Buscar

Documento (34)

Prévia do material em texto

Uninovafapi 
Aluna:Andressa Kelly Ferreira da Silva 
Matéria:Processo civil 
Professor:José Augusto 
6º semestre Turno:manhã 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos da jurisdição voluntária no CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina-Pi 
2021 
INTRODUÇÃO 
 
Primeiramente devemos destacar o conceito de jurisdição de acordo com Galeno 
Lacerda, a jurisdição é a atividade pela qual o Estado, com eficácia vinculativa plena, 
soluciona a lide declarando ou realizando o direito em concreto.De acordo com isso o 
Estado representado pelo Juiz emprega a legislação,utilizado-se como fonte fim para a 
atividade jurisdicional, sendo assim devemos ressaltar que o Estado age por meio de um 
terceiro imparcial (o juiz) e que tem o papel promove a pacificação social e dando 
resolução as causas que lhe são dadas. 
 
Essa resolução jurídica se destina a atividade jurisdicional precisa ser legítima, 
isso é, deve estar conforme o ordenamento jurídico, limitando-se a jurisdição apenas 
em aplicá-lo ao caso concreto. 
 
Para que isso ocorra fazem se imprescindíveis três características( sejam, inércia, 
substitutividade e natureza declaratória.) 
Por inércia nada mais é do que a provocação das partes interessadas, l 
ressalvados os casos excepcionais previstos em lei que admite a instauração do 
processo pelo juiz de ofício. 
Já a subjetividade resulta da vedação da autotutela.Incumbe ao Estado exercer a 
jurisdição e praticar os atos que se destinam a satisfação dos direitos dos indivíduos que 
se encontram resistidos. Com isso, tem-se que o Estado, ao exercer jurisdição, substitui 
as partes litigantes e aplica a solução do conflito conforme o ordenamento jurídico. 
A t natureza declaratória o Estado limita-se apenas a reconhecer e declarar aos 
casos concretos direitos preexistentes. 
Posto isso, é importante se destacar que tradicionalmente a jurisdição pode ser 
dividida entre Jurisdição contenciosa e voluntária. 
Como foi mencionado anteriormente a jurisdição voluntária trata-se de uma 
atividade estatal de integração e fiscalização, isto é, busca-se do Poder judiciário a 
integração da vontade, para torná-la apta a produzir determinada situação jurídica. Há 
certos efeitos jurídicos decorrentes da vontade humana, que somente podem ser obtidos 
após a integração dessa vontade perante o Estado-juiz, que o faz após a fiscalização dos 
requisitos legais para a obtenção do resultado almejado. 
Um exemplo o caso de um divórcio consensual de casal que tenha filhos 
incapazes. 
Já em contrapartida , a Jurisdição Contenciosa é aquela que não apenas se 
destina a integrar um negocio jurídico, mas que possui por finalidade pacificar uma lide, 
ou seja, resolver um conflito de interesses qualificado pela resistência de um polo em 
face da pretensão contrária. 
 
1. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
Contudo deve se ressaltar que apesar do ,“jurisdição voluntária”, nada essa tem 
de voluntária,ao contrário, o que se nota na maioria das demandas de jurisdição 
voluntária é a obrigatoriedade, exigindo-se das partes a intervenção do Poder Judiciário 
para que obtenham os efeitos do negócio jurídico . 
 
Em consonância, segundo previsão expressa do art. 723, parágrafo único, do 
Novo CPC, o juiz não é necessariamente obrigado a observar o critério da legalidade 
estrita, o que significa que pode adotar em cada caso concreto a solução que reputar 
mais conveniente ou oportuna. 
A doutrina entende que tal dispositivo consagra a possibilidade de o juiz se valer 
de um juízo de igualdade na solução das demandas de jurisdição voluntária. 
Ainda, pela previsão do art. 721 do Novo CPC, os interessados serão citados e o 
Ministério Público intimado, desde que presentes algumas das situações elencadas no 
art. 178 do mesmo código.Como se pode notar a partir desse dispositivo, o legislador 
adotou entendimento doutrinário já existente na vigência do CPC/1973, no sentido de 
que a participação do Ministério Público não era obrigatória, a depender do caso 
concreto. 
 
