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curativo: Úlcera por pressão é o termo para designar o comprometimento da integridade da pele relacionado com pressão sem alívio e prolongada. A principal causa da úlcera, é a pressão, visto que atrapalha o fluxo sanguíneo e o oxigênio e os nutrientes não chegam de maneira adequada àquela região ocorrendo a isquemia tecidual e necrose. 3 fatores são determinantes para a úlcera por pressão: - Intensidade da pressão; - Duração da pressão; - Tolerância do tecido. Além disso, fatores relacionados com o quadro do paciente são importantes para a formação de úlceras: - Comprometimento da percepção sensorial; - Comprometimento da mobilidade; - Alteração do nível de consciência; - Fricção; - Cisalhamento; - Umidade. Um método utilizado para avaliação de uma úlcera é o de estadiamento – se baseiam na descrição da profundidade do tecido destruído (uma vez estadiada, esse estágio dura até que ela se feche). - Estágio I: vermelhidão não branqueável de pele intacta. Geralmente ocorre sobre uma eminência óssea, pode haver alteração da coloração, dor, calor, edema. - Estágio II: perda de pele em espessura parcial ou bolha. Úlcera sem esfacelo (é um tecido suave, úmido e não vascularizado) nem contusão. - Estágio III: perda de pele em espessura completa (gordura visível). A gordura subcutânea fica visível, mas ossos, tendão ou músculo, não. Pode ter certo esfacelo e a formação de “túnel”. - Estágio IV: perda de tecido em espessura completa – osso/músculo visível. Tudo fica visível, com presença de esfacelo ou escara e com formação de túnel. - Não estadiável/não classificada: perda de pele ou tecido em espessura completa – profundidade desconhecida. A profundidade não é determinada e está coberta por esfacelo. Para avaliar as intervenções adequadas é importante analisar o tipo de tecido presente na base da ferida: - Tecido de granulação: vermelho e úmido, composto por vasos sanguíneos novos e é indicativo daquilo que está progredindo para a cicatrização. - Esfacelo: tecido amarelo ou branco mole que precisa ser retirado antes da ferida se fechar. - Tecido necrótico: tecido escuro, escara que também precisa ser retirado antes de fechar a ferida. Exsudato excessivo indica a presença de infecção. Existem 2 tipos de feridas: as com perda de tecido e as sem perda e os tipos de cicatrização. - 1ª intenção: as bordas estão próximas ou fechadas e o risco de infecção é mínimo (incisão cirúrgica). - 2ª intenção: feridas que envolvem perda de tecido e que ficam abertas até que se encha de tecido cicatricial – chance de infecção é maior (queimadura, úlcera por pressão). - 3ª intenção: primeiramente a ferida é deixada aberta para evoluir com cicatrização de segunda intenção e há o processo de limpeza e desbridamento (retirada de tecido morto – “limpeza”) do tecido. Posteriormente, é realizada sutura para que a ferida evolua com cicatrização de primeira intenção. 3 componentes estão envolvidos no processo de cicatrização de uma ferida: - Processo inflamatório; - Proliferação e migração epitelial: migração das células epiteliais para o leito da ferida – apenas para locais úmidos e formação do tecido de granulação. Para uma ferida de espessura total, ocorre 4 fases: - Hemostasia; - Fase inflamatória; - Fase proliferativa; - Remodelação. Complicações podem ocorrer, como é o caso de hemorragias, infecções, dentre outras. Outros fatores também estão envolvidos para a cicatrização das feridas: - Idade; - Nutrição; - Impacto psicossocial das feridas; - Perfusão tecidual. E quanto mais exsudado mais demorado é o processo de cicatrização. Os tipos de drenagem de feridas, incluem: - Purulenta; - Serossanguinolenta; - Sanguinolenta; - Serosa. Se a drenagem tiver um odor forte ou acre, deve-se suspeitar de infecção. A técnica de desbridamento é essencial para a recuperação da ferida e existem diferentes tipos: - Desbridamento mecânico: uso de curativo de úmido a seco com gaze com solução salina. - Desbridamento autolítico: usa curativos sintéticos para que a escara seja digerida por meio de ação enzimática presente no líquido da ferida (filme transparente e curativo com hidrocoloide); - Desbridamento químico: preparação enzimática tópica, solução de Dakin ou larvas estéreis. - Desbridamento