em que o sigilo não pode ser invocado. São as hipóteses de exibição de livros, que podem ser determinadas no curso de uma ação (exibição judicial) ou perante autoridades de fiscalização (exibição extrajudicial). Qualquer uma das duas modalidades de exibição de livros por ser realizada por inteiro (exame de todo o conteúdo do livro) ou parcial (exame apenas da parte que interessar ou for solicitada). A exibição judicial dos livros é feita no curso de um processo ou antes de sua propositura se for em caráter de urgência. Todavia, o juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e das fichas de escrituração se houver requerimento nesse sentido e quando for necessária para resolver questões relativas à sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. Fora essas situações apresentadas, a exibição pode ser parcial, sendo possível ao juiz, de ofício ou a requerimento, determinar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. Fonte: Sebra/Shutterstock ATENÇÃO Se o empresário ou a sociedade empresária recusarem a apresentação dos livros, tanto na exibição integral quanto parcial, eles serão apreendidos judicialmente. Sendo a exibição parcial, além desse efeito, serão reputados verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária para se provar pelos livros; contudo, a confissão resultante da recusa pode ser afastada por prova documental em contrário. Sobre a exibição extrajudicial, o artigo 1.193 do Código Civil dispõe que as restrições estabelecidas quanto ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais. ELABORAÇÃO ANUAL DO BALANÇO PATRIMONIAL E DO RESULTADO ECONÔMICO Fonte: CrizzyStudio/Shutterstock O artigo 1.179 do Código Civil impõe ao empresário e à sociedade empresária a obrigação de levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Quem executa essa obrigação é o técnico em Ciências Contábeis ou contabilista, que também assina os balanços junto com o empresário ou a sociedade empresária. PEQUENO EMPRESÁRIO Da mesma forma que está dispensado da escrituração de livros, também está isento da obrigação quanto ao levantamento dos balanços. Após a elaboração desses documentos contábeis, ambos devem ser lançados no livro Diário. Caso o empresário ou a sociedade empresária tenha substituído o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, também deverá lançar nele o balanço patrimonial e o resultado econômico no encerramento do exercício. A adoção de fichas em substituição ao livro Diário não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. O artigo 1.188 do Código Civil determina que o balanço patrimonial indique, distintamente, o ativo e o passivo e exprima, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa ao final do exercício social, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais. SAIBA MAIS No tocante a requisitos adicionais para a elaboração do balanço, recomenda-se a leitura dos artigos 178 a 180 e 182 a 184 da Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), que dispõem sobre a classificação das contas no ativo e no passivo, patrimônio líquido e os critérios de avaliação do ativo e do passivo. O balanço de resultado econômico, também denominado demonstração da conta de lucros e perdas pelo artigo 1.189 do Código Civil, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito. CONSERVAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE ESCRITURAÇÃO, CORRESPONDÊNCIA E MAIS PAPÉIS Em conformidade com o artigo 1.194 do Código Civil, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e os papéis concernentes à sua atividade enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. A finalidade da determinação legal é permitir ao empresário e à sociedade empresária usar tais documentos, inclusive eletrônicos, como prova em futuras demandas judiciais ou administrativas que venham a propor ou ser proposta em face deles, tanto que estarão liberados para inutilizar ou destruir os documentos após a ocorrência da prescrição ou da decadência. PRAZO O prazo máximo de prescrição no Direito brasileiro é de dez anos; segundo o artigo 205 do Código Civil, o empresário não precisa guardar por tempo indeterminado os documentos relativos à sua atividade, ou até em tempo menor poderá descartá-los, caso o prazo prescricional específico para o exercício de