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1 Dryele Cruz – Odontologia UFPE Triagem pelo método Start e Manchester INTRODUÇÃO Os sistemas de classificação surgiram através da separação dos feridos que precisavam de um atendimento imediato nas Guerras Napoleônicas que eram realizadas pelo exército francês recebendo o nome de Triage, em francês. Posteriormente, a partir dos anos 80, na Austrália iniciou-se a utilização de um sistema de triagem nos setores de saúde local e atualmente é aplicado em todos os países de primeiro mundo [6]. Instaurado em 1999 no Brasil, o método de Start é um método de atendimento rápido pré-hospitalar, criado em 1983 na Califórnia, e é baseado, como o próprio nome sugere, na triagem simples e tratamento rápido das vítimas, avaliando a respiração, circulação e estado neurológico em 60 segundos [1]. Já o método de Manchester, criado na cidade de Manchester em 1997 e aplicado no Brasil em 2008, classifica as vítimas por cores de acordo com os seus sintomas, em que quanto maior for a gravidade, menor é o tempo de espera para atendimento, sendo utilizado em serviços de urgência [1]. 2 Dryele Cruz – Odontologia UFPE DESENVOLVIMENTO 1. Triagem pelo método START Na literatura, e conforme alguns autores, o método de START é descrito como o melhor método de estratificação de vítimas e também o mais utilizado em todo o mundo em atendimentos de triagem pré-hospitalares, uma vez que a vantagem deste método é a linguagem universal que ele propõe, baseada em cores. Pela sua simplicidade, este método de triagem pode ser executado em situações de emergência por médicos, enfermeiros, técnicos de emergência ou socorristas, permitindo-lhes classificar rapidamente as vítimas durante um incidente em massa, com base na gravidade da lesão [1]. O método START pretende triar, de forma rápida, um grande número de vítimas. Para tal, são usados discriminadores muito simples, como: “vítima anda?”, “ferida?”, “respira?”, “frequência respiratória?”, “frequência cardíaca?” [1]. Com base nesses discriminadores, são utilizados fluxogramas (adulto ou pediátrico) e, assim, é possível realizar uma divisão grosseira das vítimas em quatro categorias: prioridade 1 (cor vermelho): vítima emergente; prioridade 2 (cor amarelo): vítima grave; prioridade 3 (cor verde): vítima não grave; morto (cor preto) [1]. O método START deve ser realizado no menor espaço de tempo possível, não devendo ultrapassar 1 minuto. São permitidas pequenas manobras, como permeabilização da via aérea e controle de hemorragias externas. A sua sistematização permite uma classificação simples e rápida, sem margem para dúvidas. Este método utiliza a avaliação de alterações, com o objetivo de identificar a ordem do que mata mais rapidamente [1]. 2. Triagem pelo método Manchester O sistema de triagem de Manchester visa identificar critérios de gravidade, de forma objetiva e sistematizada, baseando-se na queixa principal do paciente, que indicam a prioridade clínica com que o paciente deve ser atendido e o respectivo tempo de espera recomendado até à observação médica, não possuindo o objetivo de estabelecer diagnósticos. A metodologia direciona o enfermeiro a um fluxograma acerca da condição clínica do paciente, que contém discriminadores que norteiam a investigação, a fim de classificar a gravidade ou risco clínico, e a triagem deve ser iniciada em até 10 minutos [2,4]. 3 Dryele Cruz – Odontologia UFPE O STM é bastante vantajoso, no sentido em que permite a utilização de um instrumento aplicado no cotidiano de um serviço de urgência e em situação de catástrofe ou emergência com múltiplas vítimas [2]. A classificação é feita através de cores, que indicam tempos máximos para o primeiro atendimento médico. A cor vermelha determina uma condição de emergência, sugerindo atendimento imediato; a laranja discrimina condições de muita urgência, cujo tempo para atendimento deve ser ≤ 10 minutos; já a cor amarela sugere urgência, cujo atendimento deve ser em tempo ≤ 60 minutos; os classificados na cor verde seriam de pouca urgência e o atendimento poderia ocorrer em até ≤ 120 minutos; os de cor azul, por sua vez, são considerados não urgentes e seu atendimento está indicado para ocorrer em tempo ≤ 240 minutos [5]. Não obstante, o enfermeiro é o profissional mais indicado para realizar a classificação de risco, uma vez que é capacitado para promover a escuta ativa da queixa dos usuários, proceder a avaliação do conteúdo obtido e classificar o atendimento [6]. 