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Brincadeiras, cultura e ideologias Sheila Regina Brisson Ruiz Introdução Apesar de, desde muito cedo, a criança se envolver em ações lúdicas consigo mesma (na relação com o seu corpo), com o meio material e com as pessoas que a rodeiam, o brincar não pode ser considerado algo natural, já dado na vida do ser humano. As brincadeiras são carregadas de significações sociais e, portanto, precisam ser aprendidas. Isso significa que a criança aprende a brincar no encontro com o outro, nas relações que estabelecem com as pessoas e com a cultura. Segundo Gilles Brougère, “Não existe uma brincadeira natural, a brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto, de cultura” (BROUGÈRE, 2001, p.97). Sendo assim, os brinquedos e as brincadeiras são considerados elementos culturais, carregados de significações, valores, características de um determinado contexto histórico e de uma determinada visão de mundo. Este texto abordará os brinquedos e as brincadeiras como importantes experiências para a apropriação, significação e reelaboração da cultura infantil, apresentando a relação entre os brinquedos, brincadeiras e cultura e promovendo reflexões a respeito de algumas ideologias que permeiam a visão social em relação aos brinquedos e às brincadeiras. 1 Brinquedos, Brincadeiras e Cultura Quando falamos da relação da brincadeira com a cultura estamos considerando dois importantes pontos: a apropriação cultural que a criança faz ao brincar e também a produção cultural realizada pela criança na ação lúdica. De acordo com Corsaro (2009), ao brincar a criança é, ao mesmo tempo, produto e produtora de cultura, pois ela não apenas reproduz ou imita o mundo dos adultos, mas realiza o que o autor chama de “reprodução interpretativa” dos elementos da cultura na qual se insere, uma recriação, transformação do real a partir da interpretação que faz do mundo. Ao aprender brincadeiras, a criança aprende sobre si mesma, sobre o mundo, sobre o grupo sociocultural ao qual faz parte, adquirindo – ativa e criativamente – práticas sociais próprias da sua cultura. De acordo com Borba, Se entendermos que a infância é um período em que o ser humano está se constituindo culturalmente, a brincadeira assume importância fundamental como forma de participação social e como atividade que possibilita a apropriação, a significação e a reelaboração da cultura pelas crianças. (BORBA, 2007, p.12). Você já deve ter percebido que muitas brincadeiras são conhecidas não só em diversas regiões do Brasil, mas em várias partes do mundo. Essas brincadeiras recebem diferentes designações, mudanças de regras, diferenciam-se em alguns detalhes adquirindo características regionais, mas conservam a existência de padrões que permanecem universais (FRIEDMANN, 1990), como podemos perceber nas brincadeiras tradicionais que se constituem em um repertório cultural. Brincadeiras e brinquedos são transmitidos entre as gerações, rituais são partilhados, regras são aprendidas e modificadas e, novamente, transmitidas como tradições e práticas culturais. Podemos afirmar, então, que as brincadeiras e os brinquedos são produtos sociais e históricos que revelam importantes traços da cultura local de um povo em um dado momento. Assim sendo, ao brincar a criança faz uso de representações, imagens, símbolos e significados dispostos pela cultura, se apropriando tanto das substâncias materiais como das imateriais que lhes são acessíveis (BROUGÈRE, 2001). Inspirada nas leituras de Walter Benjamin, Pereira traz importantes indagações que nos levam a refletir a respeito do brinquedo enquanto objeto cultural: [...] enquanto objeto cultural, todo brinquedo é pedagógico. Todo brinquedo traz junto de si estilhaços da sociedade, da economia, da política, das artes e da ética das relações sociais. Todo brinquedo propõe à criança uma infinidade de possibilidades de visões de mundo, de ações e de encantamento. Onde é feito? Como é feito? Que percurso