CLÍNICA MÉDICA DE GRANDES 1 – 08/04/2021 PATOLOGIAS CAUSADAS POR PARASITAS VERMINOSES · Grande número de verminoses e algumas com sintomatologia bem diferente do normal DICTYOCAULUS VIVIPARUS E ANRFIELDI · Doença chamada de Dictiocalose · Provocada pelo o verme · Parasita várias espécies, mas com grande importância na clínica de equinos e bovinos, porém são da mesma família só que de espécies diferentes · O Dictyocaulus viviparus é de ruminantes, então bovinos, ovinos e caprinos · Dictyocaulus anrfieldi parasita principalmente de equinos TRANSMISSÃO DA DICTYOCAULUS · Os animais vivem em pastos, piquetes, ou baías, onde se alimentam ali, sendo a principal forma de transmissão · Os animais que são parasitados, liberam as larvas ou ovos no ambiente, se envolvendo na pastagem, e os animais acabam se reinfectando ou infectando outros animais · Temos a L1 (primeiro estágio larval) na pastagem, se desenvolvendo até a L3 (forma infectante), e o bovino se alimenta com essa L3, e consequentemente o parasita está no organismo no animal, desenvolvendo sua parasitose · O verme vai pro intestino, na luz intestinal, perfurando o epitélio intestinal, perfurando os capilares ali presente, caindo na corrente sanguínea, linfática, podendo parar durante um tempo nos linfonodos mesentéricos e vão migrar novamente para vias linfáticas e sanguíneas · Na via sanguínea, ele migra até o trato respiratório do animal, acessando primeiramente o pulmão, criando um ciclo no sistema respiratório, parasitando o pulmão, sobe pela a traqueia, até o esôfago, e é deglutido pelo o animal, voltando pro intestino na fase adulta · No intestino ele faz sua reprodução, ciclo se completa e libera as larvas no ambiente através das fezes do animal SINAIS CLÍNICOS DA DICTYOCAULUS · Mesmo um parasita que sua fase adulta é só no intestino, os sinais clínicos são mais respiratórios · Quando o parasita está no intestino, geralmente o animal é assintomático · Durante sua rota migratória, ele provoca sinais clínicos, e esses irão depende da carga parasitária do animal · Na bovinocultura principalmente e também na equideocultura, acaba que iremos conviver com parasitas, mesmo com vermifugações · O problema maior está com alta carga parasitária, pois com baixa, acaba que o animal aprende a conviver · Os sinais clínicos mais comuns, são a tosse, febre e respiração acelerada · Em uma carga parasitária muito alta, o animal tem dificuldade respiratória, aumentando sua frequência respiratória pra tentar compensar · Os animais discretamente parasitários, ou seja, baixa carga, terão alguns episódios de tosse, e muitas vezes não são perceptíveis principalmente em bovinos, porque essa tosse só acontece quando o animal se esforça, e o bovino por não fazer muito exercício, ao contrário do equino, que se esforça, então estando ali normal no piquete ou baía, e aí quando ele faz algum esporte, ele começa a ter crises de tosses · Os animais que são moderadamente parasitários, médio, começa a ter ataque de tosse, mesmo em repouso, identificando sinais clínicos importantes, como no pulmão escutamos chiados na auscultação e não apenas no pulmão, porque por ter sua rota na traquéia, então quando ele está ali, gera uma inflamação, diminuindo até mesmo a luz da traqueia, tendo alterações de auscultação na traquéia, podendo ter presença de liquido devido inflamação, podendo ouvir crepitações · Os animais que são gravemente acometidos, ou seja, tem uma alta carga parasitária, já começamos notar distúrbios respiratórios graves, como taquipneia grave e dispneia, tendo sua frequência cardíaca alta por causa do aumento da frequência respiratória · São animais que tem graus de tolerância diferentes no exercício, sendo mais visualizado em equinos que trabalham ou fazem esportes, logo, eles cansam com mais facilidade, e não aguentam a rotina que aguentava antes DIAGNÓSTICO DE DICTYOCAULUS · Terá diversos parasitas que liberam ovos nas fezes, então fazemos o OPG (ovos por grama), vendo quais parasitas