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P ág in a1 MATERIAL PARA PROVA ORAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DIREITO II 7º PERÍODO CÍVEL E PROCESSO CIVIL ORGANIZAÇÃO: Professor Durval Duarte Neto SÃO GONÇALO 2022/2 P ág in a2 PRESTE MUITA ATENÇÃO Atenda o seu assistido como se fosse seu futuro cliente em seu escritório, ou seja, com o mesmo compromisso e respeitabilidade. É preciso que você entenda ser necessário ampliar seus horizontes, deixando de entender a conquista de um resultado positivo ser exclusivamente a obtenção de uma sentença procedente. Assim, pense no que as pessoas esperam da sua contratação, um profissional parceiro que lute ao seu lado, compreenda seu problema e trabalhe uma estratégia para a melhor solução. Sua obrigação é ser este profissional. LEMBRE-SE: somente aquele que se torna um verdadeiro conhecedor das armas que estão à sua disposição no exercício de seu ofício pode utilizá-las em benefícios de seus contratantes. Portanto, estude, torne-se um profundo expert no manejo dos utensílios que estão a seu dispor, e esteja atento às reais necessidades de seu futuro cliente; trabalhe em estrita obediência ao básico objetivo de satisfazê-las. EXEMPLIFICANDO: Vencer uma demanda relativa a juros abusivos lançados em determinado negócio de empréstimo não resolve os problemas do devedor, pois a decisão não extingue a dívida, apenas corrige a distorção citada, mas o valor devido, e a incapacidade de pagamento permanecem. Assim, preliminarmente, você deve exigir de seu cliente informações verídicas e precisas. Neste caso, por exemplo você deve procurar saber do cliente quanto tempo ele considera necessário para se capitalizar. Este dado determinará a estratégia a ser desenvolvida. O posicionamento eficaz dentro da realidade da situação permite a seu cliente conseguir tempo para a recuperação de seu “fôlego financeiro”, partir para tratativas visando à obtenção de um acordo satisfatório, reduzindo dívidas e ampliando prazos para pagamento, adequando-os à realidade de quem pretende, e efetivamente poderá quitar seu débito. Na prática, vamos lá, usando o exemplo supramencionado, você poderia abrir um canal para negociação via administrativa, pela emissão de notificações extrajudiciais, requerendo preliminarmente a suspensão de atitudes restritivas ao crédito de seu cliente; ingressar com ação judicial visando à correção da dívida; ingresso de ação indenizatória no âmbito civil, requerendo a suspensão de cobranças indevidas (uma vez existentes) e ainda, se for o caso, aplicar a parte criminal do Código de Defesa do Consumidor contra cobranças que afrontem os preceitos legais. Saiba que todas essas condutas procedimentais são de conhecimento exclusivo de sua pessoa enquanto advogado, porém é preciso saber manejá-las com a exclusiva determinação de proteger seu cliente, alcançando um resultado que o satisfaça, dentro de sua realidade. Tenha sempre em mente que a verdade dos fatos deve ser integralmente de seu conhecimento, a fim de que o resultado pretendido possa ser alcançado, mediante a obediência de um plano estratégico previamente traçado, fundamentado na confiabilidade das informações de que você recebeu do caso. Juridiquês deve ser considerada uma língua morta, “falar difícil” NÃO aproxima, ao contrário, somente afasta as pessoas e dificulta a conquista da confiança. Assim, existe uma enorme diferença entre ouvir uma narrativa e, verdadeiramente conhecer um problema. É preciso conhecer a matéria jurídica, como também a verdade palpável dos fatos, tornando-os, verdadeiramente, um defensor do direito de seu cliente. Solicite ao seu cliente que apresente o problema de forma cronológica: primeiro as palavras; depois, documentos. Procure encaixar os fatos no universo jurídico. De imediato você deve estabelecer se está diante de uma questão que realmente tem a ver com a necessidade de sua intervenção. P ág in a3 Diante das informações, desenvolva sua avaliação do caso, deixando claro que esta não apresenta sua opinião pessoal, mas está pautada em seu conhecimento jurídico. Traduza o seu parecer em palavras que o seu cliente entenda com clareza. Sempre pense: “a verdade tem três versões, a de um, de outro e a verdadeira”. Assim, após a pesquisa realizada sobre o caso apresentado, de forma aproximada, aponte as chances de sucesso e de derrota; explique as consequências de cada uma delas. Após todo o caminho acima, faça um resumo para seu cliente das obrigações que deverá cumprir como: comparecer em audiência ou apresentar testemunhas. Fique atento ao grau de conhecimentos de seu cliente em matéria jurídica. Conhecer esse detalhe pode ajudá- lo, e muito, na forma de abordar o problema e suas soluções. Cuidado, ao atender o assistido, não investigue: você não está interrogando ninguém, apenas buscando saber como melhor se comportar diante do caso assunto apresentado. Assim, evite temas polêmicos ou delicados, como crenças religiosas e convicções políticas. Lembre-se ainda, que o assistido não conhece os direitos que tem. O modo de vestir-se de um profissional está diretamente relacionado ao que o assistido e seu futuro cliente no seu escritório espera ver e, por certo, proporciona a este um sentimento de conforto e confiança em sua presença. Assim, andar bem arrumado é cuidar de sua imagem pessoal e demanda, simplesmente, ter a certeza de que suas roupas e acessórios estão condizentes com seu perfil profissional e transmite a imagem de alguém bem-sucedido. Atente- se, nada pior, para sua imagem, de que a impressão causada pela aparência de quem passou a noite acordado e foi trabalhar. Ser pontual é uma obrigação. Assim, você em caso de atraso tem a obrigação de avisar, antecipadamente, a quem o aguarda em dia e hora marcadas. Diante do exposto, você percebe que a marca pessoal servirá para identificá-lo perante seus colegas e clientes. Não se apresente utilizando chapéus, você corre o risco de ficar conhecido pelo adorno que utiliza. Exemplo “Você conhece o dr. Fulano? Não? É aquele que está sempre de chapéu...” A mesma coisa acontece com o uso de suspensórios ao invés de cintos. CUIDADO com a expressão “isto é causa ganha! Muitas vezes o próprio cliente o provoca com questionamentos, pretendendo que você lhe assegure a vitória. Resista. Se for o caso negue-se a representar tal cliente. Aja de acordo com a ética e a realidade, explicando ao cliente que uma causa somente está ganha quando de seu efetivo trânsito em julgado, nunca, em nenhuma hipótese, por mais que todos os indicadores apontem para isto. Um relacionamento que começa com mentiras não tende a terminar bem. Portanto, se for o caso, não comece. Por fim, a verdade é sempre o melhor caminho. Muitas vezes, o advogado se preocupa em noticiar ao cliente a perda de uma causa. Não há por que existir este receio. O problema é inevitável. No entanto, pior do que a perda em si é o cliente descobri-la por conta própria. Pense de forma positiva: se você se comportou como um verdadeiro profissional durante todo o relacionamento com esse cliente, deixando claro, antes de assinada a contratação, que seu papel não é uma atividade de resultados garantidos, mas, ao contrário, de risco e manteve informado dos desdobramentos do processo em todas as suas fases, não há nada a ser temido. Você não deixa seu cliente feliz, porém este nada terá a lhe acusar. Lembre-se que a derrota poderá proporcionar a você o início de um novo contrato para defender seu cliente em uma possível execução, realizar um acordo com a parte vencedora. Assim, se o cliente descobrir sozinho que perdeu a causa, ao contrário de tudo que foi dito, correrá para seu escritório com o sentimento de abandono, ou seja, não foi avisado. Isto lhe dará algum trabalho e abalará a relação de confiança. Na mente do cliente irritado sempre persistirá a certeza de que isso deveria ter sido informado a ele. E o clientetem razão. Toda notícia, antes de repassada, deve ser avaliada, a fim de surtir o efeito desejado. P ág in a4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ✓ Cuidados com o vernáculo Você deve usar sempre a linguagem jurídico e demonstrar técnica profissional. A referida técnica se demonstra expondo as ideias de forma clara e conduzindo-as adequadamente, de modo a convencer quem estiver lendo a peça a acatar a tese e definir o que foi pleiteado. Sugiro a utilização de um dicionário (língua portuguesa e jurídica) para que você possa aperfeiçoar o seu vocabulário, pois palavras escritas de forma incorreta ou trechos sem nenhuma concordância ou sentido. Lembre-se sempre de substituir a linguagem coloquial pela linguagem formal. ✓ Cuidados com a estética Você deve ter determinados cuidados com a estética da peça processual como: ➢ A letra deve ser legível para facilitar a compreensão por parte de quem a lê, pois se não for possível entender o que está escrito poderá se considerar errada a palavra, a frase ou até trechos; ➢ A margem e abertura dos parágrafos devem ficar claro. Os parágrafos por meio dos recuos à esquerda e as margens devem ser justificadas (como no computador), evitando desestrutura no texto. Lembre-se que um texto desestruturado gera uma visão desorganizada, o que torna a leitura desagradável e difícil; ➢ Quanto a limpeza do texto faz toda a diferença, pois o uso de corretivos(branquinho) está proibido. Caso você erre alguma palavra, passe um traço por cima e prossiga com a letra correta. ➢ Cuidado. Não utiliza letra de forma. A letra de forma só deve ser usada