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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR Professor: Julemarcus Discentes: Amanda Melo, Diego Pariasca, Isabela de Sousa, Juliana Santos e Kamila Duarte. UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE MEDICINA CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA HABILIDADES MÉDICAS II Anatomia interna do coração ● Cada metade consiste em 2 câmaras: os átrios, que recebem sangue das veias, e os ventrículos, que impulsionam o sangue para o interior das artérias - aorta e pulmonar. ● O lado direito trabalha com sangue venoso sistêmico, sendo sua função impulsionar esse sangue para os pulmões. O lado esquerdo trabalha com sangue arterial proveniente do pulmão, e sua função é impulsioná-lo para a circulação sistêmica. ● O coração é formado por 3 camadas: epicárdio, miocárdio e endocárdio. Anatomia interna do coração ● É importante ressaltar que, observando a figura ao lado, percebe-se que a parede ventricular esquerda é mais espessa que a parede ventricular direita, já que é aquela que vai realizar a pulsação para a circulação sistêmica. Anatomia externa do coração ● Com relação a anatomia externa do coração, existe a divisão em face esternocostal, face diafragmática, porção apical e base do coração. ● A face esternocostal é formada principalmente pelo ventrículo direito, que constitui a parte mais anterior do coração. ● A face diafragmática é formada por ambos os ventrículos. ● O ápice corresponde à ponta do coração e é constituído do ventrículo esquerdo, que mantém contato direto com o gradil costal no nível do 5º espaço intercostal esquerdo, na maioria das pessoas. ● A base do coração é formada pelos átrios, que se situam atrás e acima dos ventrículos. Pequena circulação ou circulação pulmonar ● O circuito pulmonar segue a sua própria lógica, sendo ela: o sangue é conduzido do coração até o pulmão e, logo após, volta ao coração. É pertinente ressaltar o caráter químico desse sangue nessa etapa da circulação, sendo caracterizado como venoso, ou seja, um sangue pobre em oxigênio. ● Essa circulação tem início quando o sangue sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar em direção aos pulmões. A artéria pulmonar ramifica-se e segue cada uma para um pulmão. Ao ocorrer essa ramificação, há uma diminuição no calibre dessas artérias, formando-se assim em artérias de pequeno calibre até os capilares que irão envolver os alvéolos pulmonares. ● Nos alvéolos, ocorre um fenômeno importante que irá manter o sangue em uma condição propícia para o bom funcionamento dos sistemas, assim ocorrerá trocas gasosas (hematose), que se caracterizam pela passagem do gás carbônico do sangue para o interior dos alvéolos e do oxigênio presente nos alvéolos para o interior do capilar. Grande circulação ou circulação sistêmica ● É um processo em que o sangue é levado do coração até os tecidos e, após isso, é levado novamente para o coração. Essa circulação tem início quando o sangue sai do ventrículo esquerdo pela artéria aorta. ● Na grande circulação, o sangue do ventrículo esquerdo vai para todo o organismo, por intermédio da artéria aorta, e retorna até o átrio direito do coração, pelas veias cava. ● É uma circulação que se caracteriza pela seguinte dinâmica: coração-tecido-coração, entre o ventrículo esquerdo e o átrio direito do coração. ● Da artéria aorta, partem ramos que irão irrigar o corpo inteiro. Nos capilares sanguíneos, irá ocorrer trocas gasosas com células do tecido, após isso, o sangue irá se tornar rico em gás carbônico. Após ocorrer essas trocas gasosas, o sangue é coletado pelas vênulas que levam o sangue até as veias cavas superior e inferior. Sistema de condução elétrica do coração ● O coração possui uma estrutura elétrica que é formada por dois tipos celulares: 1) as células que geram o potencial de ação (PA) cardíaco e, em conjunto, são chamadas de marcapasso cardíaco; 2) as células especializadas em conduzir impulso elétrico, que possibilitam a propagação do estímulo de uma célula para outra, facilmente. ● No átrio direito (AD), o nó sinusal ou nó sinoatrial, também conhecido como marcapasso atrial, inicia o potencial de ação cardíaco. O nó sinusal é uma estrutura subepicárdica, fusiforme, auto excitável, localizada entre a veia cava superior e a aurícula direita. Para o impulso elétrico ser transferido dos átrios para os ventrículos, existe uma outra estrutura “no meio do caminho”, chamada nó atrioventricular (nó AV), que se localiza imediatamente acima da inserção do anel valvar atrioventricular direito. ● O nó AV tem funções importantes, como retardar o impulso elétrico (separando a sístole atrial e a ventricular) e limitar a quantidade de estímulos que chegam aos ventrículos. Sistema de condução elétrica do coração ● O sincício atrial (que é o conjunto de células especializadas em conduzir impulso elétrico) e o sistema His-Purkinje permitem a condução do estímulo elétrico gerado pelo PA cardíaco, garantindo ritmo, periodicidade e cronologia ao ciclo cardíaco. ● Nos átrios encontram-se as fibras intermodais, ou vias preferencias. Logo depois, encontra-se o nó AV e o feixe de His, que é sua continuação, percorrendo o septo interventricular, que se divide em ramo direito e esquerdo - este subdivide-se em dois fascículos, o anterior e o posterior - terminando nas fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje compõe o final do sistema de condução cardíaco. São responsáveis pela despolarização dos ventrículos, transmitindo a ativação elétrica que se originou no nó sinusal. Ciclo Cardíaco ● O ciclo cardíaco é a somatória dos eventos de contração e relaxamento que ocorrem em decorrência dos estímulos elétricos nos miócitos cardíacos. Ele se inicia no final da sístole atrial e termina após um novo ciclo de contração e relaxamento atrioventricular. ● A contração isovolumétrica marca o início da sístole ventricular e vai até a abertura das valvas semilunares. Nesse período, o volume ventricular permanece constante — o que explica o seu nome. O início dessa fase coincide com o pico da onda R no eletrocardiograma e com o início da primeira bulha cardíaca. Na sequência da abertura das valvas semilunares, ocorre a ejeção ventricular, que se subdivide em duas fases, a ejeção rápida e a ejeção lenta. ● Durante a fase de ejeção rápida, há um aumento abrupto na pressão ventricular e aórtica, redução acentuada no volume ventricular e grande aumento no fluxo sanguíneo da aorta. Já a fase de ejeção lenta inicia-se após a curva de redução do volume ventricular diminuir de velocidade, um pouco antes do pico de pressão sistólica aórtica. https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/aluno-de-medicina/dicas-de-estudo/arritmia-supraventricular/ Ciclo Cardíaco ● A fase de ejeção ventricular termina com o fechamento das semilunares, dando início a fase de relaxamento isovolumétrico, caracterizada por rápida queda de pressão ventricular sem alteração de volume. Essa fase perdura até a abertura das valvas atrioventriculares (AV). ● Assim que ocorre a abertura das valvas AV, inicia-se a fase de enchimento rápido. Dessa forma, o sangue que está nos átrios passa rapidamente para os ventrículos relaxados. Com isso, há reduções nas pressões atriais e ventriculares e aumento súbito do volume ventricular. ● Esse processo evolui para a diástase que equivale a uma fase de enchimento ventricular lento pelo sangue que vem das veias cavas e da veia pulmonar enquanto as valvas AV permanecem abertas. https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/aluno-de-medicina/dicas-de-estudo/pulmao/ Ciclo Cardíaco ● Por fim, a sístole atrial ocorre na sequência da onda P do eletrocardiograma e consiste em uma contração atrial que termina de encher os ventrículos de sangue. Ela promove um pequeno aumento das pressões atriais, ventriculares e venosas e do volume ventricular. Dessa maneira, chega ao fim o ciclo cardíaco. ● A sístole e a diástole ventriculares são compostas por uma soma de eventos do ciclo cardíaco, sendo que as fases de contração isovolumétrica e ejeçãocorrespondem à contração ventricular, ou seja, à sístole. Enquanto, as fases de relaxamento isovolumétrico, enchimento rápido, diástase e sístole atrial, compõem o relaxamento ventricular, ou seja, a diástole. https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/profissoes-da-medicina/tudo-sobre-cardiologia/ https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/profissoes-da-medicina/cirurgia-cardiovascular/ Exame clínico do coração ● Anamnese ● Sintomas e sinais ● Inspeção ● Ausculta ● Palpação Anamnese ● No raciocínio diagnóstico, são importantes todos os elementos de identificação, os antecedentes pessoais e familiares, os hábitos de vida, as condições socioeconômicas e culturais do paciente. ● A anamnese, na prática clínica, consiste na rememoração dos eventos pregressos relacionados à saúde, na identificação dos sintomas e sinais atuais, com o intuito principal de fazer entender, com a maior precisão possível, a história da doença atual que traz o paciente à consulta. Sintomas e sinais ● Dor cardíaca ● Palpitações ● Dispneia ● Tosse e expectoração ● Chieira ● Desmaio ● Alterações do sono ● Cianose ● Edema Sintomas e sinais - Dor cardíaca ● Dor cardíaca: a dor relacionada com o coração e com a aorta compreende a de origem isquêmica, a pericárdica e a aórtica. ● Dor de origem isquêmica: A dor de origem isquêmica tem origem na hipoxia celular. Sempre que houver desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio, vale dizer, quando há isquemia miocárdica, ocorre estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio músculo por substâncias químicas liberadas durante a contração. Sintomas e sinais - Dor cardíaca ● Dor de origem pericárdica: a dor da inflamação do pericárdio localiza-se na região retroesternal junto da reborda esternal