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SÍNDROMES MOTORAS

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GABRIEL S. MIRANDA – MEDICINA FTC 
 
SÍNDROMES MOTORAS 
 
 
 
✦ OBS: Vamos seguir aquele raciocínio básico que é 
basicamente o diagnóstico sindrômico → diagnóstico 
topográfico → diagnóstico etiológico → finalmente as 
doenças. 
✦ A motricidade ela depende fundamentalmente da 
apreensão da realidade do meio, onde aquele organismo, 
seja micro ou macro, ele quer se movimentar. Então a 
motricidade ela não se resume aos neurônios efetores, não 
apenas a execução do movimento... para entender a 
motricidade como um todo, é necessário compreender as 
suas divisões, os demais neurônios como ordenadores, 
controladores, receptores e planejadores do movimento. Só 
para ter uma ideia, 60% dos neurônios que compõem a área 
motora primária (área que sai o trato corticoespinhal) são 
sensitivos, eles são sensoriais. 
✦ Precisamos o tempo todo estar captando informações do 
meio para se movimentar, precisamos entender as 
circunstancias que nos cercam (por meio dos sentidos tátil, 
visual, auditivo...) para exercer um movimento voluntário 
eficiente (então a forma como eu me movimento na chuva 
é uma, a forma como eu me movimento em um dia 
ensolarado é outra, a forma como eu me movimento em um 
piso escorregadio é outra e por aí em diante). Então, todo 
movimento que é executado precisa ser planejado, logo, 
antes da iniciar o movimento propriamente dito, existem 
neurônios planejadores do movimento nas áreas pré-
motora e motora suplementares que fazem a apreensão 
da realidade, eles planejam o movimento de acordo com as 
circunstâncias ao redor. Essas áreas pré-motora e motora 
suplementar, ao compreender as circunstancias para o 
planejamento do movimento, ela se comunica com o 
cerebelo (ordenadores do movimento – o cerebelo então 
fica responsável pelo equilíbrio necessário para a gestação 
do planejamento do movimento) e os núcleos da base 
(controladores do movimento – determina a quantidade de 
movimento que será necessária para realizar aquele 
movimento planejado... então eu quero andar rápido 
porque o ônibus já vai sair ou eu quero andar devagar já que 
o ônibus está parado? Essa questão de quantidade de 
movimento perpassa pelos núcleos da base). Então é o 
seguinte, a informação chega na área pré-motora e motora 
suplementar (planejadores), depois segue para o cerebelo 
(ordenadores) e para os núcleos da base (controladores), 
depois esse estimulo planejado volta para as área pré-
motora e motora suplementar, para aí sim executar o 
movimento, informando a área motora primária no córtex 
frontal (localização do trato corticoespinhal)... saindo dessa 
área, o estímulo seguirá pelo corticoespinhal e 
corticoespinhal nuclear (neurônio efetor), que vai 
determinar o movimento a partir da chegada do estimulo 
em um determinado ponto da medula e a informação desse 
neurônio com o neurônio de segunda ordem (neurônio 
periférico), que vai contrair um musculo esquelético 
responsável por aquele movimento planejado. 
✦ Então entendendo essas áreas motoras, se cada uma 
dessas áreas estando disfuncionais, elas vão gerar uma 
síndrome motora especifica. Quando estivermos falando de 
uma disfunção do equilíbrio do movimento, nós temos as 
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ataxias que representam um problema do cerebelo. Quando 
nós tivermos um problema na quantidade de movimento 
para mais ou para menos (síndromes dos movimentos 
hipercinéticos ou hipocinéticos) que o problema é 
fundamentalmente nos núcleos da base. Quando não 
conseguimos planejar adequadamente os movimentos, nós 
temos as apraxias que são fenômenos de natureza cognitiva. 
✦ Já adianto que nessa aula a gente vai tratar sobre os 
problemas que envolvem os neurônios efetores (disfunções 
do trato corticoespinhal) e a clínica básica dos pacientes que 
se apresentam com tal disfunção aparecerá basicamente na 
forma de fraqueza muscular (podendo ser um problema no 
neurônio efetor de 1ª ou de 2ª ordem). 
✦ OBS: ainda tem os neurônios receptores. 
SEGUINDO... 
✦ É importante no exame físico praticar a observação uma 
vez que o paciente ao apresentar uma queixa de fraqueza 
muscular, há uma necessidade de diferenciar a origem dessa 
fraqueza em central X periférica, pois é dessa forma que 
conseguiremos topografar o local da lesão e pensar num 
diagnóstico etiológico. Devemos pensar também se é 
voluntário X automático e sincronicidade entre agonista X 
antagonista. 
JUNÇÃO MIONEURAL... 
 
