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O método fenomenológico e suas implicações para a Psicologia

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EPISTEMOLOGIA I (HUMANISMO EXIST. E FENO.) 
AULA 03 – O método fenomenológico e suas implicações para a Psicologia 
 
 
A FENOMENOLÓGIA TEM O OBJETIVO DE SE TORNAR UMA BASE PARA A PSICOLOGIA. 
- Busca da nossa atenção para as coisas mesmas, ou seja, as vivências originárias de algo, ou de 
algum fenômeno. A aplicação desse método é um retorno ao conhecimento pré-científico, anterior a 
formulações teóricas e praticas para entender como elas foram pensadas e constituídas. O método 
fenomenológico tem essa pegada meio genética. 
- Nesse retomo atinge uma experiência original e conhecer mais sobre algo dado cientificamente. 
- Alguns conceitos: Atitude natural, para Husserl significa orientação que temos que temos do mundo 
e objetos do mundo como entidades que existem por si sem a necessidade de um observador, ou 
sujeito consciente. Alguns exemplos são: se alguma coisa, o fenômeno em questão é o outro, a gente 
acha que os outros existem independente de nós. Se alguma coisa que a pessoa faz ou deixa de fazer 
afeta a minha experiência e corresponde a ela, ou seja, eu atesto aquilo que o outro fez, porque isso 
corresponde a minha experiência, isso gera a reação de simpatia. Se não, aquilo que o outro faz não 
corresponde a minha experiência, começo a contestar o que o outro é ou faz a partir da minha 
experiência eu gero sentimentos de antipatia. Se não me afeta em sentido de antipatia e simpatia, 
gera apatia. Sentimentos de neutralidade. 
- Atitudes naturais são fontes de vivências e de juízos de valores. Não há reflexão, é algo existente 
por si só. Tomar consciência disso já é uma ponte para acessar uma atitude fenomenológica. 
- Atitude fenomenológica é uma mudança de orientação da atitude natural para uma vivência 
autorreflexiva e analítica de um objeto que é um fenômeno que vai se mostrar pra minha consciência 
e experiência e eu vou afeta-lo atribuindo-lhe um valor ou sentido. A atitude fenomenológica esta toda 
hora se refletindo e se autoanalisando e quais os sentidos e juízos de valores estão atuando sobre o 
fenômeno. 
 
PASSOS PARA O MÉTODO FENOMENOLÓGICO 
- O caminho de uma atitude natural para a atitude fenomenológica: 
1. Epoché e a redução eidética: Epoché se chama suspensão. Epoché fenomenológica (suspensão 
fenomenológica) e isso vai servir como primeiro passo para gerar uma redução eidética. Tem como 
objetivo analisar o momento noemático (o momento que o fenômeno se mostra para minha 
consciência) pela apreensão de um sentido que vai ser invariável e vai permanecer antes de várias 
variações de sentido, vou tentar captar a essência desse fenômeno, sendo essência sentido invariável 
que permanece diante de variações imaginárias. A fenomenologia se trata de uma atitude 
autorreflexiva e o Husserl até usa o termo de variação imaginária que ele pega do René Descartes. 
Suspensão é suspender os meus sentidos e juízos de valores pra descrever e atentar justamente 
quais são os sentidos que são próprios da manifestação do fenômeno em análise. Esse é o objetivo 
e a suspenção desse momento. 
2. Parte da Epoché para a redução transcendental: tem como objetivo a análise do momento 
noético pela atribuição de sentido que derivam e emanam da minha consciência. O que foi suspendido 
retorna para ser analisado no sentido de atribuição de valores. Suspender sentidos que circulam antes 
de mim e analisá-los a partir da minha experiência. Não o que eu entendo através da minha 
experiência, mas queremos entender o sentido geral. Não interessam juízos de valores. 
 
OS RESULTADOS DO MÉTODO 
1. Descrição dos relados intencionais pelos polos de conhecimento objetivo e subjetivo pelo polo 
eidético. O método provê essa descrição desses dois momentos. 
 
 
2. Resultado de um novo conhecimento de base fenomenológica, que vai além do conhecimento que 
já estava dado. Quando eu me volto pro sentido que eu atribuo ao celular eu estou conhecendo mais 
de mim em relação ao celular e como eu e o celular nos afetamos, conhecendo mais o fenômeno. 
3. Conhecimento serve como fundamento sobre o objeto ou com relação entre o sujeito e o objeto. 
4. O método provê uma visão de sujeito e de mundo. Sujeito e mundo são polos da mesma coisa, não 
existe dicotomia. Apenas por motivos analíticos eu posso tentar cindir o sujeito do mundo. 
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO 
- O método fenomenológico fez surgir vários estudos que foram influentes na psicologia. Husserl teve 
vários seguidores. E quem estudou com ele ou sobre ele começou a aplicar o método fenomenológico 
sobre diversos fenômenos e produziram várias filosofias fenomenológicas, produziram vários 
conhecimentos que serviram para aplicação, explicação e implicação em vários campos para além da 
psicologia. O método produz resultados e discussões e essas discussões servem para motes de 
aplicação, explicação e implicação. A partir disso se extraem segmentos dessas filosofias 
fenomenológicas e tratam de implica-las para formular ou reformular alguns conhecimentos que são 
psicológicos, na psicopatologia, na psicoterapia, na psicologia empírica e na psicologia experimental. 
- Em conclusão, temos algumas abordagens ditas fenomenológicas. Não fazem fenomenologia pura, 
ou seja, elas não vão aplicar o método fenomenológico, produzir resultados e discussão, para depois 
extrair um conhecimento a partir daí, por isso no artigo os autores vão dizer que a psicologia 
fenomenológica do Husserl é ainda um projeto em construção , pois a maioria dessas abordagens 
ditas fenomenológicas elas vão se apropriar, na realidade, de elementos, de conhecimentos ou 
filosofias que foram obtidas a partir do uso do método fenomenológico e de suas visões de sujeito e 
mundo que foram apropriadas. São apropriações indiretas de elementos que servem mais para utilizar 
como um recurso hermenêutico pra criticar alguma abordagem psicológica já existente e até 
suplementá-la. 
 
CAMINHO PARA UMA ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA PURA, SEGUNDO HUSSERL 
1. Eleja um fenômeno que interesse a uma psicologia empírica. Somos psicólogos e não filósofos. 
Não trabalhamos com autorreflexões, trabalhamos com intervenções, compreensões e experiências 
dos outros e não reflexões. Não compreensão da experiência em primeira pessoa, mas uma 
compreensão da terceira pessoa, ou seja, o outro. 
2. Faça uma Epoché e uma redução eidética. Ou seja, primeiro passo do método. 
3. Em seguida faça uma Epoché e redução transcendental que é o segundo passo do método. Quem 
faz isso é filósofo, nós psicólogos não temos formação pra fazer isso. 
4. Em seguida vamos ter a produção de um conhecimento que seja fenomenológico e filosófico, pois 
se trata de uma autorreflexão. 
5. Desse ponto, tempos que trazer (implicar), como psicólogos, isso para tentar descrever os atos do 
fenômeno em questão, os atos da consciência do ponto de vista noemático e noético e a partir daí 
desenvolver uma teoria e uma prática com base no que foi obtido. Aí sim estamos se aproximando de 
uma psicologia fenomenológica ou abordagem fenomenológica baseada naquilo que Husserl propôs.

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