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O Futuro 
da Fauna 
Ameaçada 
do Pará 
Implicações para a 
conservação da 
biodiversidade em 
diferentes cenários
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade-SEMAS, Belém, PA
 Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade.
I59o
 O futuro da fauna ameaçada do Pará: Implicações para a 
conservação da biodiversidade em diferentes cenários / Instituto 
de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade. – Belém: 
IDEFLOR-Bio, 2016.
76 p.: il.
ISBN : 978-85-92612-00-9
1. Biodiversidade – Fauna. 2. Espécies ameaçadas. I. Título.
CDD – 333.9522
 As fotos contidas neste livro não correspondem necessariamente às espécies ameaçadas de ex tinção.
Simão Robison Oliveira Jatene
Governador do Estado do Pará
José da Cruz Marinho
Vice-Governador do Estado do Pará
Luiz Fernandes Rocha
Secretário de Estado de Meio Ambiente 
e Sustentabilidade
Thiago Valente Novaes
Presidente do Instituto de 
Desenvolvimento Florestal e da 
Biodiversidade
Crisomar Raimundo da Silva Lobato
Diretor de Gestão de Biodiversidade
Nívia Gláucia Pinto Pereira
Gerente de Biodiversidade
Colaboradores técnicos
Crisomar Lobato
Luciana Alves de Souza
Arte Gráfca e Diagramação
Rubens Santos da Cunha – ME
Revisão de Texto e Catalogação
Paulo César Chagas Maia 
Márcia Maria Campos 
João Marcelo Vieira Lima
Fotos 
Augusto Jarthe, Claudia Kahwage, 
Evandra Vilacoert, Glauber da Silva, 
Liza Veiga (in memoriam) - Foto CAPA, 
Luciano dos Anjos, Nívia Pereira, Pedro 
Sampaio e Socorro Almeida, Edson 
Pereira (design gráfco/foto Ararajuba), 
Renata Valente e Olivier Jaudoin. 
Sumário
 INTRODUÇÃO
Amazônia paraense
Lista de Espécies Ameaçadas do Pará e o Programa 
Extinção Zero
Justi�cativa e objeti o
 
MÉTODOS E ANÁLISES
Seleção das espécies ameaçadas
Determinando a distribuição geográ�ca atavés da MDE
Dados de entrada para a MDE
Software e parametrização da MDE
Pós-modelagem e processamento dos modelos em 
um SIG
Simulações e cenários de desmatamento futuro
Análises sobre o padrão de riqueza atual 
Análises sobre os padrões futuros: prevendo extinção e 
persistência local ao longo do tempo
Análise da dinâmica futura dos remanescentes e 
estimativas de extinção
ONDE AS ESPÉCIES AMEAÇADAS 
ESTÃO?
DENTRO OU FORA DE APs?
1.1. 
1.2. 
1.3. 
2.1. 
2.2. 
2.3. 
2.4. 
2.5. 
2.9. 
2.6. 
2.7. 
2.8. 
1
2
3
4
11
16
16
12
13
17
17
17
18
18
19
19
20
24
08
14
EXISTE DIFERENÇA ENTRE AS 
CATEGORIAS DE PROTEÇÃO?
QUAIS ÁREAS PODEM PERDER OU 
MANTER MAIS ESPÉCIES EM UM FUTURO 
PRÓXIMO?
DINÂMICA DOS REMANESCENTES E 
EXTINÇÃO ESTADUAL EM CENÁRIOS 
FUTUROS
IMPLICAÇÕES DO CENÁRIO ATUAL PARA 
A CONSERVAÇÃO
8.1. Um hotspot na Amazônia Paraense
8.2. Maior chance de extinção fora de Áreas Protegidas
8.3. Maior chance de persistência dentro de Áreas Protegidas
O QUE PODEMOS ESPERAR PARA O 
FUTURO?
RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXO A – Lista de animais ameaçados 
de extinção
5
6
7
8
9
28
32
36
44
46
47
46
50
54
58
62
69
Am
ea
ça
Am
ea
ça
Am
ea
ça
Am
ea
ça
Am
ea
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Am
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Am
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Am
eaç
a
Am
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Am
ea
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O Futuro da Fauna Ameaçada do Pará: Implicações para a 
conservação da biodiversidade em diferentes cenários é um trabalho de 
relevância num contexto que engloba enormes esforços do Instituto de 
Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade � IDEFLOR-Bio, no sentido de 
estudar, propor, planejar, criar e gerenciar as áreas legalmente constituídas como 
Unidades de Conservação da Natureza, Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, 
localizados em amostras representativas dos ecossistemas do Estado do Pará, 
visando à proteção, o uso sustentável e a preservação da biodiversidade.
As Áreas Legalmente Protegidas no Estado do Pará distribuem-se em �� 
Unidades de Conservação da Natureza, sendo �� sob a gestão do governo federal 
�ICMBio�; �� estaduais �IDEFLOR-Bio�; �� municipais e �� particulares. Essas áreas 
somam ��.���.���,�� hectares ou ��,�� da área territorial paraense. Já as Terras 
Indígenas demarcadas, homologadas e registradas são �� com área de ��.���.��� 
hectares ou ��,��. As Forças Armadas detêm áreas que correspondem de �,�� a 
�� do Estado do Pará. Outras ��� comunidades reivindicam a condição de 
remanescentes de quilombos sendo que �� dessas áreas possuem 
reconhecimento legal, que corresponde a �,�� da área desse estado. No total, as 
Áreas Protegidas somam aproximadamente ��� do território, sendo que estudos 
indicam mais �.���.���,�� de hectares ��,��� a serem legalmente protegidos na 
forma de Unidades de Conservação Estaduais.
De acordo com a literatura disponível, a Amazônia Brasileira contém uma 
das mais importantes reserva de diversidade biológica do mundo. O bioma 
amazônico possui quatro milhões de quilômetros quadrados que correspondem a 
��� da área total do Brasil. Estudos apontam imensos estoques de carbono, algo 
entre �� a �� mil toneladas por quilômetro quadrado. Possui a maior floresta 
tropical do mundo, segundo pesquisa, com ��� do remanescente desse tipo de 
floresta, essenciais à manutenção do ciclo das chuvas não apenas da região, mas do 
sudeste e sul do Brasil. A região é, ainda, importante por abrigar a maior rede 
hidrográfica do mundo, concentrando cerca de ��a ���das águas doces 
superficiais não congeladas do mundo. 
As áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no Estado do 
Pará foram resultados de sobreposições de espaços indicados em trabalhos 
técnico-científicos com destaque para a Avaliação e Identificação de Ações 
Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios 
da Biodiversidade na Amazônia Brasileira� �Macapá���� e �Prioridades Biológicas 
para a Conservação da Amazônia� �Manaus����, dessa última foram selecionadas as 
�� �vinte� mais importantes indicações, de onde foram compiladas e�ou adaptadas 
às descrições contidas nas �� �cinquenta e uma� áreas resultantes para proteção da 
biodiversidade no estado.