✦ A via básica de transmissão nervoso que culmina com a 
motricidade é essa... O que é que a gente vê? Um 2º 
neurônio motor que envia o sinal para uma fibra muscular 
esquelética voluntária. Existe uma junção neuromuscular 
como evidenciada na imagem, onde ocorre a liberação de 
acetilcolina na fenda muscular, levando a contração do 
músculo voluntario esquelético. Lembrando que esse 
neurônio ele é trófico para a musculatura, então ele participa 
da trofia do músculo do indivíduo. Então a informação ela 
sai da medula, a partir da chegada do efetor primário (trato 
corticoespinhal), sai o neurônio de 2ª ordem que leva essa 
informação até o músculo. Como esse neurônio periférico 
ele trófico para o músculo, uma disfunção nele (neurônio 
motor de segunda ordem = inferior) vai levar uma atrofia 
muscular. Então se você não tem mais uma ligação entre o 
músculo e o neurônio motor, acaba desenvolvendo atrofia 
desse músculo (consequência direta de uma lesão do 
neurônio motor inferior). 
✦ Outra situação que envolve o neurônio motor inferior, é a 
possibilidade de fasciculação da musculatura (movimento 
vermicular, contrações involuntárias de uma unidade 
motora, visíveis e perceptíveis pelo paciente como pequenas 
contrações arrítmicas de parte de um músculo, sem 
deslocamento do segmento afetado, porque a tensão 
exercida é insuficiente). E obviamente o que pode acontecer 
é uma fraqueza muscular (quando existe lesão do neurônio 
de segunda ordem = neurônio motor inferior). 
NÍVEL MEDULAR... 
 
✦ Em tese, não existe só o trato corticoespinhal que desce 
até a medula e controla os movimentos, tem também outros 
tratos como o trato corticomedular, trato vestibuloespinhal, 
reticuloespinhal, rubroespinhal, existem vários outros tratos 
e fascículos que descem junto com trato corticoespinhal e 
modulam o movimento. Todos esses tratos e fascículos que 
atuam no neurônio periférico na medula, eles atrasam o 
movimento, obviamente é um atraso relativo, é uma 
modulação (é óbvio que se você coloca vários obstáculos no 
caminho você acaba modulando a passagem do estímulo... 
vejamos que de Feira para Salvador existem 2 pedágios, e 
esses 2 pedágios eles acabam que modulam o trajeto que 
você faz de uma cidade a outra e também atrasam a viagem 
quando a gente pensa que você precisa parar para pagar a 
viagem... é mais ou menos isso que acontece no neurônio 
motor... então existem múltiplos passos da saída da 
informação do cérebro até o nervo periférico, não é uma 
ligação direta, existem múltiplos neurônios que modulam 
esse movimento... E o que é que acontece se ocorre uma 
lesão do neurônio motor superior por consequência? Esse 
movimento ele é liberado, só existe agora a função do nervo 
periférico para movimentar esse músculo, então quando 
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ocorre a famosa liberação piramidal, você retira os 
moduladores do movimento para que a ligação seja mais 
direta entre nervo e músculo, e por isso a consequência da 
lesão do neurônio motor superior é a hiperreflexia, é como 
se tivesse a destruição de todos os pedágios e por isso é 
chamado de liberação piramidal). O contrário é verdadeiro, 
quando você lesiona o neurônio motor periférico, você 
impede a saída desse estimulo do neurônio final do 
movimento, por isso a consequência da lesão do neurônio 
motor inferior é a hiporreflexia (não liberação piramidal). 
✦ Então lesão do nervo motor superior tem hipertonia, 
fraqueza muscular e hiperreflexia. 
✦ E se for uma lesão medular, haverá fraqueza muscular a 
partir daquele nível que a medula foi lesada.NÍVEL PIRAMIDAL... 
 
