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3 - anatomia do sistema geniturinário

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1
Emil A. Tanagho, MD 
Tom F. Lue, MD, FACS, ScD (Hon)
Anatomia do sistema 
geniturinário
A urologia lida com doenças e distúrbios do sistema geni-
turinário masculino, do sistema urinário feminino e das glân-
dulas suprarrenais. Esses sistemas estão ilustrados nas Figuras 
1-1 e 1-2.
SUPRARRENAIS
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
Cada rim tem seu polo superior recoberto por uma glân-
dula suprarrenal, e ambos os órgãos são circundados pela fáscia 
de Gerota (perirrenal). Cada suprarrenal pesa cerca de 5 g. A su-
prarrenal direita tem formato triangular; a esquerda é mais arre-
dondada e crescentiforme. Cada glândula é formada por um cór-
tex, influenciado principalmente pela hipófise, e uma medula que 
deriva do tecido cromafínico (Avisse et al., 2000; O’Donoghue et 
al., 2010).
B. Relações
A Figura 1-2 mostra a relação das suprarrenais com outros 
órgãos. A suprarrenal direita fica entre o fígado e a veia cava. A 
suprarrenal esquerda fica próxima da aorta e é coberta em sua 
superfície inferior pelo pâncreas. O baço fica no sentido superior 
e lateral a ela.
 c Histologia
O córtex suprarrenal, que compõe 90% da massa, é cons-
tituído por três camadas distintas: a zona glomerulosa externa, 
a zona fasciculada média e a zona reticular interna. A medula 
ocupa uma posição central e é constituída por células poliédricas 
que contêm um citoplasma granuloso eosinofílico. Essas células 
cromafínicas são acompanhadas por células ganglionares e pe-
quenas estruturas arredondadas.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
Cada suprarrenal recebe três artérias – uma da artéria frêni-
ca inferior, uma da aorta e outra da artéria renal.
B. Venoso
O sangue proveniente da suprarrenal direita é drenado por 
uma veia muito curta para a veia cava; a veia suprarrenal esquer-
da termina na veia renal esquerda.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos acompanham a veia suprarrenal e dre-
nam para os linfonodos lombares.
RINS
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
Os rins estão localizados ao longo das bordas dos músculos 
psoas e adotam, portanto, uma posição oblíqua. A posição do fí-
gado faz o rim direito ser mais baixo que o esquerdo (Figs. 1-2 e 
1-3). Cada rim adulto pesa cerca de 150 g.
Os rins são sustentados pela gordura perirrenal (que está 
envolta na fáscia perirrenal), pelo pedículo vascular renal, pelo 
tônus dos músculos abdominais e pela massa geral das vísceras 
abdominais (Rusinek et al., 2004). Mudanças nesses fatores pos-
sibilitam variações no grau de mobilidade renal. A descida média 
por ocasião da inspiração ou quando a pessoa assume a posição 
ereta é de 4 a 5 cm. A falta de mobilidade sugere fixação anormal 
(p. ex., perinefrite), apesar de uma imobilidade extrema não ser 
obrigatoriamente patológica.
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JACK W. McANINCH E TOM F. LUE2
Suprarrenal
Trato superior
Rins
Ureteres
Artéria espermática
ou ovariana
Veia espermática
ou ovariana
Músculo psoas
Trato médio
Bexiga
Trato inferior
Ducto deferente
Vesículas seminais
Colículo seminal
Próstata
Uretra
Suprarrenal
Pedículo vascular
renal
Artéria espermática
ou ovariana
Veia espermática
ou ovariana
Trígono
Corpo cavernoso
Testículo
 m Figura 1-1 Anatomia do sistema geniturinário masculino. Os tratos superior e médio desempenham somente funções urológicas. O trato 
inferior desempenha funções tanto genitais quanto urinárias.
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 3CAPÍTULO 1
No corte longitudinal (Fig. 1-4), constata-se que o rim é 
constituído por um córtex externo, uma medula central e os cá-
lices internos e a pelve renal. O córtex tem um aspecto homo-
gêneo, com porções que se projetam na direção da pelve renal 
entre as papilas e os fórnices e recebem a designação de colunas 
de Bertin. A medula consiste em numerosas pirâmides formadas 
pelos túbulos renais coletores convergentes, que drenam para os 
cálices menores na ponta das papilas.
B. Relações
As Figuras 1-2 e 1-3 mostram as relações dos rins com os 
órgãos e as estruturas adjacentes. Suas estreitas relações com os 
órgãos peritoneais e a inervação autônoma que os rins comparti-
lham com esses órgãos explicam, em parte, alguns dos sintomas 
gastrintestinais que acompanham a doença geniturinária (Glass-
berg, 2002).
 c Histologia
A. Néfron
A unidade funcional do rim é o néfron, formado por um tú-
bulo que desempenha funções tanto secretoras quanto excretoras 
(Fig. 1-4). A porção secretora está contida essencialmente dentro 
do córtex e consiste em um corpúsculo renal e na parte secretora 
do túbulo renal. A porção excretora desse ducto está localizada 
na medula. O corpúsculo renal é formado pelo glomérulo vascu-
lar, que se projeta para dentro da cápsula de Bowman, que, por 
sua vez, dá continuidade ao epitélio do túbulo contornado proxi-
mal. A porção secretora do túbulo renal é constituída pelo túbulo 
contornado proximal, pela alça de Henle e pelo túbulo contor-
nado distal.