quando se tiver a intenção de destacar. Tome cuidado com a utilização correta da letra maiúscula e minúscula. ➢ Respeite as regras gramaticais. ELOS DE LIGAÇÃO • ademais; • além disso; • assertiva (aprovar, concordar, anuir, consentir); • asseverar (afirmar com certeza); • alhures (em outro lugar); • arrimo (amparo, encosto); • contudo; • destarte (em consequência); • dessarte (em consequência); • desse modo; • de resto; • em face disso; • indubitável (incontestável, certo, evidente); • inexorável (implacável) • mister (ofício, necessidade, urgência); • urge (não permite demora); • não obstante; • preâmbulo (prefácio); • finalmente; • proficiente (hábil); • olvidar (esquecer); • vale dizer etc. P ág in a5 TERMOS USADOS PARA FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO • ... jurisprudência dominante dos nossos tribunais; • ... conforme as ementas a seguir; • a norma mais favorável é a da jurisprudência, in verbis; • a jurisprudência pátria é no sentido de que; • observe a essência da Súmula nº do ... • assim – este posicionamento é ratificado pela jurisprudência em grande número de decisões, como estas; • corrente favorável no direito brasileiro que leva o entendimento unânime dos nossos tribunais é que ...; • a corrente favorável e hoje vencedora • no direito brasileiro é que; • sobre ...., assim dispõe o artigo...; • inteligência dos artigos...; • como bem afirmou; • Estatui o artigo; • Nos termos do artigo; • É possível, nos termos do artigo; • conforme faz menção o artigo; • a melhor doutrina entende que; • Mutatis mutandis (mudando o que precisa ser mudado), pode ser lembrada a seguinte lição jurisprudencial; • Data venia; concessa venia etc (com licença). ✓ Pronomes de tratamento CIVIS: • Presidente da República: por escrito (Excelentíssimo Senhor Presidente da República); pessoalmente (Vossa Excelência); • Senadores da República: por escrito (Excelentíssimo Senhor Senador); pessoalmente (Vossa Excelência); • Ministro de Estado: por escrito (Excelentíssimo Senhor Ministro); pessoalmente (Vossa Excelência); • Governadores de Estado: Excelentíssimo Senhor Governador); pessoalmente (Vossa excelência); • Deputados Federais e Estaduais: por escrito (Excelentíssimo Senhor Deputado); pessoalmente (Vossa Excelência); • Prefeitos Municipais: por escrito (Excelentíssimo Senhor Prefeito); pessoalmente (Vossa Excelência); • Embaixadores: por escrito (Excelentíssimo Senhor Embaixador); pessoalmente (Vossa Excelência); • Vereadores: por escrito (Senhor Vereador); pessoalmente Vossa Excelência); • Cônsules: por escrito (Senhor Cônsul); pessoalmente (Vossa Excelência); • Reitores de Universidades: por escrito (Magnífico Reitor); pessoalmente (Vossa Magnificência); • Chefes das Casas Civis e Casas militares: por escrito (Excelentíssimo Senhor Chefe); pessoalmente (Vossa Excelência). MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA • União: por escrito (Excelentíssimo Senhor Ministro); pessoalmente (Vossa excelência); • Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais: por escrito (Senhor Diretor); pessoalmente (Vossa Senhoria). P ág in a6 JUDICIAIS • Desembargador da Justiça: por escrito (Excelentíssimo Senhor Desembargador; pessoalmente (Vossa excelência); • Juízes de Direito: por escrito (Excelentíssimo Senhor Juiz; pessoalmente (Meritíssimo Juiz/Senhor); • Curador: por escrito (Excelentíssimo Senhor Curador; pessoalmente (Vossa Excelência); • Promotor: por escrito (Excelentíssimo Senhor Promotor; pessoalmente (Vossa Excelência). ✓ Termos adequados as partes nas ações judiciais AÇÃO AUTOR RÉU Em Geral Requerente/Autor Requerido/Réu Alimentos Alimentando Alimentante Assistência Assistente Assistido Cobrança Credor Devedor Consignação em Pagamento Consignante Consignado Curatela Curador Curatelado Desapropriação Desapropriante Desapropriado Denunciação à Lide Denunciante Denunciado Embargos em geral Embargante Embargado Evicção Evencente Evicto Exceções Excipiente Excepto Execução Exeqüente Executado Inventário Inventariante Inventariado Interpelação Interpelante Interpelado Mandado de Segurança Impetrante Impetrado Nomeação à autoria Nomeante Nomeado Notificação Notificante Notificado Nunciação de obra nova Nunciante Nunciado Oposição Opoente Oposto Reconvenção Autor Reconvindo Réu Reconvindo Recurso em geral Recorrente Recorrido Recurso de Apelação Apelante Apelado Reivindicação Reivindicante Reivindicando Tutela Tutor Tutelado Usucapião Usucapiente Usucapiendo Reclamação Reclamante Reclamado Queixa crime Querelante Querelado ✓ Estrutura jurisdicional brasileira MATÉRIA CÍVEL • Justiça Ordinária - Federal (CRFB/1988, artigo 109, inciso I); Estadual (CRFB/1988, artigo 125); • Justiça extraordinária - Trabalhista (CRFB, artigo 114); Eleitoral (CRFB/1988, artigo 118). MATÉRIA PENAL • Justiça Ordinária - Federal (CRFB/1988, artigo 109, inciso I); Estadual (CRFB/1988, artigo 125); • Justiça extraordinária - Eleitoral (CRFB/1988 artigo 118); Penal Militar (artigo 122 da CLT). P ág in a7 PRIMEIRO GRAU • Justiça Estadual (juízes estaduais); • Justiça Federal (juízes federais); • Justiça do Trabalho (juízes do trabalho) • Justiça Eleitoral (juízes estaduais acumulam varas eleitorais) • Justiça Militar (dos Estados e da União). É composto dos juízes-auditores e Conselhos de Justiça. TRIBUNAL • TJ - Tribunal de Justiça • TRF - Tribunal Regional Federal • TRT - Tribunal Regional do Trabalho • TER - Tribunal Regional Eleitoral • TJM - Tribunal de Justiça Militar TRIBUNAL SUPERIOR • STJ - Superior Tribunal de Justiça • TST - Tribunal Superior do Trabalho • TSE - Tribunal Superior Eleitoral • STM - Superior Tribunal militar ATENÇÃO O órgão máximo da Justiça é o Supremo Tribunal Federal, que além do Conselho Nacional de Justiça, estão ligados a esse órgão todos os demais. Uma observação importante e que ao Superior Tribunal de Justiça estão ligados de forma hierárquica o Tribunal de Justiça Militar, o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal, além é claro, de todos eles estarem submetidos ao Supremo Tribunal Federal. MINISTÉRIO PÚBLICO A CRFB/1988, noartigo 128, divide o Ministério Público em Ministério Público da União – MPU e Ministério Público Estadual – MPE. O Ministério Público da União compreende: • Ministério Público Federal (1º grau - Procuradoria da República; 2º grau - Procurador Regional da República; chefia do órgão – Procurador-Geral da República). • Ministério Público do Trabalho (1º grau - Procurador do Trabalho; 2º grau - Procurador Regional do Trabalho; chefia do órgão – Procurador-Geral do trabalho). • Ministério Público Militar (1º grau – Promotor de Justiça Militar; 2º grau – Procurador de Justiça Militar; chefia do órgão – Procurador-Geral de Justiça Militar). • Ministério Público Estadual (1º grau – Promotor de Justiça; 2º grau – Procurador de Justiça; chefia do órgão – Procurador- Geral de Justiça). O Ministério Público Estadual compreende: • União (responsável pela postulação - Advogado da União; chefia do órgão - Advogado- Geral da União). • Outros órgãos federais (responsável pela postulação – Procurador Federal; chefia do órgão - Procurador-geral Federal). • União, débitos tributários (responsável pela postulação – Procurador da Fazenda Nacional; chefia do órgão Procurador-Geral da Fazenda Nacional). • Estado (responsável pela postulação – Procurador do Estado; chefia do órgão – Procurador-geral do Estado). • Município (responsável pela postulação – Procurador do Município; chefia do órgão – Procurador-Geral do Município). P ág in a8 MATÉRIA CÍVEL E PROCESSUAL CIVIL Primeiramente devemos entender que o operador do direito que não domina a prática o obstaculariza a efetivação do direito. Não podemos vislumbrar o conhecimento teórico desvinculado da prática. Assim, uma má formação teórica dificultará a identidade da solução prática a ser utilizada no caso concreto. Vale ressaltar, que o estudo da matéria processual é que dá ao acadêmico uma visão especial do processo, pois, precisamos compreender o processo como um todo e não em partes, e imaginar seu trâmite do começo ao fim. Precisamos compreender que o direito nada mais é do que a aplicação dos fundamentos jurídicos aos fatos, de forma a se conhecer o pedido que alguém formulou judicialmente a partir de uma pretensão resistida, assim como, a tutela é o poder que tem alguém de decidir algo por outra pessoa, no caso do litígio esse poder pertence ao Estado representado pelo Poder Judiciário. Não podemos deixar de falar na autotutela como uma exceção no direito brasileiro que dispõe a própria pessoa de solucionar o litígio. Atualmente temos apenas um caso de autotutela civil prevista no nosso ordenamento jurídico, que é justamente o caso de turbação da posse (art. 1.210, §1º do CC), nos demais caos a pessoa que pratique comete crime nos termos do artigo 345 do CP. Assim, diante do exposto o Estado, para a solução do litígio, utiliza o instrumento legal do processo, porém tal instrumento só pode ser autuado (surgimento do processo), após a provocação jurisdicional por meio de uma ação, que, por sua vez, se materializa com a petição inicial. Trata-se da aplicação o do princípio da inércia, ou seja, o Estado é inerte até que seja provocado a agir. A ação é o instrumento que inaugura um processo judicial e se consubstancia na petição inicial. Ação: direito abstrato de agir é o remédio judicial necessário para solução de um litígio. Genericamente falando, temos 5 (cinco) ações possíveis: AÇÃO APLICAÇÃO Declaratória visa a uma declaração