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O sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona é ativado quando ocorre uma queda da pressão arterial (diminuição nos níveis de sódio, detecção por barorreceptores que são receptores de pressão, efeitos beta adrenérgicos), tudo isso faz com que seja percebida a queda de pressão arterial. A queda da pressão arterial gera um estímulo para produção de Renina (produzida nos rins), e quando há uma queda de pressão a Renina é liberada e jogada na corrente sanguínea, desta forma a Renina viaja através da circulação até o fígado e transforma (catalisa) o Angiotensinogênio Hepático em Angiotensina I. Depois a Angiotensina I é lançada na circulação, sai do fígado para a circulação e se distribui por todos os tecidos. Quando a Angiotensina I chega no pulmão ela encontra com a ECA (Enzimas conversoras de Angiotensina), que transforma a Angiotensina I em Angiotensina II. A Angiotensina II por sua vez é uma potente vasoconstritora e faz com que ocorra o aumento da pressão arterial. Depois a Angiotensina II é lançada na circulação, se liga em seus receptores (que estão na parede do vaso sanguíneo) e depois pode ter três destinos: ▪ Virar Angiotensina III ▪ Virar Angiotensina IV ▪ Ser degradada e eliminada Toda Angiotensina I que saiu do fígado e não chegou até o pulmão e seguiu para o intestino, útero, estômago... Ela é convertida pela ECA de cada um desses tecidos em Angiotensina do tipo III (vasoconstritor mais fraco que a II). Inibidores da ECA: Para pacientes hipertensos é dado medicamentos que inibem a enzima ECA, para que ela não produza Angiotensina I e consequentemente Angiotensina II e não ocorre o aumento da pressão arterial. Etapas da farmacocinética: Absorção (Passagem da droga do meio onde foi administrada para a circulação); Distribuição (Onde a droga é espalhada pelos tecidos); Metabolização (Geralmente ocorre no fígado); Excreção (Geralmente ocorre nos rins). 1. Captopril (Capoten®) Biodisponibilidade de 60% quando o animal está em jejum, quando há alimentação a biodisponibilidade reduz de 25 a 50%. *Deve ser dado em jejum para o animal, pois se há alimento no trato gastrointestinal é reduzida a biodisponibilidade, ou seja, a quantidade de droga que sai do local de administração e chega até a corrente sanguínea e fazer efeito. * 40% da droga nem chega a ser absorvida, são degradadas e eliminadas através das fezes. *Deve ser administrado em jejum e o alimento deve ser dado após 1 hora depois. Não é metabolizado no fígado *Ou seja, não passa pelo processo de biotransformação hepática. Um dos objetivos da metabolização é facilitar a excreção da droga. Excreção ocorre nos rins. Eliminado inalterado na urina/Produz proteinúria (Perda de proteínas pela urina). *Justamente porque não passa pelo processo de biotransformação no fígado, chegando inalterado nos rins, o que faz com que eles tenham dificuldade de eliminar o Captopril, o que acaba alterando a função renal e consequentemente ocasionando na proteinúria, o que não ocorre em grande quantidade normalmente, pois a proteína tem grande validade para o organismo. 2. Enalapril (Renitec ®) Pró-fármaco - Precisa passar pelo fígado para ser ativado e exercer sua capacidade terapêutica. Biotransformado no fígado em Enaprilato (ativo). Disfunção hepática grave reduz a eficácia do medicamento. Biodisponibilidade não afetada pela alimentação. Eliminação renal. 3. Benazepril (Lotensin ®, Fortekor®) Pró-fármaco - Precisa passar pelo fígado para ser ativado e exercer sua capacidade terapêutica. Biotransformado no fígado em Benazeprilato (ativo). Excreção significativa pela bile: → 50% no cão → 85% no gato *De 50% cão ou 80% gato da fração biodisponível será eliminado pela bile. Ou seja, a bile é lançada no intestino delgado e excretada juntamente com as fezes. Mais indicado em nefropatas. *O rim não é o principal destino de eliminação para essa droga, desta forma ele não fica sobrecarregado. 4. Lisinopril (Privinil ®) Não necessita de ativação, ou seja, não passa pelo fígado. Biodisponibilidade de 25%. *De toda a droga que contêm no comprimido apenas 25% chega na circulação, os outros 75% é jogado fora, não chega a ser absorvido. Isso não é ruim, porque com base na informação de que apenas 75% é jogado fora a indústria farmacêutica fez os comprimidos com uma concentração calculada nisso, e mesmo perdendo 75% do princípio ativo os 25% que restaram são suficientes para ter uma ação terapêutica adequada. Excreção renal. Bastante indicado para hepatopatas. *São bastante indicados para os hepatopatas (animais com insuficiência hepática), pois não afetam ou sobrecarregam o fígado Inibidores da Angiotensina II: 1. Losartana (Losartec ®) Não é inibidor da ECA. Funciona como um antagonista de receptores de Angiotensina II. A Angiotensina II possui 4 tipos de receptores: AT1, A AT2, AT3 e o AT4. Sendo que o AT1 é o principal no sentido de causa a vasoconstrição. Específico AT1. *A indústria desenvolveu uma droga que se ligasse de forma específica ao receptor AT1 para evitar a ação da Angiotensina II. Menores efeitos colaterais que os IECAs. *Geralmente pacientes que fazem uso contínuo dos inibidores da ECA apresentam como efeito colateral a tosse. Os IECAs tem esse efeito colateral porque agem na ECA pulmonar, favorecendo a liberação de mediadores químicos (Bradicinina) que são irritantes para as vias aéreas, o que leva o paciente a ter tosse. Como a Losartana não chega nem perto do pulmão (vai para o receptor do vaso sanguíneo) ela não causa esse efeito. Baixa biodisponibilidade 33%. Metabolização hepática (Mas não é um pró- fármaco). *Metabólito (Resultado de uma reação de metabolização) somente ativo em seres humanos. Excreção. → 1/3 na urina → 2/3 na bile Indicado para nefropatas. *O rim não é o principal destino de eliminação para essa droga, desta forma ele não fica sobrecarregado. Os inibidores da ECA não deixam que a Angiotensina II seja formada. Já os antagonistas de Angiotensina não mexem na ECA, ou seja, a Angiotensina é formada, porém ela não executa sua função porque seus receptores estão bloqueados.
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