4 Dryele Cruz – Odontologia UFPE Conclusão No contexto da área de saúde, a triagem pode ser definida como um processo de classificação de vítimas no qual é observada a gravidade das lesões, com o objetivo de alocar o tratamento médico de acordo com essa classificação para maximizar o número de sobreviventes. Logo, o método de Start, aplicado na triagem pré-hospitalar de acidentes em massa, consiste num método em que as vítimas são classificadas por cores, a depender da gravidade, devendo todas as vítimas serem classificadas, com o objetivo de salvar o maior número de vítimas. Ademais, o atendimento pré-hospitalar pode ser realizado por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, militares do corpo de bombeiros, dentre outros. A assistência às urgências, realizadas em unidades de Pronto Socorro ou Pronto Atendimento, utilizam como método de Manchester para triagem, em que são utilizadas pulseiras azul, verde, amarela, laranja, e vermelha – de menor gravidade para maior gravidade, respectivamente, devendo o vermelho ser atendido de imediato, o laranja em até 10 minutos, o amarelo em até 50 minutos, o verde em até 120 minutos e o azul em até 240 minutos. Esse protocolo tem o objetivo de melhorar e agilizar o atendimento, evitar e superlotação e o oferecimento de um atendimento padronizado. Além disso, para a aplicação do protocolo, durante a triagem dos pacientes são utilizados discriminadores gerais – baseado em risco de morte, dor, hemorragia, consciência e temperatura – e discriminadores específicos - para pacientes com doenças sistêmicas, nível de consciência alterada, dentre outras características. 5 Dryele Cruz – Odontologia UFPE REFERÊNCIAS [1] http://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/16490 AIRES, Célia Maria Sizudo Batista. Cuidados de enfermagem especializados perante múltiplas vitimas em situação critica. 2015. Tese de Doutorado. [sn]. [2] https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/5649/1/AnaCatarinaVieiraSalgueiro_RelatorioFi nal.pdf SALGUEIRO, Ana Catarina Vieira. Triagem de Manchester: satisfação dos enfermeiros. 2019. Tese de Doutorado. [3] https://www.redalyc.org/pdf/2670/267047824013.pdf DA ROCHA, Thaís Flôr; NEVES, Juliana Gibbon; VIEGAS, Karin. Escore de alerta precoce modificado: avaliação de pacientes traumáticos. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 5, p. 906-911, 2016. [4] MESTRE, D. E. O Sistema de Triagem de Manchester e a avaliação da pessoa com dor. https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt- BR&as_sdt=0%2C5&q=Classifica%C3%A7%C3%A3o+de+v%C3%ADtimas+pelos+m%C3%A9 todos+de+Start+e+Manchester&btnG= [5] https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-14472016000400417&script=sci_arttext&tlng=pt ANZILIERO, Franciele et al. Sistema Manchester: tempo empregado na classificação de risco e prioridade para atendimento em uma emergência. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 37, n. 4, 2016. [6] https://www.acervosaude.com.br/doc/REAS140.pdf http://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/16490 https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/5649/1/AnaCatarinaVieiraSalgueiro_RelatorioFinal.pdf https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/5649/1/AnaCatarinaVieiraSalgueiro_RelatorioFinal.pdf https://www.redalyc.org/pdf/2670/267047824013.pdf https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=Classifica%C3%A7%C3%A3o+de+v%C3%ADtimas+pelos+m%C3%A9todos+de+Start+e+Manchester&btnGhttps://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=Classifica%C3%A7%C3%A3o+de+v%C3%ADtimas+pelos+m%C3%A9todos+de+Start+e+Manchester&btnG https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=Classifica%C3%A7%C3%A3o+de+v%C3%ADtimas+pelos+m%C3%A9todos+de+Start+e+Manchester&btnG https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-14472016000400417&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.acervosaude.com.br/doc/REAS140.pdf
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