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Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 Orgaos endocrinos Distribuicao das glandulas endocrinas Cefalicas Hipofise Pineal Cervicais Tireoide Paratireoide Abdominais Pancreas suprarenais Pelvicas Ovario Testiculo Tireoide Características morfofuncionais gerais: topografia: lobos cercam bilateralmente a laringe, com o istmo situado ânteroinferiormente à cartilagem cricoide; irrigação: aa. tireóideas sup. e inf.; drenagem venosa: vv. tireóideas sup. médias e inf; drenagem linfática: Inn. pré-traqueais ou cervicals laterais profundos sup, ou inf; Inervação: n. vago e tronco simpático. organizada em microcompartimentos poligonais (folículos) revestidos por epitélio simples cuboidal; os folículos representam a menor unidade morfofuncional da glândula e contêm o coloide, fluido gelatinoso produzido pelo epitélio folicular; o coloide é formado especialmente por tireoglobulina, uma glicoproteina precursora dos hormônios T3 e T4. regula o ritmo metabólico do organismo por meio do T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina) sintetizados pelas células foliculares; reduz o cálcio plasmático por meio do hormônio calcitonina (↓ reabsorção e aumento da deposição ósseas) sintetizado pelas células parafoliculares; regulada pelo hormônio tireoestimulante (TSH) secretado pela hipófise. Doenças da tireoide Tireoidite de Hashimoto doença inflamatória crônica de natureza autoimune; causa mais comum de insuficiência tireoidiana (hipotireoidismo) nas regiões não carentes de iodo; mais comum em mulheres (10-20:1), em especial após os 40 anos; pode haver bócio (tireomegalia) difuso, associado a manifestações variáveis de hipotireoidismo (fadiga, adinamia, sonolência, raciocínio lento, discurso "arrastado", bradipneia/cardia, extremidades frias); risco aumentado para outras doenças autoimunes e linfoma tireoidiano. patogênese envolve a ativação de linfócitos T (gatilho desconhecido), que exercem efeito citotóxico sobre o epitélio folicular e ativam (INF- y) macrofagócitos (inflamação crônica); o papel de autoanticorpos (anti-tireoglobulina, anti-peroxidase) na patogênese permanece pouco elucidado; a destruição progressiva dos folículos leva à insuficiência hormonal (baixos níveis de T3/T4, apesar de elevado TSH). Anna Sophia Rosa Página ���1 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 glândula exibe aspecto vagamente multinodular; os folículos se exibem rarefeitos, substituídos por maciço infiltrado linfocitário com centros germinativos e fibrose; células foliculares metaplásicas (de Hürthle) são frequentes. Tireoidopatia de Graves hiperplasia tireoidiana difusa induzida por autoimunidade e acompanhada por tireotoxicose (hipertireoidismo); principal causa de hipertireoidismo; mais comum em mulheres (10:1), em especial entre 20 e 40 anos; pode haver bócio (tireomegalia) difuso, associado a manifestações variáveis de hipertireoidismo (taquicardia, arritmias, palpitações, tremores, agitação, insônia, hiperidrose, intolerância ao calor); presença de exoftalmia é típica; risco aumentado para outras doenças autoimunes. patogênese envolve a atuação de autoanticorpos contra múltiplos antígenos tireoidianos, em particular receptores de TSH; O TSI (imunoglobulina tireoestimulante) é o principal autoanticorpo, que mimetiza a ação do TSH (superestimulando a glândula); a estimulação patológica induz a hiperplasia (e hipertrofia) difusa dos folículos, levando à tireotoxicose (altos níveis de T3/T4, apesar de um TSH suprimido). a típica protrusão ocular decorre da infiltração inflamatória da região retro-orbital e mm. oculares, bem como de uma produção acentuada de matriz extracelular nos tecidos moles retro- orbitários; especula-se que fibroblastos retro-orbitais exibam receptores de TSH que, quando superestimulados, ativam linfócitos T os quais, em resposta, induzem (citocinas) fibroplasia no local. glândula exibe aumento difuso, geralmente simétrico; os folículos se exibem adensados, com apinhamento das células foliculares (formando micropapilas), em torno de um coloide pálido e marcado por focos de reabsorção (hiperatividade folicular); um infiltrado linfocitico variável, que pode exibir com centros germinativos, é comumente observado. Hiperplasia folicular nodular proliferação policlonal dos folículos tireoidianos, tipicamente sem hipertireoidismo associado; mais comum em jovens e adultos, em especial mulheres (8:1); inicialmente cursa com um aumento difuso da glândula, que em longo prazo evolui para um aspecto multinodular; Anna Sophia Rosa Página ���2 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 outras manifestações, quando presentes (como desconforto ao deglutir/disfagia), em geral se devem à compressão de órgãos adjacentes. deficiência de iodo é a principal causa; a tendência à queda dos hormônios circulantes acompanha-se do aumento do TSH, que induz hiperplasia compensatória (que em geral mantém a glândula normofuncionante); em longo prazo, alguns folículos podem tornar-se hiperfuncionantes ou "tóxicos" (tireoidopatia de Plummer); não se associa à incidência aumentada de câncer na tireoide (não é fator de risco). a glândula exibe-se difusamente aumentada, com áreas micro e macronodulares; observa-se acúmulo variável de coloide nos folículos, havendo áreas predominantemente celulares (aspecto adenomatoide) ou císticas; áreas hemorrágicas, fibróticas e/ou calcificadas podem ser identificadas (ciclos crônicos de evolução-involução dos folículos hiperplásicos, favorecendo as nodulações). Adenoma folicular neoplasia benigna derivada do epitélio folicular; podem ser subclinicos (achado incidental) ou manifestar-se com aumento focal da glândula (bócio nodular), por vezes associado a desconforto à deglutição; alguns casos podem ser funcionantes, levando à tireotoxicose; diagnóstico corroborado por estudo radiológico e citopatologico (mas somente confirmado pelo exame histopatológico). nódulos tóxicos exibem mutações envolvendo a via de transdução do TSH, levando à sua ativação mesmo na ausência do estimulo hormonal (produção autónoma de T3/T4); uma minoria dos casos exibe mutações da RAS ou P3x (risco de transformação em carcinoma folicular?). em geral nódulo solitário, delimitado por cápsula fibrosa, medindo em torno de 3 cm (mas pode ultrapassar 10 cm); áreas císticas, hemorrágicas e calcificadas são comuns; células neoplásicas bem diferenciadas compõem folículos densamente agrupados, contendo pouco ou nenhum coloide. Carcinoma papilar neoplasia maligna mais comum da tireoide (>85% dos casos), derivada do epitélio folicular; maioria em mulheres (tireoide é o 6º sitio mais comum de câncer no sexo feminino (OMS, 2020]); em geral entre 25 e 50 anos; subclinico ou manifesto (tipicamente) como bócio nodular, sem sintomas associados (em geral não funcionantes); Anna Sophia Rosa Página ���3 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 pode haver disfagia, rouquidão, tosse ou dispneia (doença avançada); em geral bom prognóstico (sobrevida em 10 anos de 95%). são comuns alterações envolvendo os genes RET e NTRKI, resultando em receptores, implicados na sinalização pró-crescimento, intrinsecamente ativos; alterações do gene BRAF são frequentes e se correlacionam com comportamento mais agressivo; histórico de exposição à radiação ionizante, especialmente na infância, é fator de risco. nódulo sólido-cístico solitário ou multifocal (disseminação do foco primário ou multicentricidade), por vezes bem circunscrito e até mesmo encapsulado; formações papilares com eixos vasculares, ramificadas e, por vezes, com ápices calcificados (resultando em psamomas), são características; núcleos grandes e ovoides, frequentemente pálidos, por vezes com dobramentos e invaginações citoplasmáticas, são típicos; metástases a cadeias linfonodais cervicaissão comuns (podem abrir o quadro clínico). Carcinoma folicular segunda neoplasia maligna mais comum da tirepide (-10% dos casos), derivada do epitélio folicular; maioria em mulheres, em geral após os 40 anos; deficiência de iodo é fator de risco; subclínico ou