A porção excretora do néfron é o túbulo coletor, que conti-
nua na extremidade distal do ramo ascendente do túbulo contor-
Suprarrenais
Fígado
C
ol
o 
as
ce
nd
en
te
V
ei
a 
ca
va
A
or
ta
C
olo descendente
Bexiga
B
aço
 m Figura 1-2 Relações entre rins, ureteres e bexiga (superfície anterior).
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nado. Lança seu conteúdo para dentro de um cálice menor, por 
meio da ponta (papila) de uma pirâmide.
B. Tecido de sustentação
O estroma renal é constituído por tecido conectivo frouxo e 
contém vasos sanguíneos, capilares, nervos e linfáticos.
 c Suprimento sanguíneo (Figs. 1-2, 1-4 e 1-5)
A. Arterial
Existe geralmente uma única artéria renal, um ramo da aor-
ta que penetra no hilo do rim entre a pelve, que normalmente 
ocupa uma posição posterior, e a veia renal. Pode ramificar-se 
antes de alcançar o rim, podendo ser observadas duas ou mais ar-
térias separadas (Budhiraja et al., 2010). Na duplicação da pelve e 
do ureter, é comum que cada segmento renal possua seu próprio 
suprimento arterial.
A artéria renal divide-se nos ramos anterior e posterior. O 
ramo posterior irriga o segmento médio da superfície posterior. 
O ramo anterior irriga tanto o polo superior quanto o inferior, 
assim como toda a superfície anterior. As artérias renais são todas 
terminais.
A artéria renal subdivide-se em artérias interlobares, que 
viajam nas colunas de Bertin (entre as pirâmides) e, em seguida, 
arqueiam-se ao longo da base das pirâmides (artérias arqueadas). 
Essas artérias, então, dividem-se como artérias interlobulares. A 
partir desses vasos, ramos menores (aferentes) passam para os 
glomérulos. A partir do tufo glomerular, as arteríolas aferentes 
passam para os túbulos no estroma.
B. Venoso
As veias renais formam estruturas pares com as artérias, po-
rém qualquer uma delas drenará todo o rim se as outras forem 
ligadas.
Apesar de a artéria e a veia renais geralmente serem os úni-
cos vasos do rim, vasos renais acessórios são comuns e podem ter 
importância clínica se estiverem localizados de modo a compri-
mir o ureter, caso que pode resultar em uma hidronefrose.
 c Inervação
Os nervos renais que derivam do plexo renal acompanham 
os vasos renais por todo o parênquima renal.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos do rim drenam para os linfonodos lom-
bares.
Pulmão esquerdo Pulmão direito
Ba
ço
Ri
m
 e
sq
ue
rd
o R
im
 direito
Fígado
 m Figura 1-3 Relações dos rins (superfície posterior). As linhas tracejadas representam o contorno dos rins onde eles são obscurecidos pelas 
estruturas suprajacentes.
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 5CAPÍTULO 1
Arteríola
eferente
Cápsula de
Bowman
Arteríola
aferente
Plexo
medular
Túbulo
coletor
Ramo
ascendente
Túbulo
coletor Ramo
descendente
Alça de
HenlePapila renal
(cálice renal menor)
Epitélio
transicional
Lâmina própria
Pelve renal
Artéria renal
Veia renal
Junção ureteropélvica
Cálice
maior
Cálices
maiores
Feixes musculares lisos
longitudinais, circulares e espiralados
 m Figura 1-4 Anatomia e histologia do rim e do ureter. No alto, à esquerda: diagrama do néfron e de seu suprimento sanguíneo. (Cortesia 
de Merck, Sharp, Dohme: Seminar.1947;9[3].) No alto, à direita: molde do sistema de cálices pélvicos e do suprimento arterial do rim. Centro: 
cálices renais, pelve e ureter (superfície posterior). Embaixo, à esquerda: histologia do ureter. Os feixes do músculo liso estão organizados em 
uma distribuição tanto espiralada quanto longitudinal. Embaixo, à direita: corte longitudinal do rim mostrando cálices, pelve, ureter e supri-
mento sanguíneo renal (superfície posterior).
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Artéria
segmentar posterior
Artéria
interlobular
Artéria
interlobar
Artéria
arqueada
Artéria segmentar
Segmento vascular
posterior
Linha de Brödel
 m Figura 1-5 A: Ramo posterior da artéria renal e sua distribuição para o segmento central da superfície posterior do rim. B: Ramos da di-
visão anterior da artéria renal irrigando toda a superfície anterior do rim, assim como os polos superior e inferior em ambas as superfícies. Os 
ramos segmentares conduzem às artérias interlobares, arqueadas e interlobulares. C: Margem convexa lateral do rim. A linha de Brödel, que fica 
a 1 cm da margem convexa, é o plano exsangue demarcado pela distribuição do ramo posterior da artéria renal.