esquerda e irradia-se para o pescoço e as costas. Pode ser do tipo “constritiva”, “peso”, “opressão”, “queimação” e apresentar grande intensidade; costuma ser contínua – durante várias horas –, não se relaciona com exercícios, agravase com a respiração, com o decúbito dorsal, com os movimentos na cama, com a deglutição e com a movimentação do tronco. O paciente tem algum alívio quando inclina o tórax para frente ou ao se colocar na posição genupeitoral. Sintomas e sinais - Dor cardíaca ● Dor de origem aórtica: Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, mas a dissecção aguda da aorta determina quadro doloroso importante, com início súbito, muito intensa, do tipo lancinante, de localização retroesternal ou face anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, região interescapular e ombros. Durante a crise dolorosa, o paciente fica inquieto deita-se, levanta-se, revira-se na cama, adota posturas estranhas, comprime o tórax com um travesseiro, tentando obter algum alívio. Sintomas e sinais - Palpitações ● Palpitações: significam percepção incômoda dos batimentos cardíacos, sendo relatadas pelos pacientes como “batimentos mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no coração”, “coração deixando de bater”, “coração aos pulos”. ● As palpitações são contrações cardíacas mais fortes e mais intensas, lentas ou rápidas, rítmicas ou arrítmicas, decorrentes de distúrbios do ritmo ou da frequência cardíaca, incluindo todas as manifestações de taquicardia, pausas compensadoras, aumento do débito cardíaco, estados hipercinéticos, hipertrofia ventricular, início súbito de uma bradicardia causada por bloqueio completo. Sintomas e sinais - Dispneia ● Dispneia: Na linguagem leiga, a dispneia recebe a designação de cansaço, canseira, falta de ar, fôlego curto, fadiga ou respiração difícil. A dispneia é um dos sintomas mais importantes dos pacientes com cardiopatia e significa a sensação consciente e desagradável do ato de respirar. Semiologicamente, apresenta-se de duas maneiras: uma subjetiva, que é a dificuldade respiratória sentida pelo paciente, e outra objetiva, que se evidencia pela aceleração dos movimentos respiratórios e pela participação ativa da musculatura acessória da respiração (músculos do pescoço na inspiração e músculos abdominais na expiração). Sintomas e sinais - Tosse e expectoração ● Tosse: A tosse é um sintoma frequente na insuficiência ventricular esquerda, constituindo um mecanismo de valor na manutenção da permeabilidade da árvore traqueobrônquica nos casos em que houver aumento de secreções. ● Expectoração: é o produto eliminado por intermédio da tosse, procedente das vias respiratórias. A expectoração de sangue nos pacientes cardíacos pode decorrer dos seguintes mecanismos: passagem de glóbulos vermelhos de vasos pulmonares congestos para os alvéolos, como ocorre no edema pulmonar agudo; ruptura de vasos endobronquiais dilatados, que fazem conexão entre a circulação venosa brônquica e a pulmonar, como acontece na estenose mitral; e necrose hemorrágica dos alvéolos, nos casos de infarto pulmonar. Sintomas e sinais - Chieira e desmaio ● Chieira: como costumam dizer os pacientes, significa o aparecimento de um ruído junto com a respiração, a qual quase sempre se torna difícil. Este chiado traduz a passagem de ar, em alta velocidade, através de vias respiratórias estreitadas. À ausculta, é possível encontrar expiração prolongada e sibilos. ● Desmaio: é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postural. O desmaio por alteração quantitativa da circulação cerebral pode ser consequência de distúrbios do ritmo cardíaco e da condução do estímulo, diminuição do débito cardíaco, perturbação dos mecanismos vasomotores, redução do retorno venoso e do volume sanguíneo circulante. Outras alterações da irrigação cerebral ocorrem nos distúrbios metabólicos, como a hipoglicemia, ou refletem uma disfunção cerebral, como na síndrome do seio carotídeo. Sintomas e sinais - Alterações do sono ● Alterações do sono: a insônia é um sintoma frequente nos pacientes com insuficiência ventricular esquerda. ● Na insuficiência cardíaca grave, a insônia é acompanhada de excitação e obnubilação, alternando-se com períodos de sonolência e prostração. ● A causa é a estase sanguínea encefálica, com edema cerebral e hipertensão do líquido cefalorraquidiano, além de anoxia dos neurônios cerebrais, relacionada com a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Sintomas e sinais - Cianose ● Cianose: significa coloração azulada da pele e das mucosas, em razão do aumento da hemoglobina reduzida no sangue capilar. ● A causa mais comum de cianose periférica é a vasoconstrição generalizada em consequência da exposição ao ar ou à água fria. ● A cianose central pode ocorrer pelo distúrbio na perfusão em consequência de cardiopatias congênitas, grave insuficiência ventricular direita, embolias pulmonares, destruição da árvore vascular pulmonar Sintomas e sinais - Edema ● Edema: é o resultado do aumento do líquido intersticial, proveniente do plasma sanguíneo. ● A causa básica do edema cardíaco é a insuficiência ventricular direita por aumento da pressão hidrostática associado à retenção de sódio. Primeiramente, localiza-se nos membros inferiores, pela ação da gravidade, iniciando-se em torno dos maléolos. À medida que vai progredindo, acomete pernas e coxas, podendo alcançar a raiz dos membros inferiores. É bilateral, podendo ser assimétrico, isto é, mais intenso em um dos membros inferiores, o que indica, quase sempre, a existência de outra doença associada, como, por exemplo, varizes ou trombose venosa em uma das pernas. Inspeção e palpação ● A inspeção e palpação do precórdio são técnicas complementares, que buscam obter informações sobre a anatomia e alterações fisiopatológicas do coração. Em geral, serão capazes de nos fornecer dados sobre a dimensão das cavidades cardíacas e dos grandes vasos, além de propiciar hipóteses sobre como se encontra a hemodinâmica do paciente. ● Pode ser dificultada quando o paciente é obeso ou quando o batimento do ictus está debaixo do arco costal. ● Visam verificar: abaulamento,análise do ictus cordis, análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis e pesquisa de frêmito cardiovascular. Ausculta ● Para fazer uma boa ausculta do coração, o examinador deve levar em conta os seguintes aspectos: o estetoscópio, ambiente em que se faz ausculta, posição do paciente e do examinador e orientação do paciente. ● Ao se auscultar o coração, os seguintes aspectos devem ser sistematicamente considerados: bulhas cardíacas, ritmo e frequência cardíaca, ritmos tríplices e alterações das bulhas cardíacas. Bulhas cardíacas ● Primeira bulha (B1): O principal elemento na formação da 1ª bulha cardíaca é o fechamento das valvas mitral e tricúspide, o componente mitral (M) antecedendo o tricúspide (T), pelas razões analisadas ao se estudar o ciclo cardíaco. A 1 ª bulha cardíaca (B1) coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. É de timbre mais grave (“TUM”) e seu tempo de duração é um pouco maior que o da 2ª bulha. Em condições normais, a 1ª bulha tem maior intensidade no foco mitral. Em metade das pessoas normais, percebem-se separadamente os componentes mitral e tricúspide, fenômeno não relacionado com a respiração e sem significado patológico. Bulhas cardíacas ● Exemplos de alterações na B1: As condições que levam à diminuição do enchimento ventricular, tais como taquicardia, hipertireoidismo e contrações prematuras (extrassístoles), acompanham-se de hiperfonese da B1, em virtude de a contração ventricular ter início no momento em que as valvas se encontram baixas. ● Na fibrilação atrial, a intensidade da B1 varia de uma sístole para outra. Ora é hiperfonética, ora a intensidade é mediana, ora é fraca. Isso se deve ao variável enchimento dos ventrículos, decorrente, por sua vez, das diferenças na duração das diástoles. Quando o coração se contrai após entrada de pequena quantidade de sangue na cavidade, as valvas estarão francamente abertas e situadas bem baixo, surgindo, então, uma primeira bulha de grande intensidade. No batimento seguinte, se a sístole ocorre após uma diástole mais longa, na qual tenha havido maior afluxo de sangue, com as valvas quase fechadas, a intensidade da B1 será menor que a precedente. Esses fatos se sucedem de modo irregular, determinando tal variação na sequência e na intensidade das bulhas. Bulhas cardíacas ● Segunda bulha (B2): Ela é constituída de 4 grupos de vibrações; mas somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial (principalmente foco aórtico), enquanto o ruído da pulmonar é auscultado em uma área limitada (foco pulmonar). Durante a expiração as duas valvas fecham dando origem ao som representado por “TA”. Na inspiração, devido ao prolongamento da sístole ventricular (maior afluxo de sangue), o componente pulmonar sofre um retardamento, sendo possível perceber os 2 componentes. Esse fenômeno é chamado de desdobramento fisiológico da 2ª bulha que pode ser auscultado como “TLA”. Bulhas cardíacas ● Exemplos de alterações na B2: Valvas calcificadas produzem ruído de pequena intensidade pelo fato de se movimentarem muito pouco. Assim, na estenose aórtica calcificada, o componente aórtico da B2 torna-se praticamente inaudível. ● Nos indivíduos com tórax delgado, a B2 é mais intensa. O contrário se observa no caso de obesidade, massas musculares desenvolvidas, mamas volumosas e enfisema pulmonar. Tais condições dificultam a transmissão do ruído, e a bulha torna-se de menor intensidade. Bulhas cardíacas ● Terceira bulha (B3): é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina da vibração da parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. É mais audível na área mitral com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser representada por “TU”. ● A sua ocorrência pode indicar um fator patológico ou não. Não há diferenças estetacústicas entre a B3 fisiológica e a patológica. Para a análise da sua patogenicidade ou não, outros sinais devem ser observados. Bulhas cardíacas ● Quarta bulha (B4): ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em crianças e adultos jovens normais. Sua gênese não está completamente esclarecida, mas acredita-se que seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo na contração atrial em encontro com o sangue no interior do ventrículo, no final da diástole. ● As condições que originam uma B4 patológica são as lesões estenóticas das valvas semilunares (aórtica e pulmonar), a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana e as miocardiopatias hipertróficas, ou seja, todas as situações em que há diminuição da complacência ventricular. Ritmo e frequência cardíaca ● Após o reconhecimento das B1 e B2, o passo seguinte é determinar o ritmo do coração e a frequência cardíaca (batimentos por minutos). Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo binário ou em dois tempos. Quando se torna audível um terceiro ruído, passa a ser ritmo tríplice ou em três tempos. ● Para determinar a frequência, conta-se um minuto inteiro. Em adultos, o número de batimentos por minutos vai de 60 a 100. Menos de 60 contrações por minuto chama-se bradicardia, e mais de 100, taquicardia. Arritmias cardíacas ● São alterações na frequência e/ou ritmo do coração. É importante salientar que a arritmia não é um ataque cardíaco. Arritmia são distúrbios elétricos no coração e o ataque cardíaco é uma obstrução do fluxo de sangue nas artérias do coração. ● Pode ser classificada em uma variedade de tipos, tais como: taquicardia sinusal, bradicardia sinusal, arritmia sinusal, extrassístoles, taquicardia paroxística, fibrilação atrial e bloqueios de ramo. Taquicardia sinusal e bradicardia sinusal ● Taquicardia sinusal: caracteriza-se por um aumento do número de batimentos cardíacos. A frequência é superior a 100 bpm. À ausculta, chama a atenção do examinador, além da frequência cardíaca elevada, o aumento da intensidade da 1ª bulha, decorrente de ampla abertura das valvas atrioventriculares. ● Bradicardia sinusal: consiste na redução do número de batimentos cardíacos. A frequência cardíaca é inferior a 60bpm. Deve-se à exacerbação dos tônus vagal e/ou redução do tônus simpático. Arritmia sinusal e Extrassístoles ● Arritmia sinusal: caracteriza-se pela variação na frequência cardíaca, geralmente relacionada com a respiração: na fase inspiratória, há aumento do número de batimentos cardíacos e, na expiratória, diminuição. À ausculta do coração, percebe-se uma irregularidade na sequência das bulhas, as quais ocorrem ora mais rapidamente, ora mais lentamente. ● Extrassístoles: como o nome indica, são sístoles extras. São prematuras, vale dizer, ocorrem em um momento anterior ao da sístole normal, habitualmente sendo seguidas de uma pausa, chamada de pausa compensadora. Taquicardia paroxística e Fibrilação atrial ● A taquicardia paroxística supraventricular é uma frequência cardíaca uniforme e rápida (de 160 a 220 batimentos por minuto), que começa e termina subitamente e é originada nos tecidos cardíacos alheios aos ventrículos. ● A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca com características muito específicas que atinge 2 a 4% da população mundial, sendo mais comum quanto maior for a idade da pessoa. O coração que sofre de fibrilação atrial tem seus batimentos acelerados e que passam a bater em ritmo irregular. Bloqueios de ramo ● Caracterizam-se pela ocorrência de retardo ou impossibilidade de condução do estímulo no nível dos ramos direito ou esquerdo do feixe de His. Quando ocorre apenas retardo, o bloqueio é chamado de incompleto, mas quando há impossibilidade de passagem do estímulo, denomina-se bloqueio completo de ramo. Cliques e estalidos ● A característica semiológica básica dos cliques e estalidos é sua situação no ciclo cardíaco. Tendo em vista este elemento, podem ser classificadosem sistólicos (protossistólicos e mesossistólicos) e diastólicos. Estalidos diastólicos ● Os estalidos diastólicos podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral e tricúspide e, mais raramente, na insuficiência mitral e na comunicação interatrial. Estalido de abertura mitral ● A abertura da valva mitral ocorre após o período de relaxamento isovolumétrico, no início da diástole, e não determina qualquer ruído se a valva estiver normal. No entanto, na estenose mitral, em decorrência das modificações anatômicas e das alterações pressóricas, a abertura da valva mitral passa a provocar um ruído seco, agudo e de curta duração. Costuma ser intenso, e por este motivo pode ser palpável. ● O estalido de abertura mitral é mais audível com o paciente em decúbito lateral esquerdo, na área mitral e na borda esternal esquerda, na altura do 3º e do 4º espaço intercostal. ● É o sinal mais indicativo de estenose mitral. Estalido de abertura tricúspede ● O estalido de abertura tricúspede é mais audível na borda esternal esquerda e, ocasionalmente, na borda esternal direita. ● Cumpre assinalar que, em quase todos os pacientes que apresentam estenose tricúspede reumática, há concomitantemente estenose da valva mitral. Este fato dificulta o reconhecimento do estalido tricúspede, cujas características estetacústicas são as mesmas do estalido mitral. ● Consegue-se fazer a diferenciação entre um e outro ao levar em conta outro dados, tais como o sopro e o tipo de pulso venoso. Estalidos protossistólicos (pulmonar e aórtico) ● Chamados de ruídos de ejeção- indicam súbita ejeção de sangue nos vasos da base. ● Origem vascular e são produzidos pelas vibrações das paredes dos vasos. ● Ruídos de alta frequência, agudos e intensos, produzidos na artéria pulmonar e na aorta. ● Pode ser encontrado na estenose pulmonar moderada, CIA e na hipertensão pulmonar grave. ● É melhor audível na área pulmonar e na borda esternal esquerda. Estalidos mesossistólicos e telessistólicos ● Ruído de alta frequência, seco, agudo, situado no meio ou no fim da sístole, cuja intensidade varia durante movimentos respiratórios e com as mudanças de posição. ● É mais audível nas áreas mitral ou tricúspide. ● São considerados indicativos de prolapso das valvas mitral ou tricúspide, mesmo na ausência de sopros. Sopros Parâmetros de avaliação do sopro: ● Situação no ciclo cardíaco; ● Localização; ● Irradiação; ● Intensidade; ● Timbre e tonalidade; ● Modificação com a fase da respiração, com a posição do paciente e com o exercício físico. Fonte:https://seucardio.com.br/sopro-no-coracao-o-que-e/ Sopros São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. 1. Aumento da velocidade da corrente sanguínea pode provocar a formação de turbulências capazes de originar sopros. 2. Diminuição da viscosidade sanguínea: a viscosidade exerce efeito amortecedor sobre a turbulência do sangue. surgem após exercício físico, anemia, hipotireoidismo e na síndrome febril. ocorrem na anemia. Sopros 3. Passagem de sangue através de uma zona estreitada: fluxo sanguíneo deixa de ser laminar e passa a ser feito em turbilhões. 4. Passagem de sangue para uma zona dilatada. 5. Passagem de sangue para uma membrana de borda livre: originam-se vibrações que se traduzem como sopros. ocorrem em defeitos valvares e algumas anormalidades congênitas. defeitos valvares, aneurismas e rumor venoso. Sopros Características semiológicas dos sopros: Condição normal Momento do ciclo cardíaco Valvas atrioventriculares Valvas semilunares Sístole FECHADAS ABERTAS Diástole ABERTAS FECHADAS Sopros Sopros Obs.: Insuficiência é uma dificuldade da valva para se fechar: há refluxo de sangue; Estenose é uma dificuldade da valva para se abrir: ejeção de sangue ocorre com uma maior dificuldade. Momento do ciclo cardíaco Valvas atrioventriculares Valvas semilunares Sístole Abertas insuficiência Fechadas estenose Diástole Fechadas estenose Abertas insuficiência Sopros SOPROS SISTÓLICOS ★ Sopro de ejeção ou sopro de estenose - Causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar e se originam durante o período de ejeção ventricular. - Ocorre após a 1ª bulha e antes da 2ª bulha, período que corresponde a contração isovolumétrica. - Ejeção lenta. ★ Sopro de regurgitação - Audível desde o início da sístole: aparece com a 1ª bulha, recobrindo-a e mascarando-a. - Ocupa todo o período sistólico com intensidade mais ou menos igual e termina antes da 2ª bulha ou pode recobri-la. Ocorre quando há insuficiência mitral ou tricúspide Sopros SOPROS DIASTÓLICOS ● Aparecem na diástole e conforme o momento em que nela se situam são classificados em protodiastólicos, mesodiastólicos e telediastólicos ou pré-sistólicos. ● Ocorre nas estenoses atrioventriculares e insuficiência das valvas aórtica e pulmonar. O sopro diastólico das estenoses atrioventriculares : - Ocupa a parte média da diástole, momento em que se dá o enchimento rápido dos ventrículos. - Existe um nítido intervalo entre a B2 e o início desses sopros, pois as pressões intra-atriais e intraventriculares são quase iguais e passa pouco sangue pelos orifícios valvares. Sopros ★ Caráter ruflar: baixa frequência e tonalidade grave. O sopro diastólico de insuficiência das valvas aórtica e pulmonar: - Têm início imediato após a B2. Podem ficar restritos à primeira parte da diástole ou ocupar também a mesodiástole e telediástole. - Caráter aspirativo: alta frequência, decrescendo e tonalidade aguda. Os sopros sistodiastólicos ou contínuos: - São ouvidos durante toda a sístole e toda a diástole, sem interrupção, recobrindo e mascarando a B1 e B2. - A parte sistólica costuma ser mais intensa e mais rude. Sopros LOCALIZAÇÃO - A direção que o sopro irradia é muito importante para se conhecer o local de origem do sopro. IRRADIAÇÃO - Intensidade e a direção da corrente sanguínea influenciam na irradiação de um