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TECNICO EM ENFERMAGEM MÓDULO II Dreno • É definido como um material colocado no interior de uma ferida ou cavidade, visando permitir a saída de líquidos ou ar que estão ou podem estar ali presentes. Os drenos permitem a saída de ar e secreções (sangue, soro, linfa, fluido intestinais) e evitam infecções profundas nas incisões. Dreno • São introduzidos quando existe ou se espera quantidade anormal de secreção. • Determinadas áreas do corpo respondem mal à grande quantidade de líquidos como sangue, linfa, soro entre outros. O líquido pode tornar-se um meio de cultura, aumentar a pressão local ou interferir no fluxo local, comprimindo áreas próximas. Dreno • A escolha do dreno adequado é realizada pelo médico, que avalia o tipo de líquido a ser drenado, a cavidade a ser colocada o dreno e o tempo de duração do dreno. Sua localização é geralmente em locais que não toleram o acúmulo de líquido como regiões vascularizadas, feridas infectadas e regiões que sofreram grande dissecção do tecido superficial. É comum a utilização dos drenos no interior das feridas operatórias, de feridas infectadas, de abscessos e no interior de órgãos ocos. • Os drenos são fixados na pele com linhas de sutura ou grampos de fixação e devem permanecer de 7 a 10 dias. A saída precoce de um dreno pode causar extravasamento de secreção cáustica no tecido interno e externo. • O volume da drenagem vai depender do local de inserção do dreno, de acordo com o procedimento realizado. Atenção • Diminuição da drenagem por dias, pode indicar a retirada do dreno ou obstrução do mesmo. Para esvaziar o reservatório, feche o clamp do sistema, comprima o recipiente e recoloque a tampa. • Não se esquecer de abrir o clamp do sistema, após esvaziar e fechar o reservatório. • Se houver interrupção da drenagem verifique na extensão do dreno se não há presença de coágulos ou fibrina. Cuidados de enfermagem • Anotar volume e aspecto da drenagem; • Manter gaze estéril sob o dreno; • Ocluir o orifício de saída do dreno com gaze estéril ou colocar bolsa plástica estéril coletora; • Manter curativo sempre limpo e seco. Anotação de enfermagem • Anote o local do dreno (Exemplo: Quadrante inferior direito, Membro superior esquerdo); • Tipo de dreno (Ex.: laminar, tubular); • Tipo de secreção drenada (Ex.: serosa, purulentas, sanguinolenta); • Volume de secreção drenada; • Tipo de coletor (Ex.: coletor gravitacional com sistema fechado, coletor com sistema de sucção); • Se executar mobilização do dreno, descreva quanto e qual item da prescrição médica. Exemplo de uma anotação de enfermagem relacionada a drenos: • 22h - Mantém dreno tubular em região de mastectomia esquerda com secreção sanguinolenta em dreno de sucção com sistema fechado, débito de 30 ml. Realizada tração do dreno de 2 cm conforme prescrição médica, item 10 [Enf. Sandra CORE n o 00000]. Curativos Ferida • É o nome utilizado para designar qualquer lesão de pele que apresente solução de continuidade. Para prestar os cuidados adequados a alguém que apresente uma ferida, faz-se necessário conhecer o tipo de lesão, o padrão normal e os fatores que afetam a cicatrização. Ferida • Quanto à causa, a ferida pode ser classificada como intencional, para fins de tratamento, como a incisão cirúrgica, ou não intencional, como as provocadas por agentes cortantes, como facas; perfurantes, como pregos; escoriações por atritos em superfícies ásperas; queimaduras provocadas por agentes físicos, como o fogo, e químicos, como os ácidos. Ferida • Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização de ferida, proporcionando um meio adequado para este processo. Embora haja uma grande variedade de curativos, um só tipo de curativo não preenche os requisitos para ser aplicado em todos • os tipos de feridas cutâneas. Para incisões cirúrgicas, a oclusão deverá ser por 24 a 48 horas mantendo o curativo seco. Nas feridas abertas, a antiga controvérsia entre curativo seco e curativo