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 7CAPÍTULO 1
CÁLICES, PELVE RENAL E URETER
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
1. Cálices – As pontas dos cálices menores (cujo número varia 
de 8 a 12) são entalhadas pelas projeções das pirâmides (Fig. 1-4). 
Esses cálices se unem para formar dois ou três cálices maiores 
que se juntam para formar a pelve renal (Sozen et al., 2008).
2. Pelve renal – A pelve pode ser inteiramente intrarrenal ou 
parcialmente intrarrenal e parcialmente extrarrenal. Em seu seg-
mento ínferomedial, afunila-se para formar o ureter.
3. Ureter – O ureter adulto tem cerca de 30 cm de comprimento, 
variando em relação direta com a altura do indivíduo. Adota uma 
curva em S bastante uniforme. As áreas em que cálculos frequen-
temente ficam presos são: (1) a junção ureteropélvica, (2) o lugar 
onde o ureter cruza por sobre os vasos ilíacos e (3) onde ele se 
desloca ao longo da parede vesical.
B. Relações
1. Cálices – Os cálices são intrarrenais e estão estreitamente rela-
cionados com o parênquima renal.
2. Pelve renal – Se a pelve for parcialmente extrarrenal, localiza-
-se ao longo da borda lateral do músculo psoas e sobre o músculo 
quadrado lombar; o pedículo vascular renal fica localizado logo 
adiante dela. A pelve renal esquerda fica na altura da primeira ou 
da segunda vértebra lombar; a pelve direita fica um pouco abaixo.
3. Ureter – Em seu trajeto para baixo, os ureteres ficam sobre os 
músculos psoas, passam medialmente às articulações sacroilíacas e, 
em seguida, inclinam-se lateralmente próximo das espinhas isquiá-
ticas antes de passar medialmente para penetrar na base da bexiga 
(Fig. 1-2). Nas mulheres, as artérias uterinas estão estreitamente re-
lacionadas com a porção justavesical dos ureteres. Os ureteres estão 
cobertos pelo peritônio posterior; suas porções mais inferiores es-
tão firmemente aderidas a ele, ao passo que as porções justavesicais 
estão engastadas na gordura retroperitoneal vascular (Koff, 2008).
Os ductos deferentes, quando deixam os anéis inguinais in-
ternos, deslocam-se por sobre as paredes pélvicas laterais adiante 
dos ureteres (Fig. 1-6). Ficam localizados medialmente a esses úl-
timos antes de confluir na vesícula seminal e de penetrar na base 
da próstata para se tornarem os ductos ejaculatórios.
 c Histologia (Fig. 1-4)
As paredes dos cálices, da pelve e dos ureteres são consti-
tuídas por um epitélio de células transicionais sob o qual existe 
tecido conectivo frouxo e elástico (lâmina própria). Externamen-
te a essas células existe uma mistura de fibras musculares lisas 
helicoidais e longitudinais. Elas não se organizam em camadas 
definidas. A cobertura da adventícia mais externa é formada por 
tecido conectivo fibroso.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
Os cálices renais, a pelve e a parte superior dos ureteres 
obtêm seu suprimento sanguíneo das artérias renais; a parte 
média do ureter é irrigada pelas artérias espermáticas (ou ova-
rianas) internas. A porção mais inferior do ureter é irrigada 
por ramos das artérias ilíaca comum, ilíaca interna (hipogás-
trica) e vesical.
B. Venoso
As veias dos cálices renais, da pelve e dos ureteres formam 
estruturas pares juntamente com as artérias.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos das porções superiores dos ureteres, as-
sim como aqueles da pelve e dos cálices, penetram nos linfono-
dos lombares. Os linfáticos dos ureteres médios passam para os 
linfonodos ilíacos internos (hipogástricos) e ilíacos comuns; os 
linfáticos ureterais inferiores desembocam nos linfonodos vesi-
cais e hipogástricos.
BEXIGA
 c Aspecto macroscópico
A bexiga é um órgão muscular oco que funciona como um 
reservatório para a urina. Nas mulheres, sua parede posterior e 
sua cúpula são invaginadas pelo útero. Normalmente a bexiga 
adulta tem uma capacidade de 400 a 500 mL.
Diafragma urogenital
circundando o esfincter
urinário externo
Ureter
Orifício
ureteral
Uretra
prostática
Colículo seminal
Uretra membranosa
Ducto
deferente
Vesícula
seminal
Trígono
 m Figura 1-6 Anatomia e relações dos ureteres, da bexiga, da 
próstata, das vesículas seminais e dos ductos deferentes (vista an-
terior).
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A. Anatomia
Quando vazia, a bexiga adulta fica localizada atrás da sínfi-
se púbica, sendo essencialmente um órgão pélvico. Em lactentes 
e crianças, ocupa uma posição mais alta (Berrocal et al, 2002). 
