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ANATOMIA GERAL DO SISTEMA URINÁRIO

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BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
Anatomia Geral do Sistema Urinário 
Sendo a principal função desse sistema manter o volume e composição 
dos líquidos em homeostase. Refere-se também como um sistema 
excretor. Além de livrar o corpo de materiais residuais, o sistema urinário 
mantém o volume líquido adequado regulando a quantidade de água 
excretada pela urina. 
Outros aspectos de suas funções incluem a regulação das 
concentrações de vários eletrólitos nos líquidos corporais e a manutenção 
do pH normal no sangue. Além da manutenção da homeostasia liquida no 
corpo, o sistema urinário controla a produção de células sanguíneas 
vermelhas pela secreção do homônimo eritropoietina. 
O sistema urinário também desempenha um a função na manutenção 
normal da pressão sanguínea pela secreção de enzima renina, que ativa a 
angiotensina II para aumentar a pressão sanguínea. 
Rim – Ureter – Bexiga Urinária – Uretra 
Rim 
Está localizado no especo retroperitoneal da parede abdominal posterior, na altura da 12ª vertebra torácica à 3ª 
vertebra lombar, sendo o rim direito ligeiramente mais inferior, por causa da posição do fígado.Estando entre as 
regiões do hipocôndrio e a região lombar, estando nos quadrantes superiores direito e esquerdo. 
Mais fácil de se localizar na face posterior, sendo ambos os rins entre o espaço intercostal das 11ª e 12ª costela. 
O plano transpilorico que passa exatamente sobre o estomago (piloro), abaixo de 2 a 3 centímetros na inspiração 
profunda. 
 
Além dos três músculos intercostais, o rim está coberto fáscias. 
O seu formato de “feijão” – com um lado côncavo voltado para o plano sagital mediano e outro convexo para o 
plano sagital lateral e possui polo superior e inferior, com um comprimento de certa de 14 cm, com 6 cm largura e 3 
cm de espessura e seu peso pode várias de 150g em homens e 135g em mulheres. Possui uma coloração vermelho 
amarronzado estando fresco. O rim direito é mais achatado por ter o fígado o pressionando e 
também mais baixo. 
Cada rim apresenta as seguintes características externas: 
© Dois polos (superior e inferior) 
© Duas faces (anterior e posterior) 
© Duas margens (medial e lateral) 
© Um hilo 
Ambos os rins possuem glândulas suprarrenais (adrenal). Há o hilo renal que serve como 
porta de entrada de estruturas que contém a artéria renal, veia renal e ureter 
Entre os músculos há as fáscias – epinício, perimísio e endomissio. 
Capsula fibrosa: estrutura formada por tecido conjuntivo, estando aderido a parede 
externa do órgão. Em contato íntimo 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
Capsula adiposa (gordura perirrenal): se localiza ao redor 
do órgão. Sendo bainha 
Fáscia renal: estrutura que se divide em dois (fáscia do 
músculo transverso do abdome – próximo da flexura direita 
do colo há uma bifurcação formando o folheto anterior da 
fáscia renal e o folheto posterior renal). 
Gordura pararrenal medular desta zona. O córtex 
próximo à medula é às vezes chamado de córtex 
justamedular. 
 
Estrutura Interna 
Divide-se em córtex renal e medula renal. 
Na região do córtex há emissão de projeções que separa 
em pirâmides renais, essas projeções denominam-se coluna 
renal. O córtex renal é subcapsular, arqueando-se sobre as 
bases das pirâmides e se estendendo entre elas para o seio 
renal como colunas renais. Suas regiões periféricas são 
chamadas de arcos corticais e são atravessadas radialmente por raios medulares claros, separados por tecido escuro, 
a parte contorcida dos néfrons. Os raios se afunilam na direção da cápsula renal e são como prolongamentos 
periféricos das bases das pirâmides renais. O córtex é histologicamente dividido em zonas interna e externa. A zona 
interna é demarcada da medula por vasos sanguíneos tangenciais (artérias e veias arqueadas), que se encontram na 
junção das duas, porém uma camada delgada de tecido cortical (subcórtex) aparece no lado medular desta zona. O 
córtex próximo à medula é às vezes chamado de córtex justamedular. 
Na região da medula, há as pirâmides há a papila renal que dá acesso aos cálices menores (que se unem e 
desembocam em um cálice maior (2 a 3). A região onde os cálices maiores tributam fazem parte da pelve renal e faz 
parte do ureter. 
 
Glomérulo há uma artéria aferente e uma artéria eferente. 
unidade funcional de um rim = nefron 
Suprimento Vascular 
Artérias Renais 
O par dessas arteriais renais utiliza 20% do volume de ejeção cardíaca para suprir órgãos. Elas se originam 
lateralmente da aorta logo abaixo da origem da artéria mesentárica superior. Ambas cruzam o correspondente pilar 
do músculo diagrama em ângulos retos com a aorta. A artéria renal direita é mais longa e frequentemente mais alta, 
e passa posteriormente à veia cava inferior, à veia renal direita, à cabeça do pâncreas e à porção descendente do 
duodeno. A artéria renal esquerda é mais curta e mais baixa, e passa atrás da veia renal esquerda, do corpo do 
pâncreas e da veia esplênica. Pode ser cruzada anteriormente pela veia mesentérica inferior. 
Próximo do hilo renal, cada artéria se divide em uma divisão anterior e uma divisão posterior, e estas se dividem 
em artérias segmentares que suprem os segmentos vasculares renais. Artérias renais acessórias são comuns (30% 
dos indivíduos), e geralmente surgem da aorta acima ou abaixo (mais comumente abaixo) da artéria renal principal e 
a segue para o hilo renal. Elas são consideradas artérias esplâncnicas laterais embrionárias persistentes. Vasos 
acessórios para o polo inferior cruzam anteriormente ao ureter e podem obstruir o ureter por compressão mecânica 
e causar hidronefroses. Mais raramente, artérias renais acessórias podem surgir do tronco celíaco ou da artéria 
mesentérica superior, próximo da bifurcação aórtica, ou das artérias ilíacas comuns. 
As subdivisões das artérias renais são descritas sequencialmente como artérias segmentar, lobar, interlobar, 
arqueada e interlobular, e arteríolas glomerulares aferentes e eferentes. 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
Artérias Segmentares 
O segmento apical ocupa a região anteromedial do polo superior. O segmento superior (anterior) inclui o resto 
do polo superior e a região anterossuperior. O segmento inferior cerca todo o polo inferior. O segmento médio 
(anterior) se encontra entre os segmentos anterior e inferior. O segmento posterior inclui toda a região posterior 
entre os segmentos apical e inferior. 