Finalmente, entende-se que este trabalho sobre o futuro da 
biodiversidade no Estado do Pará expõe a problemática, levando à reflexão, 
gerando debates e propostas para preservar a biodiversidade com ênfase nas 
espécies ameaçadas de extinção, visando estudos e pesquisas científicas, assim 
como o uso dos recursos naturas de maneira sustentável, em suas diversas formas, 
na maior floresta tropical úmida contínua do Planeta Terra.
Apresentação
Crisomar Lobato
Diretor de Gestão da Biodiversidade do IDEFLOR-Bio
1
Introdução
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 10
Extinção é um processo inevitável. Isso implica dizer que nenhuma 
espécie durará para sempre. Estimativas apontam que a biodiversidade 
global atual representa aproximadamente 1% do total de organismos que já 
viveram ao longo da história da vida na Terra (NOVACEK, 2001; SHIH, 2015). Os 
outros 99% já foram extintos. Outras evidências indicam que pelo menos 
cinco grandes eventos de extinção em massa já ocorreram ao longo da 
história da Terra (BARNOSKY, 2011; HULL, 2015). Portanto, é necessário 
reconhecer que a extinção é inerente ao mundo vivo, contrabalanceado no 
processo evolutivo baseado na formação de novas espécies. 
No entanto, a taxa atual das espécies desaparecendo não é um evento 
natural. E o principal responsável por isso é o ser humano. A espécie humana 
tem acelerado esse processo de maneira dramática, principalmente através 
da destruição dos ecossistemas e do mau uso dos recursos naturais (MEA, 
2005). Estima-se que a taxa de extinção atual é 1.000 vezes maior do que a do 
registro fóssil e em um futuro próximo pode alcançar um patamar 10.000 
vezes maior (DE VOS, 2015; PIMM, 2014).
A maior ameaça à biodiversidade global na atualidade é a perda de 
habitat (MEA, 2005). Esse fator possui relação estreita e inequívoca com a 
extinção das espécies conforme é predito pela teoriaecológica. De acordo 
com a Relação Espécies-Área (REA) (ARRHENIUS, 1921), à medida que se 
aumenta a área amostrada, aumenta-se também o número de espécies 
registradas (MAGURRAN, 2011). Essa relação é expressa através da equação:
zS=cA
Em que “c” e “z” são constantes e “S” e “A” representam Riqueza de Espécies 
e Área, respectivamente. Assumindo esse pressuposto, então, é possível 
supor que à medida que a área disponível diminui através da perda de 
habitat, as espécies desaparecem nessa mesma proporção.
A Amazônia é a maior foresta tropical do mundo (~6.7 milhões km²) e 
contém a maior diversidade biológica de ecossistemas terrestres do planeta 
(Silva et al. 2005). Dentre os organismos já descritos, são 40 mil espécies de 
plantas vasculares, 425 mamíferos, 1.300 aves, 371 répteis e 427 anfíbios 
(MITTERMEIER, 2003). Porém, esses números são subestimados, sobretudo 
em relação a organismos ainda pouco estudados como invertebrados, 
fungos e micro-organismos. 
A despeito desse imenso patrimônio, nos últimos 30 anos foram 
desmatados mais de 40 milhões de hectares de foresta na Amazônia 
brasileira (INPE, 2015). O desmatamento, caracterizado aqui como o corte 
raso da �oesta, pode afetar as espécies de duas maneiras diretas: (1) reduz o 
tamanho populacional devido à morte de indivíduos e (2) diminui a área de 
habitat adequada disponível. Portanto, quando uma determinada área é 
desmatada, além da perda de indivíduos por morte, é esperado que as 
espécies dependentes de �oesta se tornem extintas localmente. Com o 
acúmulo de extinções locais ao longo do tempo e do espaço, as espécies se 
tornariam extintas globalmente se toda a área de habitat dentro de sua 
distribuição geográ�cafosse suprimida, seguindo as premissas da Teoria de 
Metapopulações (LEVINS, 1969). Nesse sentido, aquelas espécies 
dependentes de foresta e/ou com distribuição geográáca restrita 
apresentam um maior risco de extinção.
A maior proporção de áreas desmatadas na Amazônia está concentrada 
ao longo das bordas sudeste e leste, no denominado “arco do 
desmatamento” (FEARNSIDE, 2005). O fato desse padrão existir, por si só, traz 
implicações para a conservação da biodiversidade amazônica. Isso porque a 
Amazônia está longe de ser um tapete �oestal contínuo, em que todas as 
espécies estão em todos os lugares. Na verdade, existe uma grande 
heterogeneidade de ambientes dentro do bioma que implica em diferenças 
quantitativas (riqueza) e qualitativas (composição) em termos de 
biodiversidade entre as regiões (SILVA, 2005). Portanto, a perda de habitat, 
caracterizada pelo desmatamento, não atinge de modo homogêneo a 
biodiversidade amazônica, mas afeta de maneira mais acentuada àquelas 
espécies que ocorrem dentro dos limites do arco.
Quando a �oesta primária, com uma elevada riqueza de espécies e alta 
complexidade ecossistêmica, é convertida a usos alternativos (e.g. 
exploração seletiva de madeira, monoculturas, pastos) as mudanças 
ambientais são na direção da simpli�caçãodos ecossistemas (LEES, 2015; 
MOURA, 2013; SOLAR, 2015). A perda de biodiversidade derivada de tais 
mudanças implica em ecossistemas menos funcionais (CARDINALE, 2012), 
comprometendo a oferta de variados bens e serviços ecossistêmicos, 
essenciais à sadia qualidade de vida humana. Sumariamente, os benefícios 
advindos da biodiversidade podem ser de�nidoscomo serviços de provisão 
(e.g. comida, água fresca, combustíveis), regulação (e.g. clima, polinização, 
controle de doenças), culturais (e.g. recreação, ecoturismo) e suporte (e.g. 
ciclagem de nutrientes, formação de solos) (ECOSYSTEM..., 2005).
1.1 Amazônia paraense
O Estado do Pará é o segundo maior da federação com 1.247.954,320 km² e 
está situado na porção oriental da Amazônia, tendo foresta ombróóla como
o tipo de cobertura vegetal predominante. Em relação ao desmatamento, de 
1988 até o presente (2015), já foram desmatados 137.981 km² de �oesta 
segundo dados do PRODES (INPE, 2015). Apesar de o Estado do Pará sempre 
fgurar entre os três estados com maiores taxas de desmatamento da 
Amazônia Legal, nos últimos cinco anos ocorreu uma redução signi�cativa 
do desmatamento (INPE, 2015).