✦ A informação motora ela é direcionada para a área a qual 
se quer movimentar lá no homúnculo motor, e esse 
homúnculo é funcional e será estimulado na área que se 
quer que o movimento aconteça, sendo que esse estimulo 
contralateral. Como assim? O homúnculo do lado direito 
comanda o lado esquerdo do corpo e vice versa (isso faz 
parte das células piramidais... veja na imagem onde uma 
mão, um braço, um pé... isso aí é o homúnculo que fica na 
região cortical). 
✦ Vamos lá, para entender o nível da lesão, é importante 
saber o trajeto que o estimulo passa. Ex., se a lesão for na 
medula, haverá a partir de um nível uma paraparesia, uma 
monoparesia ou uma tetraparesia. Se a lesão for no nível 
supramedular, ou seja, em qualquer ponto do cérebro, 
haverá uma hemiparesia dependendo do nível do cérebro 
em associação com outras alterações... por exemplo, se for 
em tronco encefálico, então terá uma hemiparesia com 
alguma alteração de nervo craniano, se for na cápsula 
interna (ponto de junção das fibras) haverá uma hemiparesia 
pura, se for já um lesão em uma área especifica do trato 
corticoespinhal lá no homúnculo, terá uma hemiparesia dita 
proporcionada, com alguma incapacidade em uma região 
especifica do corpo (lá no homúnculo motor... então eu lesei 
a parte pontual de pé lá no homúnculo, então a 
monoparesia vai se apresentar pontualmente em um dos 
pés). 
NÍVEL EXTRAPIRAMIDAL... 
 
✦ No nível extrapiramidal nós temos os núcleos da base que 
fazem parte do controle da quantidade de movimento 
(coreia, balismo, Parkinson, são todas questões 
consequentes de alterações dos núcleos da base... mas vale 
ressaltar que quando acomete só os núcleos da base, não 
envolve alteração de fraqueza muscular... então estamos 
falando das síndromes cinéticas, hipo ou hipercinéticas). 
✦ Tudo que não é piramidal (que não gera fraqueza no 
distúrbio do movimento) é chamado de extrapiramidal. 
EXAME DA FUNÇÃO MOTORA 
→ Inspeção (ver atrofias, malformação, postura viciosa, etc.) 
→ Pesquisa do tônus. 
→ Teste de força muscular. 
→ Equilíbrio. 
→ Reflexos superficiais e tendinosos. 
→ Exame da marcha. 
✦ EX., alguém que tenha uma dificuldade de 
movimentação/fraqueza do pé direito. Onde é que esse 
paciente pode ter uma lesão do ponto de vista motor? Esse 
paciente ele pode ter uma lesão no neurônio motor inferior 
se ele tiver uma lesão no neurônio tibial ou fibular? Se o 
problema é na flexão plantar ou na dorsoflexão, o tibial e o 
fibular podem estar lesados e gerando essa fraqueza no pé? 
Podem! Aí os comemorativos de hiporreflexia, hipotonia, 
atrofia, vão estrar presentes para favorecer ou não essa 
consideração (se estiverem presente, favorecem essa teoria). 
Continuando... esse paciente poderia ter uma lesão em nível 
medular? Em tese é improvável, já que a lesão em nível 
medular ela é segmentar, ela estabelece um nível lesado, é 
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improvável que a pessoa tenha uma fraqueza 
exclusivamente no pé se tiver uma lesão medular... ele pode 
ter uma fraqueza na perna, mas não do pé. Essa lesão pode 
ser supramedular? Se a lesão é no tronco encefálico 
esquerdo, pode envolver fraqueza do pé direito? É 
improvável já que as fibras elas acabam enviando 
informações para todo um lado do corpo, esse paciente 
deveria ter uma hemiparesia direita e não uma monoparesia 
de membro inferior direito, do mesmo modo para tálamo, 
cápsula interna, são topografias improváveis que 
representam a lesão topográfica para essa fraqueza no pé 
direito. Esse paciente poderia ter lesionado a área motora 
do homúnculo onde tem pontualmente o pé? Pode! Então 
ele pode ter uma lesão de um neurônio motor inferior (um 
nervo periférico) ou ele pode ter uma lesão do neurônio 
motor superior na representação do pé no homúnculo. O 
que vai diferenciar ser central ou periférica? Nesse caso, de 
ser no neurônio motor inferior ou superior? Os 
comemorativos. 
TÔNUS MUSCULAR 
✦ O tônus muscular (pode estar aumentado ou diminuído) 
é a semi-contração do músculo em repouso, ele é produto 
da necessidade de localizarmos cada parte do corpo no 
espaço. Explico-me, como é que o meu cérebro sabe onde 
está o meu hálux direito? Por meio de gasto energético! O 
cérebro só percebe algo no espaço em relação a si o que 
envolve gasto energético, a única forma que o cérebro 
consegue identificar algo no espaço é porque houve gasto 
de energia e essa energia foi suficientemente capaz de 
estimular o cérebro para esse entendimento. Então o estado 
de propriocepção consciente (no paciente acordado) das 
minhas partes do corpo no corpo, se dá por esse estado de 
semi-contração muscular. Essa semi-contração não envolve 
necessariamente movimentação, contração não 
necessariamente envolve movimento. 
✦ O tônus muscular possui uma certa relação com o 
cerebelo e núcleos da base, o sistema extrapiramidal.
 