Artérias Lobar, Interlobar, Arqueada e Interlobular 
Os ramos iniciais das artérias segmentares são as lobares, geralmente uma para cada pirâmide renal. Antes de 
alcançar a pirâmide eles se subdividem em duas ou três artérias interlobares e se estendem para o córtex em torno 
de cada pirâmide. Na junção do córtex e da medula, artérias interlobares dicotomizam em artérias arqueadas, que 
divergem em ângulos retos. Quando elas arqueiam entre o córtex e a medula, cada uma se divide mais adiante, 
finalmente suprindo as artérias interlobulares que divergem radialmente no córtex. As terminações das artérias 
arqueadas adjacentes não se anastomosam, mas terminam no córtex como artérias interlobulares adicionais. 
Embora a maioria das artérias interlobulares venha dos ramos arqueados, algumas surgem diretamente das artérias 
arqueadas ou ainda das artérias interlobares terminais. As artérias interlobulares ascendem para o córtex superficial 
ou podem ocasionalmente se ramificar durante seu trajeto. Algumas são mais tortuosas e se curvam para a medula 
pelo menos uma vez antes de prosseguir para a superfície renal. Outras atravessam a superfície como artérias 
perfurantes para se anastomosar com o plexo capsular (que também é suprido pelas artérias suprarrenal inferior, 
renal e gonadal). 
Veias Renais 
Finas radículas das terminações venosas dos plexos peritubulares convergem para se unir às veias interlobulares, 
cada uma com sua arteríola interlobular. Muitas veias interlobulares iniciam abaixo da cápsula renal fibrosa pela 
convergência de muitas veias satélites, que drenamas zonas mais superficiais do córtex renal e assim são nomeadas 
a partir de seu aparecimento na superfície. Veias interlobulares passam para a junção corticomedular e também 
recebem alguns vasos retos ascendentes antes de terminar nas veias arqueadas (que acompanham as artérias 
arqueadas), e se anastomosam com veias vizinhas. As veias arqueadas drenam para as veias interlobares, que se 
anastomosam e formam a veia renal. 
As grandes veias renais se localizam anteriormente às artérias e drenam na veia cava inferior quase em ângulo 
reto. A veia renal esquerda é três vezes maior que a veia renal direita (7,5 cm e 2,5 cm, respectivamente) e por esta 
razão, o rim esquerdo é o lado preferencial de nefrectomia de doador vivo. A veia renal esquerda corre de sua 
origem no hilo renal, posteriomente à veia esplênica e ao corpo do pâncreas, e então cruza a aorta anteriormente, 
imediatamente abaixo da origem da artéria mesentérica superior. A veia gonadal esquerda drena em sua borda 
inferior e a veia suprarrenal esquerda, que geralmente recebe uma das veias frênicas inferiores esquerdas, drena em 
sua borda superior próximo à linha mediana. A veia renal esquerda drena na veia cava inferior um pouco mais 
superiormente que a direita. A veia renal direita está atrás da porção descendente do duodeno, e algumas vezes da 
parte lateral da cabeça do pâncreas. Pode ser extremamente curta (<1 cm), de tal modo que uma nefrectomia segura 
pode requerer excisão de uma porção da veia cava inferior. 
A veia renal esquerda pode ser dupla, uma veia passando posteriormente, a outra anteriormente, à aorta antes 
de se unirem à veia cava inferior. Isto é algumas vezes referido como uma persistência do “colar renal”. A veia 
anterior pode estar ausente, e então haverá somente uma única veia renal esquerda retroaórtica. A veia renal 
esquerda pode ser ligada durante cirurgia para aneurisma aórtico, em função de sua íntima relação com a aorta: este 
procedimento raramente resulta em algum dano para o rim, desde que a ligadura seja colocada à direita da 
drenagem das veias gonadal e suprarrenal, uma vez que estas geralmente podem propiciar drenagem venosa 
colateral adequada. A veia renal direita não tem drenagem colateral significante e não pode ser ligada sem 
comprometimento. 
Inervação 
Ramos do plexo e gânglios celíacos, gânglios aorticorrenais, nervo esplâncnico torácico inferior, primeiro nervo 
esplâncnico lombar e plexo aórtico formam um denso plexo de nervos autonômicos em torno da artéria renal. 
Pequenos gânglios ocorrem no plexo renal, o maior geralmente atrás da origem da artéria renal. O plexo 
continua no rim em torno dos ramos arteriais e supre os vasos e glomérulos renais, e especialmente os túbulos 
corticais. Axônios dos plexos em torno das artérias arqueadas inervam arteríolas eferentes justamedulares e 
arteríolas retas, que controlam o fluxo sanguíneo entre o córtex e a medula sem afetar a circulação glomerular. 
Axônios do plexo renal contribuem para os plexos uretérico e gonadal. 
Néfron 
Consiste em um corpúsculo renal, relacionado com a filtração do plasma, e um túbulo renal, relacionado com a 
reabsorção seletiva do filtrado para formar a urina. Ductos coletores carregam fluido de muitos túbulos renais para 
um ducto papilar terminal e se abrem para o cálice renal menor no ápice da papila renal. As superfícies papilares 
mostram numerosos orifícios diminutos desses ductos e pressão em um rim fresco expele urina deles. 
Corpúsculo renal 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
São pequenas estruturas arredondadas com média de 0,2 mm de diâmetro, visíveis desde o córtex renal 
profundo até a uma estreita zona cortical. Cada um tem um glomérulo central de vasos e uma cápsula glomerular (de 
Bowman), do qual o túbulo renal se origina. 
Existem aproximadamente um milhão de corpúsculos renais em cada rim, e seu número (que pode ser 
determinado em parte por fatores intrauterinos) diminui com a idade; este processo é acelerado pelo aumento da 
pressão sanguínea. Após o nascimento, novos néfrons não podem ser desenvolvidos – uma perda de néfrons pode 
nunca ser recuperada. A diminuição em úmero corpuscular com a idade é refletida em uma correspondente redução 
na taxa de filtração glomerular da quarta década de vida em diante. 