determinada pretensão seja inferior a dez anos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NESTE MÓDULO, FORAM ESTUDADAS AS OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO, DENTRE ELAS O REGISTRO EMPRESARIAL, TANTO PARA AS PESSOAS NATURAIS (EMPRESÁRIO INDIVIDUAL) QUANTO PARA AS PESSOAS JURÍDICAS (SOCIEDADE EMPRESÁRIA). VOCÊ IDENTIFICOU QUE COMPETE ÀS JUNTAS COMERCIAIS A EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE REGISTRO EM ÂMBITO ESTADUAL OU DISTRITAL E OUTRAS ATRIBUIÇÕES, ENTRE AS QUAIS NÃO SE INCLUI: A) Autenticar os instrumentos de escrituração dos empresários. B) Proceder ao assentamento dos usos e das práticas empresariais. C) Conceder matrícula a leiloeiros e administradores de armazéns gerais. D) Estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de empresários e sociedades empresárias. 2. ALCEU É VENDEDOR DE ARTIGOS ESPORTIVOS, MAS NÃO TEM INSCRIÇÃO NA JUNTA COMERCIAL. PARA CONTROLE E REGISTRO DE SEUS NEGÓCIOS, ALCEU TEM UM CONTADOR QUE REALIZA A CONTABILIDADE DE EMPRESA E ESCRITURA OS LIVROS. COM BASE NESSAS INFORMAÇÕES E CONSIDERANDO AS FORMALIDADES DOS LIVROS EMPRESARIAIS, ANALISE AS AFIRMATIVAS E ASSINALE A ÚNICA QUE SE ENCONTRA CORRETA. A) Alceu poderá autenticar os livros empresariais na Junta Comercial, a qualquer momento, por ser empresário. B) Alceu não poderá autenticar os livros empresariais enquanto não realizar sua inscrição como empresário individual na Junta Comercial. C) Alceu não poderá autenticar os livros empresariais, mas estes farão prova plena em ações judiciais tanto a favor quanto contra o empresário. D) Alceu poderá autenticar os livros empresariais, independentemente de inscrição na Junta Comercial, mas os livros não farão prova a favor dele em ações judiciais. GABARITO 1. Neste módulo, foram estudadas as obrigações do empresário, dentre elas o registro empresarial, tanto para as pessoas naturais (empresário individual) quanto para as pessoas jurídicas (sociedade empresária). Você identificou que compete às Juntas Comerciais a execução dos serviços de registro em âmbito estadual ou distrital e outras atribuições, entre as quais não se inclui: A alternativa "D " está correta. Das alternativas apresentadas, apenas a última (letra D) é falsa, pois compete ao Departamento de Registro Empresarial (DREI) editar normas quanto aos procedimentos para arquivamento de atos de empresários e sociedades empresárias. 2. Alceu é vendedor de artigos esportivos, mas não tem inscrição na Junta Comercial. Para controle e registro de seus negócios, Alceu tem um contador que realiza a contabilidade de empresa e escritura os livros. Com base nessas informações e considerando as formalidades dos livros empresariais, analise as afirmativas e assinale a única que se encontra correta. A alternativa "B " está correta. Das alternativas apresentadas, apenas a letra B é correta.A autenticação dos livros é uma formalidade obrigatória para os livros empresariais de cunho extrínseco e está a cargo das Juntas Comerciais, porém ela não será feita sem que estejam inscritos o empresário ou a sociedade empresária, de acordo com o art. 1.181, parágrafo único, do Código Civil. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS No módulo 1, vimos que a empresa é uma atividade econômica organizada pelo empresário que se utiliza de vários bens para essa finalidade; ao conjunto desses bens, corpóreos e incorpóreos denomina-se estabelecimento, que é uma universalidade. Analisamos que o estabelecimento pode ser objeto de vários negócios ou os bens que o integram separadamente. Nessas transferências, definitivas ou temporárias, as partes ficam sujeitas a vários efeitos obrigacionais, como o arquivamento e a publicação do contrato, responsabilidade do adquirente pelos débitos contabilizados, manutenção dos contratos celebrados para a exploração, cessão dos créditos e proibição temporária e implícita de concorrência. Verificamos que a empresa pode ser identificada de várias formas, mas a principal delas é pelo nome empresarial, aliás a única forma obrigatória. Outros modos de identificação, todos facultativos, são o título de estabelecimento, as marcas e as expressões ou os sinais de propagandas, cada qual com a sua finalidade e regra própria de proteção, sendo que para as marcas existe a