Em termos de cobertura de Áreas Protegidas (APs), o Estado do Pará 
ocupa posição estratégica para a conservação da Amazônia. São vinte e uma 
(21) Unidades de Conservação (UCs) estaduais que juntas contabilizam mais 
de 21 milhões de hectares. Além das UCs estaduais, as UCs federais e 
municipais, Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Áreas Militares 
possuem também grande representatividade no estado. Somando tudo, são 
aproximadamente 75 milhões de hectares entre os diferentes tipos de APs, 
cobrindo próximo de 45% do território estadual.
 
1.2 Lista de Espécies Ameaçadas do P ará e o 
Programa Extinção Zero 
O Estado do Pará adotou uma iniciativa pioneira quando criou dois 
importantes instrumentos de gestão da biodiversidade que se tornaram um 
marco para a proteção das espécies ameaçadas: (1) a Lista das Espécies 
Ameaçadas do Estado do Pará (LEAP) e (2) o Programa Extinção Zero (PEZ). 
A LEAP foi fruto da parceria entre o Governo do Estado do Pará, o Museu 
Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e a Conservação Internacional (CI do Brasil) 
�rmadaentre os anos de 2003 e 2006. Baseados em critérios recomendados 
pela União Internacional para a Conservação da Natureza, foram 
identi�cadasum total de 181 espécies ameaçadas no Pará, dentre as quais 91 
vertebrados, 37 invertebrados e 53 plantas. A lista foi homologada através da 
Resolução COEMA nº 54 de 24/10/2007, sendo o primeiro estado da 
Amazônia Brasileira a ofcializar uma lista de espécies ameaçadas de 
extinção.
Apesar da criação da lista ter sido um passo fundamental para a proteção 
das espécies ameaçadas, apenas o seu lançamento e divulgação não seriam 
su�cienes para promover a diminuição ou mesmo evitar o processo de 
extinção das espécies. Assim, tornou-se necessário a criação de medidas que 
permitissem a implementação de ações práticas e efetivas de gestão da 
fauna e �oa ameaçadas. Por esse motivo, foi instituído em 2008, o PEZ, 
através do Decreto Estadual nº 802 de 20/08/2008. A �nalidade desse 
programa é assegurar que nenhuma espécie nativa do território paraense 
seja extinta, por meio das seguintes medidas principais:
Desenvolvimento dos Planos de Proteção e Recuperação de Espécies da 
Fauna e dos Planos de Gestão das Espécies da Flora com base na lista, que 
1.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 12
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 13
serão elaborados e implementados sob a coordenação da Secretaria de 
Estado de Meio Ambiente (SEMA/PA) com a participação dos órgãos 
estaduais, da comunidade cientí�cae da sociedade civil organizada;
Criação de uma estrutura para coordenar o programa constituído pelo 
comitê gestor e técnico;
Instituição da Câmara Técnica Permanente de Espécies Ameaçadas (CTPEA), 
criada pela Portaria SEMA n° 254/2009;
Atualização futura da lista e a necessidade de ações urgentes para investigar, 
conhecer e preservar as espécies, principalmente aquelas classi�cadascomo 
criticamente ameaçadas.
No âmbito do PEZ, a Diretoria de Áreas Protegidas (DIAP) e a Coordenadoria 
de Ecossistemas (CEC), vinculadas à SEMA, elaboraram e executaram o Projeto 
“Proteção das Espécies da Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção do Pará”. O 
referido propunha ações de sensibilização e educação ambiental com a 
�nalidadede promover a divulgação de informações referentes às espécies sob 
ameaça de extinção para a sociedade. Após a reestruturação administrativa, 
estabelecida pela Lei 8.096/2015, as atribuições de elaboração, implementação e 
execução de ações voltadas para a conservação e preservação da biodiversidade 
passaram ao recém-criado Instituto de Desenvolvimento Florestal e da 
Biodiversidade do Pará – IDEFLOR-Bio, o qual assumiu a execução das atividades 
anteriormente planejadas.
1.3 Justifica tiva e objeti vo
A iniciativa deste livro partiu da necessidade de entender como está 
distribuída a biodiversidadedo Estado do Pará, em particular àquelas espécies 
de vertebrados ameaçadas de extinção, e avaliar o impacto do desmatamento 
no cenário atual e futuro. Nesse sentido, prever quantas e quando as espécies 
podem se tornar extintas é uma informação valiosa na mitigação dos efeitos da 
perda de biodiversidade, pois permitirá a elaboração e execução de um plano 
estratégico para o melhor direcionamento dos esforços conservacionistas.
Toda a estrutura metodológica do trabalho foi direcionada a fm de responder 
questões fundamentais acerca dos padrões de biodiversidade ameaçada e sua 
conservação. Explicitamente, dentre os objetivos deste trabalho estão:
Ÿ Mapear a distribuição geográfca das espécies ameaçadas e veriicar a 
in�uênciado desmatamento sobre os padrões de persistência e extinção das 
espécies;
Ÿ Analisar a contribuição do conjunto de APs na manutenção da 
biodiversidade ameaçada e identi�car de forma espacialmente explícita, 
lacunas, de�ciênciase oportunidades para a conservação das espécies.
2.
3.
4.
2
Métodos e 
Análises
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 16
2.1 Seleção das espécies ameaçadas
Foram utilizadas as espécies ameaçadas de extinção contidas na LEAP, 
homologada através da Resolução COEMA n° 54 de 24/10/2007. Por razões 
de disponibilidade de ocorrências e variáveis ambientais foram incluídas nas 
análises somente as espécies da fauna ameaçada de vertebrados terrestres. 
No total, foram usadas 48 espécies nas análises: doze (12) de mamíferos, vinte 
e seis (26) de aves, três (3) de anfíbios e sete (7) de répteis. Na Tabela 1, 
encontram-se as espécies utilizadas no estudo, assim como sua respectiva 
classi�caçãode risco de extinção.
2.2 Determinando a distribuição geográfica por 
meio da MDE 
Diversos fatores in�uenciama distribuição de uma espécie ao longo do 
espaço geográ� o. Pode-se mencionar, por exemplo, variáveis abióticas (e.g. 
clima, relevo), bióticas (e.g. interações intra e interespecí�cas),assim como a 
mobilidade ou potencial de dispersão das espécies. Neste trabalho, por 
razões operacionais, foram somente utilizadas variáveis abióticas como 
determinantes da distribuição, mais especi�camene variáveis climáticas, 
derivadas de medidas de temperatura e precipitação. Para esse propósito, foi 
empregada a modelagem de distribuição de espécies (MDE) (PETERSON, 
2011), um método com respaldo da teoria do nicho ecológico.