Quando está cheia, ela sobe até bem acima da sínfise e pode ser 
palpada ou percutida prontamente. Se estiver hiperdistendida, 
como acontece na retenção urinária aguda ou crônica, pode ser 
responsável por uma proeminência visível do baixo ventre.
Estendendo-se desde a cúpula da bexiga até o umbigo existe 
um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que repre-
senta o úraco obliterado. Os ureteres penetram na bexiga no sen-
tido posteroinferior de modo oblíquo e, nesses pontos, ficam se-
parados por uma distância de aproximadamente 5 cm (Fig. 1-6). 
Os orifícios, localizados nas extremidades da crista interureteral 
com formato de crescente que forma a borda proximal do trígo-
no, estão separados por cerca de 2,5 cm. O trígono ocupa a área 
entre a crista e o colo vesical.
O esfincter interno, ou colo vesical, não é um esfincter cir-
cular verdadeiro, mas, sim, um espessamento formado por fibras 
musculares entrelaçadas e convergentes do detrusor quando pas-
sam no sentido distal para se transformarem na musculatura lisa 
da uretra.
B. Relações
No sexo masculino, a bexiga se relaciona posteriormente 
com as vesículas seminais, os ductos deferentes, os ureteres e o 
reto (Figs. 1-7 e 1-8). No sexo feminino, o útero e a vagina estão 
interpostos entre a bexiga e o reto (Fig. 1-9). A cúpula e as super-
fícies posteriores estão cobertas por peritônio; em consequência, 
nessa área, a bexiga se relaciona estreitamente com o intestino 
delgado e o colo sigmoide. Tanto nos homens quanto nas mu-
lheres, a bexiga se relaciona com a superfície posterior da sínfise 
púbica e, quando distendida, entra em contato com a parede ab-
dominal inferior.
 c Histologia (Fig. 1-10)
A mucosa da bexiga é composta por epitélio transicional. 
Debaixo dela existe uma camada submucosa bem desenvolvidaformada essencialmente por tecidos conectivos e elásticos. Ex-
ternamente à submucosa, existe o músculo detrusor, que é cons-
tituído por uma mistura de fibras musculares lisas organizadas 
aleatoriamente de maneira longitudinal, circular e espiralada sem 
a formação de qualquer camada ou orientação específica, exceto 
próximo do meato interno, onde o músculo detrusor forma três 
camadas distintas: longitudinal interna, circular média e longitu-
dinal externa (John et al., 2001).
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
A bexiga é irrigada pelo sangue das artérias vesicais supe-
rior, média e inferior, que têm origem no tronco anterior da 
artéria ilíaca interna (hipogástrica), e por pequenos ramos pro-
venientes das artérias obturadora e glútea inferior. Nas mulhe-
res, as artérias uterina e vaginal também enviam ramos para a 
bexiga.
B. Venoso
A bexiga é circundada por um rico plexo de veias que aca-
bam desembocando nas veias ilíacas internas (hipogástricas).
 c Inervação
A bexiga recebe inervação a partir dos sistemas nervosos 
simpático e parassimpático. O aferente sensorial da bexiga origi-
na-se tanto de terminações nervosas subepiteliais como de fibras 
nervosas entre os feixes do músculo detrusor (Anderson, 2010; 
Birder et al., 2010; McCloskey, 2010).
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos da bexiga drenam para os linfonodos ve-
sicais, ilíacos externos, ilíacos internos (hipogástricos) e ilíacos 
comuns.
PRÓSTATA
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
A próstata é um órgão fibromuscular e glandular localizado 
logo abaixo da bexiga (Figs. 1-6 e 1-7). A próstata normal pesa 
cerca de 20 g e contém a uretra posterior, que tem cerca de 2,5 
cm de comprimento. É apoiada anteriormente pelos ligamentos 
puboprostáticos e inferiormente pelo diafragma urogenital (Fig. 
1-6). A próstata é perfurada posteriormente pelos ductos ejacu-
latórios, que passam obliquamente para desembocar, através do 
colículo seminal, no soalho da uretra prostática logo acima do 
esfincter urinário externo estriado (Fig. 1-11).
Em conformidade com a classificação de Lowsley, a próstata 
consiste em cinco lobos: anterior, posterior, mediano, lateral di-
reito e lateral esquerdo. Essa classificação frequentemente é usada 
em exames cistouretroscópicos. Depois de uma análise abrangen-
te de 500 próstatas, McNeal (1981) dividiu a próstata em quatro 
zonas: zona periférica, zona central (que circunda os ductos eja-
culatórios), zona transicional (que circunda a uretra) e zona fi-
bromuscular anterior (Myers et al., 2010) (Fig. 1-12). O segmento 
da uretra que atravessa a próstata é a chamada uretra prostática, 
que é revestida por uma camada longitudinal interna de músculo 
(em continuidade a uma camada semelhante à da parede vesical). 
Dentro da próstata está incorporada uma abundante quantidade 
de musculatura lisa que deriva principalmente da musculatura 
vesical longitudinal externa. Essa musculatura representa o es-
fincter verdadeiro involuntário liso da uretra posterior no sexo 
masculino.