necessidade de um registro especial. No módulo 2, apresentamos as obrigações que o Código Civil impõe ao empresário e compreendemos que outras podem ser aplicáveis em leis ou outros atos normativos especiais. Além disso, reconhecemos a finalidade do registro empresarial, a competência do DREI e das Juntas Comerciais e os efeitos do arquivamento. Por fim, apresentamos as demais obrigações dos empresários, como a escrituração dos livros, o levantamento dos balanços patrimonial e de resultado econômico e a conservação de documentos. Destacamos a importância dos livros empresariais como instrumento complementar para a prova de obrigações contraídas pelo empresário em um processo judicial e a necessidade de observarem as formalidades legais em caso de exibição judicial. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BARBOSA, P. M. N. E-stabelecimento: Teoria do estabelecimento comercial na internet, aplicativos, websites, segregação patrimonial, trade dress eletrônico, concorrência online, ativos intangíveis cibernéticos e negócios jurídicos. São Paulo: Quartier Latin, 2017. BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso Avançado de Direito Comercial. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. BRASIL. Casa Civil. Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília, 1994. BRASIL. Casa Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. COELHO, F. U. Novo Manual de Direito Comercial. 31. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. FÉRES, M. A. Estabelecimento Empresarial – Trespasse e Efeito Obrigacionais. São Paulo: Saraiva, 2007. MIGUEL, P. C. O estabelecimento comercial. Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 118, abr. 2000, p.7-61. NEGRÃO, R. Curso de Direito Comercial e de Empresa. v. 1 – Teoria Geral da Empresa e Direito Societário. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. v. 1, 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial. v. 1 – Teoria Geral e Direito Societário. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. TOKARS, F. Estabelecimento Empresarial. São Paulo: LTr, 2006. EXPLORE+ Sobre elementos de identificação da empresa – nome empresarial e marca, leia o artigo A utilização de nome empresarial e marca: os limites da concorrência desleal, no Portal Âmbito Jurídico. Quanto ao estabelecimento empresarial, leia o artigo O estabelecimento empresarial e suas repercussões jurídicas, no Portal Âmbito Jurídico. Para o estudo dos instrumentos de escrituração e dos livros digitais, leia o Decreto n. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que institui o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Sobre o assunto das formalidades extrínsecas dos livros empresariais e da autenticação, confira o Manual de Autenticação dos Livros Digitais SPED Contábil Escrituração Contábil Digital – ECD, 2.ed. 2011. Por se tratar de tema muito específico, com vários desdobramentos, leia o livro Estabelecimento: Teoria do Estabelecimento Comercial na Internet, Aplicativos, Websites, Segregação Patrimonial, Trade dress Eletrônico, Concorrência online, Ativos Intangíveis Cibernéticos e Negócios Jurídicos, de Pedro Marcos Nunes Barbosa, 2017. Para conhecer quais bens podem integrar o estabelecimento, é preciso recorrer à doutrina empresarial. Pesquise pelo artigo O estabelecimento comercial, de Paula Castello Miguel (2000). O objetivo desse material é apresentar esses bens e indicar sua finalidade para o exercício da empresa. Para conhecer melhor os requisitos e as condições para obtenção do reconhecimento de alto renome de uma marca, consulte a Resolução INPI/PR n. 107/2013, alterada pela 172/2016. Na página do INPI é possível ter acesso às classes de produtos e marcas. Para saber mais sobre os critérios para verificação de identidade ou semelhança entre nomes empresariais, leia a Seção IV do Capítulo I da Instrução Normativa DREI n. 81, em vigor desde 1° de julho de 2020. Para saber mais sobre a composição da firma e da denominação conforme o tipo societário, recomenda-se a leitura da Seção III do Capítulo I da Instrução Normativa DREI n. 81, em vigor desde 1° de julho de 2020. CONTEUDISTA Alexandre Ferreira de Assumpção Alves CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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