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psicologia e violencia infantil

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Vivvyan Gabriela Marques Soares
Psicologia e a violência contra a criança
ÉTICA E PROFISSIONALISMO EM PSICOLOGIA
Porto Alegre
2021
No caso da menina Maria, a conduta mais adequada que o psicólogo deve ter é
realizar a notificação compulsória do caso ao Conselho Tutelar ou então na Vara da
Infância e Juventude, caso a cidade não tenha nenhuma dessas instituições a
notificação deverá ser feita ao Ministério Público. No entanto ao realizar a
notificação da suposta violência que Maria está sofrendo em casa, deve-se seguir
um protocolo que prevê que o psicólogo precisa avisar a madrasta de Maria, (a
agressora), e também da família da menina, de que será feita uma notificação
compulsória ao conselho tutelar a respeito de supostas agressões relatadas por
Maria. A cópia dessa notificação que foi entregue à família será anexada ao
prontuário de notificação compulsória entregue ao conselho tutelar, nele também
deverá constar informações pessoais sobre a criança como nome: Maria, idade: 6
anos e escolaridade: educação infantil. Assim como informações que o psicólogo
tiver sobre a situação de violência e maus tratos, para que sejam investigadas pelo
conselho tutelar. No caso de Maria seu protocolo deve constar, que a criança relata
ser muito “castigada” pela madrasta mas sem dizer a natureza dessa violência; que
a menina apresenta dificuldades de aprendizagem e concentração na escola; O fato
de que Maria também apresenta mudanças de comportamento, como inibição e
agressividade. Após entregar a notificação, o psicólogo segue trabalhando no caso
da menina tendo em vista que foi ele o responsável por seu encaminhando. Assim
ele passa a atuar em rede, integrando a equipe que cuidará do caso de Maria, de
forma multidisciplinar: junto com a escola que fez o encaminhamento para
psicólogo, com os profissionais Conselheiro Tutelar e com a assistente social.
Sendo assim, um dos dilemas éticos que o psicólogo pode enfrentar diante
de uma situação de suspeita de violência contra a criança, como no caso da menina
Maria, é buscar entender cautelosamente se essa suspeita maus tratos realmente
se comprova ou não. No entanto, é dever do psicólogo, assim como de todos
profissionais que trabalham com crianças, denunciar tais situações de violência sem
a necessidade de confirmação das suspeitas, como previsto no estatuto da criança
e adoleste. Até mesmo porque esse trabalho de investigação se a violência ocorreu
de fato, não cabe ao psicólogo. O fato é que esse dilema ético diz sobre a conduta
ética profissional do psicólogo, que por sua vez deve ser se ater estritamente ao seu
código de ética da psicologia e atuar com baseando-se na escuta, no acolhimento,
acompanhamento e tratamento dessa criança e não na investigação. Tendo em
vista que a função investigativa não é atribuição do psicólogo mas sim do conselho
tutelar. Se houver omissão dessa notificação é gerado riscos para a psicólogo de
inviabilizar o exercício de sua profissão e também gera risco maiores a criança
porque isso deixaria a criança exposta a essa situação de vulnerabilidade por mais
tempo, fato que abre brecha para que ela sofra violências ainda maiores.
Outro dilema que pode ser experienciado pelo psicólogo diz respeito ao sigilo
profissional. Mesmo que o próprio Código de Ética Profissional permita que o sigilo
profissional seja quebrado em casos de denúncia de violência, alguns profissionais
ainda podem titubear em realizar a denúncia das violência. Pois tem dúvida sobre
como eles podem fazer isso, ou pensando equivocadamente que podem lidar com
essas questões apenas com a psicoterapia sem quebrar o sigilo.
Referencial teórico:
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/trinta-e-um-anos-do-estat
uto-da-crianca-e-do-adolescente-confira-as-novas-acoes-para-fortalecer-o-eca/ECA
2021_Digital.pdf
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/150/frames/fr_questoes_etica
s.aspx
https://www.youtube.com/watch?v=ILfjIuvJqXQ&list=TLPQMzAxMTIwMjGXURU-tW
YGCg&index=6
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/trinta-e-um-anos-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-confira-as-novas-acoes-para-fortalecer-o-eca/ECA2021_Digital.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/trinta-e-um-anos-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-confira-as-novas-acoes-para-fortalecer-o-eca/ECA2021_Digital.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/trinta-e-um-anos-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-confira-as-novas-acoes-para-fortalecer-o-eca/ECA2021_Digital.pdf
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/150/frames/fr_questoes_eticas.aspx
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/150/frames/fr_questoes_eticas.aspx
https://www.youtube.com/watch?v=ILfjIuvJqXQ&list=TLPQMzAxMTIwMjGXURU-tWYGCg&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=ILfjIuvJqXQ&list=TLPQMzAxMTIwMjGXURU-tWYGCg&index=6

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