 
INSPEÇÃO E PESQUISA DO TÔNUS 
✦ Devemos fazer a inspeção da musculatura, observação de movimentos anormais, palpação da musculatura e a 
movimentação passiva. 
✦ Esse tônus muscular ele pode ser pesquisado pela inspeção da musculatura e da movimentação passiva do membro. 
Toda vez que tiver hipertonia o movimento passivo estará dificultado e toda vez que tiver hipotonia o movimento passivo 
estará patologicamente facilitado. 
TESTE DE FORÇA MUSCULAR 
 
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✦ Quantificar o grau de perda de força muscular. O grau de força do paciente que consegue vencer a força da gravidade é 
diferente do grau daquele paciente que não consegue nem sair da cama por conta de fraqueza muscular. Então eu preciso 
graduar a força para ver a intensidade do problema. 
✦ As provas de força de barré e mingazzini são utilizadas principalmente para a verificar força de grau IV que é mais difícil 
de perceber. 
 
✦ Prova de mingazzini: teste para evidenciar uma paresia ligeira de um membro inferior. O teste é positivo quando, ao 
mandar o doente elevar em paralelo os dois membros inferiores, o membro afetado cai. 
✦ Provas de barré (pode ser feita em MMII ou MMSS): colocando o indivíduo com os membros superiores estendidos 
com as palmas das mãos viradas uma para a outra e os polegares para cima ou com os membros inferiores (com o indivíduo 
em decúbito ventral) e a perna fletida em ângulo reto sobre a coxa. A prova é positiva quando o membro afetado não 
consegue manter-se nessas posições e cai, com maior ou menor rapidez. 
✦ Prova dos braços estendidos: vencer a ação da gravidade sem deixar o membro cair. 
MEMBROS SUPERIORES 
 
 
 
 
✦ Então diante de uma monoparesia, é importante tentar 
entender se o problema não é exclusivamente de um nervo 
ou de um agrupamento muscular. Então precisa-se 
entender os nervos que estão associados a cada movimento 
dos membros superiores. Dentro da fraqueza de um 
membro, tentar determinar qual porção desse membro não 
executa corretamente o movimento, pois a decomposição 
do movimento facilita a topografia da lesão. Por exemplo, 
um paciente mexe o braço normal, mas tem problema de 
movimentação na flexão do antebraço vamos pensar em 
lesão de nervo radial, mas se ela apresenta uma alteração 
que envolve o braço inteiro, aí vamos pensar mais em algum 
de origem central e não de nervo periferico. 
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MEMBROS INFERIORES 
 
✦ Envolvimento do plexo lombo-sacro. 
✦ Ex., se tem uma monoparesia do membro inferior direito 
e nos testes ele tem uma flexão-plantar normal e uma 
dorsoflexão normal, enquanto ele movimenta a perna 
normalmente, então provavelmente não é uma lesão 
central, é uma lesão do nervo fibular. 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
✦ Teste de Romberg: Nele, o paciente é orientado a ficar 
em pé, com os braços juntos ao corpo. A princípio, os olhos 
devem ficar abertos, mas precisam ser fechados alguns 
segundos depois. Isso é feito para observar a diferença entre 
a oscilação com e sem o auxílio da visão. São esperadas 
algumas oscilações, principalmente nas articulações enos 
tornozelos e nos joelhos, mas quedas são preocupantes. 
Quando elas são laterais, há indícios de lesões labirínticas 
periféricas. Em outros tipos de quedas, como as para trás, 
há a possibilidade de lesões centrais. 
✦ Positividade do teste romberg quando o paciente dá um 
passo lateral, ou pela abertura dos olhos ou desequilíbrio, 
daí temos alteração do equilíbrio estático... lesão na 
propriocepção e/ou vestibular. 
✦ Teste de fukunda pode ajudar a refinar o romberg. 
EQUILÍBRIO DINÂMICO 
 