manifesto (tipicamente) como bócio nodular, sem sintomas associados (em geral não funcionantes); pode haver disfagia, rouquidão, tosse ou dispneia (doença avançada); sobrevida geral em 10 anos em torno de 95%. patogênese envolve alterações dos proto- oncogenes RAS e PIK3CA, bem como o gene PTEN (supressor tumoral); nódulo em geral solitário, tipicamente bem circunscrito e encapsulado, com áreas císticas e hemorrágicas; à microscopia, foliculos neoplásicos densamente agrupados ou blocos celulares sólidos, com áreas de invasão capsular. Carcinoma anaplasico neoplasia maligna derivada do epitélio folicular; pouco comum (<5% dos casos), mas extremamente agressivo; em geral em torno dos 65 anos; manifesto como bócio nodular de rápido crescimento; invasão de estruturas adjacentes e metástases são comuns ao diagnóstico (disfagia, rouquidão, tosse, dispneia são frequentes); mortalidade de quase 100%, em geral no curso de poucos meses. patogênese envolve alterações dos proto- oncogenes RAS e PIK3CA, bem como do gene TP53 (supressor tumoral), dentre outros; glândula em geral difusamente infiltrada/ substituída pelo tumor, com importante invasão de órgãos adjacentes; Anna Sophia Rosa Página ���4 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 à microscopia, células com marcado pleomorfismo e aspecto indiferenciado formam blocos sólidos difusamente infiltrativos; áreas necróticas, embolização vascular e mitoses são frequentes; Focos com diferenciação papilar ou folicular costumam ser observados; um imunofenótipo epitelial pode ser demonstrado. Carcinoma medular neoplasia maligna derivada de células parafoliculares; pouco comum (~5% dos casos); maioria em entre 40-50 anos; tumor funcionante (calcitonina e outros hormônios, como ACTH); subclínico ou manifesto (tipicamente) como bócio nodular, a que podem associar-se fenômenos paraneoplásicos (p. ex., Cushing); pode haver disfagia, rouquidão, tosse ou dispneia (doença avançada). são comuns alterações envolvendo o gene RET (porém distintas das observadas no carcinoma papilar); em geral nódulo solitário, com áreas de necrose e hemorragia; blocos celulares pouco coesos, tipicamente interpostos por material amiloide (material proteico amorfo e eosinofílico, neste contexto derivado da calcitonina). Citopatologia dos nodulos tireoidianos nódulos solitários palpáveis são encontrados em 5% da população (prevalência aumenta com a idade); causa de base engloba desde fenômenos inflamatórios e hiperplásicos até neoplasias benignas e malignas (<5%); o exame citopatológico de material obtido por punção aspirativa com agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia representa importante método de rastreamento. os achados ao exame são convencionalente reportados conforme o Sistema de Bethesda, organizado em seis categorias: I: amostra insatisfatória (p. ex., amostra hemorrágica); II: achados benignos (hiperplasia folicular nodular, tireşidites); III: atipias celulares de significado indeterminado (5-10% malignos); IV: achados suspeitos para neoplasia folicular (até 45% malignos); V: achados suspeitos para malignidade (75% de acurácia); VI: achados malignos (99% de acurácia). Pancreas Características morfofuncionais gerais: topografia: retroperitoneal, intermédio ao duodeno e baço, anterior ao rim esq., atravessado pelo ducto colédoco; irrigação: aa. pancreaticoduodenais, pancreática magna e rr. pancreáticos da a. esplênica; drenagem venosa: vv. pancreaticoduodenais (mesenterica sup.) e pancreáticas (v. esplênica); drenagem linfática: (1a) Inn. pancreáticos ou (1b) pancreático duodenais; (2a) Inn. mesentéricos sup. ou (2b) celíacos; inervação: n. vago e nn. esplâncnicos (plexos celíaco, pancreático e mesentérico sup.) Anna Sophia Rosa Página ���5 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 parênquima organizado em ácinos (pâncreas exócrino) e ilhotas (pâncreas endócrino); 85% da massa pancreática desempenha função exócrina (enzimas digestivas, liberadas no duodeno); as principais secreções endócrinas (insulina, glucagon) regulam al glicemia