sopro. - Exemplo: o sopro na estenose aórtica irradia para os vasos do pescoço porque o sangue que flui pela valva aórtica se dirige àquela direção. O sopro da insuficiência mitral se propaga predominantemente para a axila porque o átrio esquerdo situa-se acima a atrás do ventrículo esquerdo. Sopros INTENSIDADE - Velocidade do fluxo e o volume de sangue que passa pelo local em que ele se origina influência na intensidade. TIMBRE E TONALIDADE - São relacionadas ao fluxo e com o tipo de defeito causador do turbilhonamento sanguíneo. Sopros Modificações do sopro com: FASE DA RESPIRAÇÃO ● Manobra de Riviero-Carvalho: se diferencia o sopro da insuficiência tricúspide do sopro da insuficiência mitral. Se não houver alteração ou se o sopro diminuir de intensidade- manobra negativa- sopro na valva mitral. Se o sopro aumenta de intensidade, ele é de origem tricúspide. ● Lesões aórticas: os sopros se tornam mais audíveis se o paciente fizer uma expiração forçada. Sopros POSIÇÃO DO PACIENTE: ● Sopros da base do coração se tornam mais nítidos quando o paciente está na posição sentada com o tórax fletido para adiante. ● O ruflar diastólico da estenose mitral fica mais intenso em decúbito lateral esquerdo. ● Rumor venoso aumenta de intensidade na posição sentada ou em pé, diminuindo ou desaparecendo quando a pessoa deita. EXERCÍCIO: ● Intensifica os sopros, pois aumenta a velocidade sanguínea e estimula o sistema adrenérgico. ● É possível tornar um ruflar mais forte. Sopros Sopros orgânicos e sopros funcionais ● Sopros orgânicos: são determinados por modificações estruturais em vasos ou aparelhos valvares. ● Sopros funcionais: não dependem de lesões anatômicas dos vasos ou do coração, mas tem origem no simples aumento da velocidade da corrente sanguínea ou na diminuição da viscosidade do sangue. Exemplo: anemia, hipertireoidismo, durante períodos férteis, após exercícios físicos, etc. Obs: só é possível dizer com segurança que o soproé orgânico quando ele for de grande intensidade, alta frequência, ampla irradiação e acompanhado de frêmito. Sopros Sopros inocentes ● É um sopro que não traduz alteração estrutural do coração. ● São sistólicos, de baixa intensidade, suaves, sem irradiação, mais audíveis no foco pulmonar e região mesocárdica, com nítidas variações pelas mudanças de posição do paciente. ● Não são acompanhados de alterações de bulhas cardíacas e de frêmito, não há evidências de dilatação e/ou hipertrofia das cavidades cardíacas. ● Mais frequentes em crianças. Ruído da pericardite constritiva ● Somente é audível quando há comprometimento do pericárdio no nível da região apical e da face anterior do coração. ● Ocorre na diástole, no fim do enchimento ventricular rápido, um pouco mais precoce que a B3. ● Esse ruído fica restrito à área mitral, endoápex e área tricúspide. Fonte:https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-si ntomas/pericardite/ Atrito pericárdico ● É provocado pelo roçar de folhetos pericárdicos que perderam suas características normais. A causa mais frequente é a pericardite fibrinosa. ● Não coincide exatamente com nenhuma das fases do ciclo cardíaco, podendo ser ouvido tanto na sístole quanto na diástole. ● É auscultado entre a ponta do coração e a borda esternal esquerda. ● Não se propaga. ● Varia muito de intensidade e a mudança de posição pode alterá-lo. ● O ruído possui alta mutabilidade, podendo apresentar mudanças na intensidade e na qualidade, o que não é observado nos sopros, nem nos estalidos. Rumor venoso ● É um ruído contínuo, de tonalidade grave, que se ouve na base do pescoço e na porção superior do tórax. ● É mais audível na posição sentada e chega a desaparecer na posição deitada. ● Origina-se do turbilhonamento do sangue no ponto em que a jugular encontra-se com o tronco braquiocefálico. ● Não indica alterações dos vasos ou do coração. Exame físico da aorta e dos vasos do pescoço ● Conclusão do exame físico do coração: necessários os dados relativos à aorta e aos vasos do pescoço- carótidas e jugulares. ● Exame da aorta: feito por inspeção, palpação e ausculta. ● Inspeção: examinar parede torácica, evidenciando abaulamentos pulsáteis (indicativos de aneurisma aórtico) ● Casos em que é possível ver e palpar os batimentos da aorta no nível da fúrcula esternal: esclerose senil da aorta; aortopatia hipertensiva; insuficiência das valvas aórticas; após exercício físico e emoções. ● Pulsações multidirecionais: nos abaulamentos torácicos provocados por aneurismas da aorta. Exame físico da aorta e dos vasos do pescoço ● Ausculta: realizada nas áreas de projeção dos segmentos da aorta. ● Sopro da estenose da valva aórtica: irradia-se na direção da corrente sanguínea que penetra na aorta, podendo alcançar os vasos do pescoço. ● Ausculta nos casos de aneurisma é variável: ora nada se percebe, ora aparece sopro sistólico. Pulsos Devem ser analisados: pulso radial; pulso capilar; pulsações das artérias carótidas e das veias jugulares (pulso venoso). PULSO RADIAL ● É necessário contar sempre o número de pulsações durante um minuto inteiro, comparando-se este valor com o número de batimentos cardíacos. Déficit de pulso: o número de batimentos cardíacos é maior que o número das pulsações da artéria radial. Ritmo é dado pela sequência de pulsações. As arritmias (irregularidades do pulso) reconhecíveis são arritmia sinusal, extrassístoles, fibrilação atrial e o bloqueio atrioventricular. Pulsos Estado da parede arterial: condições normais- parede do vaso sem tortuosidades; parede endurecida, irregular e tortuosa- vasculopatia (arteriosclerose). Manobra de Osler: palpação da artéria radial após insuflação do manguito acima da pressão sistólica. É positiva quando a artéria permanece palpável, mas sem pulsações. Sinal de alerta para pacientes com pressão arterial elevada. Frequência: número de pulsações por minuto. Normal em adultos: de 60 a 100 bpm. Acima de 100: taquicardia, o que ocorre em condições fisiológicas como exercício, emoção, gravidez; ou estados febris, hipertireoidismo, etc. Abaixo de 60 bpm: braquicardia. Pulsos Amplitude ou magnitude: relacionada ao grau de enchimento da artéria durante a sístole e esvaziamento durante a diástole. Classificada em amplo, mediano e pequeno. Exemplo de pulso amplo é a insuficiência aórtica; já na estenose aórtica, o pulso é pequeno. Tensão ou dureza: se for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações: pulso mole; se exigir forte pressão: pulso duro e indica hipertensão arterial. Dureza do pulso depende da pressão diastólica. Pulsos Tipos de onda: ● Onda de pulso normal: exame de pacientes normais. ● Pulso célere ou em martelo d’água: aparece e some com rapidez. Decorre do aumento da pressão diferencial e por isso é observado: insuficiência aórtica, fístulas arteriovenosas, anemias graves e hipertireoidismo. ● Pulso anacrótico: pequena onda inscrita no ramo ascendente do ramo pulsátil. Aparece na estenose aórtica. ● Pulso dicrótico: dupla onda em cada pulsação. A primeira é mais intensa e mais nítida e a segunda é de menor intensidade. Pode ser encontrado em doenças que apresentam febre. Pulsos ● Pulso bisferiens: são percebidas duas ondulações no ápice da onda do pulso. Aparece na estenose e insuficiência aórtica associada. obs.: durante o aumento da compressão da artéria, o pulso bisferiens se torna mais nítido enquanto o pulso dicrótico perde sua característica da pulsação dupla. ● Pulso alternante: onda ampla seguida de outra onda mais fraca. Sinal de insuficiência ventricular esquerda. ● Pulso filiforme: pequena amplitude e mole. Indica colapso circulatório periférico. ● Pulso paradoxal: diminuição da amplitude das pulsações durante a inspiração forçada. Aparece na pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso e enfisema pulmonar. Pulsos Comparação com artéria homóloga Verifica-se igualdade ou desigualdade das duas artérias radiais, palpando-as simultaneamente, para comparar a amplitude. Desigualdade: aparece nas afecções da crossa aórtica ou dos vasos que dela emergem quando são sede de constrições ou oclusões. Pulsos PULSO CAPILAR É o rubor intermitente e sincrônico com o pulso radial que se observa em certas regiões, particularmente nas unhas. Semiotécnica: faz-se uma leve compressão sobre a borda de uma unha até que seja identificada uma zona pulsátil que marca a transição da cor rósea para pálida, para observar a pulsação nos casos de aumento de pressão diferencial, como ocorre na insuficiência aórtica, fístula arteriovenosa, hipertireoidismo e na anemia intensa. Pulsos PULSAÇÕES DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS ● Podem ser visíveis após exercício, emoções e na hipertensão arterial. ● Pacientes com insuficiência aórtica e com hipertireoidismo: pulsações carotídeas mais evidentes. ● Artérias carótidas palpadas no ângulo da mandíbula. ● Verifica-se estado da parede arterial; amplitude do pulso (valor de referência: diferença entre uma carótida e outra, que é indicativo de estenose ou oclusão do vaso); a ocorrência de frêmito, que pode ter origem na própria carótida ou ser irradiado de uma lesão estenótica da valva aórtica. Pulsos ● Ausculta da carótida: é possível encontrar sopros, originados na própria artéria ou irradiados a partir da valva aórtica. ● Irradiação para o pescoço: uma das principais características do sopro da estenose aórtica. INGURGITAMENTO E PULSAÇÕES DAS VEIAS JUGULARES ● Pulso venoso: pulsações observadas na base do pescoço. Reflete a dinâmica do coração direito, e as várias ondas que o constituem expressam as modificações pressóricas nas cavidades direitas do coração. ● Condições normais: veias jugulares túrgidas em decúbito. ● Se paciente não está em decúbito e veias jugulares permanecem túrgidas: ingurgitamento jugular. Pulsos ● Ingurgitamento jugular: hipertensão venosano sistema da veia cava superior e aparece quando há compressão desta