Glomérulo 
É uma coleção de vasos sanguíneos capilares contorcidos, unidos por uma delicada matriz mesangial e suprido 
por uma arteríola que entra na cápsula oposta ao polo urinário, onde o filtrado entra no túbulo. (O termo glomérulo 
é usado mais frequentemente para descrever todo o corpúsculo renal.) Uma arteríola eferente emerge do mesmo 
ponto, o polo vascular do corpúsculo. Os glomérulos são simples na forma até os períodos finais da vida pré-natal; 
alguns permanecem assim aproximadamente seis meses após o nascimento, a maioria amadurecendo aos seis anos e 
todos aos 12 anos. 
Cápsula de Bowman 
É uma expansão final cega de um túbulo renal, e é 
profundamente invaginada pelos glomérulos. É revestida por um 
epitélio escamoso simples em sua parede externa (parietal); sua 
parede glomerular, justacapilar (visceral) é composta de 
podócitos epiteliais especializados. Entre as duas paredes da cápsula está um espaço urinário achatado (de Bowman), 
continuo com o túbulo contorcido proximal. 
Podócitos são células estreladas. Seu maior processo em forma de pé (primário) curva-se em torno das alças dos 
capilares e ramifica-se para formar os processos secundários que estão posicionados próximos à lâmina basal; 
processos secundários ou terciários dão origem a pedicelos terminais. Pedicelos de uma célula alternam com aqueles 
de uma célula adjacente e se interdigitam firmemente uns com os outros, separados por aberturas estreitas (25 nm), 
denominadas fendas de filtração, que são cobertas por uma densa fenda membranosa diafragmática através da qual 
o filtrado deve passar para entrar no espaço urinário. A diferenciação do fenótipo do podócitos adulto está associada 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
à presença de muitas proteínas especificas, como nefrina, podocina, sinatopodina e GLEPP-1. Mutações nessas 
proteinas podem causar problemas funcionais importantes; por exemplo, a clássica forma de Finnish de síndrome 
nefrítica congênita é causada por uma mutação do códon NHPS1 para nefrina. A membrana luminal e a fenda 
diafragmática são cobertas por uma densa membrana de superfície rica em sialoglicoproteínas, que dão a esta 
superfície uma carga altamente negativa e é uma das características-chave da barreira de permeabilidade seletiva. 
Podócitos diferenciados podem não se replicar. 
O endotélio glomerular é finamente fenestrado. A principal barreira para a passagem de fluido da luz capilar para 
o espaço urinário é a lâmina basal glomerular, o endotélio fusionado e a lâmina basal do podócito. Esta tem 
geralmente 0,33 μm de espessura no homem, e age como um filtro seletivo que permite a passagem de sangue, sob 
pressão, de água e de várias moléculas e íons na circulação. A hemoglobina pode cruzar o filtro, mas grandes 
moléculas e aquelas de tamanho similar com uma carga negativa são largamente retidas. A maioria das proteínas que 
entram no filtrado é seletivamente reabsorvida e degradada pelas células do túbulo contorcido proximal. 
A membrana basal glomerular (MBG) serve como um esqueleto do tufo glomerular. Seu aspecto externo é 
completamente coberto pelos podócitos, e o interior é preenchido por capilares e uma delicada matriz mesangial 
(mesângio). Os principais componentes da MBG são a laminina e o colágeno tipo IV (ambos expressos como 
isoformas únicas) e proteoglicano heparan sulfato. 
Células mesangiais irregulares, com propriedades fagocíticas e contráteis, localizam-se dentro e secretam o 
mesângio glomerular, um tecido conjuntivo especializado que suporta as alças dos capilares glomerulares e preenche 
espaços entre as superfícies endoteliais que não são revestidas por podócitos. As células mesangiais são relacionadas 
aos pericitosvasculares e estão envolvidas com o turnover da membrana basal glomerular. Elas limpam o filtrado 
glomerular de complexos imunes e debris celulares, e suas propriedades contráteis ajudam a regular o fluxo 
sanguíneo. Células similares a estas, as células mesangiais extra-glomerulares (lacis), localizam-se fora do glomérulo 
no polo vascular e formam parte do aparato justaglomerular. 
Túbulo renal 
Um túbulo renal ou urinífero consiste em uma cápsula glomerular que leva a um túbulo contorcido proximal 
conectado à cápsula por um curto colo e continua para uma parte contorcida sinuosa ou em espiral. Esta se torna 
reta quando se aproxima da medula, torna-se o ramo espesso descendente da alça de Henle e então o ramo 
ascendente por um abrupto giro em U. Os ramos da alça de Henle são mais estreitos e de paredes delgadas dentro 
dos tecidos medulares mais profundos, onde eles se tornam os segmentos delgados descendentes e ascendentes. O 
ramo espesso ascendente continua-se para o túbulo distal. A parede tubular mostra um espessamento focal, a 
mácula densa, onde esta passa intimamente ao polo vascular de seu glomérulo de origem no começo da parte 
contorcida do túbulo distal. O néfron finalmente torna-se reto mais uma vez como túbulo de conexão (ducto coletor 
arqueado), que termina por se unir a um ducto coletor (ducto coletor reto). 
Ductos coletores se originam nos raios medulares corticais e unem a outros. Eles finalmente se abrem nos largos 
ductos papilares que se abrem em uma papila, seus numerosos orifícios formam uma área perfurada crivosa na 
superfície no ápice da pirâmide renal. 
Os túbulos renais são revestidos por uma única camada de epitélio. O tipo de célula epitelial varia de acordo com 
os papéis funcionais das diferentes regiões, por exemplo: transporte ativo e difusão passiva de vários íons e água 
para dentro e para fora dos túbulos; reabsorção de componentes orgânicos tais como glicose e aminoácidos; 
captação de algumas proteínas que passam pelo filtrado glomerular. 
O túbulo contorcido proximal é revestido por um epitélio cuboidal ou colunar baixo e tem uma borda em forma 
de escova de microvilos altos em sua face luminal. A forma das células depende da pressão do fluido tubular, que no 
indivíduo vivo distende o lúmen e deixa as células planas (elas se tornam mais altas quando a pressão sanguínea 
glomerular cai post morten ou na biópsia). O citoplasma das células tubulares proximais é fortemente eosinófilo e os 
núcleos são eucromáticos e centrais. O citoplasma basal é rico em mitocôndrias, orientadas perpendicularmente, e a 
membrana plasmática basal é altamente pregueada. As faces laterais das células epiteliais adjacentes se interdigitam 
e aumentam a complexidade da membrana plasmática basolateral. Os microvilos nas faces luminais aumentam 
significativamente a área da membrana plasmática em contato com o fluido tubular e o espaço extratubular, o que 
facilita o transporte de íons e pequenas moléculas contra um gradiente de concentração. As abundantes 
mitocôndrias suprem a energia, com o ATP, necessário para este processo. Adenosina trifosfatase sódio/potássio 
(Na/K ATPase) é encontrada nas membranas apical e basal, e o citoplasma contém numerosas outras enzimas 
relacionadas com o transporte de íons. Água e outros solutos passam entre as células (transporte paracelular) 
passivamente ao longo de gradientes osmóticos e eletroquímicos, provavelmente pelas junções apicais mal vedadas. 