Existe hoje uma imensa gama de métodos de MDE que operam com 
diferentes pressupostos matemáticos, estatísticos e biológicos, além de 
demonstrarem diferentes níveis de interpretabilidade e aplicabilidade 
(RANGEL; LOYOLA, 2012). Basicamente, esses consistem em correlacionar 
com o auxílio de um algoritmo, ocorrências geográ�casdas espécies-alvo 
com variáveis ambientais especializadas. O resultado principal são mapas 
que indicam locais com diferentes níveis de adequabilidade à ocorrência e 
persistência das espécies.
2.3 Dados de entrada para a MDE
Há dois tipos de dados de entrada necessários para rodar os modelos: (1) 
ocorrências georreferenciadas das espécies e (2) variáveis ambientais 
espacializadas no formato raster. As ocorrências georreferenciadas deste 
estudo foram compiladas a partir de base de dados online como o 
GBIF (www.gbif.org), Infonatura (www.infonatura.natureserve.org), 
Vertnet (www.vertnet.org), SiBBr (www.sibbr.gov.br) e SpeciesLink 
(www.splink.cria.org.br). 
As variáveis ambientais (bioclimáticas) foram copiadas da base de dados 
do WORLDCLIM no formato raster (www.worldclim.org/) (HIJMANS, 2005). 
Cada célula do raster possui resolução de 0.041°, ou seja, ~5 km de lado, o que 
corresponde a aproximadamente 25 km² por célula, abrangendo toda a 
Amazônia. Como principais fatores climáticos que afetam a distribuição das 
espécies em grandes escalas foram considerados as seguintes variáveis: bio1 
(temperatura média anual), bio2 (amplitude diária média), bio5 (temperatura 
máxima do mês mais quente), bio6 (temperatura mínima do mês mais frio), 
bio12 (precipitação anual), bio13 (precipitação do mês mais úmido) e bio14 
(precipitação do mês mais seco).
2.4 Software e parametrização da MDE
O método de MDE utilizado foi o MAXENT 3.3.2 (PHILLIPS, 2006) por ser 
um dos mais bem avaliados quanto à acurácia das predições (ELITH, 2006). A 
cada nova rodada, de um total de 10 por espécie, as ocorrências geográ�cas 
foram divididas aleatoriamente através de bootstrap em 75% para treino e 
25% para teste. Ao �nalforam selecionados quatro (4) dentre os 10 modelos 
que apresentaram as menores taxas de omissão das amostras de teste, 
seguido do cálculo do modelo médio. O resultado �nalforam modelos de 
distribuição, na forma de mapas, que indicam a adequabilidade dos locais 
para a persistência das espécies variando entre zero (inadequado) a 100 
(adequado).
2.5 Pós-modelagem e processamento dos modelos 
em um SIG
Após rodar os modelos e gerar o melhor modelo médio, que permitiu 
delimitar a distribuição climática potencial para as espécies, foi aplicado um 
“�lto” de distribuição. Sabendo que as espécies utilizam primariamente o 
habitat do tipo “�oesta ombrró�ldensa” foram selecionados apenas aqueles 
locais que reuniam condições climáticas favoráveis e ainda possuíam �oesta 
densa primária. O raster contendo a categoria “�oesta primária” para a
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 18
Amazônia Legal foi extraído do PRODES – Programa de Monitoramento da 
Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (INPE, 2015). Em seguida, os 
modelos foram recortados utilizando um polígono da extensão do Estado do 
Pará. Todas as rotinas de análises sobre o espaço geográ� o foi realizada no 
software ArcGis 10.2 .
2.6 Simulações e cenários de desmatamento futuro
Os cenários de desmatamento futuro para o Estado do Pará foram 
baseados no estudo de Soares-Filho (2006). Os rasters com o desmatamento 
previsto até o ano de 2050 estão disponíveis no sítio http://www.csr.ufmg.br/
simamazonia. Esses dados consistem em cenários espaço-temporais que 
simulam mudanças nas taxas de desmatamento em função de parâmetros 
estruturados espacialmente (SOARES-FILHO, 2006 ). A partir dessas simulações, 
foram gerados dois cenários de uso do solo para a Amazônia até o ano de 2050:
Business as usual (BAU): assume as premissas de manutenção da taxa de 
desmatamento atual; rodovias seriam pavimentadas; não seriam criadas 
novas APs; baixa adesão ao cumprimento da legislação ambiental atual.
Governança (GOV): pressupõe o cumprimento da legislação ambiental 
vigente; licenciamento ambiental baseado em dados de satélites; 
expansão da rede de APs na Amazônia.
Para as análises foram utilizados quatro intervalos temporais (2020, 2030, 
2040 e 2050) para os dois cenários de uso do solo (BAU e GOV). As bases, que 
estão no formato raster, são compostas por três classes: foresta, 
desmatamento e cerrado.
2.7 Análises sobre o padrão de riqueza atual
Após determinar a distribuição geográ�cade cada espécie, os rasters 
com os dados de presença gerados por MDE e �ltados com informações de 
cobertura vegetal foram sobrepostos e somados para determinar a riqueza 
de espécies para cada célula. Isso permitiu identi�carem quais regiões há 
maior concentração de espécies ameaçadas atualmente, um padrão espacial 
indetectável quando analisados rasters de espécies individuais. De posse 
dessa variável espacializada foi possível investigar questões que levam em 
conta elementos da paisagem estruturados espacialmente. Por exemplo, 
onde as espécies ameaçadas estão? Os remanescentes que abrigam estas 
espécies estão predominantemente no interior de APs ou em zonas de uso 
consolidado? Existe diferença em relação à proteção do número de espécies 
entre as categorias de APs? Todas essas análises foram realizadas com o 
auxílio do software ArcGis 10.2.
a)
b)
2.8 Análises sobre os padrões fu turos: prevendo 
extinção e persistência local ao longo do tempo
Para prever padrões futuros de persistência e extinção da assembleia de 
espécies ameaçadas foi utilizadauma combinação da distribuição atual com 
as projeções futuras de uso do solo. As células da grade com �oesta 
atualmente poderiam assumir dois estados no futuro: permanecer com 
�oesta, nesse caso a espécie persistiria naquela célula; ou desmatamento, o 
que ocasionaria a extinção local da espécie. Esse cálculo foi realizado para 
cada espécie individualmente, sobre os dois cenários futuros de uso do solo 
(BAU e GOV) e para os quatro períodos temporais (2020, 2030, 2040 e 2050). 
Após isso, já com os mapas de persistência e extinção local das espécies 
individuais, foi efetuada a soma algébrica entre os rasters de modo a 
quantifcar espacialmente onde e quantas espécies persistiriam ou se 
extinguiriam no futuro. Ao longo de um gradiente, os valores positivos 
(acima de zero) indicam a persistência local de um determinado número de 
espécies, enquanto que os valores negativos (abaixo de zero) indicam 
extinção local. 