veia, insuficiência ventricular direita ou pericardite constritiva. Pulsos ● Arritmia sinusal: alternância de pulsações e quase sempre estão relacionadas com a inspiração. ● Extrassístole ventricular: falha nas sequências de pulsações. ● Bloqueio atrioventricular: no de primeiro grau há irregularidade do pulso, no de terceiro grau há um pulso lento, porém regular. ● Fibrilação atrial: completa e constante irregularidade do pulso. Costuma-se observar déficit de pulso, principalmente quando a frequência cardíaca é alta. Pulso venoso normal e flebograma ● Pulso venoso: formado por 3 ondas e 2 deflexões que, quando registradas, constituem o flebograma. ● Onda A: contração atrial direita. ● Onda C: transitório aumento da pressão dentro do átrio direito que ocorre ao aumentar a pressão ventricular durante a fase da contração isovolumétrica. ● Onda V: resulta do aumento da pressão sanguínea no átrio direito que se transmite à jugular durante o enchimento atrial. ● Deflexão X (colapso sistólico): relaxamento atrial. ● Deflexão Y (colapso diastólico): deve-se à abertura da valva tricúspide e corresponde à fase de enchimento ventricular. Pressão arterial ● Pressão arterial é a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos. ● Sofre variações contínuas: depende da posição do indivíduo, das atividades e das situações em que se encontra. ● Finalidade: promover uma boa perfusão dos tecidos e possibilitar trocas metabólicas. ● Pressão arterial: parâmetro fisiológico indispensável na investigação diagnóstica. ● Deve ser medida em todas as idades. Fonte:https://drleonardoalves.com.br/p ressao-arterial-convergente-o-que-e- Pressão arterial FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL PA=DC X RPT PA= Pressão Arterial; DC= Débito Cardíaco; RPT= Resistência Periférica ● Pressão arterial depende também da elasticidade da parede dos grandes vasos, da viscosidade sanguínea e da volemia. Débito cardíaco: é resultante do volume sistólico, multiplicado pela frequência cardíaca. Normal em um homem: 5 a 6 litros por minuto; em exercício muscular: 30 litros por minuto. Pressão arterial Resistência periférica: representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar- fator mais importante na regulação da pressão diastólica. Elasticidade da parede dos grandes vasos: grande distensibilidade é característica dos grandes vasos, como aorta- em suas paredes predominam fibras elásticas. Fundamental para contrabalancear as consequências do funcionamento descontínuo do coração. Diminuição da elasticidade da aorta: aumento da pressão sistólica sem elevação concomitante da diastólica (como em pessoas idosas). Pressão arterial Volemia: volume de sangue no sistema arterial interfere nos níveis de pressão diastólica e sistólica. Redução da volemia, como na desidratação e nas hemorragias: há queda da pressão arterial. Viscosidade sanguínea: nas anemias graves há diminuição da viscosidade sanguínea, o que é fator responsável por níveis pressóricos baixos; nas policitemias o aumento da viscosidade do sangue pode acompanhar-se de elevação da pressão arterial. Pressão arterial REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Participam da regulação da pressão arterial, por meio de mecanismos que integram a atuação de vários elementos que agem por via neurogênica ou humoral: ● Córtex cerebral ● Hipotálamo ● Centros vasomotores ● Sistema nervoso autônomo- componentes simpático e parassimpático ● Suprarrenais ● Rins ● Barorreceptores ● Algumas vias nervosas especiais, como nervo de Cyon e Hering. Pressão arterial RECOMENDAÇÕES PARA MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL ● Método indireto: de mais fácil execução. ● Esfigmomanômetro: formado por manguito com tecido capaz de se fixar no braço ou na coxa do paciente, e deve ser 20% mais largo que o diâmetro do braço. Fonte:https://www.mdsaude.com/hipertens ao/pressao-arterial-normal/ Pressão arterial ● Tipos de sistema para registro da pressão arterial: - Manômetro de coluna de mercúrio: padrão ouro. - Tipo aneroide: deve ser calibrado semestralmente. - Manômetro eletrônico ou semiautomático. Pressão arterial MONITORAMENTO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL ● Afere a pressão arterial do método oscilométrico ou auscultatório, ou ambos. ● Método não invasivo de avaliação, que traz informações sobre os valores pressóricos ao longo do dia, durante as atividades exercidas pelo paciente e à noite, durante o sono, os quais se correlacionavam melhor com a realidade do comportamento da PA nas 24h. ● Período de vigília (diurno) e de sono (noturno). Critérios de interpretação do MAPA: - Média da PA nas 24h: representa a média dos valores obtidos nas 24h, divididos em 2 subperíodos, a vigília e o sono. Pressão arterial - Carga pressória: percentual de medidas da PA que se encontram acima dos valores normais ou dos valores de corte- 140/90 mmHg na vigília e 120/80 mmHg no período noturno: <30%: normal; entre 30 e 50%: limítrofe; >50%: anormal. - Descenso noturno: estima-se queda fisiológica de PA durante o sono em torno de 10%, tanto para sistólica quanto para diastólica. - Variabilidade pressórica: pacientes hipertensos apresentam maior variabilidade pressórica em comparação aos normotensos. Pressão arterial Indicações e contraindicações do MAPA: ● Indicações: hipertensão de consultório ou do avental branco; hipertensão lábil; hipertensão episódica; hipertensão resistente a medicamentos; avaliação de hipotensão ortostática; avaliação de disfunção autonômica; avaliação da eficácia terapêutica; avaliação de síncope. ● Contraindicações: síndromes hipercinéticas; arritmias cardíacas complexas; obesidade mórbida; desconforto do exame; distúrbios no trabalho ou do sono; perdas de dados por limitações técnicas. Pressão arterial MONITORAMENTO “RESIDENCIAL” DA PRESSÃO ARTERIAL ● É feito com medidas de pressão arterial no domicílio e/ou trabalho pelo próprio paciente ou um familiar. Podem ser usados aparelhos aneroides ou semiautomáticos calibrados. ● Útil na confirmação ou não de hipertensão arterial, para afastar hipertensão do avental branco e acompanhar o tratamento. Pressão arterial MÉTODOS PARA MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL ● Método direto: fornece a pressão direta ou intra-arterial (invasivo e exige equipamento sofisticado); ● Método indireto: técnica auscultatória com estetoscópio. Relativamente impreciso, porém o mais utilizado. Técnica: - Paciente com repouso mínimo de 3 min; local tranquilo; paciente sentado, deitado ou em pé, com artéria braquial no nível do coração. - Aparelho calibrado; manômetro em plano perpendicular ao plano visual. Pressão arterial - Colocar o diafragma do estetoscópio exatamente sobre a artéria braquial. - Localizar as pulsações da artéria braquial; colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital; palpar o pulso radial; inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial; a seguir desinsuflar o manguito lentamente; quando reaparecer o pulso, tem-se o valor da pressão sistólica; - Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrado; - Soltar o ar, de maneira contínua, à razão de 2 a 3 mmHg/segundo até o completo esvaziamento da câmara. Pressão arterial FASES DE KOROTKOFF À medida que se desinsufla o manguito, volta a ocorrer a passagem do sangue pela artéria antes colabada, surgindo os ruídos chamados sons de Korotkoff, que tem 5 fases: ➔ Fase I: aparecimento de sons- primeiro som é claro, a onda sistólica é maior que a pressão do manguito e o sangue da artéria. ➔ Fase II: batimentos com murmúrio- com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente reverbera e cria murmúrios na parede dos vasos sanguíneos. ➔ Fase III: murmúrio desaparece- os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. ➔ Fase IV: abafamento de sons- os batimentos repentinamente tornam-se menosacentuados. ➔ Fase V: desaparecimento dos sons- restabelece-se o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis à ausculta da artéria radial. Pressão arterial DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ★ Pressão arterial sistólica- aparecimento do primeiro ruído (fase I) ★ Pressão arterial diastólica- desaparecimento dos sons (fase V) PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA ★ Obtenção de dados através de medida direta da pressão por intermédio de cateteres intra-arteriais. ★ Utilizados em procedimentos invasivos (cirurgias de grande porte ou exames como cateterismo). ★ Seu valor corresponde a uma média entre a pressão diastólica e a sistólica. Pressão arterial VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS São necessários alguns cuidados: ★ Manguito adequado ao comprimento e largura do braço; ★ Mesma técnica dos adultos; ★ Evitar medir pressão da criança chorando, pois isso eleva a pressão; ★ Em crianças muito pequenas, o método palpatório é frequentemente utilizado; ★ Dificuldade de ouvir ruídos: pressão diastólica é determinada pela fase IV de Korotkoff. Pressão arterial VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL EM IDOSOS Particularidades: ★ Recomendado fazer medida em duas posições diferentes, devido à frequência de hipotensão postural. ★ Palpação da artéria radial, mesmo com o manguito insuflado a ponto de ocluir a artéria braquial , indica endurecimento arterial e sugere a possibilidade de pseudo-hipertensão arterial. ★ Esclerose, calcificação e endurecimento da artéria braquial podem levar ao aparecimento de pseudo-hipertensão, condição em que os valores reais da pressão arterial são menores que o obtido pelo esfigmomanômetro. Pressão arterial VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL EM GESTANTES ★ A partir do 3º trimestre a posição da mulher pode afetar a pressão arterial. Ela deve estar em decúbito lateral esquerdo, com o braço no nível do coração. ★ É possível ouvir os sons até o nível zero: nesses casos