úmido deu lugar a uma proposta atual de oclusão e manutenção do meio úmido Ferida • A cicatrização através do meio úmido tem as muitas vantagens quando comparadas ao meio seco como prevenir a desidratação do tecido que leva à morte celular. • Acelerar a angiogênese (formação de novos vasos); • Estimular a epitelização e a formação do tecido de granulação (formação de tecidos novos); • Facilitar a remoção de tecido necrótico (morto) e fibrina; • Servir como barreira protetora contra microrganismo; promover a diminuição da dor; • Evitar a perda excessiva de líquidos; e evitar traumas na troca do curativo. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS 1)Feridas cirúrgicas: São causadas intencionalmente. • Incisa: nessa situação não há perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por sutura; • Por excisão: onde se faz remoção de uma área de pele: Ex: área doadora de enxerto. • Procedimentos Cirúrgicos e terapêutico- diagnósticos: Ex: cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia, etc.) CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS • 2) Feridas traumáticas: • São aquelas ocasionadas acidentalmente, provocados por agentes externos. • Mecânico (contenção, perfuração, corte); • Químico (por iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, etc.); • Físico: frio, calor, radiação. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS • 3) Feridas Ulcerativas • São lesões perfuradas, localizada na pele, gerada pela morte e expulsão do tecido, que teve como consequência traumatismo ou doenças que tem relação com o impedimento do suprimento sanguíneo. • A úlcera de pele corresponde uma categoria de ferimento que engloba úlceras de decúbito, do mesmo modo que a estase venosa, arteriais e úlceras diabéticas. Classificação quanto ao conteúdo microbiano • Limpa: condições assépticas sem microorganismo; • Limpas – contaminadas: A lesão inferior a 6 horas, ou seja, entre o traumatismo e o atendimento do paciente, sem propagação significativa; • Contaminadas: lesão com tempo maior que 6 horas, entre o trauma e atendimento, sem sinal de infecção; • Infectadas: existência de agente infeccioso no lugar da lesão com presença de intensa reação inflamatória e dano dos tecidos e com a possibilidade de secreção purulenta; PROCESSO DE CICATRIZAÇAO CONCEITO DE CICATRIZAÇÃO • É conjunto de procedimentos com dependência mútua e complexa cujo objetivo é restituir os tecidos lesados. No processo de cicatrização da ferida o ambiente úmido otimiza a restauração da ferida, ou seja, a síntese do colágeno e a formação do tecido de granulação são restaurados com maior rapidez a recomposição do tecido epitelial e também não há formação de crostas e escaras. • O processo de cicatrização em feridas expostas ocorre em 6 a 7 dias, ao passo que em feridas úmidas ela é mais rápida no período de 04 dias, pois a migração das células ocorre em ambiente com meio úmido e as células epidérmicas secretam colagenase para atingir umidade necessária. Classificação quanto ao tipo de Cicatrização • Feridas de cicatrização de primeira intenção: • Não existe destruição de tecidos, as bordas da pele ficam sobrepostas. Esse é o propósito das feridas que são fechadas cirurgicamente com condições de assepsia e sutura das bordas. Classificação quanto ao tipo de Cicatrização Feridas de cicatrização por segunda intenção: Nessa situação já houve perda de tecidos e as bordas da derme ficam comprometidas. A cicatrização é mais lenta do que primeira intenção. Classificação quanto ao tipo de Cicatrização Feridas de cicatrização por terceira intenção: Corrige-se por meio de cirurgia depois da formação de tecido de granulação, com objetivo de melhores efeitos funcionais e estéticos. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO • FATORES LOCAIS • Pressão – A pressão contínua sobre a área lesada por proeminências ósseas, calosidades e/ou imobilização contínua, conduz à interrupção do suprimento sangüíneo, impedindo que o fluxo de sangue chegue aos tecidos. • Ambiente – cicatrização é três a cinco vezesmais rápida e com menos dor em ambiente úmido. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO • Traumatismos e edema – feridas cicatrizam lentamente quando repetidamente traumatizadas ou privadas de irrigação sanguínea local por edema. • Necrose – o tecido necrótico impede a cicatrização e deve ser removido para permitir a cicatrização. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO • Agentes tópicos inadequados - pode retardar a epitelização e a granulação (como os corticóides) e provoca a citólise (destruição celular). Como exemplo, os degermantes e antissépticos tópicos (derivados do permanganato, do iodo, sabões etc). • Os antibióticos locais (neomicina, bacitracina, gentamicina etc podem desenvolver a resistência bacteriana e ainda, têm a capacidade de induzir a reações de hipersensibilidade que retardam o processo de cicatrização. Ressalta- se que o tecido de granulação é constituído de capilares que são frágeis e sensíveis a pequenos traumas, sendo mais lábeis que o epitélio normal. • Incontinência – a incontinência urinária e fecal pode alterar a integridade cutânea. FATORES SISTÊMICOS • Idade • Edema • Doenças Crônicas • Condições Nutricionais • Tabagismo • Alcoolismo • Uso de medicamento • Estresse, ansiedade e a depressão Tipos de cobertura, ação e indicação de curativos. Tipo de Cobertura Ação Indicação Papaína Estimula a proliferação celular, desbridamento químico, bacteriostático, bactericida, antiinflamatório, aumenta a força tênsil da cicatriz e diminui a formação de queloide. 2% - em granulação acima de 2% - desbridamento em tecidos necróticos. AGE - Ácidos Graxos Essenciais Promove quimiotaxia e angiogênese, mantém o meio úmido e acelera a granulação. Em granulação, bordas e periferida. Gaze não aderente Mantém o meio úmido e acelera a cicatrização reduzem a aderência ao leito da ferida, permitem o extravasamento do exsudato e minimizam o trauma tecidual durante a remoção Em granulação e hipergranula ção, bordos e periferida. Alginato de cálcio Hemostasia mantém o meio úmido, absorve o exsudato e preenche cavidades. Feridas cavitárias, exsudativas, tecido vinhoso e áreas de exposição óssea. Alginato com prata Mantém o meio úmido e facilita a cicatrização, é bactericida e apresenta alta capacidade de absorção, hemostático. Feridas com exsudação abundante com ou sem infecção, feridas cavitárias feridas sanguinolentas, (queimaduras de 2° grau, úlcera (lesão) por pressão e vasculares). Carvão ativado e prata Mantém o meio úmido, absorve o exsudato e é bactericida. . Feridas infectadas, fétidas e altamente exsudativas Não utilizar em áreas de exposição óssea. Hidrocolóide Mantém o meio úmido e aquecido, estimula neoangiogênese e autólise, são impermeáveis a microrganismos Feridas limpas, pouco exsudativas e prevenção de úlcera (lesão) por Pressão. Não utilizar como curativo secundário. Hidropolímeros com prata Mantém o meio úmido, absorve o exsudato e bactericida Feridas infectadas, fétidas e altamente exsudativas. Hidropolímeros sem prata Mantêm o meio úmido ideal para cicatrização, Promovem desbridamento autolítico, removem excesso de exsudato e diminuem odor da ferida. Feridas exsudativas, limpas, em fase de granulação; feridas superficiais; feridas cavitárias Hidrofibra com prata Mantém o meio úmido e facilita a cicatrização, é bactericida e apresenta alta capacidade de absorção. Feridas com exsudação abundante com ou sem infecção, feridas cavitárias feridas sanguinolentas, (queimaduras de 2° grau, pressão e vasculares.. Hidrogel Mantém o meio úmido e é autolítico. Desbridamento autolítico e hidratação da ferida. Filme transparente Permebilidade seletiva. Fixação de catéteres vasculares de feridas secas Sulfadiazina de prata a 1% Bactericida e bacteriostática. Queimaduras. Trocar o curativo a cada 12 horas e fazer cobertura de 5mm de creme. Colagenase Desbridamento enzimático. Desbridamento em tecidos necróticos. Degrada