judicial acerca de determinado direito que se pretenda o reconhecimento Constitutiva serve para criar, modificar ou extinguir um direito Condenatória visa competir o réu ao cumprimento de uma obrigação prevista em lei ou em um negócio jurídico Mandamental serve para buscar uma ordem judicial Execução serve para satisfazer uma pretensão decidida anteriormente, seja por um título extrajudicial, seja por um título judicial em que a parte obrigada ou o juiz reconheça o direito da parte beneficiada. Todas as ações possuem elementos como: ✓ Partes: quem ingressa e contra quem se ingressa quando for uma ação litigiosa, e as pessoas, que pedem a homologação judicial quando se tratar de ação consensual; ✓ Causa de pedir: traduzida nos fatos e fundamentos jurídicos que justificam o P ág in a9 pedido, pois, para todo pedido, deve existir um direito correspondente; ✓ Pedidos: composto de um objeto imediato de natureza processual — procedência da ação — e por um objeto mediato de natureza material — o que se espera da ação (exemplo: que a ação seja julgada procedente para condenar o réu a pagar ao autor R$ 1.000,00). Já as condições da ação estão relacionadas ao desenvolvimento regular e válido, é necessária a existência de: ✓ interesse processual: que se verifica pela necessidade de se utúizar o meio jurídico adequado, e aqui ressaltamos que a teoria aliada à prática é que nos permite identificar o instrumento judicial cor- reto para cada situação; ✓ legitimidade de parte: significa dizer que a pessoa que pleiteia é, de fato, o autor da pretensão demandada, ou seja, uma correspondência entre o titular do direito que se discute e o titular da ação; ✓ possibilidade jurídica do pedido: verificada na previsão legal, jurisprudencial ou doutrinária do direito ora pleiteado, ou seja, ou ele existe ou não existe. O processo para conhecimento do direito é de natureza eminentemente cognitiva, daí porque recebe o nome de processo de conhecimento, instrumento utilizado para se conhecer o direito de alguém. No processo de conhecimento são cabíveis as seguintes ações: ações declaratórias; ações constitutivas; ações condenatórias; e ações mandamentais. Só a título de conhecimento, vale esclarecer sobre as ações mandamentais, também conhecida exemplificativamente pela espécie “mandado de segurança”, é meio judicial cabível quando a parte que responde ao pedido inicial é uma autoridade pública ou concessionário de serviço público no exercício da atividade pública. Nos processos de conhecimento, após a prolação da decisão judicial, cabem o pedido de cumprimento de sentença, que não possui natureza jurídica de ação, mas se assemelha ao que ocorre no processo de execução. Quanto ao processo quando autuado fisicamente é denominado de "autos do processo”, e pode ser de conhecimento (artigo 318 do NCPC) ou de execução (artigo 771 do NCPC). As medidas de natureza cautelar são tratadas dentro dos processos existentes. O processo de execução é utilizado para a satisfação de um direito já reconhecido anteriormente, seja por um título judicial, seja por um título extrajudicial. Assim, são ações cabíveis no processo de execução: a) Ação de Execução para Entrega de Coisa (art. 806 do CPC); b) Ação de Execução das Obrigações de Fazer (art. 814 do CPC); c) Ação de Execução das Obrigações de Não Fazer (art. 814 do CPC); d) Ação de Execução por Quantia Certa (art. 824 do CPC); e) Ação de Execução Contra a Fazenda Pública (art. 910 do CPC); f) Ação de Execução de Alimentos (art. 911 do CPC); g) Embargos à Execução (art. 914 do CPC). Processo físico e processo eletrônico: no futuro, todos os processos judiciais serão eletrônicos, mas atualmente, como estamos na fase de migração do sistema físico para o eletrônico, cabe aqui uma consideração para permitir uma melhor compreensão P ág in a1 0 sobre tais instrumentos. Na realidade, do ponto de vista da prática jurídica e dos procedimentos judiciais, nada muda em relação a um ou outro tipo de instrumento, já que o processo eletrônico ou digital também é instrumentalizado fisicamente em petições e laudas com despachos e decisões judiciais que são produzidas como se fossem oportunamente impressas, mas que, em vez de impressão, passam por conversão para inserção diretamente na base de processos do respectivo tribunal por onde tramita o processo. Ou seja,quando você está elaborando uma petição, nenhuma diferença existe se ela estivesse sendo produzida para o meio digital ou meio impresso. A diferença está apenas no instrumento onde ela será inserida — físico ou digital. A mudança se dá apenas em torno de regras, já que o meio digital possui regras especificas que podem, em alguma medida, diferir das regras do processo físico, mas que não alteram a produção de petições, objeto maior do nosso estudo. Quanto ao procedimento, podemos definir como atos organizados de forma a definir como o processo se desenvolverá até a solução final da lide. Assim, processo e procedimento são situações jurídicas diversas. Quando você visualiza ou imagina um processo fisicamente, observa uma série de páginas (folhas) em uma sequência aleatória (varia de processo para processo), determinando a sequência do início ao seu final. Essa sequência é denominada de procedimento; a forma como o juiz irá conduzir o processo depende da expressa previsão legal, ou seja, procedimento comum ou especial. No novo sistema processual, temos dois procedimentos previstos: o comum (arts. 318 a 538 do CPC) e o especial (arts. 539 a 770 do CPC). O procedimento especial, previsto nos arts. 539 e ss. do CPC, é utilizado nos casos com natureza especial, ou seja, litígios que necessitem de um processamento não comum, justamente pela natureza dos problemas nele tratados; entre eles, citamos: Ação de consignação em pagamento; Ação de depósito; Ação de anulação; Ação de exigir contas; Divórcio; Alimentos etc. Assim, o procedimento comum é a regra geral, ou seja, tudo aquilo que não é especial deve ser processado pelo procedimento comum, ou seja, aplicação do princípio da especialidade da norma. No entanto, caso haja previsão em procedimento especial, não caberá aplicação do procedimento comum, exceto nos casos em que o próprio procedimento especial remete ao procedimento comum. Diante do exposto, pata elaborar a petição inicial, você deve identificar antes o procedimento, haja vista que os requisitos variam de peça para peça de acordo com o procedimento. Para identificar o procedimento, primeiro veja se não existe procedimento especial para a situação (arts. 539 a 770 do CPC). Não existindo, o procedimento será comum. Essa forma de identificação do procedimento retrata o princípio da especialidade das normas. Quanto a jurisdição, passamos a falar no poder que possui o Estado em decidir as causas, ou seja, praticar o exercício de tutela a partir de uma provocação do jurisdicionado por meio de uma ação. A jurisdição possui influência na elaboração das medidas judiciais, em especial nas petições iniciais, haja vista que o poder de jurisdição é dividido entre os entes federativos, P ág in a1 1 fazendo nascer as regras de competência, o que determinará o endereçamento da petição inicial, que trabalha especificamente com as regras de competência. Assim, em regra, ao pensarmos no “juiz competente” para apreciar determinada ação, temos que analisar a organização judiciária da localidade a quem se atribuiu a competência para apreciar determinada ação e verificarmos se lá existe vara especializada (exemplo: Vara de Fami1ia e Sucessões; Vara da Infância e Juventude; Vara da Fazenda Pública etc.). Na hipótese da não existência de vara especializada, a matéria é abrangida pela vara comum, que é a Vara Cível. PETIÇÃO INICIAL A petição inicial, é um instrumento de comunicação da parte, por meio do Advogado, com o Poder Judiciário, por isso devemos utilizar a linguagem formal e técnica. Por linguagem formal, entende-se a utilização das regras cultas da língua portuguesa, sem a utilização de termos coloquiais, gírias, abreviações e demais facilitadores que utilizamos no dia a dia. Já a linguagem técnica é composta do uso de termos científicos da ciência do direito, e devemos lembrar que a utilização de termos técnicos demonstra o conhecimento científico de quem elabora a petição. Os termos em latim comumente utilizados no direito devem ser usados apenas em situações excepcionais, ou seja, nos casos em que não haja uma palavra correspondente na língua portuguesa. A lógica deve considerar que quem ingressa com uma ação judicial espera por um resultado positivo. Esse resultado é resultado de uma construção “lógica”, ou seja, os fatos narrados precisam estar alicerçados por fundamentos jurídicos (consequências do fato) e fundamento legal (o Direito) específicos que permitam ao juiz conhecer os pedidos e requerimentos apresentados ao final. Assim, só é possível atingir o resultado pretendido se os fatos, devidamente fundamentados, justificarem o que se pede ao final. No tocante ao tamanho da petição inicial, muito se discute nos livros de prática jurídica e no próprio meio profissional a respeito. Mitos como “petição inicial muito grande não é lida” e “petição inicial muito pequena não possui qualidade são disseminados diariamente no meio jurídico e até no meio acadêmico. Mas fato é que não existe regra de tamanho, e sim necessidade. Se a complexidade do caso, dentro da sua estrutura de elaboração, demandar uma petição de muitas laudas (folhas), assim deve ser. Por outro lado, em casos mais simples, com