registra-se os valores obtidos nas fases IV e V. Pressão arterial FATORES DE VARIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ★ PA medida pelo médico é frequentemente mais elevada do que quando aferida por qualquer outro profissional da saúde. ★ Deve-se repetir a medida em vários momentos da consulta, pois a pressão pode ser inferior no início e mais elevada ao final da consulta. ★ Elevação transitória da pressão em decorrência da elevação do débito cardíaco e da vasodilatação esplâncnica. ★ Queda fisiológica da pressão arterial durante o período de sono; ★ Elevação da pressão arterial nas primeiras horas da manhã; ★ Níveis pressóricos maiores na posição deitada, devido ao estímulo dos pressorreceptores. ★ Em pé há discreta redução da pressão sistólica (estímulo dos pressorreceptores carotídeos e elevação na pressão diastólica pelo aumento da resistência periférica). Pressão arterial VALORES NORMAIS DA PRESSÃO ARTERIAL E VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS ● São aceitos como valores normais as cifras de PA<140 X 90 mmHg. ● Valores maiores ou iguais a esses: hipertensas. Obs.: há diferenças dessas cifras quanto à idade, ao sexo, à raça, ao sono, às emoções, ao exercício muscular e à alimentação. Pressão arterial PULSO ALTERNANTE É um importante sinal de insuficiência ventricular esquerda, pesquisado durante a medida da pressão arterial com a técnica de, ao desinsuflar o manguito, ficar atento à intensidade dos ruídos que constituem a fase I da escala de Korotkoff, pois o pulso alternante é reconhecido neste momento pela alternância de um ruído forte e um fraco. PRESSÃO DIFERENCIAL É a distinção entre a pressão sistólica e a diastólica. Exames Complementares Alterações do Eletrocardiograma Arritmias perturbação na formação do estímulo Taquicardia sinusal Aumento do número de batimentos cardíacos. Adultos 150 bpm/min / Crianças 180 bpm/min. Bradicardia sinusal Redução do número de batimentos cardíacos. Frequência cardíaca abaixo de 60 por minuto. Alterações do Eletrocardiograma Arritmia sinusal Variação na frequência cardíaca: na fase inspiratória, há aumento do número de batimentos cardíacos e, na expiratória, diminuição. Parada sinusal Consiste na ausência de batimentos cardíacos por depressão do automatismo do nó sinusal. Tempo de falência variável. Arritmias perturbação na formação do estímulo Alterações do Eletrocardiograma Ritmo juncional ● O centro de formação de estímulos situa-se na junção atrioventricular. ● Depressão do automatismo do nó sinusal; Bloqueio de estímulos. Extrassistolia Arritmias Extrassinusais FC: 40-50 bpm/min. Impedir a parada cardíaca. ● Sístoles extras; ● Estímulos em focos ectópicos; ● Anterior ao da sístole normal. Supraventricular: origem nos átrios ou na junção atrioventricular. Ventricular: origem em qualquer dos ventrículos Alterações do Eletrocardiograma Taquicardia paroxística ● Foco ectópico ativo; ● Localização supraventricular ou ventricular, ● FC: 150 e 250 por minuto. Arritmias por perturbação na condução do estímulo Início e término súbito; Duração: segundos, horas ou dias. Alterações do Eletrocardiograma Arritmias por perturbação na condução do estímulo Bloqueio Atrioventriculares: Estímulo gerado no nó sinusal não chega ao ventrículo. 1° Grau: todos estímulos alcançam os ventrículos → atraso na velocidade. PR > 0,20 s. 2° Grau: nem todos os estímulos alcançam os ventrículos. Dividido em 3 tipos: Wenckebach (Mobitz I): atraso cada vez maior na condução do estímulo no nível do nó atrioventricular até que um deles não consegue vencê-lo, ficando bloqueado. Mobitz lI: alguns estímulos são conduzidos em tempo normal e outros ficam bloqueados. Bloqueio de grau avançado: 2 ou mais ondas P consecutivas são bloqueadas. 3° Grau: nenhum estímulo sinusal ultrapassa o nó atrioventricular. Alterações do Eletrocardiograma Arritmias por perturbação na condução do estímulo A. Bloqueio AV de 1° grau, observando-se simplesmente um alongamento do intervalo PR. B:Bloqueio AV de 2° grau(Mobitz I). O intervalo PR aumenta progressivamente de duração até que uma onda P não é seguida de complexo QRS (onda P bloqueada). Alterações do Eletrocardiograma Arritmias por perturbação na condução do estímulo C: Bloqueio AV de 2° grau, tipo Mobitz 11. Para cada complexo ventricular, há 2 ondas P, uma seguida de QRS, outra não (bloqueio de 22 grau 2:1 ). D: Bloqueio AV de 3° grau. As ondas P são independentes dos complexos QRS. Alterações do Eletrocardiograma Dissociação atrioventricular Há 2 centros de estimulogênese no coração; um deles ativa os átrios e outro, os ventrículos. Arritmias por perturbação na condução do estímulo 1°: nó sinusal 2°: junção atrioventricular - frequência maior. Alterações do Eletrocardiograma Bloqueio de ramo Retardo ou impossibilidade de condução do estímulo no nível dos ramos direito ou esquerdo do feixe de His. Arritmias por perturbação na formação e na condução do estímulo Bloqueio incompleto: apenas retardo. Bloqueio completo: impossibilidade da passagem. Fibrilação atrial ● A atividade do nó sinusal é substituída por estímulos nascidos na musculatura atrial. ● Frequência de 400-600/ min. Não há ondas P no ECG; Ondulações irregulares (f) Alterações do Eletrocardiograma Flutter atrial ● A atividade do nó sinusal é substituída por estímulos nascidos na musculatura atrial. ● Frequência: menor e regular - 300/400. Arritmias por perturbação na formação e na condução do estímulo Ondas P substituídas por ondulações em dente de serra (Ondas F) Fibrilação e flutter ventricular ● Centro de estimulogênese situa-se no nível ventricular. ● Frequência muito elevada - GRAVE ● Morte em poucos minutos Fibrilação: parada cardíaca Flutter: contração ventricular ineficiente. Alterações do Eletrocardiograma Arritmias por perturbação na formação e na condução do estímulo Teste Ergométrico ou Teste de esforço Exame que avalia o trabalho cardíaco durante um esforço físico, programado e progressivo.É utilizado no estudo das: ● coronariopatias, ● hipertensão arterial, ● miocardiopatias, ● arritmias, ● avaliação da eficácia de medicamentos e condicionamento físico para a prática de esportes, ● avaliação médico-trabalhista e reabilitação cardíaca, ● análise da frequência cardíaca, ● curva da pressão arterial, ● dor torácica ou sintomas compatíveis com isquemia miocárdica suspeitada. Teste Ergométrico ou Teste de esforço Resposta cardiovascular ao exercício Para analisar a resposta do sistema circulatório ao exercício, considera-se: Frequência cardíaca: A elevação da frequência cardíaca tem uma relação linear com a intensidade do exercício realizado: ● Frequência cardíaca submáxima: 195 - idade do paciente. ● Frequência cardíaca máxima: 220 - idade do paciente. ● Uma vez interrompido o esforço, a frequência cardíaca diminui rapidamente nos primeiros segundos; a seguir, continua decrescendo mais lentamente, até que, ao final do 8° minuto de recuperação, encontra-se pouco acima da frequência de repouso. Sexo feminino Idade Jovem Sedentarismo Emoção Estatura menor Estatura menor FC elevada Teste Ergométrico ou Teste de esforço Resposta cardiovascular ao exercício Para analisar a resposta do sistema circulatório ao exercício, considera-se: Volume sistólico: O aumento do volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo em cada sístole (VS) durante o exercício depende do aumento do retorno venoso e da contratilidade miocárdica. Frequência cardíaca acima de 180 bpm encurta o tempo de enchimento diastólico do ventrículo esquerdo, com diminuição do volume sistólico. Débito cardíaco: O débito cardíaco (DC) é obtido pela multiplicação da frequência cardíaca (FC) em um minuto pelo volume ejetado em cada sístole (VS), ou seja: DC = FC X VS. O débito cardíaco aumenta na dependência do maior consumo de oxigênio periférico imposto pelo esforço físico progressivo. Teste Ergométrico ou Teste de esforço Resposta cardiovascular ao exercício Para analisar a resposta do sistema circulatório ao exercício, considera-se: Pressão Arterial: PA sistólica se eleva progressiva e paralelamente com a sobrecarga imposta ao indivíduo durante o teste. Aumento do débito cardíaco (DC = FC X VS), o qual cresce, também, progressivamente com o esforço. Após a interrupção do teste, a pressão arterial sistólica cai rapidamente. PA diastólica pouco se altera durante o esforço porque o aumento do débito cardíaco é compensado pela vasodilatação arteriolar que ocorre nos músculos em atividade. Diferença arteriovenosa de oxigênio: No pico do esforço máximo, a extração de O2 do sangue arterial é maior e o sangue venoso que deixa os músculos em atividade apresenta baixo teor de O2. Assim, a diferença arteriovenosa está aumentada . Teste Ergométrico ou Teste de esforço Resposta cardiovascular ao exercício Para analisar a resposta do sistema circulatório ao exercício, considera-se: Fluxo coronariano: Durante o repouso, bem como no exercício, o fluxo coronariano é diretamente proporcional ao débito cardíaco. Repouso: 60 a 70 ml/min/100 g de tecido miocárdico. Teste: valores 5 x maiores. . Duplo produto: o consumo de oxigênio pelo miocárdio (DP). DP = FCm X PAS (frequência cardíaca máxima x pressão arterial sistólica). Análise comparativa do consumo de O2 pelo miocárdio, em um mesmo indivíduo, em diferentes condições (p. ex., antes e depois do uso de um determinado medicamento). Teste Ergométrico ou Teste de esforço Interpretação do teste de esforço Teste de esforço normal: respostas fisiológicas - tendo em conta a idade, o sexo e as condições físicas individuais - e as manifestações de cansaço muscular e dificuldades respiratórias permanecem compatíveis com o esforço realizado; Não ocorre dor torácica ou nos membros superiores indicativa de angina de peito; Não surgem arritmias nem alterações eletrocardiográficas; Não se observam anormalidades na ausculta cardíaca e pulmonar. Insuficiência