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 9CAPÍTULO 1
Ducto
deferente
Vesícula
seminal
Glândula
de Cowper
Pilar
Corpo
cavernoso
Corpo
esponjoso
Diafragma
geniturinário
CélulasCélulas
intersticiaisintersticiais
Células
intersticiais
Células de SertoliCélulas de SertoliCélulas de Sertoli
CélulasCélulas
seminíferasseminíferas
Células
seminíferas
Cabeça
do epidídimo
Túbulo
seminífero
Ducto
deferente
Corpo
Cauda
Cordão espermático
Mediastino
do testículo
Túnica
vaginal
Túnica
albugínea
Epidídimo
Ducto
deferente
A
C
B
 m Figura 1-7 A: Relação anatômica entre bexiga, próstata, uretra prostática membranosa e raiz do pênis. B: Histologia do testículo. Túbulos 
seminíferos revestidos por membrana basal de apoio para as células de Sertoli e espermatogênicas. Essas últimas estão em vários estágios de 
desenvolvimento. C: Cortes longitudinal (esquerda) e transversal (direita) do testículo e do epidídimo. (A e C foram reproduzidas, com autoriza-
ção, de Tanagho EA: Anatomy of the lower urinary tract. Em: Walsh PC et al. [editores]: Campbell’s Urology, 6th ed., vol. 1. Saunders, 1992.)
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JACK W. McANINCH E TOM F. LUE10
B. Relações
A glândula prostática fica atrás da sínfise púbica. Muito pró-
ximo da superfície posterossuperior estão localizados os ductos 
deferentes e as vesículas seminais (Fig. 1-7). Posteriormente, a 
próstata é separada do reto pelas duas camadas da fáscia de De-
nonvilliers, rudimentos serosos do saco de Douglas, que, por 
sua vez, se estende até o diafragma urogenital (Raychaudhuri e 
Cahill, 2008) (Fig. 1-8).
 c Histologia (Fig. 1-10)
A próstata consiste em uma fina cápsula fibrosa debaixo da 
qual existem fibras musculares lisas orientadas circularmente e 
tecido colágeno que circunda a uretra (esfincter involuntário). 
Profundamente nessa camada, existe o estroma prostático, cons-
tituído por tecidos conectivos e por fibras musculares lisas, nas 
quais estão engastadas as glândulas epiteliais. Essas glândulas 
drenam para os ductos excretórios principais (cujo número é de 
cerca de 25), que se abrem principalmente no soalho da uretra 
Sínfise
púbica
Ligamento
suspensor do pênis
Corpo
cavernoso
Uretra
Corpo
esponjoso
Glande do pênis
Fossa
navicular
Septo escrotal
Corpo
esponjoso
Diafragma urogenital
Reto
Próstata
Bolsa retovesical
Bexiga
Corpos cavernosos
Corpo esponjoso
Uretra
Pele
Fáscia
de Colles
Fáscia
de Buck
Túnica albugínea
Fáscia
de Scarpa
Fáscia
de Buck
Fáscia dartos
Fáscia de Colles
Fáscia de
Denonvilliers
 m Figura 1-8 No alto: Relações entre bexiga, próstata, vesículas seminais, pênis, uretra e conteúdo escrotal. Embaixo, à esquerda. Corte 
transversal do pênis. As estruturas pares acima são os corpos cavernosos. O corpo único abaixo que circunda a uretra é o corpo esponjoso. Em-
baixo, à direita: Planos fasciais do trato geniturinário inferior. (De Wesson.) (Tanagho EA. Anatomy of the lower urinary tract. Em: Walsh PC et 
al. [editores]. Campbell’s Urology. 6th ed., vol. 1. Filadélfia, Saunders, 1992.)
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 11CAPÍTULO 1
Reto
Bexiga
Uretra
Vagina
Ovário
Útero
 m Figura 1-9 Anatomia e relações entre bexiga, uretra, útero, ovário, vagina e reto.
 m Figura 1-10 Esquerda: Histologia da próstata. Glândulas epiteliais engastadas em uma mistura de tecido conectivo e elástico e músculo 
liso. Direita: Histologia da bexiga. A mucosa é do tipo de células transicionais e fica sobre uma camada “submucosa” bem desenvolvida de 
tecido conectivo. O músculo detrusor é formado por feixes de músculo liso longitudinais, circulares e espiralados entrelaçados.
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entre o colículo seminal e o colo vesical. Imediatamente por de-
baixo do epitélio transicional da uretra prostática, estão localiza-
das as glândulas periuretrais.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
O suprimento arterial para a próstata deriva das artérias ve-
sical inferior, pudenda interna e retal média (hemorroidária).
B. Venoso
As veias da próstata drenam para o plexo periprostático, que 
tem conexões com a veia dorsal profunda do pênis e com as veias 
ilíacas internas (hipogástricas).
 c Inervação
A próstata recebe uma rica inervação dos nervos simpáticos 
e parassimpáticos do plexo hipogástrico inferior.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos provenientes da próstata drenam para os 
linfonodos ilíacos internos (hipogástricos), sacros, vesicais e ilí-
acos externos.