teses jurídicas pacificadas ou pouco complexas, em que se pleiteia apenas uma providência judicial com resultado previsível, fatalmente o tamanho será reduzido, e não teria por que ser diferente. Ao elaborar uma petição inicial, você deve necessariamente respeitar os requisitos gerais dos artigos 319 e 320 do CPC, portanto, aplicáveis a qualquer petição inicial independentemente do procedimento. Por outro lado, claro está que tais requisitos formam a estrutura da petição inicial que é assim composta: ENDEREÇAMENTO (ART. 319, I, DO CPC): o endereçamento diz respeito ao juiz a quem a causa é dirigida. Trata-se, na realidade, da aplicação das regras de competência previstas P ág in a1 2 entre os artigos 42 a 53 do CPC para se fazer o endereçamento da petição inicial. Exemplificando: EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ( ) VARA ( ) DO FORO DA COMARCA DE ( ) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: ➢ Observe que a vara ó precedida de um espaço em branco, haja vista não sabermos quem será o juiz competente para apreciar a ação antes da distribuição. É importante lembrar que distribuição é o ato formal de “entrega” ou “protocolo” da petição inicial no foro de competência, para que, imediatamente em seguida, permita a autuação do processo — formação do instrumento processual. ➢ Logo após o vocábulo “vara “, inserimos a sua especialidade, conforme organização do Poder Judiciário daquele determinado Estado, podendo ser “cível”, “fam1ia e sucessões”, “infância e juventude” e assim por diante. A regra geral determina que, quando houver vara especializada para determinada matéria, só a ela deve ser endereçada; não havendo, o endereçamento deve ser feito à vara cível. ➢ A comarca é a localidade territorial onde existe sede do Poder Judiciário para apreciação da ação, precedida da sigla da unidade da federação (Estado ou Distrito Federal). No Exame de Ordem, recomenda-se deixar em branco a unidade da federação ou usar a sigla UF quando o problema não especificar a que estado se refere; o mesmo vale para a comarca. PREÂMBULO (ART. 319, II, DO CPC): no preâmbulo, indicamos as partes com as suas respectivas qualificações e a ação proposta. ✓ partes: é a apresentação das pessoas (físicas ou jurídicas) envolvidas no litígio, as partes precisam ser qualificadas com nomes, prenomes, estado civil, profissão, identificação civil (RG e CPF), domicílio ou residência, se pessoa física, e nome ou razão social, CNPJ, domício e representante legal, se pessoa jurídica. A inovação do CPC é que se acrescentou na qualificação o endereço eletrônico das partes e-mai'l). Lembramos que, por parte doautor, não deve existir ausência de nenhum dos elementos de qualificação, já por parte do réu, não sabendo o autor precisar algum elemento, poderá deixar de apresentá-lo e será possível a sua complementação no curso da ação. ✓ ação: quanto à ação a ser indicada, deve-se verificar qual o procedimento a ser utilizado, pois, como dissemos anteriormente, caso o procedimento seja especial, o próprio legislador já indicou qual é a medida judicial (ação) cabível e seu respectivo fundamento legal (exemplo: Ação de Consignação em Pagamento — art. 539 do CPC). Não sendo caso de procedimento especial, o procedimento será comum (art. 318 do CPC) e não existe nome específico para a ação, podendo se utilizar o nome comumente utilizado ou apenas se nominal “Ação Comum”. Em regra, é assim que verificamos o preâmbulo. É importante também apresentar o fundamento legal de previsão da respectiva ação a ser proposta, e é possível, com a indicação da ação, acrescentar-se o pedido de uma tutela provisória (art. 294 do CPC), que pode ser de urgência (cautelar ou antecipada) ou de evidência, o que detalharemos oportunamente. P ág in a1 3 DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS (ART. 319, III, DO CPC): vão permitir a compreensão do direito controverso a ser debatido na lide, e devem ser colocados de uma forma que permita ao julgador o seu entendimento para a correta aplicação do direito correspondente. Por isso, devem ser apresentados em ordem cronológica e dentro de uma sequência lógica que possibilite a compreensão por parte de quem vai responder e decidir o litígio. Então, antes de iniciarmos a descrição dos fatos, é importante observar as seguintes regras: ✓ cronologia: o fato descreve um acontecimento, e, para sua melhor compreensão, é importante seguir a linha do tempo dos acontecimentos, razão pela qual sugerimos respeitar a cronologia dos fatos; ✓ clareza: os fatos vão permitir ao julgador a compreensão do assunto levado a juízo, razão pela qual temos que redigir a petição inicial da forma mais clara possível no que diz respeito aos fatos, pois a partir deles é que se permite a compreensão do caso e se constrói a convicção do magistrado; ✓ precisão: sabemos que, logo após a descrição dos fatos, virão os fundamentos que justificam o direito pretendido. Assim sendo, devemos narrar os fatos de forma precisa pensando na correspondência a ser formulada com o direito que será invocado. Não existe direito que seja aplicado isoladamente, pois é sempre correspondente a um fato, e assim deve ser a lógica da petição: concatenar fatos com os fundamentos que serão apresentados na parte seguinte da petição; ✓ estratificados: ao narrar os fatos, devemos estratificá-los, ou seja, dividi-los por assunto em parágrafos autônomos. Isso se justifica porque, quando vamos compor um assunto, sabemos que ele se subdivide em várias partes, de forma que cada parte que o compõe deva ser citada em um parágrafo correspondente. Lembre-se de que, quanto maiores os parágrafos, maior a probabilidade de erros ortográficos ou incompreensão do assunto tratado, pela natural confusão possível pela grande quantidade de linhas e palavras. Por outro lado, parágrafos muito pequenos dão um sentido incompleto e de pobreza ao texto; ✓ subtítulo: não é necessária a utilização de subtítulo “Dos fatos"; "Do direito”, mas seu emprego permite uma separação do conteúdo da petição e uma organização melhor da peça, ou seja, possui efeito meramente didático, podendo ser utilizado ou não. É importante observarmos que, a partir da narrativa dos fatos, temos que tecnicamente nominar as partes. Em regra, nas petições iniciais se utiliza a nomenclatura “autor" e “réu”, mas poderíamos também utilizar “requerente” e “requerido". O uso dessa terminologia facilita o entendimento dos fatos e demonstra técnica jurídica. Quanto aos fundamentos jurídico, estes correspondem às consequências dos fatos narrados que justificam os pedido formulados na sequência. Porém, caso, queira formular os fundamentos legais algumas regrinhas básicas devemos seguir, como: ✓ direito como sistema jurídico: o direito positivo brasileiro está organizado na forma de sistema jurídico. Assim sendo, é necessária à sua compreensão para melhor utilizá-lo. Sistema jurídico pressupõe um todo em que todos os elementos que o compõem P ág in a1 4 permitem a sua melhor compreensão por estarem interligados uns aos outros. O sistema é composto de princípios, normas, jurisprudência e doutrina. ELEMENTOS SIGNIFICADO UTILIZAÇÃO NA PETIÇÃO INICIAL Princípios Servem como fonte de direito nas hipóteses de lacunas da lei (Lei n° 4.657/1942, art. 4°) e, principalmente, como balizador de interpretação do direito, já que eles estruturam todo o sistema jurídico. Podemos afirmar que constituem o principal mecanismo de interpretação pós-positivista Podem ser utilizados como fundamento de direito nos casos de lacuna da Iei, ou para demonstrar como determinado dispositivo legal deva ser interpretado na solução da lide. Norma As normas são conjuntas de regras, podendo ser estabelecidas pelo Poder Legislativo ou pelo Poder Executivo, conforme o caso (Constituição; Leis; Decretos; Medidas Provisórias; etc.) ou pela Administração Pública (Instrução Normativa; Circular; Portaria; etc.) Servem para fundamentar o direito, devendo se utilizar dentro da hierarquia das normas, ou seja, primeiro os fundamentos constitucionais e depois os demais, que, por sua vez, devem respeitar a hierarquia legislativa, qual seja, primeiro normas federais, depois estaduais e, por último, municipais. Os atos administrativos devem ser utilizados como última fonte. Jurisprudência São decisões emanadas do Poder Judiciário com base em ações judiciais propostas. Serve para demonstrar como o direito vem sendo aplicado em situações semelhantes. Deve ser utilizada a partir das cortes superiores em direção às cortes inferiores, ou seja, primeiro as decisões do STF e do STJ e, por último, dos tribunais regionais. Doutrina A doutrina é o resultado de trabalhos de pesquisa formulados por pensadores do direito. Serve para demonstrar a interpretação do direito a ser discutido. ✓ estrutura do direito: é importante ressaltar que nos fundamentos devemos trabalhar o direito material (o que) e o direito processual (como). Então, inicialmente usamos os fundamentos de direito material para demonstrar a possibilidade de procedência do direito que se requer e, por último, apresentamos os fundamentos de direito processual para sustentar o cabimento jurídico da medida judicial utilizada. ✓ direito positivo: devemos Iembrar que, sendo o direito brasileiro um direito positivo, em que grande parte das regras está devidamente prevista em normas, é importante buscar o fundamento legal correspondente, até por tradição ao direito e por ser ela a fonte primária do nosso sistema jurídico. De qualquer forma, é fundamental salientar que a utilização e a interpretação das normas pressupõem uso dos métodos de interpretação do direito, considerando, como dito anteriormente, que nosso direto está organizado na forma de sistema jurídico. Devemos considerar, ainda, que os fundamentos permitem a utilização de qualquer fonte de direito princípio, lei, doutrina, jurisprudência, costumes e analogia, de forma que os fatos estejam amparados por uma fonte que permita o reconhecimento do pedido. P ág in a1 5 DOS PEDIDOS (ART. 319, IV, DO CPC): como asseverado anteriormente, toda ação deve culminar com, no mínimo, dois pedidos: um de natureza ou direito processual (imediato) e o outro de direito ou natureza material (mediato). Lembramos que, por regra, o pedido deve ser determinado (arts. 322 a 324 do CPC): ✓ pedido de direito processual: ao elaborarmos o pedido, esperamos que seja julgada “procedente” a ação,portanto, de direito processual; ✓ pedido de direito material: se iniciamos a formulação do pedido para que a ação seja julgada procedente, precisamos dizer “procedente para quê?”