ventricular esquerda: aparecimento de dispneia, tosse, palidez, sudorese fria, sinais de baixo débito cerebral, taquicardia desproporcional ao esforço realizado, pequena elevação da pressão arterial, ocorrência de terceira bulha e estertores finos nas bases pulmonares . É necessário especificar se a insuficiência ventricular esquerda surgiu após pequeno, médio ou grande esforço. Teste Ergométrico ou Teste de esforço Interpretação do teste de esforço Resposta pressórica anormal: Pode ser por diminuição ou aumento anormal dos níveis tensionais. Quando ocorre queda da pressão arterial superior a 10 mmHg por 2 estágios seguidos ou quando a elevação da pressão arterial sistólica é inferior a 10 mmHg por 2 estágios consecutivos, ambas as circunstâncias são compatíveis com isquemia miocárdica, miocardiopatia ou disfunção sistólica. Duplo produto baixo: Valores abaixo de 23.000 são altamente sugestivos de insuficiência coronariana. O valor do duplo produto diminui com o aumento do número de artérias comprometidas . Teste Ergométrico ou Teste de esforço Interpretação do teste de esforço Resposta isquêmica: aparecimento de dor precordial ou retroesternal, com ou sem irradiação para os membros superiores, dorso, pescoço, mandíbula ou região epigástrica; sudorese fria, palidez; dispnéia desproporcional ao esforço, elevação discreta ou até diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, com ou sem arritmias ventriculares. Eletrofisiologia clínica do coração O estudo eletrofisiológico é um método invasivo, realizado em sala de hemodinâmica, usando-se aparelho de radioscopia e polígrafo para registro dos potenciais intracavitários, além de gerador artificial de estímulos elétricos. A Radioscopia (ou Fluoroscopia) é um tipo de exame de imaginologia médica que mostra uma imagem de raios-x contínua em um monitor. O polígrafo, é aparelho específico para a gravação do eletrocardiograma e da atividade elétrica intracardíaca, permitindo o diagnóstico de focos elétricos anormais, que causam as arritmias. Representação esquemática do estudo eletrofisiológico do coração. A. Sistema excitocondutor do coração B. Eletrocardiograma (onda P, intervalo PR, complexo QRS). C. Eletrograma intracardíaco. Fonte: Porto Eletrocardiografia dinâmica (Holter) Técnica que tem como princípio básico o registro da atividade elétrica do coração durante longos períodos: 12 ou 48 h. Enquanto estiver com o aparelho, o paciente faz um relatório de suas atividades, com os respectivos horários, descrevendo os sintomas apresentados e tudo o que ocorreu com ele durante aquele intervalo de tempo. Frequência cardíaca máxima e mínima alcançada. Representação do exame Holter. Fonte: google imagens. Ecocardiografia Pode determinar o tamanho das câmaras cardíacas, massa e função ventricular, alterações morfodinâmicas valvares e parâmetros hemodinâmicos. O ecocardiograma torna possível a aquisição de imagens tridimensionais, proporcionando avaliação espacial das alterações cardíacas ainda mais exata. Ecocardiograma bidimensional (A) comparado com peça anatômica (B) em corte apical 4 câmaras. Fonte: Porto 2014. Cateterismo cardíaco e angiografia cardíaca Angiografia: Com relação ao ventrículo esquerdo, observam -se seu tamanho e seu formato, a contração e o relaxamento da parede ventricular. Hipocinesia: áreas que se contraem menos vigorosamente. Acinesia: áreas que não se contraem. Discinesia: áreas que se expandem com movimento contrário durante a sístole ventricular. Modificações da contratilidade miocárdica durante o estresse. A deterioração contrátil de segmentos previamente normais ou hipocinéticos indica resposta isquêmica. Fonte: Porto 2014. Cateterismo cardíaco e angiografia cardíaca Coronariografia: consiste na dissecção da artéria braquial direita ou esquerda, pela qual se introduz o cateter. Possibilita a avaliação anatômica da árvore coronária. A obstruçãode um vaso coronário por placa aterosclerótica e/ou trombo é evidenciada pela redução do seu calibre ou pela interrupção do contraste, em casos de oclusão. Coronariografia. A. Artéria coronária esquerda normal. B. Lesão crítica (subtotal) na coronária direita. C. Ventriculografia. Fonte: Porto 2014. Ressonância magnética do coração e dos grandes vasos A ressonância magnética é um método de diagnóstico por imagens, obtidas por intermédio de um forte campo magnético. As indicações da ressonância magnética são aquelas nas quais existe a necessidade de avaliar o conteúdo ou a morfologia das câmaras cardíacas e dos grandes vasos. Ressonância nuclear magnética. Corte sagital mostrando cavidades cardíacas e aorta desde sua origem no ventrículo esquerdo. Fonte: Porto 2014. Doenças da aorta e do coração ESTENOSE INSUFICIÊNCIAX Valva não abre adequadamente e dificulta a passagem do sangue adiante. Ocorre quando a função de evitar o refluxo de sangue está prejudicada sobrecarga de volume sobrecarga de pressão Sobrecarga de volume A sobrecarga de volume leva a uma dilatação das cavidades para poder acomodar o excesso de sangue que passa nessas câmaras. No caso de uma insuficiência mitral, encontraremos uma dilatação do átrio esquerdo, bem como uma hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo. O mesmo ocorre de forma contralateral na insuficiência tricúspide. Sobrecarga de pressão A sobrecarga de pressão leva a uma hipertrofia da cavidade acometida. No caso de uma estenose aórtica, encontramos uma hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo. A estenose mitral leva a uma sobrecarga pressórica do átrio esquerdo com sua consequente dilatação. Como as veias pulmonares não apresentam válvulas, a pressão é transmitida de forma retrógrada ao lado direito do coração com surgimento de hipertensão arterial pulmonar e possível repercussão do lado direito do coração. Insuficiência Cardíaca Se caracteriza por um distúrbio do desempenho miocárdico e da ativação progressiva do sistema neuroendócrino que acarreta insuficiência circulatória e congestão. Terminologia Insuficiência cardíaca sistólica é estabelecida por um distúrbio da contratilidade do ventrículo esquerdo (VE), medida por meio da fração de ejeção (FE). Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) - utilizado para descrever a insuficiência cardíaca, mas nem todos os pacientes com insuficiência cardíaca apresentam sinais e sintomas de congestão. Insuficiência cardíaca aguda costuma se referir a episódios de agravamento agudo dos sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, em decorrência de inúmeros agentes precipitantes. Insuficiência Cardíaca - Sinais e sintomas ● Dispneia (aos grandes esforços); ● Ortopneia (ou seja, dispneia de decúbito); ● Dispneia paroxística noturna (DPN) ● Padrão respiratório de Cheyne-Stokes; ● Fadiga; ● Astenia e má tolerância física aos esforços; ● Tonturas; ● Palpitações e síncope; ● Anorexia e dor abdominal (IC avançada); ● Acúmulo de líquido ou volume. O exame físico de um paciente com insuficiência cardíaca sistólica apreciável pode não revelar anormalidade alguma. É necessário um alto nível de suspeita com base nos sintomas. Esquema do quadro clínico da insuficiência cardíaca. Fonte: Porto, 2014. Insuficiência Cardíaca - Avaliação laboratorial Exame de sangue: Peptídios natriuréticos, como o peptídio natriurético tipo B (BNP). Eletrocardiograma: pode oferecer informações diagnósticas sobre causa da insuficiência cardíaca. É importante procurar por sinais de IC prévio: aumento e hipertrofia de cavidades, bloqueio cardíaco, arritmias, derrame pericárdico. Radiografia de tórax: o aumento da silhueta cardíaca implica insuficiência VE ou biventricular. Insuficiência cardíaca. A. A radiografia do tórax evidencia cardiomegalia, congestão pulmonar e derrame pleural à direita. B. Após o tratamento, observam-se normalização da área cardíaca. Fonte: Porto, 2014. Defeitos orovalvares adquiridos Insuficiência aórtica: é a incapacidade de fechamento das sigmoides aórticas, tomando possível o refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo durante a diástole. Causas: moléstia reumática, sífilis, aterosclerose, endocardite infecciosa e doença primária das valvas semilunares. A origem congênita é rara. Sinais e sintomas: dispnéia, angina no peito, ictus cordis - deslocado para baixo e para a esquerda, o sopro diastólico, sopro sistólico (casos graves), aumento ou diminuição da pressão sistólica, pulsações visíveis das carótidas (dança arterial), pulsação na base da língua (sinal de Minervini), duplo sopro auscultado à compressão da artéria femoral (sinal de Duroziez). Sinais periféricos de insuficiência aórtica. Fonte: Porto, 2014. Defeitos orovalvares adquiridos Estenose aórtica: consiste na redução do orifício da valva aórtica e em alterações da via de saída do ventrículo esquerdo. Causas: malformação congênita, moléstia reumática ou degeneração senil com deposição de cálcio. Sinais e sintomas: hipertrofia ventricular esquerda (que é o mecanismo de que dispõe o coração para vencer a obstrução). Insuficiência coronariana, angina de peito, e fenômenos sincopais após esforço. Estenose aórtica. Fonte: Cardio Sugery Post. Disponível em: https://www.cardiosurgerypost.com/single-post/2019/10/12/an%C3%A1lise-morfol%C 3%B3gica-da-estenose-a%C3%B3rtica-como-definir-a-etiologia-no-intra-operat%C3% B3rio. Defeitos orovalvares adquiridos Insuficiência Mitral: consiste no fechamento incompleto da valva mitral com refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Causas: moléstia reumática, prolapso valvar mitral, infarto agudo do miocárdio (ruptura do m. papilar), cardiomiopatias e a miocardiosclerose. Sinais e sintomas: ventrículo esquerdo hipercinético (s/ dilatação), ictus cordis de intensidade maior (não deslocado), sopro sistólico de regurgitação no foco mitral, uma 4° bulha originada pela contração vigorosa do átrio esquerdo. Insuficiência mitral. Fonte: Brazilian