estão ali, contando o numero de ovos, para saber a carga parasitária do animal · Coproparasitologicos também para verificar a carga parasitária do animal · Coletamos as fezes dos animais direto da ampola retal, com 2 gramas de fezes, dilui em substancia salina, coletando os ovos que vão boiar, e avalia no microscópio · Verificamos o sinal clinico e o histórico do animal e da propriedade também · Podemos fazer também o exame microscópico do exsudato traqueal, porque por conta do ciclo do animal no sistema respiratório, acaba produzindo o exsudato, encontrando o estágio larval · Os antiparasitários utilizados são compostos por diversos antiparasitários, pra pegar uma grande gama de verminoses de uma vez, e o OPG nos ajuda a identificar qual utilizar · Então geralmente fazemos o seguinte: Faz o exame de OPG, sabendo a carga geral de parasitas no corpo do animal, vermífuga os animais, faz outro OPG, e verifica se teve redução na carga parasitária, se não teve redução, é necessário trocar o principio ativo do antiparasitário, até conseguir um que faz efeito no animal TRATAMENTO DA DICTYOCAULUS · Através de antiparasitários, como: Benzimidazóis, levamisol ou as ivermectinas · Para doenças parasitárias intestinais, é usado o antiparasitário oral, que tem o formato de seringa regulando a quantidade e aplicando no animal HABRONEMOSE · Importante para clínica de equinos · Transmitido através da mosca, fazendo parte do ciclo, por conta das feridas que gera no corpo do animal · São vermes nematódeos, tendo a espécie Habronema ssp como causadora · É um parasita gástrico de equinos CICLO E PATOGÊNIA DA HABRONEMOSE · O animal tem a forma adulta no estomago, não é hematófago, não gera lesões no estomago, mas fica ali se alimentando do que o animal se alimenta · Geralmente não apresenta sintomatologia nenhuma no animal, então acaba que esse animal contamina o ambiente · O ciclo normal é através do vetor, sendo a mosca, não sendo uma doença de ciclo direto · A mosca seria a doméstica, dos estábulos, toda que estiver próxima · O equino parasitado, vai ocorrer a reprodução do parasita no estomago, liberando os ovos nas fezes, e esses ovos eclodem rapidamente nas fezes · As moscas fazem sua reprodução em matéria orgânica, ou seja, faz a ovopostura nas fezes dos animais · Logo, quando os ovos eclodem, teremos a larva de Habronema ali presente e também teremos as larvas da mosca por conta da ovopostura feita por elas · Quando se tem as duas nas fezes, as larvas da mosca começam a se alimentar da matéria orgânica e com isso acaba ingerindo larvas de Habronema por elas serem microscópicas · A larga da Habronema se desenvolve na larva da mosca, e com isso, se transforma na mosca, e é parasitada por Habronema, então a mosca fica nos estábulos e dessa forma, às vezes o equino ingerem essas moscas infectadas e com isso se infecta no estomago do animal · A mosca pode estar presente nas mucosas dos animais, nas feridas dos animais, podendo pousar e ovopor nos ferimentos, depositando as larvas de Habronema no ferimento, e 90% dos casos os animais sofrem ferimentos nos membros, tendo uma reação inflamatória gigantesca · O organismo do animal tenta controlar aquilo, e o ferimento começa crescer por conta da resposta inflamatória, e com isso o ferimento não consegue se curar, gerando a Habronemose cutânea, sendo um ciclo errático · Em caso de secreção ocular, infecção, ou ferimento nos olhos do animal, a mosca faz a ovopostura ali, gerando uma reação inflamatória enorme ali e gerando a Habronemose conjuntival · O grande problema não está no seu ciclo normal, que é a Habronemose gástrica, mas sim seu ciclo errático no qual provoca a Habronemose cutânea e a conjuntival · Em caso do ciclo errático, a Habronema acaba morrendo, porque não consegue concluir seu ciclo normal · Essa doença pode ser chamada de “Esponja” ou “Feridas de verão”, porque durante seu ciclo errático, ela tem aparência de esponja, e ela tem uma maior incidência no verão pois é durante essa