. Nesse ponto, a ação pode ser procedente para “declarar” um direito (ação declaratória), para "constituir” um direito (ação constitutiva), para “condenar” (ação condenatória); ✓ pedidos alternativos (art. 325 do CPC): é possível se pedir em uma ação uma coisa ou outra, de forma que um pedido anule o outro. Exemplificativamente, citamos os casos de ações de indenização por dano moral, em que o autor sugere ao juiz condenar o réu a pagar determinada quantia, ou alternativamente valor que o magistrado entenda prudente arbitrar, ou seja, caso o juiz considere o pedido do autor, ele desconsiderará o pedido de arbitramento, ou vice-versa; ✓ pedidos sucessivos ou cumulativos (art. 327 do CPC): é possível, em uma lide, formular mais de um pedido de direito material, como ocorre nos casos de divórcio, em que, além de se pedir a procedência da ação para “decretar o divórcio”, se pedem a seguir outras coisas, entre elas “a partilha de bens” do casal. No exercício em tela, assim se verificaria o pedido: Exemplificando: REQUER PROVAR OS FATOS E FUNDAMENTOS DA PRESENTE POR TODOS OS MEIOS EM DIREITO. REQUERIMENTOS: uma vez formulados os pedidos, passamos à fase de requerimentos. Ao estabelecermos os requerimentos, não podemos deixar de observar o procedimento que regerá a ação, uma vez que algumas ações de procedimento especial também possuem suas peculiaridades que poderão interferir nos requerimentos. CITAÇÃO: toda ação exige a citação do réu, de forma que tal requerimento se tornou requisito legal. A citação é o ato pelo qual se chama o réu ao processo, permitindo, assim, a formação da relação processual (autor, réu e estado), e, em regra, é assim formulado: REQUER A CITAÇÃO DO RÉU, PARA QUE, QUERENDO, RESPONDA À PRESENTE AÇÃO SOB PENA DE SOFRER OS EFEITOS DA REVELIA. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO: conforme inovação no CPC, o art. 319, VII, estabelece que deverá o autor indicar se optará ou não pela realização de audiência de conciliação ou mediação: REQUER DESDE JÁ A DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA PARA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO ENTRE AS PARTES. P ág in a1 6 SUCUMBÊNCIA E CUSTAS PROCESSUAIS: outro requerimento a se fazer é o de condenação em honorários sucumbenciais e demais despesas processuais, assim sugerido: REQUER, TAMBÉM, SEJA O RÉU CONDENADO A PAGAR OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS QUE DESDE JÁ SUGERE A ORDEM DE 20% (VINTE POR CENTO), CUSTAS PROCESSUAIS E DEMAIS COMINAÇÕES DE ESTILO. INTIMAÇÃO DO MP: é requerido somente para os feitos em que a Iei determina a presença do Ministério Público (ações de estado, envolvendo incapazes ou os casos de previsão específica). É de se acrescentar que o Ministério Público pode atuar nos autos como parte ou como fiscal da lei, e assim deve ser formulado: REQUER SEJA INTIMADO O MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA ACOMPANHAR O PRESENTE FEITO, DENTRO DE SEUS TRÂMITES REGULARES. INTIMAÇÃO PROCESSUAL: havendo um único advogado constituído nos autos, em nome dele serão formuladas as intimações de atos processuais; porém, havendo mais de um advogado, necessário que se faça a solicitação para saber em nome de quem deverão ser feitas as intimações. Em regra, assim se verifica o requerimento de intimação processual: REQUER SEJAM AS INTIMAÇÕES DE ATOS PROCESSUAIS REAFIXADAS EM NOME DO SUBSCRITOR. OUTROS ESPECÍFICOS: dentro dos requerimentos, surgem alguns que serão inerentes ao caso específico da ação judicial tratada. Entre eles, podemos citar: a) REQUERIMENTO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA b) REQUERIMENTO DE INTIMAÇÃO DE ATOS JUDICIAIS c) REQUERIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS d) REQUERIMENTO PARA AUTORIZAÇÃO DE DEPÓSITO e) REQUERIMENTO DE PREFERÊNCIA PARA IDOSO(A) PROVAS: concluindo os requerimentos, por último se requer as provas que se pretende utilizar para comprovação dos fatos narrados. É importante destacar que a prova documental deve ser juntada pelo autor na própria petição inicial (art. 320 do CPC) e para o réu na contestação. Em regra, assim se verifica o requerimento de provas: REQUER PROVAR O ALEGADO POR TODAS AS FORMAS EM DIREITO ADMITIDAS, SEM EXCLUSÃO DE NENHUMA, EM ESPECIAL PELO DEPOIMENTO PESSOAL DO RÉU, OITIVA DE TESTEMUNHAS E OUTRAS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIAS À INSTRUÇÃO DO PRESENTE FEITO. Aqui cabe uma sugestão específica, haja vista que é muito comum nos vários manuais de prática jurídica a utilização do termo “protesta-se provar”, o qual desaconselhamos, em virtude de questionamentos judiciais de que “protestar” não tem o sentido de “requerer”, mas apenas de dizer que aquele é o meio. Dessa forma, para se evitar qualquer argumentação no mesmo sentido, sugerimos substituir o termo “protestar” por “requerer” - coisas que só a língua portuguesa pode proporcionar. P ág in a1 7 DO VALOR DA CAUSA: finalizando a petição inicial, é necessário que se atribua um valor à causa, devendo-se respeitar as regras previstas nos arts. 291 e 292 do CPC, ou previsão em legislação especial de acordo com o caso. No Exame de Ordem, caso não seja informado o valor ou não se apresente no problema nenhum parâmetro de cálculo, o valor deve ser figurativo. Em regra, assim se verifica a atribuição ao valor da causa: DÁ-SE À CAUSA O VALOR DE R$ 2.100,00 (DOIS MIL E CEM REAIS) PARA FINS DE ALÇADA, SEM PREJUÍZO DO MAIS QUE VIER A SER APURADO NO CURSO DA AÇÃO. FORMALIDADES: ao encerrarmos uma petição inicial, concluímos com formalidades técnicas que não estão necessariamente previstas na legislação, mas que são assim formuladas: TERMOS EM QUE PEDE E ESPERA DEFERIMENTO. LOCAL, DE ____________ DE ______ ADVOGADO(A) OAB/ Nº _____________ Passados os apontamentos da petição inicial, como processo judicial inaugural, vale destacar algumas palavras sobre aa petição intermediária, ou seja, a partir do instante em que se torna um processo físico ou digital, toda forma de comunicação posterior se dará por meio de uma petição intermediária. Então, petição intermediária é o instrumento utilizado pelas partes para a prática dos atos de um processo judicial já inaugurado, ou seja, em andamento. Veja que, depois da formação do processo, todos os demais atos praticados se dão por meio de uma petição intermediária, seja o cumprimento de uma intimação judicial, seja uma simples manifestação; seja a contestação ou qualquer outro meio de resposta oferecido, seja a interposição de um recurso. A diferença básica entre uma petição intermediária e uma petição inicial é que os requisitos anteriormente analisados (art. 319 do CPC) não são observados. Porém, existem três requisitos específicos cabíveis na petição intermediária, a saber: ✓ endereçamento: como dito anteriormente, a petição intermediária pressupõe um processo judicial já em andamento e, como tal, já possui um juiz designado que o está presidindo, razão pela qual aqui não se trata de observar as regras de competência para elaboração do endereçamento, e sim endereçá-la ao próprio juiz da causa. ✓ número do processo: por se tratar de um processo judicial em andamento, já existe um número que o identifica. Assim, representativamente, esse número deve constar da petição. ✓ preâmbulo: como as partes já são conhecidas no processo e já foram devidamente qualificadas nas petições iniciais e de contestação, respectivamente, não se trabalha mais a qualificação, apenas repetimos as informações já constantes do processo. P ág in a1 8 Agora passaremos a verificar o procedimento comum. Vale ressaltar, que este procedimento é o último remédio judicial quando queremos provocar o Poder Judiciário para instaurar um processo judicial, haja vista que pela lógica jurídica devemos seguir semprea seguinte ordem: 1. verificar se não é caso de procedimento especial (arts. 539 a 770 do CPC); 2. não sendo especial, o procedimento será comum (arts. 3 18 a 538 do CPC). Contudo, como é um meio de ação sem qualquer tipo de limite ou restrição, o comum é o meio mais utilizado para propositura de ações judiciais. APRESENTAMOS A SEGUIR AS PRINCIPAIS REGRAS DE COMPETÊNCIA: SITUAÇÃO COMPETÊNCIA Compromisso arbitral Juízo arbitral União, suas empresas públicas e autarquias Justiça Federal União autora Domicílio do réu União ré Domicílio do autor, ocorrência do fato ou o da situação Estado autor Domicílio do réu Estado réu Domicílio do autor, ocorrência do fato