e o metabolismo da glicose. no jejum, uma baixa insulina e alto glucagon previnem a hipoglicemia especialmente ao aumentar a glicogenólise e gliconeogênese e diminuir a glicogenossíntese hepáticas; a ingesta de glicose induz elevação da insulina (e queda do glucagon), que aumenta a captação de glicose pelos tecidos (em especial o muscular esquelético e o adiposo), prevenindo a hiperglicemia; a insulina promove também a síntese de proteínas e lipídios (mais importante hormônio anabólico) e inibe sua degradação. Doencas do pancreas endocrino Diabetes mellitus distúrbio crónico do metabolismo da glicose decorrente da secreção insuficiente e/ou atuação ineficiente da insulina (resultando em hiperglicemia); importante causa de morbimortalidade no mundo (integra, junto às doenças cardiovasculares, câncer e DPOC, o grupo das quatro principais doenças não transmissíveis, segundo a OMS). manifestações inaugurais incluem polifagia, poliúria, polidipsia e perda ponderal, enquanto as tardias refletem complicações impostas sobre órgãos diversos; diagnóstico baseado na glicemia de jejum (2125 mg/dl), glicemia capilar (2200 mg/dl) ou hemoglobina glicada (26,5%); interpreta-se como "pré-diabetes" (tolerância reduzida à glicose) a glicemia entre 100 e 125 mg/dl ou hemoglobina glicada entre 5,7 e 6,4% (25% dos casos evoluem para diabetes em 5 anos); conforme a etiopatogênese, classificada como tipo 1 ou 2. Diabetes mellitus tipo 1: 5 a 10% dos casos; mais comumente diagnosticada na infância/ adolescência; etiopatogênese envolve a destruição autoimune das células B (levando à dependência precoce de insulina exógena); observa-se predisposição à doença na presença dos genes HLA-DR3 e/ou HLA-DR4, dentre outros; o gatilho para a reação autoimune permanece desconhecido (reação cruzada a antígenos virais?); linfócitos T citotóxicos e, provavelmente, autoanticorpos, atuam sobre antigenos diversos das células B (incluindo a insulina). Diabetes mellitus tipo 2: tipo mais comum da doença; mais comumente diagnosticada após os 40 anos; inicialmente subclinica, sendo acusada por alterações da glicemia; história familiar (19 grau) aumenta o risco em 5-10 vezes; sobrepeso/obesidade (especialmente central), dieta rica em calorias, sedentarismo e tabagismo são importantes fatores de risco modificáveis. "resistência à insulina" é um fenômeno primordial, observado especialmente nos tecidos muscular esquelético, hepático e adiposo; identificam-se defeitos em diversos pontos na transdução de sinal da insulina, cuja repercussão inclui a redução da expressão membranar do transportador GLUT-4 (favorecendo o aumento da glicemia); dentre os fatores promotores da resistência insulínica, o principal é o excesso de adiposidade. Anna Sophia Rosa Página ���6 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 o tecido adiposo em excesso (especialmente o central) se associa a niveis elevados de ác. graxos livres (não esterificados) circulantes; os tecidos, quando repletos de ác. graxos livres, acumulam seus respectivos metabólitos, que interferem na via de sinalização da insulina (desfavorecendo seus efeitos). o excesso de ác. graxos livres (e glicose) leva, ainda, ao acionamento de inflamossomas, deflagrando a síntese de mediadores pró- inflamatórios, que também promovem resistência insulínica; em adição, adipocinas (mediadores sintetizados pelo tecido adiposo) estão implicadas no aumento da resistência insulínica e da glicemia. uma respostainsuficiente dos tecidos à estimulação pela insulina favorece uma "tolerância reduzida à glicose", traduzida por hiperglicemia; no músculo esquelético, a captura e aproveitamento da glicose diminuem, favorecendo o acúmulo da glicose no sangue; no fígado, a inibição da gliconeogênese induzida pela insulina diminui, contribuindo com o aumento da glicemia; no tecido adiposo, a menor atuação da insulina leva ao aumento na formação de ác. graxos livres, agravando a resistência já existente. a persistência da resistência insulínica (e tendência à hiperglicemia progressiva) é inicialmente