2.REGRAS GERAIS PROCEDIMENTAIS 
 
Do ponto de vista procedimental, há regras comuns (arts. 719-725) e especiais 
(arts. 726 e ss.). Instaura-se o processo por petição inicial, por provocação do 
interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública. Igualmente, existem 
procedimentos que podem ser instaurados ex officio pelo magistrado, a exemplo das 
ações de arrecadação de herança jacente e de abertura de testamento .Assim, a parte 
legítima proporá a petição inicial, que deve obedecer aos requisitos do artigo 319 do 
CPC, sem particularidades, sendo que o valor da causa corresponderá ao valor 
econômico do pedido, e a inicial deve vir acompanhada dos documentos necessários. 
Com a atribuição de valor da causa e identificação da providência judicial 
almejada; as despesas processuais são antecipadas pelo requerente e rateadas entre todos 
os interessados; os interessados têm o prazo de quinze dias para poder manifestar-se; a 
Fazenda Pública será sempre ouvida, nos casos em que tiver interesse (art. 722, CPC); 
O Ministério Público intervirá como custos legis, além das hipóteses legais e da 
CF, caso o procedimento envolva interesse público ou social, interesse de incapaz, ou 
ainda litígios coletivos por posse de terra urbana ou rural, conforme art. 178 do CPC. 
Nesse caso, será intimado para se manifestar no prazo de 15 dias;o Ministério Público 
será ouvido, apenas nos casos do art. 178 do CPC (art. 721); o pedido será resolvido em 
dez dias, por sentença, que é apelável (arts. 723-724 do CPC). Os pedidos que tramitam 
pelo procedimento comum de jurisdição voluntária estão regulados pelo art. 725, CPC. 
Por fim, são procedimentos especiais de jurisdição voluntária: notificação, interpelação 
e protesto; alienação judicial; homologação de divórcio e separação consensuais; 
homologação de extinção consensual da união estável; alteração consensual de regime 
de bens do matrimônio; abertura de testamento e codicilo; arrecadação de bens da 
herança jacente; arrecadação de bens dos ausentes; arrecadação de coisas vagas; 
interdição; organização e fiscalização das fundações; ratificação dos protestos 
marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo. 
Observação: 
Não se olvide das disposições dos artigos 180, 183 e 229, todos do CPC, que 
preveem prazo em dobro para manifestação do Ministério Público, da Fazenda Pública, 
e dos litisconsortes com diferentes procuradores, respectivamente. 
Atente-se que não se trata se contestação, já que não há contraposição de 
interesses, mesmo motivo pelo qual não é cabível reconvenção. Poderão os 
interessados, todavia, impugnar a inicial e apresentar suas versões dos fatos, arguindo 
quaisquer das preliminares previstas no art. 337 CPC, salvo convenção de arbitragem, 
inadmitida nos procedimentos de jurisdição voluntária . 
Aplicam-se também os efeitos da revelia, caso a parte não se manifeste. 
Encerrada a instrução, será dada vista ao magistrado para que profira sentença, 
no prazo de 10 dias. Logicamente, em sendo designada audiência, poderá a sentença ser 
proferida já ao final desta. A sentença não apresenta particularidades, salvo a questão já 
observada da não obrigatoriedade de observação à legalidade estrita, consoante art.723 
do CPC. 
Por fim, o artigo 725 traz um rol exemplificativo de pedidos que deverão 
obedecer ao procedimento geral acima descrito quais sejam os pedidos de: a) 
emancipação; b) sub-rogação; c) alienação, arrendamento ou oneração de bens de 
crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos; d) alienação, locação e administração 
da coisa comum; e) alienação de quinhão em coisa comum; f) extinção de usufruto, 
quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da 
consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes 
do evento que caracterizar a condição resolutória; g) expedição de alvará judicial; e h) 
homologação de autocomposiçãoextrajudicial, de qualquer natureza ou valor. 
 
3.PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
O CPC, nos arts. 726 a 770, ainda prevê onze procedimentos específicos de 
jurisdição voluntária, quais sejam: a) notificação e interpelação; b) alienação judicial; c) 
extinção consensual de união estável e matrimônio, e alteração do regime de bens do 
matrimônio; d) testamento e codicilos; e) herança jacente; f) bens do ausente; g) coisas 
vagas; h) interdição; i) tutela e curatela; j) organização e fiscalização das Fundações; k) 
ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo. 
4.CONCLUSÃO 
 A jurisdição é função Estatal , é realizada através de um terceiro o juiz, onde 
buscar solucionar causas que lhe são submetidas, mediante um processo.Não 
havendo conflito de interesses entre duas partes, trata-se de jurisdição voluntária . 
A jurisdição voluntária possui como características a obrigatoriedade da 
intervenção judicial; além da participação do Ministério Público quando for o caso. 
O Código de Processo Civil traz regras procedimentais gerais, que possuem 
aplicação subsidiária a eventuais disposições específicas. Apresentada a inicial, serão os 
interessados citados e o MP intimado para que se manifestem, o que não se confunde 
com contestação, já que inexiste conflito de interesses. Não se manifestando, os efeitos 
da revelia devem ser atenuados, em razão da não obrigatoriedade de observância à 
legalidade estrita. A instrução, sentença e recursos não possuem particularidades. 
Importante lembrar o adiantamento e posterior rateio das custas processuais. 
Há também previsão de um rol de pedidos que obedecerão ao procedimento 
geral, no art. 725, tratando-se de rol exemplificativo. Igualmente, regra o CPC diversos 
outros pedidos que devem observar procedimentos específicos, nos artigos 726 a 770

Continue navegando