2.9 Análise da dinâmica fu tura dos remanescentes e 
estimativas de extinção
Além de avaliar onde as espécies estariam mais vulneráveis à extinção no 
futuro, foi realizada uma análise sobre a dinâmica temporal dos 
remanescentes das espécies individuais. Em outras palavras, foi possível 
avaliar a proporção relativa de habitat remanescente para cada espécie nos 
diferentes cenários e períodos. Isso permitiu estimar eventos de extinção 
levando em conta a variação do percentual de habitat disponível para as 
espécies ao longo das mudanças previstas sobre o uso do solo.
3
Onde as 
Espécies 
Ameaçadas 
Estão?
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 22
De acordo com os resultados alcançados, as espécies da fauna de 
vertebrados terrestres ameaçados de extinção não estão distribuídas 
aleatoriamente pelo território estadual. Pelo contrário. Nas análises foi 
possível identi�care quanti�cahotspots (áreas quentes) de biodiversidade 
ameaçada. A maioria das espécies está concentrada nos remanescentes 
�oestais do Leste paraense, mais especi�came e nas regiões de integração 
Lago Tucuruí, Rio Capim, Rio Caeté e Tocantins. Nas áreas mais quentes do 
mapa (tons mais próximo ao vermelho), veri�ca-sea ocorrência de até 38 
diferentes espécies de vertebrados terrestres ameaçados (Figura 1).
Em relação à distribuição das diferentes categorias de ameaças, o padrão 
geral permanece orientado para a região Leste do estado, com diferença 
apenas no número de espécies ameaçadas por categoria. A categoria 
Vulnerável (VU) mostra um padrão espacial mais difuso pelo território em 
comparação com as categorias Em Perigo (EN) e Criticamente em Perigo (CR), 
que por sua vez possuem um padrão geogra�camene mais restrito ao Leste 
do estado do Pará.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 23
Figura 1 - (A) Padrão de riqueza de vertebrados ameaçados com ênfase ao hotspot de biodiverisidade ameaçada do 
Leste do Pará. (B) Espécies vulneráveis; (C) Espécies em perigo; (D) espécies criticamente em perigo. O gradiente de 
cor indica o número de espécies que varia de 1 a 38, onde este aumenta na direção do tom mais quente (vermelho).
A
N
4
Dentro ou
Fora das APs?
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 26
Testou-se o efeito de duas das principais categorias de destinação do uso 
do solo no Pará, conforme determinado pelo Macrozoneamento Ecológico-
Econômico: uso especial (UES) e uso consolidado (UCO). Aqui, o tratamento 
'uso especial' engloba todos os tipos de APs, incluindo UCPI, UCUS, TI e 
Territórios Quilombolas, enquanto que a classe 'uso consolidado' são as áreas 
que já possuem infraestrutura e atividades econômicas estabelecidas ou 
apresentam potencial de implantação e exploração. 
Os resultados revelam que, em média, áreas de UCO abrigam 15% mais 
espécies do que áreas de UES, demonstrando uma signi�cativadiferença 
estatística, onde: [F(1,40287), p=0,0000] (Figura 2).
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 27
Figura 2 - Diferença na proporção relativa da riqueza de espécies em áreas e UES e UCO. O valor de p= 0.0000 
demonstra que há uma diferença estatisticamente signi�ctiva entre os tratamentos.
5
Existe
Diferença Entre 
as Categorias 
de Proteção?
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 30
Sabendo que há diferenças nos níveis de acesso e uso dos recursos 
naturais entre diferentes categorias de APs, foi testado este efeito sobre a 
proporção de espécies ameaçadas protegidas entre as diferentes categorias. 
Faz-se necessário ressaltar que a área de cobertura de APs no Pará segue a 
seguinte proporção: aproximadamente 49% são UCUS, 31% são TI e 20% são 
UCPI. 
Os resultados indicam que TI e UCPI, que possuem maior restrição ao uso 
dos recursos naturais, abrigam mais espécies ameaçadas no Pará do que 
UCUS, que por sua vez possuem regras bem mais �exí eis de uso dos 
recursos. A diferença é estatisticamente signi�cativaonde: (F [2,28146] = 
222.86, p = 0.000), como mostrado no gráfco da Figura 3, a partir de uma 
Análise de Variância (ANOVA Unifatorial).
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 31
Figura 3 - Diferença na proporção relativa da riqueza de espécies ameaçadas em APs levando em conta três 
categorias de proteção: Terras Indígenas (TI); Unidades de Conservação de Proteção Integral (UCPI) e Uso 
Sustentável (UCUS). O valor de p= 0.0000 demonstra que há uma diferença estatisticamente signi�c tiva entre os 
tratamentos.
6
Quais Áreas 
Podem Perder 
ou Manter mais 
Espécies em um 
Futuro Próximo?
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 34
De acordo com os resultados, os remanescentes com maior riqueza de 
espécies são aqueles onde ocorreria também o maior número de extinções 
locais em um futuro próximo, independente do cenário de desmatamento 
(Figura 4). No Leste do estado, as extinções locais ocorreriam com a supressão 
de remanescentes que estão predominantemente fora de APs. No painel 
superior da Figura 4 (cenário com governança), fora do Leste paraense, as 
extinções locais se concentrariam ao longo das rodovias BR-163 (Cuiabá-
Santarém) e BR-230 (Transamazônica), em áreas fora de APs. 
No Leste do Pará, a persistência das espécies ameaçadas seria possível se 
os poucos remanescentes �oestais da região fossem mantidos até 2050, 
como visto no cenário com governança. Ainda assim, a maioria dos refúgios 
�oestais estariam situados fora de APs. 
No cenário BAU (painel inferior), até o ano de 2050 restaria apenas uma 
proporção ín�made cobertura vegetal. Os resultados mostram também a 
contribuição relativa das APs para a manutenção dos remanescentes 
�oestais e, consequentemente, das espécies, sobretudo na região fora do 
hotspot de biodiversidade em ambos os cenários, embora estas estejam mais 
suscetíveis a degradação em seu interior no cenário BAU. 
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 35
Fi
gu
ra
 4
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.