Vesículas pinocíticas são encontradas próximas da superfície apical e representam o modo pelas quais pequenas 
proteínas e peptídeos do filtrado são internalizados e degradados por lisossomos associados. Abundantes 
peroxissomos e gotículas de lipídios estão presentes no citoplasma. 
A alça de Henle consiste em um segmento delgado (30 μm de diâmetro), revestido por células escamosas a 
cuboidais baixas, e em um segmento espesso (60 μm de diâmetro) constituído por células cuboidais como aquelas no 
túbulo contorcido distal. O segmento delgado forma a maior parte da alça nos néfrons justamedulares que alcançam 
a profundidade dentro da medula. Poucas organelas aparecem nas células enfileiradas do segmento delgado, o que 
indica que essas células exercem mais um papel passivo, do que ativo, no transporte iônico. O segmento espesso é 
composto de epitélio cuboidal com muitas mitocôndrias, profundas pregas basolaterais e curtos microvilos apicais, o 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
que indica um papel metabólico mais ativo. O ramo espesso da alça de Henle é a fonte de proteína Tamm-Horsfall na 
urina normal. 
Células do túbulo distal são cuboidais e se assemelham àquelas do túbulo proximal. Elas têm poucos microvilos, e 
então a luz tubular tem um contorno mais distinto. As pregas basolaterais que contêm mitocôndrias são profundas, 
quase alcançando a luz. As enzimas relacionadas com o transporte ativo de sódio, potássio e outros íons são 
abundantes. Na junção de regiões retas e contorcidas, o túbulo distal chega bem próximo do polo vascular de seu 
corpúsculo renal de origem. Aqui, células tubulares formam a mácula densa, uma estrutura sensorial que está 
relacionada com a regulação do fluxo sanguíneo e, assim, com a taxa de filtração. As células na parte terminal do 
túbulo contorcido distal têm poucas pregas basais e mitocôndrias e constituem um túbulo de conexão formado do 
mesênquima metanéfrico durante a embriogênesis. Os ductos coletores são revestidos por epitélio cuboidal simples 
ou colunar. Este aumenta em altura a partir do córtex, onde os ductos recebem os conteú- dos dos túbulos distais, 
para os largos ductos papilares que desembocam na área crivosa. As células principais, palidamente coradas, têm 
relativamente poucas organelas ou interdigitações laterais e somente microvilos ocasionais. Outras células, as células 
intercaladas ou escuras (também presentes em pequenos números no túbulo contorcido distal), têm grandes 
microvilos e mais mitocôndrias, e secretam H+ para dentro do filtrado; elas atuam na manutenção da homeostase 
ácido-básica. 
 
Cálices e Pelves 
A parede da parte proximal do trato urinário é composta de três camadas, uma adventícia de tecido conjuntivo 
externa, uma camada intermediaria de músculo liso e uma mucosa interna. O revestimento mucoso dos cálices e 
pelve é idêntico em estrutura ao do ureter. A adventícia consiste em tecido conjuntivo fibroelástico frouxo que se 
funde com o tecido areolar retroperitoneal. Proximamente, a camada se funde com a cápsula fibrosa do rim que 
reveste o seio renal. 
O músculo liso dos cálices renais e pelve é composto de dois tipos distintos de células musculares lisas. Um tipo 
de célula muscular é idêntica à descrita para o ureter e pode ser localizada proximamente desde a região 
pelveuretérica e pelve renal até os cálices menores. O outro tipo de células forma a camada muscular de cada cálice 
menor e se continua nos cálices maiores e na pelve, onde estas formam uma distinta camada interna. Essas células 
também formam uma delgada lâmina de músculo, que recobre cada cálice menor e se estende pelo parênquima 
renal por entre as conexões de cálices renais menores próximos e, desta maneira, ligam cada cálice renal menor a 
seus vizinhos. Esta discreta camada interna de músculo liso atípico acaba na região pelveuretérica de forma que o 
ureter proximal é desprovido de uma camada interna. As células que atuam como marca-passo e que iniciam a 
peristalse da pelve renal e uretérica estão localizadas nos cálices. Estas permitem peristalses coordenadas do ureter 
seis vezes por minuto.	 
Ureter 
BMF-3 05/02/2019 Aula 1 – RENAL 
Os ureteres são dois tubos musculares nos quais contrações peristálticas carregam a urina dos rins para a bexiga 
urinária. Cada um mede 25-30 cm de comprimento, de paredes espessas e estreitos, são contínuos superiormente 
com a pelve renal em forma de funil. Cada um desce de leve medialmente, anteriormente ao músculo psoas maior, e 
entra na cavidade pélvica onde se curvade início lateralmente, então medialmente, para se abrir na base da bexiga 
urinária. O diâmetro do ureter é normalmente de 3 mm, mas é discretamente menor em sua junção com a pelve 
renal, na borda da pelve menor próximo à margem medial do músculo psoas maior e onde corre dentro da parede da 
bexiga urinária, que é sua parte mais estreita. Estes são os locais mais comuns para a impactação de cálculos renais. 
Relações 
No abdome o ureter desce posteriormente ao peritônio na 
porção medial do músculo psoas maior, que o separa das 
extremidades dos processos tranversos lombares. Durante uma 
cirurgia nas estruturas intraperitoneais, o ureter pode se elevar 
quando o peritônio é tracionado anteriormente, resultando em 
injúria uretérica inadvertida. Anteriormente ao músculo psoas 
maior cruza em frente do nervo genitofemural e é 
obliquamente cruzado pelos vasos gonadais. Entra na pelve 
menor anterior mente ao término dos vasos ilíacos comuns ou à 
origem dos vasos ilíacos externos. 
A veia cava inferior é medial ao ureter direito enquanto o 
ureter esquerdo é lateral à aorta. A veia mesentérica inferior 
tem um grande trajeto retroperitoneal e se localiza próximo ao 
aspecto medial do ureter esquerdo. 