VESÍCULAS SEMINAIS
 c Aspecto macroscópico
As vesículas seminais estão localizadas logo acima da prós-
tata, debaixo da base da bexiga (Figs. 1-6 e 1-7). Têm cerca de 6 
cm de comprimento e são bastante moles. Cada vesícula se une 
ao seuducto deferente para formar o ducto ejaculatório (Kim et 
al., 2009). Os ureteres ocupam uma posição medial a cada uma 
delas, e o reto fica em contiguidade com suas superfícies poste-
riores.
 c Histologia
A membrana mucosa é pseudoestratificada. A submucosa 
consiste em tecido conectivo denso coberto por uma fina ca-
mada de músculo que, por sua vez, é encapsulada por tecido 
conectivo.
 c Suprimento sanguíneo
O suprimento sanguíneo é semelhante ao da próstata.
 c Inervação
A inervação provém principalmente do plexo nervoso sim-
pático.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos das vesículas seminais são aqueles que 
drenam a próstata.
Colículo seminal
Diafragma
geniturinário
Cápsula
prostática
Fáscia
endopélvica
 m Figura 1-11 Corte da próstata mostrando a uretra prostática, o 
colículo seminal e a crista uretral, além da abertura do utrículo pros-
tático e dos dois ductos ejaculatórios na linha média. Observar que a 
próstata é circundada pela cápsula prostática, que é coberta por outra 
bainha prostática que deriva da fáscia endopélvica. A próstata fica 
apoiada sobre o diafragma geniturinário. (Reproduzida, com autori-
zação, de Tanagho EA: Anatomy of the lower urinary tract. Em Walsh PC 
et al. [editores]: Campbell’s Urology, 6th ed., vol. 1. Saunders, 1992.)
Zona
central
Zona
periférica
Esfincter
pré-prostático
Zona
transicional
Estroma
fibromuscular
anterior
 m Figura 1-12 Anatomia da próstata (adaptado de McNeal, 1981). 
(Reproduzida, com autorização, de Tanagho EA: Anatomy of the lower 
urinary tract. Em: Walsh PC et al. [editores]: Campbell’s Urology, 6th 
ed., vol. l. Saunders, 1992.) O adenoma prostático se desenvolve a 
partir das glândulas periuretrais na área dos lobos mediano e lateral. 
Entretanto, o lobo posterior é propenso a degeneração cancerosa.
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 13CAPÍTULO 1
CORDÃO ESPERMÁTICO
 c Aspecto macroscópico
Os dois cordões espermáticos estendem-se dos anéis ingui-
nais internos, através dos canais inguinais, até os testículos (Fig. 
1-7). Cada cordão contém um ducto deferente, as artérias esper-
máticas interna e externa, a artéria do ducto, o plexo pampinifor-
me venoso (que forma a veia espermática superiormente), os vasos 
linfáticos e os nervos (Jen et al., 1999). Todas essas estruturas são 
circundadas por camadas de revestimento de uma fáscia muito 
fina. Umas poucas fibras do músculo cremaster se inserem sobre 
o cordão no canal inguinal (Bhosale et al., 2008; Kim et al., 2009).
 c Histologia
A fáscia que recobre o cordão é formada por tecido conecti-
vo frouxo, que protege as artérias, as veias, o nervo e os linfáticos. 
O ducto deferente é um pequeno tubo de paredes espessas que 
consiste em uma mucosa interna e uma submucosa circundadas 
por três camadas bem definidas de músculo liso envoltas em uma 
cobertura de tecido fibroso. Acima dos testículos, esse tubo é 
reto. Seus 4 cm proximais tendem a ser retorcidos.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
A artéria espermática externa, um ramo da epigástrica infe-
rior, irriga o revestimento de fáscia do cordão. A artéria espermá-
tica interna passa através do cordão em seu trajeto para o testícu-
lo. A artéria deferente fica próxima do ducto.
B. Venoso
As veias provenientes do testículo e a cobertura do cordão es-
permático formam os plexos pampiniformes, os quais, na altura do 
canal inguinal interno, unem-se para formar a veia espermática.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos provenientes do cordão espermático de-
sembocam nos linfonodos ilíacos externos.
EPIDÍDIMO
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
A porção superior do epidídimo (cabeça do epidídimo) 
está conectada ao testículo por numerosos ductos eferentes pro-
venientes do testículo (Fig. 1-7). O epidídimo consiste em um 
ducto extremamente espiralado que, em seu polo inferior (cauda 
do epidídimo), está em continuidade com o ducto deferente. Um 
apêndice do epidídimo é visualizado com frequência em seu polo 
superior; esse é um corpo cístico que, em alguns casos, é pedicu-
lado, apesar de, em outros casos, ser séssil.