7
Dinâmica dos 
Remanescentes 
e Extinção 
Estadual em 
Cenários Futuros
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 38
Os resultados mostram que a dinâmica dos remanescentes e o processo 
de extinção previsto para as espécies dependerão fundamentalmente do 
cenário de desmatamento futuro que se consolidará e do grupo biológico 
em questão. No cenário com governança (GOV), há uma tendência geral de 
estabilização da perda de habitat até 2050, após uma queda inicial acentuada 
entre o período atual e o ano de 2020. No entanto, é possível identi�carque 
há diferenças nas proporções relativas de habitat perdido entre os grupos 
biológicos investigados neste cenário. Por exemplo, para os Anfíbios 
ocorreria uma estabilização em aproximadamente 70% dos remanescentes 
até 2050. No entanto, para Aves, a maioria das espécies estaria abaixo do 
limiar de 40% e três espécies abaixo dos 20% a partir de 2020 (Figuras 5.1, 5.2, 
5.3 e 5.4)
Comparativamente, no cenário BAU, a tendência de perda de habitat é 
mais acentuada do que no cenário GOVpara todos os grupos. Para a maioria 
das espécies, independente do grupo biológico, o limiar de remanescentes 
estaria abaixo dos 40% até o ano de 2050. A situação se tornaria dramática 
para as Aves, as quais estariam com o limiar abaixo dos 20% de 
remanescentes logo a partir de 2020 com algumas espécies se tornando 
extintas no território estadual.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 39
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
Anfíbios - Bau 
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
Anfíbios - Gov 
 
 
Figura 5.1 - Dinâmica dos remanescentes de habitat ao longo do tempo para Anfíbios nos cenários GOV e BAU.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 40
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
 sp4
 sp5
 sp6
 sp7
Répteis - Bau 
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
 sp4
 sp5
 sp6
 sp7
Répteis - Gov 
Figura 5.2 - Dinâmica dos remanescentes de habitat ao longo do tempo para Répteis nos cenários GOV e BAU.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 41
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
 sp4
 sp5
 sp6
 sp7
 sp8
 sp9
 sp10
 sp11
 sp12
Mamíferos - Bau 
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100
 sp1
 sp2
 sp3
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 sp5
 sp6
 sp7
 sp8
 sp9
 sp10
 sp11
 sp12
Mamíferos - Gov 
Figura 5.3 - Dinâmica dos remanescentes de habitat ao longo do tempo para Mamíferos nos cenários GOV e BAU.
Atual 2020 2030 2040 2050
0
20
40
60
80
100 sp1
 sp10
 sp11
 sp13
 sp12
 sp16
 sp17
 sp18
 sp19
 sp2
 sp20
 sp21
 sp22
 sp14
 sp23
 sp24
 sp25
 sp27
 sp26
 sp3
 sp28
 sp4
 sp7
 sp8
 sp6
 sp9
Aves - Gov 
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 42
2040 2050Atual 2020 2030
0
20
40
60
80
100 sp1
 sp10
 sp11
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 sp16
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 sp18
 sp19
 sp2
 sp20
 sp21
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 sp14
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 sp24
 sp25
 sp27
 sp26
 sp3
 sp28
 sp4
 sp7
 sp8
 sp6
 sp9
Aves - Bau 
Figura 5.4 - Dinâmica dos remanescentes de habitat ao longo do tempo para Aves nos cenários GOV e BAU.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 43
8
Implicações 
do Cenário 
Atual para a 
Conservação
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 46
Indubitavelmente, a situação atual encontra-se diante de um grande 
desa�o:garantir que a biodiversidade ameaçada do Estado do Pará, inserida 
em um contexto de grande vulnerabilidade, não se extinga em um futuro 
próximo. E esse desafo está em plena consonância com o Objetivo 
Estratégico C das Metas de Aichi para a Biodiversidade, o qual em sua Meta 12 
sugere que “até 2020, a extinção de espécies ameaçadas conhecidas terá sido 
evitada e sua situação de conservação, em especial daquelas sofrendo um 
maior declínio, terá sido melhorada e mantida”.
Tratou-se aqui, em particular, das espécies classi�cadas om algum grau 
de ameaça de extinção. Porém, sabe-se que a Floresta Amazônica é abrigo de 
uma megadiversidade de organismos, os quais boa parte ainda não foram 
descritos pela ciência, compondo uma complexa estrutura biológica 
organizada e moldada ao longo do tempo evolutivo. Consequentemente, 
desmatamento, neste contexto, signi�camuito mais do que a perda de 
espécies ameaçadas de extinção.
8.1 Um hotspot na Amazônia Paraense
Hotspots de biodiversidade são caracterizados como áreas com medidas 
particularmente elevadas de riqueza de espécies, endemismos, espécies 
raras ou ameaçadas e intensidade de ameaça, assim como a combinação 
entre essas variáveis (REID, 1998). Por essas razões, consensualmente, 
hotspots são tidos como áreas de alta prioridade para a conservação da 
biodiversidade (MYERS, 2000). Na Amazônia paraense, a região Leste do 
estado possui atributos que permitem, inequivocamente, caracterizá-la 
como um hotspot. A região concentra boa parte da biodiversidade de vertebrados 
terrestres ameaçados com ocorrência exclusiva ou parcial sobre a região. 
No Leste paraense está situada a frente de ocupação humana mais antiga 
de toda a Amazônia, iniciada ainda no século XVII. O processo de destruição e 
degradação �oestal foi inttensi�cad na década de 1960, após a abertura e 
pavimentação da rodovia Belém-Brasília (BR-010) (ALMEIDA, 2014). A �oesta 
ombró�ladensa, que era o habitat predominante na região, cedeu espaço à 
ocupação humana, consolidando nas últimas duas décadas uma nova 
fronteira de expansão do agronegócio.
Outro fator complicador é o fato de a área ser coincidente com uma das 
oito principais unidades biogeográ�casda Amazônia (LÓPEZ-OSÓRIO, 2010; 
SILVA, 2005), conhecida como Área de Endemismo Belém (AEB). É a menor 
em dimensões geográ�casdentre as oito principais áreas de endemismo, a 
mais degradada e a que possui menor cobertura de APs (GARDA, 2010). Do 
ponto de vista �logenétic , a AEB possui reconhecidamente linhagens 
evolutivas distintas e independentes de outras áreas de endemismo (LÓPEZ- 
OSÓRIO, 2010).
8.2 Maior chance de extinção fora de áreas 
protegidas
Os remanescentes �oestais com maior valor de conservação para as 
espécies ameaçadas estão fora de APs no Pará. Esse padrão ganha contornos 
marcantes principalmente na região Leste do estado. Como verifcado 
anteriormente, o Leste paraense é uma região com signi�cativadegradação 
e com um grande conjunto infraestrutural (e.g. alta densidade de municípios, 
rodovias, energia elétrica, atividades de mineração, indústrias e 
agronegócio) (ALMEIDA, 2014). 
Todos os fatores mencionados acima possuem forte correlação com o 
desmatamento na Amazônia. Por exemplo, evidências mostram que 
�oestas próximas às rodovias ou em áreas anteriormente desmatadas estão 
signi�cativamene mais sujeitas a serem suprimidas em um futuro próximo. 