Em sua origem, o ureter direito é geralmente sobreposto pela parte descendente do duodeno. Desce 
lateralmente à veia cava inferior, e está cruzado anteriormente pelos vasos cólicos e iliocólicos. Próximo à abertura 
da pelve menor, passa atrás da parte inferior do mesentério e do ílio terminal. O ureter esquerdo é cruzado pelos 
vasos gonadal e cólico esquerdo. Passa posteriormente às alças do jejuno e colo sigmoide e seu mesocólon na parede 
posterior do recesso intersigmóideo. 
Na pelve o ureter se localiza no tecido areolar extraperitoneal. Primeiro, ele desce posterolateralmente na 
parede lateral da pelve menor ao longo da margem anterior da incisura isquiática maior. Em frente à espinha 
isquiática gira anteromedialmente no tecido adiposo fibroso acima do músculo levantador do ânus para alcançar a 
base da bexiga. Na parede lateral da pelve é anterior à artéria ilíaca interna e do começo de seu tronco anterior; 
posteriormente, estão a veia ilíaca interna, o nervo lombossacral e a articulação sacroilíaca. Lateralmente, apoia-se 
na fáscia do músculo obturador interno. Em seguida dobra-se para se tornar medial às artérias umbilical, vesical 
inferior e retal média. 
Em homens, o ureter pélvico passa por debaixo do ducto deferente e em seguida acima do polo superior da 
vesícula seminal para atravessar a parede da bexiga antes de se abrir no ângulo trigonal ipsilateral. Sua parte terminal 
é circundada por tributárias das veias vesicais. Em mulheres, a parte pélvica inicialmente tem as mesmas relações 
como nos homens, mas anteriormente à artéria ilíaca interna está imediatamente atrás do ovário, formando o limite 
posterior da fossa ovárica. Na parte anteromedial de seu trajeto para a bexiga está relacionado com a artéria uterina, 
o colo do útero e o fórnice da vagina. Está no tecido conjuntivo extraperitoneal na parte inferomedial do ligamento 
largo do útero onde pode ser lesado durante uma cirurgia de histerectomia. No ligamento largo, a artéria uterina é 
anterossuperior ao ureter por 2,5 cm e então cruza para seu lado medial 
para subir ao lado do útero. O ureter gira levemente para a frente acima 
do fórnice da vagina e está em geral 2 cm lateralmente em relação à parte 
supravaginal do colo do útero neste ponto. Então, inclina-se medialmente 
para alcançar a bexiga, com uma variável relação para o aspecto anterior 
da vagina. Como o útero é comumente desviado para um lado, um ureter, 
geralmente o esquerdo, pode ser mais extensivamente justaposto à 
vagina, e pode cruzar a linha mediana. 
Cada ureter é circundado 1 ou 2 cm distalmente por um colar 
incompleto de músculo não estriado, que forma uma bainha (de 
Waldeyer). Os ureteres perfuram a face posterior da bexiga e correm 
obliquamente através de sua parede por uma distância de 1,5-2,0 cm 
antes de terminar nos óstios dos ureteres. Acredita-se que este arranjo 
previne o refluxo de urina para o ureter, uma vez que os segmentos 
intramurais ficam fechados durante o aumento na pressão da bexiga na 
micção. Não existe evidência de um mecanismo esfinctérico ureteral 
clássico no homem. Os feixes musculares orientados longitudinalmente 
do ureter terminal continuam-se com o músculo trigonal. Na bexiga 
distendida, em ambos os sexos, as aberturas uretéricas estão geralmente 
separadas em 5 cm, e por 2,5 cm quando a bexiga está vazia. 
Artérias 
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O ureter é suprido por ramos das artérias renal, gonadal, ilíaca comum, ilíaca interna, vesical e uterina, e pela 
parte abdominal da aorta. O padrão de distribuição está sujeito a muita variação. A parte abdominal do ureter é 
suprida de vasos que se originam medialmente ao ureter, enquanto a parte pélvica do ureter é suprida de vasos 
laterais ao ureter. Os ramos da artéria vesical inferior são constantes em sua ocorrência e suprem a parte inferior do 
ureter tão bem quanto uma grande parte do trígono da bexiga. O ramo da artéria renal é também constante e deve 
ser preservado, quando possível, no transplante renal para assegurar boa vascularização do ureter. 
Veias 
A drenagem venosa dos ureteres geralmente segue o padrão inverso do suprimento arterial. 
Cálculo Renal e Uretérico 
Um entendimento da anatomia intrarrenal e uretérica é essencial no tratamento de pacientes com cálculos, 
particularmente agora que técnicas menos invasivas são amplamentes usadas para o tratamento desta patologia 
comum. 
Cálculos renais menores são tratados com litotripsia extracorpórea. As pedras no polo inferior do rim são menos 
evidentes se o ângulo entre o infundíbulo do cálice que contém a pedra e o ureter for agudo, ou se existe um 
infundíbulo particularmente longo e estreito. A extração percutânea de cálculos é mais frequentemente alcançada 
pela punção de um cálice posterior com uma agulha. 
Cálculos uretéricos tendem a ficar bloqueados em sua descida ou na região pelviuretérica, no ponto em que o 
ureter passa sobre a borda pélvica quando cruza a artéria ilíaca comum ou na junção vésico-uretérica, pois essas são 
as três áreas nas quais o ureter é mais estreito. A junção vesicou-retérica é a mais estreita dessas áreas e pode ser 
responsável por obstruir a passagem de cálculos menores que 2-3 mm. 
O rim e a parte superior do ureter movem-se durante a respiração no interior da fáscia perirrenal, e isto pode 
afetar a visualização e localização de um cálculo durante a litotripsia extracorpórea e na endoscopia retrógada. 
 
Bexiga 
A bexiga urinária é um reservatório cujo tamanho, posição e relações variam de acordo com seu conteúdo e o 
estado das vísceras vizinhas. Quando a bexiga está vazia, localiza-se inteiramente na pelve menor, mas quando se 
distende, expande-se anterossuperiormente na cavidade abdominal. A bexiga vazia tem formato tetraédrico e 
apresenta um fundo, um colo, um ápice, uma face superior e duas faces inferolaterais. 