cirúrgico: uso de bisturi, tesouras ou outro instrumento cortante. Os curativos servem para ter um cuidado maior com essa ferida e auxiliar no processo de cicatrização. Limpeza: essencial para fazer a retirada de contaminantes que possam ser a causa de infecções. Utiliza soluções de limpeza apropriadas e um meio mecânico que não cause lesão tecidual. A solução ideal é o soro fisiológico. Pode fazer a escovação (com a parte macia da escovinha) e vai ser sempre do meio MENOS contaminado para o meio MAIS contaminado. O tipo de curativo varia e depende do tipo da ferida. Eles servem para auxiliar na hemostasia, protege contra microrganismos, proporciona um ambiente úmido, absorve a drenagem, dentre outros. Para fazer a retirada o ideal é que umedeça ele para evitar lesionar novamente a ferida. Para a irrigação da ferida usa-se seringa de 35ml com agulha de calibre 19. Os materiais utilizados para fazer o curativo, são: 1 pinça dente-de-rato (para retirar curativo); 1 pinça de Kocher (para retirar curativo); 1 pinça de Kelly (limpeza da ferida); 1 pinça anatômica (dobrar a gaze com auxílio da pinça de Kelly – NÃO vai para a ferida, fica só na bancada); Gaze estéril (quantidade de acordo com o tamanho e tipo de curativo); Bandeja ou cuba rim (opcional); Luva de procedimento; Solução fisiológica (SF 0,9%); Fita adesiva (esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica); Atadura de crepom se necessário; Mesa auxiliar; Lixeira com saco branco leitoso; Lixeira com saco preto. Passo a passo: 1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser feito; 2. Preparar o ambiente: - Fechar as janelas para evitar correntes de ar e poeira; - Desocupar a mesa de cabeceira; - Colocar biombo, se necessário. 3. Lavar as mãos; 4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo a ser executado; 5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira; 6. Descobrir a área tratada e proteger a cama com forro de papel, pano ou impermeável; 7. Colocar o paciente em posição apropriada e prender o saco plástico para lixo em local acessível; 8. Abrir o pacote de curativo e dispor as pinças com os cabos voltados para o executante, em ordem de uso – pinça Kocher e Dente de Rato na extremidade do campo, próximo ao paciente, e Pinça Kelly e Anatômica na extremidade oposta; 9. Abrir o pacote de gaze e colocá-lo no campo. Se necessário colocar também chumaços de algodão; 10. Retirar o curativo anterior utilizando a pinça Kocher e Dente de Rato; - Ao despejar soluções, virar o rótulo para a palma da mão; - Preferencialmente, só usar éter ou benzina após a retirada do esparadrapo, para remover os resíduos do adesivo; - Retirar o esparadrapo no sentido dos pelos; - Ao embeber a gaze, fazê-lo sobre a cuba-rim; 11. Desprezar o curativo anterior e as pinças abertas na cuba rim; 12. Com a pinça Anatômica pegar uma gaze e dobrá-la em 4 com auxílio da pinça Kelly, limpar as bordas da lesão com gaze embebida em soro fisiológico; 13. Com as mesmas pinças proceder a aplicação de antisséptico; - Obedecer ao princípio: do menos contaminado para o mais contaminado, usando quantas gazes forem necessárias; - Usar técnica de toque com movimentos rotativos com a gaze, evitando os movimentos de dentro para fora daferida, tanto quanto os de fora para dentro; - Usar cada gaze ou tampão uma só vez; - Remover ao máximo os exsudatos (secreções: pus e sangue), corpos estranhos e tecidos necrosados; 14. Proteger com gaze e fixar com adesivo (se indicado); 15. Desprezar as pinças e envolver as pinças no próprio campo, que será encaminhado ao expurgo. 16. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem; 17. Lavar as mãos; 18. Providenciar a limpeza e a ordem do material; 19. Checar o horário e fazer as anotações de enfermagem, especialmente quanto à evolução da lesão e queixas do paciente. pinça de Kelly dente-de-rato pinça de kocher anatômica Uso de curativo com carvão ativado: A camada de carvão ativado absorve as bactérias, removendo-as eficazmente do leito da lesão, resultando em um efetivo controle do odor em feridas com odor fétido. A prata impregnada no tecido de carvão exerce efeito bactericida sobre os micro-organismos, auxiliando no controle de infecção da ferida.
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