Quase 95% de todo o desmatamento ocorrido na Amazônia brasileira 
aconteceu em zonas de até 5.5 km ao longo de rodovias, estradas ou ramais. 
Essa combinação de variáveis aumenta sobremaneira a vulnerabilidade 
desses remanescentes �oestais, ampli�cand os potenciais efeitos sobre a 
biodiversidade ameaçada . 
Em propriedades privadas, as espécies estão mais vulneráveis à extinção. 
Se em uma região existem rodovias, estradas ou ramais, essas conduzem, 
provavelmente, a propriedades particulares. Não obstante, os efeitos 
relacionados à infraestrutura, as forestas primárias dentro dessas 
propriedades do Leste do Pará são mais suscetíveis à supressão. Isso porque 
essas áreas estão classi�cadascomo de Uso Consolidado de acordo com o 
Macrozoneamento do Estado do Pará (Lei nº 6.745, de 06 de maio de 2005), 
possuindo, assim, maior �exibilidadeem relação a usos alternativos do solo.
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 48
Evidências cientí�casindicam que se em uma paisagem for alcançado um 
limiar de cobertura vegetal, a perda de espécies é vertiginosa. Por exemplo, 
em paisagens no sudoeste da Amazônia que continham menos de 20% de 
cobertura vegetal, um estudo observou que a riqueza de espécies caiu 
dramaticamente quando comparada com outras paisagens de diferentes 
proporções de cobertura vegetal (OCHOA-QUINTERO, 2015).
Ações na esfera federal podem atuar como vetores de indução à perda de 
biodiversidade no estado. Um exemplo desse tipo de efeito foi a aprovação 
do Novo Código Florestal (Lei 12.651/12), por exemplo. Através de Decreto 
de 24 de abril de 2013 foi autorizada a redução da Reserva Legal de imóveis 
rurais, situados nas Zonas de Consolidação da Zona Leste (Leste) e Calha 
Norte do Estado do Pará, de 80% para até 50%. Embora não autorize 
expressamente o desmatamento de novas áreas, pois está vinculada a �nsde 
recomposição, regeneração ou compensação, tal legislação estimula a 
recomposição de áreas de Reserva Legal (RL), utilizando o plantio de �oestas 
comerciais, tais como Paricá, Eucalipto, Pinus, Dendê, ao invés de estimular o 
processo de sucessão �oestal natural. Esses tipos de uso do solo possuem 
baixo valor de conservação quando comparados com �oestas primárias ou 
secundárias (BARLOW, 2006; LEES, 2015; MOURA, 2014; SOLAR, 2015). 
8.3 Maior chance de persistência dentro de áreas 
protegidas
Quase 45% do território do Estadodo Pará encontra-se sob algum regime 
de proteção legal. Isto é signi�cativamene relevante quando se leva em 
consideração a extensão territorial do estado. De tal modo, essa estratégia 
tem papel chave para a conservação da biodiversidade estadual, em especial, 
para as espécies ameaçadas. Hoje em dia, é consensual dizer que o conjunto de APs 
na Amazônia tem auxiliado enormemente na contenção do desmatamento, 
retenção de cobertura vegetal e na manutenção dos estoques de carbono 
(NESPTAD, 2014). Estudos apontam que APs retém mais habitat primário do 
que áreas adjacentes desprotegidas (JOPPA, 2008; NEPSTAD, 2006).
Todos os tipos de APs têm contribuído para evitar o desmatamento na 
Amazônia brasileira, mesmo sujeitas a diferentes níveis de pressão de 
desmatamento. Porém, há diferenças quando se leva em consideração o tipo 
e os objetivos para os quais foram criadas. APs com maior restrição de uso na 
Amazônia brasileira tem consistentemente evitado desmatamento mais do 
que APs de uso sustentável (NOLTE, 2013). Nossos resultados corroboram 
essa informação. Em alguma proporção, independente da categoria, todas 
protegem remanescentes forestais com biodiversidade ameaçada. 
Contudo, quanto maior a restrição ao uso dos recursos naturais, maior a 
proporção de biodiversidade ameaçada resguardada. Em outros termos, isso 
signi�ca que de e ser priorizada a criação de UCPI ou agilizar o processo de 
demarcação e consolidação de TI.
É válido realçar que no Estado do Pará há diferenças geográfcas 
importantes entre as regiões quanto à cobertura de APs. Enquanto a 
cobertura de APs no Leste paraense é irrisória, composta principalmente de 
pequenas TIs, em outras regiões do estado essas possuem maior relevância 
no contexto espacial e da paisagem. Os três principais mosaicos de APs do 
Estado do Pará são o Centro-Sul, Sudoeste e Calha Norte. Trata-se de grandes 
blocos de APs, formando importantes corredores de biodiversidade em uma 
escala regional. Esses mosaicos são constituídos de diferentes tipos de APs, o 
que representa um fato positivo, pois teoricamente traria mais dinâmica aos 
processos de planejamento e conservação da biodiversidade. Nesse 
contexto de ameaça estruturado espacialmente, um principal elemento da 
paisagem regional atuando em favor da conservação da biodiversidade 
ameaçada são as APs. De�nitivamene, os três principais mosaicos serão 
imprescindíveis tanto para frear a perda de habitat das espécies quanto para 
resguardar as populações naturais de espécies ameaçadas. Obviamente, é 
necessária uma atenção especial àquelas APs que estão em contato direto 
com as zonas de consolidação, que são invariavelmente mais vulneráveis ao 
desmatamento.
Os resultados demonstram que o atual conjunto de APs possui baixa 
representatividade no que diz respeito às espécies ameaçadas, sobretudo 
por estarem predominantemente concentradas no Leste do Pará, de modo a 
possuir baixa cobertura de APs. Esse dé�citde espécies ameaçadas em APs 
pode ser explicado pelo modo de como áreas são selecionadas para criação. 
No que diz respeito à criação de UCs (excetuando Terras Indígenas), elas são, 
em geral, criadas em dois contextos socioeconômicos extremos. Ou são 
áreas com iminente ameaça de degradação com danos reais a uma grande 
parcela da sociedade, ou são áreas com baixa pressão de atividades 
humanas, em grandes vazios demográ�os e/ou isolados geogrra�came e.
9
O que 
Podemos 
Esperar para 
o Futuro?
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 52
Se nenhuma providência mais drástica for tomada nos próximos anos, as 
primeiras espécies a serem extintas do território do Pará (em alguns casos, 
até globalmente) são aquelas que ocorrem no Leste desse estado. Vale 
ressaltar que o estado tem o compromisso e o dever legal de agir a �mde 
impedir que nenhuma espécie da �oa ou da fauna se torne extinta em seu 
território. A vulnerabilidade à extinção está diretamente relacionada à taxa 
de perda de habitat e inversamente ao tamanho da distribuição geográ�ca. 