✦ Aqui são provas cerebelares. 
✦ A coordenação apendicular (capacidade de movimentar 
os membros ou manusear objetos com eles) é testada por 
meio das provas index-nariz, index-index e calcanhar-
joelho, realizadas com os olhos abertos e fechados. Na 
prova de index-nariz, o paciente deve tocar o indicador na 
ponta do nariz e estender o braço, repetindo o movimento 
diversas vezes. Na prova index-index, o alvo é o próprio 
dedo do examinador, que muda de posição quando o 
indivíduo está levando seu dedo ao nariz. Na prova do 
calcanhar-joelho, o paciente é orientado a tocar o joelho 
de uma perna com o calcanhar contralateral e deslizar o 
calcanhar pela tíbia até o pé. O movimento é repetido 
algumas vezes. O movimento normal é harmonioso, e a 
presença de decomposição do movimento, erros de medida 
ou de direção sugere ataxia apendicular. Nas patologias 
centrais e cerebelares os erros da manobra são na medida. 
✦ Prova de diadococinesia: O paciente realiza movimentos 
repetitivos e alternados em pronação e supinação das mãos 
sobre os joelhos. Este teste estará alterado em patologias 
cerebelares. Então é positiva quando o paciente é incapaz 
de executar movimentos coordenados e alternados. 
REFLEXOS SUPERFICIAIS E TENDINOSOS 
✦ São reflexos osteotendineos ou superficiais, podendo 
estar diminuídos ou aumentados. 
 
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✦ O músculo reto abdominal foi adaptado para segurar as 
vísceras abdominais. Quando você estimula 
superficialmente essa região, você contrai essa região em 
resposta ao estimulo instintivo de segurar as vísceras. 
Quando essa musculatura não contrai, você tem uma perda 
do reflexo cutâneo abdominal que infere uma lesão do 
neurônio motor superior, esse neurônio está perdendo a sua 
maturação. A mesma coisa para o reflexo cutâneo plantar. 
Normal é a flexão dos dedos e anormal a extensão dos 
dedos... o ser humano precisa não cair ao andar de pé (até 
6 meses é normal o reflexo ser extensor, porém depois é 
normal fazer flexão) ... quando uma pisa numa lasca de 
madeira, ou um prego, precisa fixar o pé no solo e por isso 
ela faz o movimento de flexão. Quando ocorre o movimento 
extensor dos dedos, dizemos então que tem uma lesão do 
nervo motor superior.
 
EXAME DA MARCHA 
 
 
SÍNDROMES MOTORAS 
→ Síndrome do neurônio motor superior. 
→ Síndrome do neurônio motor inferior. 
→ Doenças de junção. 
→ Miopatias. 
→ Síndrome do movimento hipercinético. 
→ Síndrome do movimento hipocinético. 
→ Ataxias. 
✦ Todas as pessoas com dificuldade na motricidade, terá 
uma dessas síndromes. 
 