B. Relações
O epidídimo está localizado posteriormente ao testículo e 
fica mais próximo deste em seu polo superior. Seu polo inferior 
está conectado ao testículo por tecido fibroso. O ducto ocupa 
uma posição posterolateral em relação ao epidídimo.
 c Histologia
O epidídimo é coberto por serosa. O ducto do epidídimo é 
revestido por epitélio colunar pseudoestratificado em todo o seu 
comprimento.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
O suprimento arterial para o epidídimo provém da artéria 
espermática interna e da artéria do ducto (artéria deferente).
B. Venoso
O sangue venoso drena para o plexo pampiniforme, que pas-
sa a constituir a veia espermática.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos ilíacos exter-
nos e para os ilíacos internos (hipogástricos).
TESTÍCULO
 c Aspecto macroscópico
A. Anatomia
Um testículo médio mede cerca de 4 × 3 × 2,5 cm (Fig. 
1-7). Apresenta uma densa cobertura fascial denominada túni-
ca albugínea do testículo, a qual, posteriormente, invagina-se 
ligeiramente para dentro do testículo para formar o mediastino 
do testículo. O mediastino fibroso envia septos fibrosos para 
o interior do testículo, separando-o, dessa forma, em cerca de 
250 lóbulos.
O testículo é coberto no sentido anterior e lateral pela ca-
mada visceral da túnica vaginal do testículo, que está em conti-
nuidade com a camada parietal que separa o testículo da parede 
escrotal (Bidarkar e Hutson, 2005). Uma pequena quantidade de 
líquido existe normalmente dentro do saco da túnica vaginal. No 
polo superior do testículo, existe o apêndice testicular, um peque-
no corpúsculo pediculado ou séssil de aspecto semelhante ao do 
apêndice do epidídimo.
B. Relações
O testículo está firmemente preso no sentido posterolateral 
ao epidídimo, em especial em seus polos superior e inferior (Klo-
nisch et al., 2004).
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 c Histologia (Fig. 1-7)
Cada lóbulo contém de 1 a 4 túbulos seminíferos acen-
tuadamente convolutos, cada um dos quais tendo cerca de 60 
cm de comprimento. Esses ductos drenam para os ductos efe-
rentes ao nível do mediastino do testículo, que drenam para o 
epidídimo.
O túbulo seminífero apresenta uma membrana basal que 
contém tecido conectivo e elástico, o qual sustenta as células se-
miníferas, que são de dois tipos: (1) células de Sertoli (de susten-
tação) e (2) células espermatogênicas. O estroma entre os túbulos 
seminíferos contém tecido conectivo, no qual estão localizadas as 
células de Leydig.
 c Suprimento sanguíneo
O suprimento sanguíneo para os testículos está estreitamen-
te associado àquele dos rins, devido à origem embriológica co-
mum dos dois órgãos.
A. Arterial
As artérias para os testículos (espermáticas internas) têm 
origem na aorta logo abaixo das artérias renais e deslocam-se 
através dos cordões espermáticos até os testículos, onde fazem 
anastomose com as artérias dos ductos deferentes, que se ramifi-
cam a partir da artéria ilíaca interna (hipogástrica).
B. Venoso
O sangue proveniente do testículo retorna no plexo pam-
piniforme do cordão espermático. Na altura do anel inguinal, o 
plexo pampiniforme forma a veia espermática.
A veia espermática direita penetra na veia cava logo abaixo 
da veia renal direita; a veia espermática esquerda desemboca na 
veia renal esquerda.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos provenientes dos testículos passam para 
os linfonodos lombares, que, por sua vez, estão conectados aos 
linfonodos mediastínicos.
ESCROTO
 c Aspecto macroscópico
Debaixo da pele corrugada do escroto, existe o músculo dar-
tos. Embaixo desse músculo, existem três camadas de fáscia que 
derivam da parede abdominal por ocasião da descida testicular. 
Debaixo delas, existe a camada parietal da túnica vaginal (Kim 
et al.,2007).
A bolsa escrotal é dividida em dois sacos por um septo de 
tecido conectivo. O escroto não protege apenas os testículos, mas, 
também, graças ao relaxamento ou à contração de sua camada 
muscular, ajuda a regular sua temperatura.
 c Histologia
O músculo dartos, debaixo da pele do escroto, não é estria-
do. A camada mais profunda é constituída por tecido conectivo.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
As artérias para o escroto têm origem nas artérias femoral, 
pudenda interna e epigástrica inferior.
B. Venoso
As veias estão emparelhadas com as artérias.
 c Linfáticos
Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos inguinais su-
perficiais e subinguinais.
PÊNIS E URETRA MASCULINA
 c Aspecto macroscópico
O pênis é formado por dois corpos cavernosos e pelo corpo 
esponjoso, que contém a uretra. O corpo esponjoso aumenta no 
sentido distal e coroa a glande. Cada corpo está envolto em uma 
bainha de fáscia (túnica albugínea), e todos estão circundados 
por uma espessa capa fibrosa conhecida como fáscia de Buck. 
Uma cobertura de pele, isenta de gordura, está aplicada estreita-
mente ao redor desses corpos. O prepúcio forma um capuz sobre 
a glande.