compensada pela hipertrofia das células B (aumenta secreção de insulina); em longo prazo, a adaptação deixa de ser compensatória (insuficiência) e eventualmente progride para falência das células B (toxicidade dos ác. graxos livres e hiperglicemia, dentre outros); a insuficiência/falência das células B propriamente determina a intolerância à glicose que caracteriza o diabetes (eventualmente requerendo insulina exógena). Diabetes mellitus em qualquer dos tipos, a deficiência de insulina gera um estado catabólico (proteólise, lipólise) que leva à perda ponderal e fraqueza muscular, acompanhados de polifagia; a hiperglicemia (quando >180 mg/dl) repercute em glicosúria, por sua vez gerando poliúria (diurese osmótica) e depleção de volume, que favorece a polidipsia. no tecido adiposo, a lipólise gera ác. graxos livres que, no fígado, servem de matéria-prima à síntese de "corpos" cetônicos (substratos alternativos ao metabolismo energético nos tecidos dependentes de insulina/glicose); o excesso de corpos cetônicos circulantes favorece acidose (cetoacidose diabética) e associa-se à fadiga, náuseas, vômitos e, nos casos persistentes, perturbações da consciência (incluindo o coma) e óbito; a cetoacidose diabética em geral resulta da não administração de insulina exógena, sendo também favorecida no contexto de estresse metabólico (trauma, Infecção e outras condições mórbidas). o estado cetoacidótico se impõe menos comumente no tipo 2 (maiores níveis residuais de insulina?), favorecendo uma evolução clinicamente mais tolerável da hiperglicemia (que inclui a desidratação progressiva); perdas acentuadas de volume (não compensadas) associam-se a hiperglicemias severas (600-1200 mg/dl), que podem levar a perturbações da consciência (incluindo o coma) e óbito (estado hiperglicêmico hiperosmótico/hiperosmolar). as alterações morfopatológicas observadas no pâncreas são inconstantes, sendo mais frequentes no tipo 1; ilhotas atróficas e rarefeitas, infiltradas por linfócitos e macrofagócitos (insulite), são características no tipo 1; depósitos de material amiloide (material proteico amorfo e eosinofílico, neste contexto derivado da amilina) são característicos no tipo 2 (significado incerto na patogênese). Anna Sophia Rosa Página ���7 Aula 15 Patologia 5 de dezembro de 2021 complicações crônicas: principais responsáveis pela elevada morbimortalidade da doença em geral após 15-20 anos de hiperglicemia (e proporcionais à sua magnitude); decorrem especialmente dos efeitos tóxicos cumulativos exercidos pelo excesso de glicose circulante sobre a micro e macrovasculatura; principais mecanismos envolvem estresse oxidativo (pela geração de radicais livres e depleção de agentes antioxidantes) e o favorecimento da síntese de mediadores pró- fibróticos e pró-coagulantes. vasos de maior calibre exibem perda de elasticidade e maior propensão ao acúmulo de colesterol, favorecendo-se a aterosclerose (risco aumentado para infarto miocárdico e cerebral); nos microvasos, um espessamento da membrana basal (calibre) favorece (dentre outros mecanismos) a isquemia crônica dos tecidos (particularmente nos rins, retinas e sistema nervoso periférico). nos rins, a microangiopatia diabética leva à degeneração glomerular e atrofia tubular, agravadas pelos efeitos da aterosclerose sobre as aa. renais (podendo culminar com insuficiência renal crônica). na retina, a microangiopatia diabética leva à perda visual (parcial ou total) permanente; edema, microinfartos e focos de hemorragia são característicos; além da retinopatia (observada, em algum grau, em 60-80% dos pacientes), há maior propensão à catarata e glaucoma. danos neurais se observam em especial nos nervos somáticos dos membros inf. (insensibilidade, parestesia) e autonòmicos (hipotensão postural, dismotilidade do tubo digestório e bexiga, disfunção erétil); os efeitos nocivos diretos da hiperglicemia sobre as fibras nervosas atrofia axonal e perda da bainha de mielina são características. Anna Sophia Rosa Página ���8
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