 
FRAQUEZA 
✦ Paresia (= fraqueza) X Plegia (= incapacidade total de 
realizar movimento). 
✦ Mono (= 1 membro) X Para (= 2 membros inferiores) X 
Tetra (= 4 membros) X Hemi (= 1 lado do corpo). 
✦ Padrões (esses termos acima são importantes na 
descrição do padrão). 
✦ Dimidio = hemicorpo. 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR 
✦ O problema é no neurônio motor de primeira ordem = 
neurônio motor superior. São alterações piramidais. 
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✦ O sinal mais conhecido associado a esta síndrome é o 
sinal de Babinski (resposta plantar extensora). 
✦ Reflexos cutâneo abdominais abolidos (conforme 
topografia da lesão). 
✦ Atenção à fraqueza da face. 
✦ Pode ser que no começo tenha uma hipertonia e uma 
hiporreflexia, podendo se estabelecer uma hiperreflexia 
depois de umas 4 semanas (para esse tipo de síndrome o 
“normal” é uma hiperreflexia). 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR 
✦ Fasciculação. 
✦ Reflexos diminuídos. 
✦ Atrofia. 
✦ Hipotonia. 
✦ Fraqueza. 
✦ Hiporreflexia/arreflexia. 
MIOPATIAS 
✦ Os sintomas incluem fraqueza nos músculos esqueléticos, 
atrofias, cãibras musculares ou mialgias e problemas 
funcionais nos músculos respiratórios, faríngeos, faciais ou 
oculares. 
✦ Reflexos diminuídos. 
SÍNDROME DO MOVIMENTO HIPERCINÉTICO 
✦ Tremor. 
✦ Coréia. 
✦ Hemibalismo ou balismo (quando bilateral) é um 
distúrbio neuromotor raro caracterizado por movimentos 
involuntários abruptos e possivelmente violentos e envolve 
mais a musculatura proximal do que distal (especialmente 
nas extremidades dos membros superiores). Ocorre em 
virtude de uma lesão no núcleo subtalâmico (não para 
durante o sono, a pessoa tem que ser sedada). 
✦ Mioclonia refere-se a espasmos rápidos e repentinos 
(contrações) em um músculo ou grupo de músculos. 
SÍNDROME DO MOVIMENTO HIPOCINÉTICO 
✦ É o estilo Parkinson! 
✦ Rigidez. 
✦ Bradicinesia. 
✦ Tremor. 
✦ Distúrbio postural. 
DOENÇA DE JUNÇÃO 
✦ Junção neuromuscular normalmente diminuem a 
atividade das células nervosas e causam fraqueza muscular. 
Mas eles não afetam a sensibilidade (ou seja, não causam 
perda de sensibilidade ou sensações anormais, como 
sensação de formigamento ou agulhadas). 
✦ Geralmente tem relação com disponibilidade de 
acetilcolina. 
✦ Uma característica dessa alteração é a fatigabilidade, à 
medida que se faz movimentos repetitivos com o membro, 
vai-se gerando fraqueza... por isso a relação com a liberação 
de acetilcolina na fenda. 
ATAXIAS 
✦ ATAXIA é um transtorno neurológico caracterizado pela 
falta de coordenação de movimentos musculares 
voluntários e de equilíbrio. 
✦ Ataxia cerebelar: Causada por danos às vias cerebelares, 
resultam na perda de coordenação motora e planejamento 
dos movimentos. Os sintomas dependem da área do 
cerebelo afetada. 
✦ Ataxia vestibular: Causada por danos à via vestíbulo-
ponto-cerebelar, resultam da perda de equilíbrio, 
gerando vertigem e náusea. 
✦ Ataxia sensorial: Causada por danos às vias aferentes e 
posteriores, resultam da perda 
de propriocepção (percepção de si mesmo no espaço). 
✦ Pode ser aguda, subaguda e crônica 
✦ Sempre merece investigação. 
✦ Tratamento conforme etiologia. 
DICIONÁRIO 
✦ A APRAXIA é a incapacidade para realizar tarefas que 
exijam recordar padrões ou sequências de movimento. 
Pessoas com apraxia não conseguem se lembrar ou fazer a 
sequência de movimentos necessários para completar 
tarefas complexas ou de habilidade simples, apesar de ter a 
capacidade física para realizar tarefas. 
 
✦ Os neurônios sensitivos e motores na via central viajam 
por caminhos distintos, por isso não tem acometimento de 
sensibilidade (só se for uma lesão extensa). Já o nervo não, 
o nervo tem um entrelaçado de fibras motoras e sensitivas, 
então no segundo neurônio motor você tem sensibilidade 
acometida porque esses neurônios viajam juntos. 
✦ Reflexo bulbar envolve alterações disautonômicas. 
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✦ Tudo que é súbito em neurologia a gente tem que pensar em situações vasculares. Nesse caso, trauma e infecção também 
poderiam surgir como algo súbito, mas nesse caso não há comemorativos que evidenciem esse pensamento. 
✦ Paralisia de quadrante inferior remete a uma lesão central que justamente ocorreu por conta do AVC. 
✦ Paciente tem força grau 2 porque não vence a gravidade. 
✦ Paciente ele não verbaliza, não escreve, mas entende comandos, ele tem uma afasia de Brocar (é uma afasia motora, 
onde é uma afasia da expressão). Ele obedece a um comando motor porque wenicke se comunica com a área motora, mas 
na parte da expressão da linguagem, um comando verbal, o paciente não obedece por conta de uma lesão na área de 
brocar. 
✦ Giro frontal inferior onde se encontra a área de brocar é um dos locais + Giro pré-central.

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