ou da situação Bens móveis Domicílio do réu Bens imóveis Foro de situação da coisa Herança Domicílio do autor da herança Ausente réu Último domicílio Incapaz réu Domicílio do representante ou assistente Divórcio, separação, anulação de casamento, reconhecimento e dissolução de união estável 1. domicílio do guardião de filho incapaz; 2. último domicílio do casal se um dos dois ainda lá residir; 3. domicílio do réu se nenhum dos dois residir no domicílio anterior. Alimentos Domicílio do alimentando Pessoa jurídica ré Local de sua sede ou local de filial onde foi contraída a obrigação Entidade despersonalizada Onde exercer atividades Obrigações Onde deveria ser satisfeita Idosos No respectivo domicílio Reparação de dano Lugar do ato ou fato Acidente de veículo Domicílio do autor ou local do fato P ág in a1 9 APRESENTAMOS A SEGUIR AS PRINCIPAIS REGRAS DE CÁLCULO DO VALOR DA CAUSA: SITUAÇÃO CRITÉRIO Cobrança Valor principal, corrigido monetariamente + juros e demais consectários (multa) Ato jurídico Valor do ato ou da parte controvertida Alimentos Soma de 12 (doze) prestações — anuidade Divisão, demarcação ou reivindicação de bem Valor do bem Indenização material Valor do dano Indenização moral Valor pretendido Cumulação de pedidos Soma do valor de todos Pedidos alternativos O valor do maior pedido Pedido subsidiário O valor do pedido principal Obrigação em prestações de menos de um ano Valor das vencidas e das vincendas Obrigação em prestações com mais de um ano Valor das vencidas e uma anuidade das vincendas (12 meses) Sem valor patrimonial Valor de alçada (valor estimado) Quanto a prova documental é importante termos em mente que a prova documental para o autor da ação deve ser produzida com a inicial (art. 320 do CPC), e é um dos requisitos da petição inicial (art. 321 do CPC). Vale ressaltar que, se, porventura, a petição inicial não preencher os requisitos dos artigos 319 e 320 do CPC, o juiz determinará a sua emenda no prazo de 15 (quinze), sob pena de indeferimento. Assim a errata é feita por meio de uma petição intermediária, haja vista que a inicial já foi distribuída e, portanto, já tem um processo judicial em andamento. Não podemos deixar de falar sobre os vários procedimentos especiais previstos na legislação brasileira, pois, além dos procedimentos previstos nos artigos 539 a 770 do CPC, temos ainda os procedimentos previstos em legislação especial. Como o próprio nome indica, procedimento especial existe para atender a uma situação específica, que, por sua natureza, exige um tratamento “especial”. São as seguintes ações especiais: • Ação de exigir contas — art. 550 do CPC; • Ações possessórias — art, 554 do CPC; • Ação de manutenção de posse – art. 560 do CPC; • Ação de reintegração de posse — art, 560 do CPC; • Interdito proibitório – art. 567 do CPC; • Ação de divisão e demarcação de terras particulares — art. 569 do CPC; • Inventário e partilha — art. 610 do CPC; • Embargos de terceiro — art. 674 do CPC; • Oposição — art. 682 do CPC; • Habilitação — art. 687 do CPC; • Ação de família – art. 693 do CPC; P ág in a2 0 • Ação monitória — art, 700 do CPC; • Homologação de penhor legal — art. 703 do CPC; • Restauração dos autos – art. 712 do CPC. Na legislação extravagante, destacamos os principais procedimentos especiais: • Ação de alimentos (Lei n°— 5.478/1968); • Ação de imissão na posse (art. 1.228 do CC); • Ação de despejo (Lei nº 8.245/91); • Ação revisional de aluguel (Lei nº 8.245/91); • Ação de divórcio (Lei nº 6.515/77). RESPOSTA DO RÉU E DE TERCEIROS: Primeiramente, vale ressaltar, que as arguições de incompetência e as impugnações deixaria de ser peças autônomas e se transformaram em preliminares da própria contestação, restando apenas quatro petições possíveis de resposta do réu, ou três, se a reconvenção for ofertada na própria peça de contestação, isso porque, agora a reconvenção faz parte da própria contestação, só sendo arguida em peça autônoma na hipótese de o réu não contestar, mas sem que isso lhe tire o direito de pleitear algo contra o autor da ação que faria em peça autônoma. Além disso, cabe lembrar que o réu, ao ser citado em uma ação judicial, pode adotar três posturas possíveis: Permanecer omisso nos termos do artigo 344 do CPC que consequentemente reconhece a pretensão do autor. Se reconhecer a pretensão do autor nos termos do artigo art. 341 do CPC, temos a confissão. E por fim, poderá apresentar defesa nos termos do artigo 343 do CPC, formando nesse caso o contraditório. Nesse sentido, a defesa pode ser processual, quando atacar as preliminares (art, 337 do CPC), ou de mérito (art. 341 do CPC), quando atacar os fatos. Assim, com a ampliação das preliminares, no aspecto processual, o réu poderá arguir nos termos do artigo 337 do CPC: I. inexistência ou nulidade da citação; II. incompetência absoluta e relativa; III. incorreção do valor da causa; IV. inépcia da petição inicial; V. perempção; VI. litispendência; VII. coisa julgada; VIII. conexão; IX. incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X. convenção de arbitragem; XI. ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII. falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII. indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. Independentemente de qual seja o meio de resposta, as regras gerais aplicáveis são: P ág in a2 1 ✓ prazo: comum de 15 dias, independentemente do meio de resposta a ser utilizado. ✓ início: o prazo começa a fluir a partir da juntada do mandado de citação cumprido nos autos. ✓ mais de um réu: o prazo para apresentação de defesa será contado da juntada do último mandado de citação, e, caso tenham procuradores distintos, o prazo será contado em dobro, exceto se o processo for eletrônico. ✓ princípio da eventualidade: o momento é único para o oferecimento de todos os meios de respostas, de forma que, independentemente de quantos meios de defesa vá utilizar o réu, o prazo de todos serão contados a partir do mesmo dia, A exceção diz respeito ao impedimento e à suspeição que podem ser alegados a qualquer tempo. Defesas em espécie: CONTESTAÇÃO: é a peça defensiva por excelência e deve incluir toda a matéria de defesa possível, seja processual (preliminares), seja de mérito (conteúdo). São requisitos da contestação, no que couber, os requisitos da petição inicial (art. 319 do CPC) e os específicos contidos no art. 336 do CPC, quais sejam: contra-argumentar cada um dos fatos alegados pelo autor; expor seus fatos e razões; apresentar seus fundamentos; e especificar as provas que pretenda produzir. Poderá o réu apresentar defesa processual ou de mérito: ✓ defesa processual: trata-se das chamadas preliminares, e é arguida antes de se discutir o mérito (art. 337 do CPC), pois, caso o magistrado entenda pertinente a alegação, poderá deixar de apreciar o mérito da lide. Nesse sentido, dentro da estrutura da petição de contestação, as preliminares serão elencadas logo após o preâmbulo, ou seja, a primeiramatéria a ser atacada na peça defensiva; ✓ defesa de mérito: discutir-se-ão os fatos alegados na exordial, o que poderá ser feito de forma direta, negando os fatos alegados na petição inicial, ou de forma indireta, alegando fatos impeditivos, modificativos ou extintivos ao direito do autor. Para tanto, temos que observar duas regras: ✓ fato a fato: todo fato deve ser contestado, já que a ausência de contestação de algum fato específico implica, em regra, confissão (art. 341 do CPC) quanto ao aspecto nele abordado; ✓ ônus da prova: a estratégia utilizada na contestação determina o ônus da prova (art. 373 do CPC), de forma que o ônus pertencerá ao autor caso o réu apenas negue os fatos a ele imputados, e pertencerá ao réu caso ele alegue fatos impeditivos, modificativos ou extintivos. Quanto aos pedidos, temos: ✓ quando houver preliminar: neste caso, o primeiro pedido deve ser de acolhimento da preliminar, e deve ser especificada cada uma delas anteriormente tratadas, quando for o caso; ✓ pedido de improcedência: trata-se do pedido imediato da contestação, ou seja, o de natureza processual, que será seguido pelo pedido mediado, de natureza P ág in a2 2 material, no qual se explicitará a razão da improcedência; ✓ pedido de condenação em honorários sucumbenciais: caso a contestação peça o indeferimento total ou parcial da lide, deve ser seguido de pedido de condenação em honorários advocatícios, custas processuais e demais cominações cabíveis; ✓ litigância de má-fé: deve ser incluído pedido de condenação a esse título caso se verifique, por parte do autor, qualquer situação prevista no artigo 80 do CPC, quais sejam: deduzir pretensão ou defesa contrária a lei ou decorrente de fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar o processo para fins ilícitos; opuser resistência injustificada ao andamento do processo; proceder de modo temporário; provocar incidentes infundados; interpuser recurso meramente protelatório. Quanto a estrutura, como dissemos nos requisitos, a contestação possui a mesma estrutura de uma petição inicial, ou seja, terá endereçamento, preâmbulo, fatos, fundamentos, pedidos e requerimentos, podendo ser acrescida de preliminares que viriam antes dos fatos. Cabe ressaltar que a peça contestativa é uma petição intermediária, ou seja, que será acrescida a um processo judicial já existente, de forma que deve ser endereçada ao próprio juiz da causa, ou seja, o juiz que determinou a citação do réu e deve fazer menção r número do processo. RECONVENÇÃO: trata-se de uma ação dentro de outra