Relações 
O fundo da bexiga é triangular e localizado posteroinferiormente. Nas mulheres, está intimamente relacionado 
com a parede anterior da vagina; nos homens, está relacionado com o reto, embora sua parte superior esteja 
separada dele pela escavação retovesical e sua parte inferior pela vesícula seminal e pelo ducto deferente de cada 
lado da fáscia própria dos órgãos pélvicos (de Denonvillier). O colo, localizado mais inferiormente, é mais fixo e está 
3-4 cm atrás da parte inferior da sínfise púbica, e logo acima do plano da abertura inferior da pelve menor. O colo da 
Conduz a urina dos rins para a bexiga. 
Há três constrições, local de estreitamente, sendo elas 
- Polo inferior do rim – 1º 
- Passa sobre a artéria ilíaca – 2º 
- Ureter ultrapassa a parede da bexiga – 3º 
 
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bexiga é essencialmente o óstio interno da uretra, que se encontra em umaposição constante, independentemente 
da variação de posição da bexiga e do reto. Nos homens, o colo repousa sobre sua parede e está em continuidade 
direta com a base da próstata; nas mulheres, está relacionado com a fáscia pélvica, que circunda a parte superior da 
uretra. Em ambos os sexos, o ápice da bexiga está voltado para a parte superior da sínfise púbica. O ligamento 
umbilical mediano (úraco) sobe atrás da parede anterior do abdome, desde o ápice da bexiga até o umbigo, e é 
coberto pelo peritônio para formar a prega umbilical mediana. 
A face anterior da bexiga é separada da fáscia transversal por tecido adiposo presente no espaço retropúbico (de 
Retzius). Esta fáscia é mais aderida à bexiga que a face anterior da próstata; esta característica ajuda na identificação 
segura da região do colo da bexiga em um procedimento cirúrgico. Nos homens, cada face inferolateral está 
relacionada anteriormente com o púbis e ligamento puboprostático. Nas mulheres, as relações são similares; porém, 
o ligamento pubovesical substitui o ligamento puboprostático. As faces inferolaterais não são revestidas por 
peritônio. A face superior, triangular, está delimitada pelas margens laterais, do ápice até as entradas dos ureteres, e 
por uma margem posterior que as une. Nos homens, a face superior é completamente coberta pelo peritônio, que se 
estende ligeiramente sobre a base e se continua posterior- mente na escavação retovesical e anteriormente na prega 
umbilical mediana: está em contato com o colo sigmoide e com as alças terminais do ílio. Nas mulheres, a face 
superior é amplamente coberta pelo peritônio, que se reflete posteriormente sobre o útero no nível do óstio interno 
do útero (a junção do corpo e colo do útero) para formar a escavação vesicouterina. A parte posterior da face 
superior, destituída de peritônio, está separada da porção supravaginal do colo por tecido fibroareolar. 
Estas relações são importantes no tratamento de traumas de bexiga. Lesões extraperitoneais podem 
frequentemente ser tratadas de forma conservadora, pois a urina é contida; injúrias peritoneais geralmetne 
requerem reparação cirúrgica. 
À medida que a bexiga se enche, torna-se ovoide. Anteriormente, desloca o peritônio parietal da região 
suprapúbica da parede do abdome. As faces inferolaterais tornam-se anteriores e repousam contra a parede do 
abdome sem a intervenção do peritônio por certa distância acima da sínfise púbica, que varia com o grau de 
distensão, mas comumente é de 5-7 cm. A bexiga distendida pode ser puncionada logo acima da sínfise púbica sem 
atravessar o peritônio (cistostomia suprapúbica): o acesso cirúrgico à bexiga através da parede anterior do abdome é 
geralmente por esta rota. O ápice da bexiga cheia aponta para cima e para a frente, acima da inserção do ligamento 
umbilical mediano, de modo que o peritônio forma um recesso supravesical de profundidade variável entre o ápice e 
a parede anterior do abdome: este recesso frequentemente contém alças do intestino delgado. Ao nascimento, a 
bexiga é relativamente mais alta do que no adulto, pois a pelve verdadeira é rasa e o óstio interno da uretra está 
nivelado com a margem superior da sínfise púbica. A bexiga é, então, mais abdominal do que pélvica e se estende 
aproximadamente dois terços em direção ao umbigo. Amostras de urina podem, desta maneira, ser obtidas de 
crianças através de uma punção suprapúbica. A bexiga desce progressivamente com o crescimento e alcança a 
posição adulta logo após a puberdade. 
Trigono 
O músculo liso do trígono consiste em duas camadas distintas, algumas vezes denominadas de músculos 
superficial e profundo do trígono da bexiga. O último é composto de células musculares, indistinguíveis daqueles do 
músculo detrusor da bexiga, e é simplesmente a porção posteroinferior do próprio músculo detrusor. O músculo 
superficial do trígono da bexiga representa um componente morfologicamente distinto do trígono, que ao contrário 
do músculo detrusor, é composto de feixes musculares de diâmetro relativamente pequeno, contínuos com os feixes 
da parte intramural dos ureteres. O músculo superficial do trígono da bexiga é relativamente delgado, mas é 
geralmente descrito por tornar-se espesso ao longo de sua margem superior para formar a crista interure- térica. 
Espessamentos similares ocorrem ao longo das margens laterais do músculo superficial trígono. Em ambos os sexos, 
o músculo superficial do trígono da bexiga torna-se contínuo com o músculo liso da parte proximal da uretra e se 
estende no homem, ao longo da crista uretral até as aberturas dos ductos ejaculatórios. 
Mulher 
O colo da bexiga feminina consiste em músculo liso morfologicamente distinto. Os fascículos de grande diâmetro, 
característicos do músculo detrusor da bexiga são substituídos, na região do colo da bexiga, por fascículos de 
pequeno diâmetro que se estendem oblíqua ou longitudinalmente na parede da uretra. Na mulher normal, o colo da 
bexiga localiza-se superiormente ao assoalho pélvico e é suportado predominantemente pelos ligamentos 
pubovesicais, fáscia endopélvica do assoalho pélvico e músculo levantador do ânus. Essas estruturas dão suporte à 
uretra em repouso; com o aumento da pressão intra-abdominal, os músculos levantadores do ânus se contraem e 
aumentam a pressão de fechamento da uretra para manter a continência urinária. Este arranjo anatômico 
geralmente se altera após o parto ou com a idade, tanto que o colo da bexiga pode se localizar abaixo do assoalho 
pélvico, especial- mente quando a pressão intra-abdominal se eleva, isto significa que o mecanismo descrito 
anteriomente falhou em manter a continência; e a mulher pode apresentar incontinência urinária causada por 
estresse, resultado da hipermobilidade uretral. 