Ou seja, a biota da região é duplamente vulnerável: altas taxas de 
desmatamento e um grande número de espécies endêmicas com 
distribuições geográ�casrestritas.
O mais preocupante é supor que, mesmo em um cenário futuro com 
governança, as espécies que ocorrem primordialmente da região Leste do 
estado possuiriam montantes de habitat inferiores a 20% até o ano de 2020. 
Só por esse fato estaria decretada, inevitavelmente, a extinção das espécies 
em médio e em longo prazo. Ainda assim, tais resultados são conservadores e 
seguramente subestimam o risco de extinção das espécies, pois há outras 
variáveis que também podem in�uenciarno processo de extinção.
53O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 
Por exemplo, as diferentes espécies �oestais possuem distintos níveis de 
suscetibilidade a distúrbios na �oesta, como a exploração seletiva de 
madeira. Além disso, não foi medido aqui o efeito particular da fragmentação 
do habitat �oestal sobre a qualidade do ambiente para as espécies, o que 
também afeta diretamente as populações naturais (BIRD, 2012; WEARN, 
2012). Sumariamente, é esperado que os efeitos observados sejam mais 
severos sobre aquelas espécies com um grande nível de especialização a um 
tipo de habitat ou micro-habitat em particular, e que fatores relacionados à 
história de vida como tamanho do corpo, raridade, tamanho populacional, 
também estão diretamente vulneráveis à extinção. Neste trabalho, foram 
verifcados, principalmente, os efeitos relacionados ao tamanho da 
distribuição e ao montante de habitat disponível.
Fundamentalmente, a conservação da biodiversidade ameaçada do 
Estado do Pará dependerá, daqui em diante, do rumo que será tomado em 
relação ao uso do solo na Amazônia. Nesse contexto de ameaça iminente à 
biodiversidade, é fundamental uma postura proativa da administração 
pública com decisões baseadas em planos estratégicos a �mde frear o 
acelerado processo de perda de habitat. 
RECOMENDAÇÕES
Recomendações
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 56
Este livro, além de caracterizar o status atual e futuro da biodiversidade 
ameaçada de extinção e seus remanescentes, é dedicado ao apontamento 
de potenciais soluções e também ao direcionamento dos esforços no 
enfrentamento da crise da biodiversidade na Amazônia Paraense. É válido 
ressaltar que todas as ações propostas aqui só surtiriam algum efeito se 
forem adotadas em um ambiente com maior governança e integração de 
ações possíveis. 
Nesse tópico, são sumarizadas ações que visam (1) minimizar o processo 
de extinção e (2) potencializar a persistência das espécies no Estado do Pará, 
dentro de quatro diferentes eixos de ação, complementares e 
concomitantes.
1. Garantir a manutenção dos remanescentes �oestais que já estão sobre 
algum regime de proteção.
Ações
Ÿ Aumento da efetividade de gestão das APs;
Ÿ Intensifcação do monitoramento e scalização no interior e 
entorno das APs, principalmente naquelas mais vulneráveis ao 
desmatamento;
Ÿ Recuperação de áreas degradadas no interior de APs;
Ÿ Gerar alternativas e/ou estratégias para evitar processos de 
desafetação;
Ÿ Aplicação de práticas de Manejo Integrado de Paisagens, evitando 
assim, a simpli�caçãodos tipos de uso do solo.
2. Criar outras Áreas Protegidas, principalmente sobre o hotspot de bio-
diversidade ameaçada do Leste paraense.
Ações
Ÿ Agilizar o processo de demarcação e consolidação de TIs
Ÿ Estimular a criação de RPPNs;
Ÿ Criar UCs de Proteção Integral;
Ÿ Criar mosaicos de APs e estimular o Manejo Integrado de Paisagens.
3. Reduzir a extinção local fora de Aps
Ações
Ÿ Regularização de�nitiva em relação às � estas presentes no interior 
de propriedades privadas (validação do CAR); 
Ÿ De�niçãode áreas de RL e APP que formem blocos e/ou corredores 
ecológicos entre propriedades privadas adjacentes ou APs. 
Ÿ Incentivo à manutenção de excedentes de RL, subsidiando o mercado 
de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) previsto na Lei 12.651/12; 
Ÿ Incentivar a práticade marketing estratégico nas empresas e seus 
produtos, utilizando a conservação de espécies ameaçadas; 
Ÿ Criação de uma certi�cação que valorize empreendimentos que 
auxiliam na conservação das espécies ameaçadas de extinção;
Ÿ Fortalecimento de instrumentos como a Lista de Desmatamento 
Ilegal (LDI) e Áreas Embargadas (AE);
Ÿ Criação de incentivos econômicos e/ou �scaisàqueles proprietários 
que mantenham em sua propriedade, populações viáveis, em termos 
demográ� os, de espécies ameaçadas de extinção.
4. Observância às normas estabelecidas que visem minimizar a pressão 
antrópica sobre espécies ameaçadas de extinção.
Ação
Ÿ Cumprimento do disposto da Legislação vigente que trata das regras 
jurídicas regulamentares que disciplinam os procedimentos de 
supressão de vegetação e captura, o transporte, armazenamento e 
manejo da fauna no âmbito do licenciamento ambiental e da 
supressão de vegetação nos casos de uso alternativo do solo em que 
estejam envolvidas espécies da fauna e �ora constantes na lista 
nacional/estadual o�cialde espécies ameaçadas de extinção. 
CONCLUSÕES
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 60
De acordo com os resultados, é possível concluir que a biodiversidade de 
vertebrados ameaçados do Estado do Pará encontra-se em situação de 
ameaça real, podendo estar em curso um evento de extinção maciça de 
espécies, sobretudo no Leste do estado. Nesse cenário, APs possuem um 
importante papel para a manutenção e conservação da biodiversidade, 
entretanto não podem ser a única solução. Para todos os efeitos, a erosão da 
biodiversidade ameaçada pode ser minimizada em um cenário com maior 
governança, seja garantindo a persistência das espécies ameaçadas dentro 
de APs já estabelecidas, até mesmo ampliando a rede de proteção, ou ainda 
com estratégias que reduzam a extinção fora de APs, principalmente por 
serem mais vulneráveis à degradação.
Conclusões
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 61
REFERÊNCIAS
O Futuro da Fauna Ameaçada do P ará 64
ALMEIDA, Arlete Silva de; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Coord.) Cenários para 
a Amazônia: área de endemismo Belém: sumário executivo. Belém: Museu 
Paraense Emílio Goeldi, 2014.
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BARLOW, J. et al. The responses of understorey birds to forest fragmentation, 
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