ação, conferindo à reconvenção a natureza jurídica de ação e exigindo-se dela todos os requisitos e pressupostos inerentes a uma petição inicial. Na realidade, a reconvenção nada mais é do que um meio de economia processual, já que permite ao réu, no mesmo processo, demandar contra o autor da ação principal. Anteriormente, (CPC) a reconvenção era feita em peça autônoma; porém, no CPC, o legislador precisamente se manifestou no sentido de que deva ser na própria contestação, ainda que parte da doutrina esteja se insurgindo de forma contrária, conforme determinado o artigo 343 do CPC. São requisitos da reconvenção, no que couber, respeitará os requisitos das petição inicial (art. 319 do CPC) e os específicos contidos no art. 343 do CPC, quais sejam: existência de lide principal; respeitar o prazo de defesa de 15 (quinze) dias; e conexão com a ação principal ou com os seus fundamentos. Quanto à forma a reconvenção poderá ser apresentada pelo réu na própria contestação, como determina o art. 343 do CPC, ou, caso não ofereça contestação, poderá ofertar a reconvenção de forma independente (§ 6º do art. 343 do CPC). Como se trata de reconvenção, as partes podem ser o “reconvinte” é quem propõe a reconvenção (réu na ação principal) e “reconvindo” é contra quem se propõe a reconvenção (autor da ação principal), portanto as partes invertem a posição entre a ação principal e a reconvenção. Na reconvenção deve-se pedir a procedência para que seja o autor-reconvindo compelido a satisfazer o direito do réu-reconvinte. Quanto a estrutura, como dissemos anteriormente, a reconvenção poderá ser proposta na própria contestação, quando, então, segue a estrutura da peça defensiva, ou a reconvenção P ág in a2 3 será feita autonomamente, quando então terá a mesma estrutura de uma petição inicial, ou seja, terá endereçamento, preâmbulo, fatos, funda- mentos, pedidos e requerimentos, podendo ser acrescida de preliminares que viriam antes dos fatos. Cabe ressaltar que, nesse caso, a reconvenção é uma petição intermediária, ou seja, que será acrescida a um processo judicial já existente, de forma que deve ser endereçada ao próprio juiz da causa, ou seja, o juiz que determinou a citação do réu, e deve fazer menção ao número do processo. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO: o impedimento será arguido sempre que houver dúvidas sobre a imparcialidade do juiz no exercício da função. Enumera o legislador que o juiz estará impedido de atuar nos autos quando das hipóteses previstas no artigo 144 do CPC. Já a suspeição, será arguida sempre que houver dúvidas sobre a imparcialidade do juiz quanto a sua pessoa em relação às partes do processo. Enumera o legislador que o juiz será considerado suspeito, quando: amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; e interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. São requisitos do impedimento e suspeição, no que couber, os requisitos das petição inicial (art. 319 do CPC) os específicos contidos no art. 144 do CPC, quais sejam: existência de lide em andamento e fundamento de uma das hipóteses legais previstas nos artigos 144 ou 145 do CPC. O impedimento e suspeição deverá ser arguida por petição intermediária dirigida ao próprio juiz da causa (art. 146 do CPC). Caso ele se declare impedido ou suspeito, os autos serão remetidos a outro juiz, caso contrário, a petição será autuada em apenso e remetida ao tribunal para julgamento. A suspeição ou o impedimento deverá ser arguido no prazo de 15 (quinze) dias a contar do conhecimento dos fatos enumerados nos artigos 144 ou 145 do CPC. O pedido deve ser para que o juiz se declare impedido ou suspeito, conforme o caso, e que reme1 os autos a outro magistrado, e, entendendo não ser o caso de suspeição ou impedimento, que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias e remeta os autos suplementares ao tribunal. TUTELA: o Código de Processo Civil, prevê a tutela provisória no artigo 294 (tutela de urgência no artigo 300 e tutela de evidência no artigo 311); tutela cautelar no artigo 301 e tutela antecipada no artigo 303. Dessa forma, é possível compreendermos que o termo “tutelas provisórias” é um gênero do qual as “tutelas de urgência “e a “tutela de evidência” são espécies, além disso, as “tutelas de urgência” podem ser requeridas na forma de “tutela cautelar” ou “tutela antecipada”. Acrescente-se, ainda, que as tutelas cautelar e antecipada podem ser requeridas em caráter antecedente (antes da propositura da ação principal) ou em caráter incidental (durante o curso da ação principal). Assim sendo, o sistema processual contará apenas com duas formas especificas P ág in a2 4 para se buscar tutela de forma imediata: tutelas provisórias e mandado de segurança. No quadro a seguir, distinguimos a sua utilização: MEIO PREVISÃO OBJETIVO Mandado de segurança Lei nº 12.016/2009O MS tem cabimento quando a parte contra quem estamos propondo a tutela imediata, chamada de autoridade coatora, for autoridade pública ou concessionário de ser- viço público. Tutelas provisórias Art. 294 do CPC As tutelas provisórias diferem do MS porque são propostas contra particulares e que não sejam concessionários de serviço público. As tutelas provisórias, por seu turno, se diferenciam em relação aos requisitos exigidos: MEIO PREVISÃO REQUISITOS Tutela de evidência Art. 311 do CPC ✓ abuso do direito de defesa; ✓ manifesto propósito protelatórío; ✓ suficiência de provas. Tutelas de urgência Art. 303 do CPC ✓ probabilidade de direito; ✓ perigo de dano iminente, ou; ✓ risco ao processo. As tutelas de urgência, como dissemos, se subdividem em tutela cautelar e tutela antecipada. Então, diferenciando as duas formas de tutelas de urgência, temos as seguintes hipóteses: MEIO PREVISÃO HIPÓTESES Tutela cautelar art. 301 do CPC ✓ arresto; ✓ sequestro; ✓ arrolamento de bens; ✓ registro de protesto contra alienação de bem; ✓ inominada para assegurar direito (meio). Tutea antecipada art. 303 do CPC ✓ antecipação no todo ou em parte do direito final, ou seja, tem caráter de tutela satisfativa. Para utilizar a tutela cautelar e tutela antecipada, temos que observar as seguintes regras gerais: ✓ As duas podem ser propostas na forma antecedente ou incidente: antecedente, dá- se quando a medida é proposta antes da distribuição da ação principal. Nesse casc a petição terá estrutura de ação, já que não existe um processo judicial em curso, devendo respeitai portanto, os requisitos da petição inicial (art. 319 do CPC). A tutela antecipada antecedente, uma vez proposta, caso seja concedida liminar no caso da tutela antecipada terá o autor o prazo de 15 (quinze) dias para aditá-la, fazendo cons tar os termos, argumentos e fundamentos do pedido principal. Já, se houver indeferimento d‹ liminar, esse prazo será reduzido para 5 (cinco) dias (art. 3O3 do NCPC). Já a tutela cautelar antecedente, uma vez proposta a medida, o autor terá o prazo de 30 (trin ta) dias para formular o pedido principal com seus argumentos e fundamentação (art. 308 do CPC). Por seu turno a incidental, dá-se quando a medida é proposta durante o curso da ação principal. Nesse caso, o P ág in a2 5 pedi do terá estrutura de petição intermediária, que será endereçada a um processo judicial em andamento. ✓ competência: ambas devem ser propostas no juizo que teria competência para apreciar a ação principe caso seja distribuída na forma antecedente ou diretamente endereçada ao juiz da causa se proposta n. forma incidental (art. 299 do NCPC); ✓ requisitos: os requisitos a serem observados são os seguintes: probabiliodade do direito, que corresponde ao antigo fumus bini iure, ou seja, deve existir uma expectativa do direito que se pleiteia; perigo de dano a parte que a demora na concessão da tutela jurisdicional possa causar; risco ao resultado útil do processo que diz respeito a possibilidade de se tornar ineficaz o meio processual se a demora lhe prejudicar o resultado; e estabilização que ocorre quando a tutela de yrgência é concedida e não havendo recurso da parte contrária, ela se torna estável por tempo indeterminado ou até que seja revogada (art. 304 do CPC). A tutela de evidência, como explicitado anteriormente, não guarda relação com uma necessidade de urgência, e sim de evitar a procrastinação desnecessária de um processo judicial (art. 311 do CPC). Temos que observar as seguintes regras gerais: ✓ forma: como a análise das hipóteses depende do conjunto de atos presentes dentro do processo judicial, entendemos que seu cabimento só se dá na forma incidental. Nesse caso, o pedido terá estrutura de petição intermediária, e já será endereçado a um processo judicial em andamento. ✓ competência: deve ser endereçada ao juiz da causa (art. 299 do CPC); ✓ requisitos: além da necessidade de uma ação judicial em curso, exige uma das hipóteses de cabimentodo artigo 311 do CPC com as respectivas provas que a corroborem. Uma vez encerradas as medidas passíveis no processo de conhecimento até a prolatação da sentença, resta agora analisarmos os meios de satisfatividade do direito, seja por meio de cumprimento de sentença, seja por meio da açõo de execução. O cumprimento dda sentença, é a forma de execução de obrigação, quando se trata de título executivo judicial (art. 515 do NCPC), caso o devedor não pague espontaneamente. Os títulos de que trata o artigo citado anteriormente poderão ser objeto de protesto, conforme faculta o legislador no art. 517 do CPC, no prazo de 15 dias. O cumprimento de sentença pode ser elaborado de