Homem 
No homem, o colo da bexiga é completamente circundado por um colar de músculo liso, com inervação 
adrenérgica própria distinta, que se estende distalmente para circundar a parte prostática da uretra. Diferente do 
feixe de músculo liso que segue em continuidade do colo da bexiga para a parte prostática da uretra, e do músculo 
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liso dentro da próstata, esses feixes de músculo liso circundam o colo da bexiga e a uretra pré-prostática. Os feixes 
que formam este “esfíncter pré-prostático” são pequenos em tamanho comparados com os feixes musculares do 
músculo detrusor, e estão separados por um componente de tecido conjuntivo relativamente grande, rico em fibras 
elásticas. 
O colo da bexiga é algumas vezes denominado mecanismo esfinctérico urinário proximal, para distingui-lo do 
mecanismo esfinctérico urinário distal. Entretanto, não é considerado um esfíncter urinário e não é responsável pela 
continência urinária. É um esfíncter genital que permite ejaculação anterógrada do sêmen. Diferentemente do 
músculo detrusor da bexiga e do resto da musculatura lisa da uretra (comum em ambos os sexos), o esfíncter pré-
prostático é ricamente inervado por nervos noradrenérgicos simpáticos, e é quase totalmente destituído de nervos 
colinérgicos parassimpáticos. A contração do esfíncter interno da uretra previne o fluxo retrógrado da ejaculação da 
uretra proximal para a bexiga. O esfíncter interno da uretra é geralmente seccionado na grande maioria de homens 
submetidos à cirurgia de colo da bexiga (p. ex., ressecção transuretral da próstata), o que resulta em ejaculação 
retrógrada. 
Não se sabe se este esfíncter pré-prostático substitui o padrão muscular do colo da bexiga visto na mulher ou é 
adicional; provavelmente é adicional. 
Artúrias 
A bexiga é suprida principalmente pelas artérias vesicais superior e inferior, derivadas do tronco anterior da 
artéria ilíaca interna, suplementadas pelas artérias obturatória e glútea inferior. Na mulher, ramos adicionais são 
derivados das artérias uterina e vaginal. 
Artéria vesical superior 
A artéria vesical superior supre muitos ramos para o fundo da bexiga. A artéria para o ducto deferente 
frequentemente se originade um desses ramos e acompanha o ducto deferente até o testículo, onde se anastomosa 
com a artéria testicular. Outros ramos suprem o ureter. O início da artéria vesical superior é a parte proximal 
permeável da artéria umbilical do feto. 
Artéria vesical inferior 
A artéria vesical inferior frequentemente origina-se com a artéria retal média, ramo da artéria ilíaca interna. Ela 
supre o fundo da bexiga, a próstata, as vesículas seminais e parte inferior do ureter. Ramos prostáticos se comunicam 
através da linha mediana. A artéria vesical inferior pode, algumas vezes, dar origem à artéria para o ducto deferente. 
Veias 
As veias que drenam a bexiga formam um complicado plexo venoso nas faces inferolaterais, que passa para atrás, 
nos ligamentos laterais pubovesicais, para terminar nas veias ilíacas internas. 
Inervação 
Os nervos da bexiga se originam do plexo pélvico, uma rede de nervos e gânglios autonômicos na face lateral do 
reto, dos órgãos genitais internos e do fundo da bexiga. Eles se consistem em componentes simpático e 
parassimpático, cada um com fibras eferentes e aferentes. 
Uretra Masculina 
A uretra masculina é longa, com 18-20 cm, e se estende do óstio interno da uretra na bexiga urinária, até o óstio 
externo da uretra, na extremidade do pênis. Pode ser dividida em duas partes. A parte anterior da uretra possui 
aproximadamente 16 cm, e se encontra no períneo (proximalmente) e pênis (distalmente), envolta pelo corpo 
esponjoso. A parte posterior da uretra possui 4 cm e se encontra na pelve, próxima ao corpo esponjoso, onde é 
atendido por mecanismos esfinctéricos urogenitais. Funcionalmente, ambas as partes agem como um conduto. 
A parte anterior da uretra está subdividida em um componente proximal, a parte bulbar da uretra envolta pelo 
músculo bulboesponjoso e está inteiramente no períneo; e um componente pendular ou peniano, que se continua 
até a extremidade do pênis. A parte posterior da uretra é dividida em segmentos pré-prostático, prostático e 
membranáceo. No pênis flácido, a uretra possui curvatura dupla. O canal da uretra é uma mera fenda, exceto 
durante a passagem de fluido: em uma secção trans- versal do pênis, é arqueada transversalmente na parte 
prostática; estelada nas partes pré-prostática e membranácea; transversa nas partes bulbar e peniana; e sagital no 
óstio externo. 
Parte posterior 
Parte pré-prostática da uretra 
A parte pré-prostática da uretra (vista endoscópica do colo da bexiga e crista uretral) tem aproximadamente 1 cm 
de comprimento e se estende do colo da bexiga até a próstata. Pequenas glândulas periuretrais neste local podem 
contribuir para a hiperplasia prostática benigna (BPH) e para sintomas de obstrução do fluxo de saída no homem 
idoso. 
Parte prostática da uretra 
A parte prostática da uretra tem 3-4 cm de comprimento e passa através da substância da próstata mais próximo 
da face anterior do que da face posterior da glândula. É contínua, acima, com a parte pré-prostática e emerge da 
próstata ligeiramente anterior ao seu ápice (o ponto mais inferior da próstata). Ao longo da maior parte de seu 
comprimento, na parede posterior, há uma crista mediana, a crista uretral, que se projeta no lúmen como uma 
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formação cerscentiforme em secção transversal. Uma elevação, o colículo seminal, é observada aproximadamente na 
metade do comprimento da crista uretral: esta estrutura é usada como marco cirúrgico do esfíncter da uretra 
durante ressecção transuretral em casos de hipertrofia benigna da próstata. Neste ponto, a uretra curva-se 
anteriormente em 35° e pode ser observado o orifício em forma de fenda do utrículo prostático. Em ambos os lados 
deste orifício, ou exatamente dentro deste, estão as duas pequenas aberturas dos ductos ejaculatórios. Suas paredes 
são compostas de tecido fibroso, fibras musculares e membrana mucosa, a última apresenta as aberturas de 
numerosas pequenas glândulas. A porção mais inferior da parte prostática da uretra é fixada pelos ligamentos 
puboprostáticos e é, desta maneira, imóvel. 