fatores de crescimento importantes no process o cicatricial e receptores de membrana celular. Espumas de poliuretano Absorve exsudato, mantém o leito da ferida úmido acelerando a cicatrização, não aderente, facilidade de aplicação e remoção. Tratamento de lesões de pele superficiais que cicatrizam por segunda intenção, lesões profundas, em fase de granulação com níveis de exsudato moderados ou elevados Tipos de curativos • O curativo pode ser: • Aberto: curativos em feridas sem infecção, que após a limpeza podem permanecer abertos, sem proteção de gazes. Exemplo: incisão cirúrgica (cesárea) • Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação de medicamentos (conforme prescrição médica) é ocluído ou fechado com gazes, micropore ou ataduras de crepe. • Compressivo: é o que faz compressão para estancar hemorragias ou vedar bem uma incisão. • Com irrigação: utilizado em ferimentos com infecção dentro de cavidades, com indicação de irrigação com soluções salinas. • Com drenagem: são utilizados drenos em ferimentos com grande quantidade de exsudato (Penrose, Kehr), tubular ou bolsas de Karaya. Medidas de antissepsia • Realizar degermação das mãos antes de manipular o material esterilizado; • Diminuir o tempo de exposição da ferida ou dos materiais esterilizados; • Não falar ao manipular o material esterilizado ou fazer o tratamento da ferida estando com infecções das vias aéreas (usar máscara comum); • Usar máscaras e aventais em caso de exsudato abundante; • Realizar o curativo sempre da região limpa para a contaminada. Curativo com Sulfadiazina de Prata • Composição: sulfadiazina de prata a 1% hidrofílica. • Mecanismo de ação: eficaz contra uma grande variedade de microorganismos,tais como: bactérias, fungos, protozoários e alguns vírus; promove melhor leitoNde enxertia e ação imunomoduladora; • Indicação: feridas causadas por queimaduras ou que necessitem ação antibacteriana. • Contra indicação: hipersensibilidade a sulfas. • Modo de usar: remover o excesso de pomada e tecido desvitalizado. Lavar a ferida e aplicar o creme, assepticamente, em toda extensão da lesão (5 mm de espessura). Colocar gaze de contato úmida. Cobrir com curativo estéril. • Periodicidade de troca: no máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver saturada. No momento da troca a pomada pode apresentar aspecto purulento devido a sua oxidação sem, contudo apresentar infecção real. Exemplo comercial: Dermazine®; Pratazine®. Curativo com pomada Enzimática – Colagenase • Composição: colagenase clostridiopeptidase A e enzimas proteolíticas. • Mecanismo de ação: age degradando o colágeno nativo da ferida. • Indicação: feridas com tecido desvitalizado. • Contra indicação: feridas com cicatrização por primeira intenção. • Modo de usar: aplicar a pomada sobre a área a ser tratada. Colocar gaze de contato úmida. Cobrir com gaze de cobertura seca e fixar. • Periodicidade de troca: a cada 24 horas. • Exemplo comercial: Iruxol®; Kollagenase®; Santyl® Curativo com Ácidos Graxos Essenciais (Age) • Composição: óleo vegetal composto por ácido linoleico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja. • Mecanismo de ação: promove a quimiotaxia e a angiogênese, mantém o meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual. A aplicação em pele íntegra tem grande absorção, forma uma película protetora na pele, previne escoriações devido à alta capacidade de hidratação e proporciona nutrição celular local. • Indicação: prevenção de úlceras de pressão, feridas abertas superficiais com ou sem infecção. • Contra indicação: não relatada. • Modo de usar: remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Espalhar o AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca. Ocluir com cobertura secundária estéril de gaze e fixar. • Periodicidade de troca: sempre que o curativo secundário estiver saturado ou, no máximo, a cada 24 horas. • Exemplo comercial: Agederm®;Ativoderme®; Dersani®. Curativos com Hidrcoloide 1- Curativo com Hidrocoloides: • Composição: possuem duas camadas: uma externa, composta por filme ou espuma de poliuretano, flexível e impermeável à água, bactérias e outros agentes externos; e uma interna, composta de partículas hidroativas, à base de carboximetilcelulose, gelatina e pectina, ou ambas - que interagem com exsudato da ferida, formando um gel amarelado, viscoso e de odor acentuado; • Ações: absorvem o excesso de exsudato, mantém a umidade, proporcionam alívio da dor, mantém a temperatura em torno de 37°C ideal para o crescimento celular, promovem o desbridamento autolítico; Curativos com Hidrocoloide • Indicação: feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação. Prevenção ou tratamento de úlceras de pressão não infectadas. • Contra indicação: feridas colonizadas ou infectadas. Feridas com tecido desvitalizado ou necrose e queimaduras de 3o grau. • Modo de usar: lavar a ferida. Escolher o hidrocoloide, com diâmetro que ultrapasse a borda da ferida pelo menos 3 cm. • Periodicidade de troca: a cada um a sete dias, dependendo da quantidade de exsudação. • Vantagens: é à prova d’água e lavável, retém odores, tem boa aparência e formas variadas que possibilitam adequação à área cruenta, podendo inclusive ser empregado em lesões de articulações. • Desvantagens: a pele poderá ficar macerada se a exsudação se tornar abundante. • Exemplo comercial: Comfeel®; Duoderm®; Hydrocoll®; Tegasorb®. Curativo com Hidrogel • Periodicidade de troca: a cada um a três dias, dependendo da quantidade de exsudato. • Vantagens: sensação de alívio na ferida e promove o desbridamento autolítico. • Desvantagens: desidrata rapidamente e é relativamente caro. • Exemplo comercial: Duoderm Gel®; Hydrosorb®; Hypergel®; Nu-Gel®. Curativo com Hidrogel • Composição: Composto de goma de copolímero, que contém grande quantidade de água; hoje, alguns possuem alginato de cálcio ou sódio; • Ações: mantém a umidade e auxilia no desbridamento autolítico • Indicação: feridas superficiais moderada ou baixa exsudação. Remover as crostas, fibrinas, tecidos desvitalizados ou necrosados. • Contra indicação: pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas. • Modo de usar: lavar o leito da ferida. Espalhar o curativo ou introduzi-lo na cavidade assepticamente. Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril. Curativo com Alginato de Cálcio • Composição: fibras de puro alginato de cálcio derivado de algas marinhas. • Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio levando a uma alta capacidade de absorção, resultando na formação de um gel que mantém o meio úmido para a cicatrização e induz a hemostasia. • Indicação: feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas com ou sem infecção, até a redução do exsudato. • Contra indicação: lesões superficiais com pouca ou nenhuma exsudação; queimaduras. • Modo de usar: remover exsudato e o tecido desvitalizado. Modelar o alginato no interior da ferida umedecendo a fibra com solução fisiológica. Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida. Ocluir com cobertura secundária estéril. Curativo com Alginato de Cálcio • Periodicidade de troca: feridas infectadas (24 horas), feridas limpas com sangramento (48 horas), feridas limpas ou exsudação intensa (quando saturar). • Trocar o curativo secundário sempre que estiver saturado. • Vantagens: elevado poder de absorção e eficiente estímulo à granulação. • Desvantagens: poderá lesar as bordas da ferida pela sua função autolítica. • Exemplo comercial: Algoderm®; Curasorb®; Sorbalgon®; Tegagen® Curativos com Carvão Ativado • Composição: tecido carbonizado e impregnado com nitrato de prata a 0,15%, envolto por camada de tecido sem carvão ativado. • Mecanismo de ação: o carvão ativado absorve a secreção e filtra o odor. A prata exerce ação bactericida. • Indicação: feridasfétidas, infectadas e exsudativas. • Contra indicação: feridaslimpas e lesões de queimaduras. • Modo de usar: remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Colocar o curativo