duas formas distintas. Quando proveniente de decisão judicial, será elaborado na forma de petição intermediária endereçada diretamente ao juiz da causa onde foi proferida a decisão. Porém, existem títulos no rol do art. 515 do CPC que não nasceram em um processo judicial, como a sentença arbitral. Nesse caso, o pedido de cumprimento de sentença terá, no que couber, a estrutura de petição inicial já que inaugurará um processo judicial com tal finalidade (art. 515, § 1°, do CPC). Como regra subsidiáriaa, conforme prevê o legislador, no que couber, o cumprimento de P ág in a2 6 sentença utilizará a regras do processo de execução (art. 513 do CPC). Quanto aos requisitos basta que haja um dos titulos descritos no art. 5 15 do CPC. Quanto a forma, o cumprimento de sentença poderá ser provisório - quando a decisão de que trata o art. 515 do CPC ainda estiver pendente de recurso, ou definitivo - quando a decisão já estiver transitando em julgado. O legislador disponibiliza as seguintes modalidades de cumprimento de sentença: MODALIDADE FUNDAMENTO De pagar quantia certa - provisório Art. 520 do NCPC De pagar quantia certa - definitivo Art. 523 do NGPC De pagar obrigação alimentícia Art. 528 do NCPC De pagar quantia certa pela Fazenda Pública Art. 534 do NCPC De cumprir obrigação de fazer ou não fazer Art. 536 do NCPC De entregar coisa Art. 538 do NCPC No que tange à modalidade de pagar quantia certa pela Fazenda Pública tratar-se de conteúdo de Direito Administrativo. Quanto as partes no cumprimento da sentença podem ser denominadas de “requerente” e “requerido” ou, por possuir natureza jurfdica de execução, as partes poderiam ser nominadas de “exequente” ou “executado”. PROCESSO DE EXECUÇÃO O processo de execução, previsto nos artigos 771 a 925 do NCPC, é o meio pelo qual se busca dar satisfatividade a um direito já reconhecido. A legitimidade para promover a execução encontra previsão nos artigos 778 e 779 do CPC. Legitimidade ativa: o credor da obrigação; o Ministério Público, nos casos previstos em Iei; o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; e o sub-rogado, nos casos de sub- rogação legal ou convencional. Já a legitimidade passiva: o devedor, reconhecido como tal no título executivo; o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; o fiador do débito constante em título extrajudicial; e o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito. A execução poderá ser cumulativa. Exemplificando: o credor, possuindo mais de um título, poderá utilizar uma única ação de execução para cobrá-los (780 do NCPC). Quanto a competência o legislador criou regras próprias nos termos do art. 78 do CPC, definindo que ela se fixa da seguinte forma: I. a execução poderá serproposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II. tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III. sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; P ág in a2 7 IV. havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução serà proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V. a execução poderá ser proposta no foro do Iugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. Para promover uma ação de execução, o credor deverá observar os seguintes requisitos (art. 783 do CPC): ✓ obrigação certa: direito já reconhecido, sobre o qual não paire mais dúvida nem tampouco esteja sujeito a condições; ✓ obrigação líquida: cujo valor ou objeto esteja estabelecido de forma objetiva; ✓ obrigação exigível: que possua um título vencido ou que haja autorização legal para cobrança antes do vencimento; ✓ gerais: como a ação de execução é formulada por meio de uma petição inicial, além dos requisitos específicos (art. 783 do NCPC), deverá ainda preencher os requisitos gerais da petição inicial (art. 319 do NCPC); ✓ titulo: deverá ser instruída com o título executivo (art. 798, I, do NCPC); ✓ demonstrativo de débito: nos casos de execução de quantia certa, deverá ser instruída com o demonstrativo de débito atualizado até a data da propositura da ação; ✓ espécie de execução: deverá indicar a espécie de execução cabível à espécie, sempre que se puder utilizar mais de uma modalidade. As partes no processo de execuação podem ser denominadas ”exequente", quem promove a execução e contra quem se promove é o “executado”. Quanto ao valor da causa corresponde ao valor da obrigação que está sendo executada. Vale ressaltar que, o fato de o credor possuir um titulo extrajudicial não o impede de ingressar com ação de conhecimento para a obtenção de título judicial (art. 785 do NCPC). São títulos extrajudiciais (art. 784 do NCPC) que podem instruir uma ação de execução: I. a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II. a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III. o documento particular assinado pelo devedor e por 9 (duas) testemunhas; IV. o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V. o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aauele garantido por caução; VI. o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII — o crédito decorrente de foro e laudêmio; VII. o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; VIII. a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; IX. o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edifício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, P ág in a2 8 desde que documentalmente comprovadas; X. a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XI. todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. O sistema de execução do direito brasileiro é o de respon sabilidade patrimonial (art. 789 do CPC), ou seja, em regra, o devedor é citado para pagar a dívida sol pena de ter os bens penhorados. A exceção se dá em razão da dívida de pensão alimentícia. A petição inicial no processo de execução deverá ser instruída com o titulo executivo. O Código de Processo Civil estabelece as seguintes espécies autônomas d‹ execução de natureza cível: para entrega da coisa (art. 806 do CPC); obrigação de fazer (art. 816 do CPC); obrigaçãoo de não fazer (art. 822 do CPC); por quantia certa (art. 824 do COC; e de alimentos (art. 911 do CPC). RECURSOS Podemos conceituar os recursos como o remédio processual a ser utilizado contra uma decisão judicial, que pode ser um decisão meramente interlocutória (dada no curso de um processo em andamento — intermediária) ou te minativa (aquela que esgota a prestação jurisdicional naquela instância — definitiva). Estabelece o Código de Processo Civil que são cabíveis os seguintes recursos (art. 994): apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de declaração; recurso ordinário; recurso especic recurso extraordinário; agravo em recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência. Temos a seguinte estrutura recursal: ➢ Decisão de primeira instância: recurso de apelação; recurso de agravo; e embargos de declaração. ➢ Decisão de segunda instância: agravo interno; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; embargos de declaração; e embargos de divergência. ➢ Decisão de instância superior: agravo interno; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; embargos de declaração; agravo de recurso especial ou extraordinário; e embargos de divergência. ATENÇÃO: quanto ao recurso adesivo, embora o legislador não tenha criado uma seção especifica para tratar do Recurso Adesivo, sempre que em uma decisão judicial, reciprocamente, autor e réu tenham sido vencidos ao menos parcialmente, caberá, nos mesmos moldes do recurso principal interposto por uma das partes, a interposição pela outra, no prazo de resposta de 15 (quinze) dias, de Recurso Adesivo (art, 997, § 2—°, do CPC). Assim, exemplificativamente, se o autor interpuser Recurso de Apelação, adesivamente poderá o réu no prazo de contrarrazões apresentar seu Recurso de Apelação Adesivo. Basta, para isso, que ele tenha sido ao menos parcialmente vencido na decisão atacada. P ág in a2 9 Quanto a finalidade cabe lembrar a finalidade dos recursos: FINALIDADE CONCEITO Reformar Quando a decisão de mérito ou processual for desfavorável Invalidar Quando a decisão judicial for nula Esclarecer Quando a decisão judicial for obscura ou contraditória Integrar Quando houver omissão na decisão judicial O cabimento de determinado recurso se dá de acordo com a decisão proferida. Assim vejamos: Assim, atenção para a técnica para se saber qual o recurso cabível é analisar a natureza da decisão, já que os recursos só cabíveis em determinadas situações: A seguir, ilustramos as espécies de decisões e os respectivos recurso cabíveis: Decisão interlocutória É a decisão intermediáriaa, ou seja, proferida no curso de um processo em andamento Agravo Sentença É a decisão definitiva proferida pelo juiz em primeira instância Embargos de declaração Apelação Acórdão É a decisão colegiada proferida por um Tribunal Embargos de declaração Recurso ordinário Recurso especial Recurso extraordinário Agravo de recurso especial e extraordinário Embargos de divergências JUIZADO ESPECIAL CÍVEL Os juizados especiais cíveis, como todos sabem, foram criados para tratar de causas de menor complexidade, com prazo de solução mais célere do que os processos comuns e sem custo na primeira base, viabilizando, assim, o acesso de todos à justiça. Por essa razão, os juizados pautam-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade (art. 2º da Lei n° 9.099/1995). Quanto ao procedimento dos juizados Especiais Cíveis está contida nos artigos
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