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Marcadores Cardíacos Fatores de Risco A doença cardiovascular é a doença que mais causa mortes no mundo. Fatores clássicos: o Histórico familiar com casos de doença cardiovascular em homens com idade superior a 55 anos e mulheres com idade acima de 65 anos. o Tabagismo. o Hipertensão arterial sistêmica. o Sedentarismo. o Obesidade visceral. o Diabetes tipo II. o Dislipidemias. * Podem estar associados ao desenvolvimento de arteriosclerose, que pode resultar na obstrução de uma artéria coronariana, levando ao infarto agudo do miocárdio. * Cerca de ¼ das pessoas que sofrem infarto agudo do miocárdio não apresentam nenhum desses fatores de risco associados. Anatomia Cardíaca O músculo cardíaco apresenta grande semelhança estrutural com o músculo esquelético. o Padrão estriado, entretanto, diferentemente do músculo esquelético, as células cardíacas são entrelaçadas e são ricas em mitocôndrias. o O metabolismo do músculo cardíaco é estritamente aeróbio, já que há contração contínua e grande necessidade da produção de ATP. Proteínas envolvidas na contração: o A tropinina I e a troponina T presentes no músculo cardíaco, apresentam sequência de aminoácidos diferentes daquela encontrada no músculo esquelético. Mioglobina: o Encontrada em abundância no músculo cardíaco, pois atua como reserva adicional de oxigênio no músculo. o Entretanto, como temos muito mais músculo esquelético do que músculo cardíaco, a mioglobina encontra-se em maior quantidade no músculo esquelético. o Devido à diferença de músculos esqueléticos entre homens e mulheres, a concentração de mioglobina também varia. Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Metabolismo Cardíaco O músculo cardíaco utiliza vários substratos energéticos como glicose (após uma refeição), mas normalmente, utiliza ácidos graxos e corpos cetônicos para produção de energia, por isso, a demanda de oxigênio é alta. o Pode utilizar o lactato como substrato energético devido à alta concentração da enzima lactato desidrogenase. Conversão de lactato em piruvato pode ser revertida quando há ausência de oxigênio. o A enzima AST/TGO também é abundante no músculo cardíaco para conversão de aspartato em oxaloacetato. Uma fonte adicional para produção de ATP no músculo cardíaco é a fosfocreatina. o Em momentos de menor demanda energética, ocorre à conversão de creatina e ATP em fosfocreatina e ADP. Quando a demanda energética é maior, essa reação é revertida. A enzima CK (creatino quinase) é responsável por essa reação e é abundante no músculo cardíaco, pois permite a rápida produção de ATP quando a necessidade é aumentada. Entretanto, é uma enzima também encontrada no músculo esquelético e como temos muito mais músculo esquelético do que músculo cardíaco, a CK encontra-se em maior quantidade no músculo esquelético. Marcadores Cardíacos Proteicos O principal exame para diagnóstico de IAM é o eletrocardiograma. Marcadores cardíacos que são encontrados no sangue, baseiam-se no fato de que essas substâncias estão em alta concentração dentro da célula cardíaca, portanto, quando ocorre lesão e o extravasamento, essas mesmas substâncias terão suas concentrações aumentadas no sangue. O marcador ideal é aquele encontrado especificamente no músculo cardíaco, que tem cinética de liberação rápida, permanecer tempo suficiente na circulação e ter métodos baratos, eficientes e rápidos para detecção. AST/TGO: primeiro marcador. o Após o início dos sintomas, o aumento da concentração se dá de 6-8h após o IAM. o O pico acontece após 18-24h. o E as concentrações normalizam após 4-5 dias. o Não deve ser utilizada para diagnóstico de IAM, pois é pouco específica. Mais usado para detecção de lesão hepática. LDH (lactato desidrogenase): o Após o IAM, apresenta um pico da concentração após 2-3 dias. o E as concentrações normalizam em aproximadamente 10 dias. o Não deve ser utilizada para diagnóstico de IAM, pois aumenta em qualquer lesão tecidual. Mioglobina: proteína pequena rapidamente liberada no músculo cardíaco e esquelético. o Após o IAM, apresenta o pico da concentração após 1-2 horas. o E as concentrações normalizam em aproximadamente 24h. o Marcador inicial de IAM, entretanto, é pouco específico. Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Creatino quinase total (CPK/CK): o Não deve ser utilizada para diagnóstico de IAM, pois há maior concentração dessa enzima em músculo esquelético, sendo assim, é pouco específico e aumenta em lesão muscular. o Aumento [CK] ocorre em mialgia, miosite, rabdomiólise, doença cerebrovascular, IAM, hipertermia maligna, injeção intramuscular, atividade física intensa (CK>30 vezes – e permanece aumentada por até 7 dias) e medicamentos (estatinas). o A isoenzima CK-MB pode ser usada para diagnóstico de IAM por ser muito mais específica, mas também aumenta em lesão muscular extensa. A numeração das isoenzimas tem relação com a migração no campo elétrico, ou seja, aquela que apresentar maior carga negativa ou menor PI vai migar mais para o pólo positivo e será nomeada como 1 (CK1). As demais serão nomeadas em ordem crescente de acordo com a ordem de migração na eletroforese. * Aumento das isoenzimas da CK pode ser utilizado para diagnóstico. O aumento da isoenzima CK-MM indica lesão do músculo esquelético. O aumento da isoenzima CK-MB indica lesão cardíaca e o aumento da isoenzima CK-BB indica lesão no cérebro. * Para determinar a medida de CK-MB, o melhor método é o ensaio de massa e não a detecção da atividade da enzima. O ensaio de massa é realizado com o uso de anticorpos específicos. Tropinina I e troponina C cardíaca (padrão ouro): o Após o IAM, apresenta o pico da concentração após 1-2 horas (cinética rápida). o Permanece com concentração elevadas por muito tempo porque primeiro há liberação da fração livre que está no citoplasma e depois, ocorre à liberação da troponina que estava ligado ao filamento fino. o São marcadores específicos para IAM. Outros marcadores para indicar risco cardiovascular: o Proteína C ultrassensível (hsCRP): em baixos valores sinaliza maior risco cardiovascular porque sinaliza inflamação crônica (aterosclerose é uma inflamação crônica). Não serve quando há inflamação aguda ou infecção. o Citocinas inflamatórias. o Fibrionogênio. o Homocisteína: o aumento está associado ao risco cardiovascular. o Perfil lipídico. o BNP – Peptídeo Natriurético B: pode indicar insuficiência cardíaca. Na insuficiência cardíaca há uma falha no bombeamento de sangue e há expansão do volume de sangue dentro do coração, fazendo com que haja secreção desse peptídeo pelos ventrículos. No infarto, níveis aumentos de BNP indicam mal prognóstico. o Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce o Dímero D: pode indicar trombose venosa profunda/embolia pulmonar. Produto da fibrinólise. Lesão muscular e Rabdomiolise Quando há lesão muscular existem, às vezes, sinais como dor no local, inchaço e incapacidadede realizar exercícios. o Pode afetar algum dos marcadores de lesão muscular como CK e mioglobina. o Entretanto, até exercícios mais intensos podem interferir nos níveis basais desses marcadores. Casos mais graves de lesão muscular podem resultar em rabdomiólise. o Necrose muscular (destruição extensa do tecido muscular) que resulta no extravasamento do conteúdo intracelular para o meio extracelular (sangue). Extensa degradação do tecido muscular, onde há sequestro de fluídos como água e sódio para o interior da célula afetada e por sua vez, saída de potássio e fosfato para o meio extracelular. O sequestro de fluidos e depleção de fluidos nos vasos pode levar a ativação do SRAA e liberação do ADH. o Pode haver inchaço do músculo, infiltração de líquido e compressão de vasos e nervos. o Substâncias que podem ter suas concentrações aumentadas no sangue: K+, PO4 3- , mioglobina, CK, DHL, AST, ALT, ácido úrico. Além de mioglobinúria. o Redução de Ca2+ devido ao aumento do fosfato que causa complexação do cálcio livre. o Causas: atividade física intensa, vítimas de desabamentos, politraumatizados, obesidade, cocaína, heroína, estatinas, fibratos, corticoides, propofol, isotretionoína. o Pode levar a lesão renal, principalmente se os valores de CK>15000 U/L e valores de creatinina>ureia. Vasoconstrição pelo excesso de ativação do SRAA, mas também pela presença de mioglobina, que é nefrotóxica e pode ser filtrada, levando a formação de cilindros no interior dos túbulos renais, podendo, inclusive, causar obstrução do fluxo dentro do néfron. Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce Beatriz Realce
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