Journal of cardiovascular sugery. Disponível em: https://blog.bjcvs.org/single-post/2018/07/26/insuficiencia-valvar-mitral-como-manejar-em-p acientes-frageis/. Defeitos orovalvares adquiridos Estenose Mitral: consiste no estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo devido a espessamento e fibrose das cúspides valvares com fusão das suas comissuras → 10 anos. Causas: moléstia reumática, síndrome carcinoide, artrite reumatoide, lúpus eritematoso (causas mais raras). Estenose mitral leve: com área maior que 2,5 cm2 , o paciente permanece assintomático, mesmo executando esforços físicos. Há moderado aumento da pressão no átrio esquerdo (volume-minuto dentro do normal), hiperfonese da 1° bulha cardíaca no foco mitral. Valor normal é em torno de 5 cm2. B. Orifício mitral estreitado em decorrência de moléstia reumática. Fonte: Porto, 2014 Defeitos orovalvares adquiridos Estenose mitral moderada: área reduzida a aproximadamente 1,5 cm2. Apresenta dispneia e palpitações após esforços, que traduzem a congestão na circulação pulmonar. Fenômenos estetoacústicos: ● 1 ª bulha cardíaca hiperfonética no foco mitral; ● estalido de abertura mitral; ● 2ª bulha cardíaca hiperfonética no foco pulmonar. Estenose mitral. A. Radiografia do tórax em PA e perfil mostrando uma silhueta tipo mitral com arco médio abaulado, pela dilatação da artéria pulmonar e da auriculeta esquerda, e crescimento ventricular direito. No perfil, chama a atenção a compressão do esôfago pela dilatação do átrio esquerdo (setas}. Fonte: Porto, 2014. Defeitos orovalvares adquiridos Estenose mitral grave: área valvar menor que 1 cm2. Apresenta-se dispneia intensa (mínimos esforços e na posição deitada), dispneia paroxística noturna, tosse seca e hemoptise. Fenômenos estetoacústicos: ● Estalido de abertura mitral mais precoce; ● Sopro diastólico mais duradouro. Consequências da pressão elevada do átrio direito:● Congestão pulmonar; ● Hipertensão pulmonar (espessamento VD). Estenose mitral. A. Radiografia do tórax em PA e perfil mostrando uma silhueta tipo mitral com arco médio abaulado, pela dilatação da artéria pulmonar e da auriculeta esquerda, e crescimento ventricular direito. No perfil, chama a atenção a compressão do esôfago pela dilatação do átrio esquerdo (setas}. Fonte: Porto, 2014. Defeitos orovalvares adquiridos Insuficiência tricúspide: decorre do incompleto fechamento da valva tricúspide, com regurgitação de sangue para o átrio direito. Causas: Origem Orgânica: estenose tricúspide. Origem funcional: insuficiência ventricular direita por hipertensão pulmonar. Sinais: VD hipertrofiado; sopro holossistólico; pulsação hepática sistólica. Insuficiência da valva tricúspide. Antoniali, 2006. Prolapso da valva mitral Caracterizada pela protrusão de uma ou ambas as cúspides valvares para dentro do átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Causas: Alteração mixomatosa das valvas Sintomatologia: arritmias e dor precordial sem as características da dor de isquemia miocárdica. Prolapso da valva mitral. A. Representação esquemática do prolapso da valva mitral com e sem insuficiência mitral. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Comunicação interatrial (CIA): o tipo mais comum é ostium secundum, que é representado por um orifício localizado na fossa oval. A característica hemodinâmica principal é o hiperfluxo pulmonar devido ao desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito. Sintomatologia: portadores só apresentam na idade adulta. Em crianças apenas quando há comunicação muito ampla: dispnéia de esforço e bronquites de repetição. Comunicação interatrial (CIA). A. Representação esquemática da comunicação interatrial (a seta indica a direção do fluxo sanguíneo de AE para AO). B. Angiografia mostrando passagem do cateter pela comunicação entre os átrios. O contraste injetado no átrio esquerdo alcançou o átrio direito. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Comunicação interventricular (CIV): defeito do septo interventricular que estabelece a comunicação entre os ventrículos. Fenômeno hemodinâmico: passagem de sangue do ventrículo esquerdo para o direito durante a sístole ventricular. Hiperfluxo pulmonar com aumento do retorno sanguíneo ao átrio esquerdo, elevando sua pressão e causando hipertensão venocapilar pulmonar. Comunicação interventricular (CIV). A. Desenho esquemático da CIV. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Comunicação interventricular (CIV) Manifestações clínicas: dispnéia ao mamar; ganho de peso lento; insuficiência cardíaca (grandes comunicações). Ausculta: hiperfonese da 2° bulha cardíaca no foco pulmonar; sopro holossistólico de regurgitação. ECG: sobrecarga atrial esquerda e sobrecarga biventricular. B. Angiografia com injeção de contraste em VE, evidenciando sua passagem para VD (setas). Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Persistência do canal arterial: O canal arterial é um conduto que conecta a artéria pulmonar à aorta durante a vida fetal. Quando permanece aberto → Persistência do canal arterial (PCA). Possibilita a passagem de sangue da aorta para a artéria pulmonar. Sintomatologia: sobrecarga ventricular esquerda, 3° bulha cardíaca e um sopro contínuo (audível no 1° e no 2º EIC esquerdo). ECG: sobrecarga atrial e ventricular esquerda. Radiografia de tórax: dilatação do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, abaulamento da artéria pulmonar e aumento da circulação pulmonar. Persistência do canal arterial (PCA). A. Desenho esquemático do PCA. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Estenose Pulmonar: ocorrência de valvas semilunares malformadas, com um orifício central ou próximo ao centro, que impossibilita a abertura normal da valva → hipertrofia do ventrículo direito. Classificação: Leve: gradiente pressórico entre a artéria pulmonar e o ventrículo direito é de 25 a 50 mmHg; Moderada: 50 a 100 mmHg; Grave: maior que 100 mmHg. Sintomatologia: insuficiência ventricular direita, com os clássicos sinais de hipertensão venosa. Estenose pulmonar (EP). A. Desenho esquemático da EP. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Estenose Pulmonar Dados semióticos: Leve: ouve-se um clique de ejeção precoce, mais intenso à expiração. Moderada: batimento ventricular direito; o desdobramento da 2° bulha cardíaca é mais amplo; sopro mais intenso. Acentuada: batimentos do ventrículo direito são intensos, não há clique; o componente pulmonar da 2ª bulha cardíaca torna-se inaudível; sopro é sempre de grande intensidade, Estenose pulmonar (EP). A. Desenho esquemático da EP. Porto, 2014. Cardiopatias congênitas Tetralogia de Fallot: constituída de 4 defeitos anatômicos: comunicação interventricular, estenose pulmonar infundibulovalvar, dextroposição da aorta e hipertrofia do ventrículo direito. Gravidade depende do grau da estenose pulmonar infundibulovalvar. Estenose pulmonar (EP). A. Desenho esquemático da EP. Porto, 2014. Estenose profunda Sangue que chega ao VD passa para aorta por meio da comunicação interventricular. Cianose permanente e intensa. Hipertensão Arterial ● Síndrome caracterizada por aumento dos níveis pressóricos, tanto sistólico quanto diastólico; ● 10 a 20% da população adulta são portadores de hipertensão arterial; ● É a causa direta ou indireta de elevado número de óbitos, decorrentes de acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e infarto agudo do miocárdio. ● São considerados portadores de hipertensão arterial indivíduos que apresentem pressão diastólica acima de 90 mmHg e sistólica acima de 140 mmHg. Fonte:https://www.posfmu.com.br/causas-e-tratamento s-da-hipertensao/noticia/64 Tipos de Hipertensão Arterial Hipertensão arterial sistólica isolada- são considerados portadores indivíduos que apresentam níveis de pressão diastólica abaixo de 90 mmHg e pressão sistólica igual ou superior a 140 mmHg. Hipertensão arterial lábil- quando é realizada 2 mensurações da pressão arterial, em uma primeira medida, encontra-se, por exemplo, 160/100 mmHg; em outra, feita logo a seguir, registra-se 140/90 mmHg. Crise hipertensiva- elevação repentina da pressão arterial em geral, pressão diastólica acima de 120 mmHg acompanhada de cefaleia, tonturas, palpitações e perturbações visuais. Hipertensão arterial maligna- apresenta evolução rápida, com cifras tensionais muito elevadas - frequentemente a pressão diastólica está acima de 140 mmHg -, havendo grave comprometimento dos rins, coração, cérebro e olhos. Classificação da Hipertensão Arterial Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Causas de Hipertensão Arterial Primária ou essencial: é assim chamada quando não se consegue caracterizar sua etiologia, sendo dependente de diversos fatores, tais como traço hereditário, ingestão excessiva de sal, obesidade, estresse, uso de bebidas alcoólicas, dentre outros. Caracteriza-se por elevação da resistência vascular periférica. De início, há apenas alterações funcionais das arteríolas, mas, com o passar do tempo, ocorre espessamento da camada muscular desses vasos, que provoca aumento do trabalho do ventrículo esquerdo. Os hipertensos são, em grande parte, completamente assintomáticos. Assim, o único modo de diagnosticar a hipertensão é ao medir a pressão arterial. Pode-se suspeitar de hipertensão quando o paciente relata: ● cefaleia frequentemente de localização occipital; ● zumbido no ouvido; ● fatigabilidade; ● palpitações; ● tontura; ● sensação de peso ou pressão na cabeça. Fonte:https://www.posfmu.com.br/causas-e-trata mentos-da-hipertensao/noticia/64 Hipertensão arterial secundária- Em menos de 10% dos pacientes com hipertensão arterial, é possível evidenciar uma causa responsável. ● Doenças renais: glomerulonefrite aguda e crônica, insuficiência renal, pielonefrite; ● Doenças endócrinas: doença de Cushing, acromegalia; ● Doenças
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