Debaixo da pele do pênis (e do escroto) e estendendo-se 
desde a base da glande até o diafragma urogenital, existe a fáscia 
de Colles, que está em continuidade com a fáscia de Scarpa da 
parede abdominal inferior (Fig. 1-8).
As extremidades proximais dos corpos cavernosos estão pre-
sas aos ossos pélvicos imediatamente adiante das tuberosidades 
isquiáticas. Os músculos cavernosos se inserem na superfície la-
teral da túnica albugínea nos corpos cavernosos proximais. Ocu-
pando uma depressão de sua superfície ventral na linha média, 
existe o corpo esponjoso, que está conectado no sentido proximal 
à superfície inferior do diafragma urogenital, por meio do qual 
emerge a uretra membranosa. Essa porção do corpo esponjoso é 
circundada pelo músculo bulboesponjoso.
O ligamento suspensor do pênis tem origem na linha branca 
e na sínfise púbica e se insere na cobertura de fáscia dos corpos 
cavernosos.
 c Histologia
A. Corpos e glande do pênis
Os corpos cavernosos, o corpo esponjoso e a glande do pê-
nis são compostos por músculos lisos, seios intracavernosos (so-
mente o corpo cavernoso) e sinusoides revestidos por endotélio. 
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ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO 15CAPÍTULO 1
Os terminais nervosos simpáticos e parassimpáticos (contendo 
sintase do óxido nítrico neuronal) são vistos, frequentemente, em 
volta dos vasos e perto dos músculos lisos.
B. Uretra
A mucosa uretral que atravessa a glande do pênis é formada 
por epitélio escamoso. Proximal a este, a mucosa é do tipo tran-
sicional. Debaixo da mucosa existe a submucosa, que contém te-
cido conectivo e elástico e músculo liso. Na submucosa estão as 
numerosas glândulas de Littré, cujos ductos se conectam com o 
lúmen uretral. A uretra é circundada pelo corpo esponjoso vas-
cular e pela glande do pênis.
 c Suprimento sanguíneo
A. Arterial
O pênis e a uretra são irrigados pelas artérias pudendas in-
ternas. Cada artéria divide-se em uma artéria cavernosa do pênis 
(que irriga os corpos cavernosos), uma artéria dorsal do pênis e 
a artéria bulbouretral. Esses ramos irrigam o corpo esponjoso, a 
glande do pênis e a uretra. Artérias pudendas acessórias originá-
rias da vesical inferior, obturadora, ou outras artérias, também 
podem irrigar o pênis.
B. Venoso
A veia dorsal superficial está localizada externamente à fás-
cia de Buck e drena para a veia safena. A veia dorsal profunda 
localiza-se debaixo da fáscia de Buck e fica entre as artérias dor-
sais. As veias cavernosas drenam as cruras penianas. Essas veias 
se conectam ao plexo pudendo, que drena para a veia pudenda 
interna, e ao plexo periprostático.
 c Linfáticos
A drenagem linfática proveniente da pele do pênis vai para 
os linfonodos inguinais superficiais e subinguinais. Os linfáticos 
da glande do pênis passam para os linfonodos subinguinais e 
ilíacos externos. Os linfáticos da uretra profunda drenam para 
os linfonodos ilíacos internos (hipogástricos) e ilíacos comuns 
(Wood e Angermeyer, 2010).
URETRA FEMININA
 c Aspecto macroscópico
A uretra feminina adulta tem cerca de 4 cm de comprimento 
e 8 mm de diâmetro. É ligeiramente encurvada e fica debaixo da 
sínfise púbica logo adiante da vagina.
 c Histologia
O revestimento epitelial da uretra feminina é escamoso em 
sua porção distal e pseudoestratificado ou transicional no restan-
te da uretra. A submucosa é formada por tecidos conectivos e 
elásticos e por espaços venosos esponjosos. Nela estão engastadas 
muitas glândulas periuretrais, que são mais numerosas no senti-
do distal; as maiores delas são as glândulas periuretrais de Skene, 
que se abrem no soalho da uretra imediatamente por dentro do 
meato.
Externamente à submucosa, existe uma camada longitudi-
nal de músculo liso em continuidade com a camada longitudinal 
interna da parede vesical. Essa estrutura é circundada por uma 
espessa camada de fibras musculares lisas e circulares que se es-
tendem a partir da camada externa do músculo vesical. Essas fi-
bras constituem o esfincter uretral involuntário. Externamente a 
este, existe o esfincter estriado circular (voluntário), que circunda 
o terço médio da uretra. Os músculos lisos e estriados dentro da 
porção média da uretra constituem o esfincter uretral externo 
(Ashton-Miller e Delancey, 2009; Thor e de Groat, 2010).
 c Suprimento sanguíneo
O suprimento arterial para a uretra feminina deriva das ar-
térias vesical inferior, vaginal e pudenda interna. O sangue prove-
niente da uretra é drenado para as veias pudendas internas.
 c Linfáticos
A drenagem linfática da porção externa da uretra vai para 
os linfonodos inguinais e subinguinais. A drenagem da uretra 
profunda vai para os linfonodos ilíacos internos (hipogástricos).
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