de carvão ativado sobre a ferida e oclui-la com cobertura secundária estéril. Curativos com Carvão Ativado • Periodicidade de troca: de 1 a 4 dias, dependendo da quantidade de exsudação. • Vantagens: método eficaz para controle do mau odor e é de fácil aplicação. • Desvantagens: não pode ser cortado, pois ocorre liberação do carvão e da prata. • Exemplo comercial: Carboflex®; Vliwaktiv®. Materiais para a realização de curativos • Pacote de pinças para curativos; • SF 0,9 % morno; • Seringa de 20 ml, agulhas, algodão umedecido com álcool a 70%; • Pacotes com gazes; • Micropore e esparadrapo; • Tesoura; • Luvas de procedimentos e esterilizadas; • Proteção para a roupa de cama. Quando indicado pela prescrição médica ou de enfermagem • Almotolia com antissépticos; • Pomadas; • Ataduras; • Curativos especiais. • Observação: A solução fisiológica deverá ser aquecida no momento da realização do curativo e desprezada logo após o término. Não reutilizar. Método • Explicar o procedimento ao paciente; • Preparar o ambiente: Fechar janelas para evitar correntes de ar e poeira; • Desocupar mesa de cabeceira. Colocar biombo se necessário; • Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo; • Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira; • Descobrir a área a ser tratada com luvas de procedimentos e proteger a cama; • Colocar o paciente em posição apropriada; • Abrir o campo estéril para curativos e sem contaminar, colocar os demais materiais esterilizados a serem utilizados; • Calçar luva esterilizada conforme a técnica asséptica; • Se o curativo for com irrigação, limpar a ferida com jatos de SF 0,9% usando a seringa sem agulha (para ocorrer pressão); Método • Com auxílio da pinça limpar e secar delicadamente as bordas da ferida, mudando as áreas da gaze. Evitar atrito da gaze com o tecido de granulação para evitar que o mesmo seja lesado; • Secar o centro da ferida com a gaze realizado movimentos circulares a fim de mudar áreas da mesma; • Se indicado colocar o medicamento; • Ocluir o curativo; • Deixar o paciente confortável; • Deixar ambiente e materiais em ordem; • Lavar mãos. • Realizar anotações de enfermagem, registrando classificação do curativo, quantidade de exsudato, aspecto, odor. Presença de tecido de granulação e condições de pele circundante. Observações • Antes de realizar o curativo observar o estado do paciente, ler as anotações sobre o tipo de curativo e prescrições para verificação de medicamentos. • Curativos úmidos por secreções ou água do banho, devem ser trocados. • Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela incisão fechada e limpa, seguindo-se as lesões abertas não infectadas e por último os curativos com infecção. • Em feridas com exsudato, com suspeita de infecção, antes de realizar o curativo pode ser necessário à coleta de material para bacterioscopia (swab). • Em casos de uso com KmNO4 tomar os seguintes cuidados: protegê-lo da luz se acastanhado (o que indica oxidação) desprezá-lo e preparar nova solução para uso. Feridas com drenos • Limpar e secar o dreno e a pele com SF 0,9%; • Colocar uma gaze sob o dreno, isolando-o da pele; • Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo-o ou bolsa de karaya conforme indicação; • Atentar para que o dreno não apresente dobras para garantir boa drenagem; • Anotar volume, aspecto, odores do material drenado. Realizando curativo através de irrigação com solução fisiológica • Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de feridas através de irrigação com solução fisiológica morna e sob pressão, utilizando-se seringa de 20ml conectada à agulha de 40 x 12, o que fornece uma pressão capaz de remover partículas, bactérias e exsudatos. • Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais próximo possível da ferida. • Após a limpeza por esse método, deve-sesecar apenas a pele íntegra das bordas e aplicar a cobertura indicada no leito da ferida, usando técnica asséptica.
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