Parte membranácea da uretra 
A parte membranácea da uretra é a mais curta (2-2,5 cm), a menos dilatável e, com exceção do óstio externo, a 
parte mais estreita da uretra. Desce com uma discreta concavidade ventral, da próstata ao bulbo do pênis e passa 
através da membrana do períneo, 2,5 cm posteroinferiormente da sínfise púbica. A parede da parte membranácea 
da uretra consiste em uma túnica muscular que está separada do revestimento epitelial por uma camada estreita de 
tecido conjuntivo fibroelástico. Essa túnica muscular é constituída por uma camada relativamente delgada de feixes 
de músculo liso, contínuos proximalmente com aqueles da parte prostática da uretra e com uma proeminente 
camada externa de fibras musculares estriadas orientadas circularmente, que juntas formam o esfíncter externo da 
uretra. 
A continência urinária no nível da parte membranácea da uretra é mediada por pregas radiais na mucosa uretral, 
no tecido conjuntivo submucoso, na musculatura lisa intrínseca da uretra, nas fibras musculares estriadas e no 
músculo poborretal, parte do músculo levantador do ânus. A túnica muscular da uretra e o músculo puborretal 
circundam a parte membranácea da uretra, e estão inseridos na face interna do ramo isquiopúbico; fibras também 
chegam até a parte mais inferior do colo da bexiga e se encontra na superfície da próstata. O esfíncter externo da 
uretra possui uma falha fibrosa posterior e está inserido ao longo de seu comprimento no corpo perineal. Está 
relacionado com o plexo venoso dorsal anteriormente, o músculo levantador do ânus lateralmente e o corpo 
perineal e músculo retouretral posteriormente; é suspenso no púbis por tecido fibroso que se estende de sua parte 
anterior e lateral até os ligamentos puboprostáticos, posteriormente, e para o ligamento suspensor do pênis, 
anteriormente. As glândulas bulbouretrais são envolvidas por fibras do músculo esfíncter da uretra e se abrem na 
parte membranácea da uretra durante o excitamento sexual. 
 
Parte anterior da uretra 
A parte anterior ou esponjosa da uretra se localiza dentro do corpo esponjoso do pênis. No pênis flácido, tem 
aproximadamente 15 cm de comprimento e se estende da extremidade da parte membra- nácea da uretra até o 
óstio externo da uretra na glande do pênis. Começa abaixo da membrana do períneo, em um ponto anterior ao nível 
inferior da sínfise púbica como a parte bulbar da uretra, porção mais larga da uretra, envolvida pelo músculo 
bulboesponjoso. As glândulas bulboure trais se abrem na parte bulbar da uretra aproximadamente 2,5 cm abaixo da 
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membrana do períneo. A próxima parte da uretra curva-se para baixo como a parte peniana da uretra. É uma fenda 
estreita e transversal quando vazia, e tem um diâmetro de aproximadamente 6 mm quando passa a urina. É dilatada 
em sua porção terminal na glande do pênis onde é conhecida como a fossa navicular. O óstio externo da uretra é a 
parte mais estreita da uretra, é uma fenda sagital, com aproximadamente 6 mm de comprimento, limitada a cada 
lado por um pequeno lábio. 
O epitélio da uretra, particularmente nos segmentos bulbar e distal do pênis, apresenta os orifícios de numerosas 
pequenas glândulas mucosas uretrais que se localizam na submucosa. Também contém diver- sos pequenos recessos 
semelhantes a escavações, ou lacunas, de tamanhos variados, cujos orifícios estão direcionados para a frente. A 
lacuna magna é maior que as demais e se localiza no assoalho da fossa navicular. 
Artéria uretral 
A artéria uretral origina-se da artéria pudenda interna ou da artéria comum do pênis, logo abaixo da membrana 
do períneo e segue pelo corpo esponjoso, para alcançar a glande do pênis. Supre a uretra e o tecido erétil ao redor 
dela. Em adição, a uretra é irrigada pela artéria dorsal do pênis, via ramos circunflexos de cada lado; pode ser irrigada 
também de forma retrógrada, através dosramos terminais da glande. O suprimento sanguíneo através do corpo 
esponjoso é tão abundante que a uretra pode ser seccionada sem comprometer seu suprimento vascular. 
Veias 
A drenagem venosa da parte anterior da uretra corre para as veias dorsais do pênis e veias pudendas internas, 
que drenam para o plexo venoso prostático. A parte posterior da uretra drena para os plexos venosos prostático e 
vesical, que drenam, por sua vez, para as veias ilíacas internas. 
Uretra Feminina 
A uretra feminina tem aproximadamente 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro. Inicia-se no óstio interno 
da uretra na bexiga urinária, aproximadamente oposta ao meio da sínfise púbica, e corre anteroinferiormente atrás 
da sínfise púbica, incorporada na parede anterior da vagina. Está suspensa atrás do púbis por ligamentos 
pubovesicais, e anteriormente pelo ligamento suspensor do clitóris. Atravessa a membrana do períneo e 
normalmente termina no óstio externo da uretra, no vestíbulo da vagina, como uma fenda anteroposterior com 
margens bastantes proeminentes, diretamente anterior à abertura do óstio vaginal e 2,5 cm atrás da glande do 
clitóris. Algumas vezes abre-se na parede anterior da vagina. Exceto durante a passagem da urina, as paredes 
anterior e posterior da uretra estão justapostas e o epitélio é elevado em pregas longitudinais, uma das quais, na 
parede posterior do canal, é denominada de crista uretral. Muitas pequenas glândulas uretrais mucosas e pequenas 
depressões semelhantes a recessos ou lacunas abrem-se na uretra e podem dar origem a um divertículo uretral. De 
cada lado, próximo da extremidade inferior da uretra, diversas dessas glândulas (glândulas de Skene) estão 
agrupadas e se abrem no ducto parauretral: cada ducto corre para baixo, no tecido mucoso, e termina em uma 
pequena abertura na margem lateral do óstio externo da uretra. 
Artéria uretral 
A uretra é suprida principalmente pela artéria vaginal, mas também recebe suprimento da artéria vesical inferior. 
Veias 
O plexo venoso ao redor da uretra drena para o plexo venoso vesical em torno do colo da bexiga urinária, e para 
as veias pudendas internas. Um plexo venoso se encontra ao longo do comprimento da uretra e é contínuo com o 
tecido erétil do bulbo do vestíbulo.

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