transcorre até chegar às mãos da criança? Quem o projeta? Com que intenção? Que formas e cores lhe dão acabamento? De que material é feito? Que técnicas foram empregadas em sua feitura? Acrescente-se a isso, a história particular e concreta de cada brinquedo, em sua especificidade. Quem oferece o brinquedo à criança? Com que intenção o oferece? Por que escolheu esse brinquedo e não outro? A que convida esse brinquedo? Qual a disponibilidade de quem oferece de brincar com a criança que o recebe? (PEREIRA, 2009, p.17). Os diferentes objetos lúdicos carregam importantes características de um contexto sociocultural, tanto pelo material com o qual é confeccionado como por aquilo que representa e como dialoga com o universo adulto. Nos grandes centros urbanos prevalecem os brinquedos industrializados, encontrados (comprados) nas prateleiras das lojas, jogos eletrônicos, miniaturas dos objetos do universo adulto produzidas com plásticos ou diferentes materiais processados pelas fábricas. Já nas brincadeiras das crianças das zonas rurais ou crianças indígenas, os elementos da natureza marcam forte presença. Pense comigo Assista aos vídeos abaixo, produzidos pelo Território do Brincar/Instituto Alana. O primeiro vídeo apresenta brincadeiras de crianças do Vale do Jequitinhonha (MG), o segundo apresenta brincadeiras com crianças em São Paulo. Quais são os objetos e materiais que predominam em cada um dos vídeos? O que você percebe de diferenças e de semelhanças entre os dois vídeos? Vale do Jequitinhonha/MG: https://www.youtube.com/watch?v=2AZJePaumbU&t=49s São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=sOd4oIzVa34&t=119s Brougère afirma que “O brinquedo pode ser considerado uma mídia, que transmite à criança certos conteúdos simbólicos, imagens e representações reproduzidas pela sociedade que a cerca” (2001, p.63). O brinquedo é um objeto inserido em um sistema social; possui funções sociais e significados que se relacionam tanto ao real como ao imaginário da criança, permitindo a compreensão do funcionamento da cultura. Mesmo possuindo uma certa independência, um ritmo próprio e sendo efetivada a partir da reconstrução e interpretação de seus participantes (crianças), a cultura lúdica só pode ser compreendida numa relação de interdependência com a cultura global de uma sociedade. Estando ligadas sempre a um contexto social e cultural, a brincadeira está dotada de valores, costumes, formas específicas de pensar de um determinado grupo, encerrando, em si, significados e ideologias (BROUGÈRE, 2001). A brincadeira, hoje compreendida como uma linguagem tipicamente infantil, incorpora representações sociais que constituem o entorno da criança. Nesse sentido, as brincadeiras de faz-de-conta (brincadeiras simbólicas/de ficção), destacam-se nessa relação de produção e apropriação da cultura pela criança. Nessas brincadeiras, as crianças reconstroem o universo cultural mais amplo, como as regras sociais e os diversos rituais (aniversários, casamentos, saudações, rotinas de trabalho e escola, etc.). Saiba mais Observe essas duas situações criadas pelas crianças nas suas brincadeiras simbólicas. No primeiro vídeo, as crianças realizam o batizado de bonecas. Já na segunda, produzem um casamento com direito a uma festa com sanfoneiro. Vemos, nesse trabalho produzido pelo Território do Brincar, como os diferentes ritos sociais são incorporados e interpretados pelas crianças nas suas brincadeiras simbólicas. Batizado: https://www.youtube.com/watch?v=rKOpxvgJ6J0 Casamento: https://www.youtube.com/watch?v=ta2HKVg15yk Nas duas cenas do documentário produzido pelo Território do Brincar, indicadas na caixa acima, podemos perceber como as crianças realizam, através das interações com outras crianças e adultos e das experiências nas brincadeiras simbólicas, as suas compreensões do mundo, da cultura, da sociedade. Percebemos também como os objetosmateriais e os comportamentos sociais são suportes para o imaginário infantil. Brincar é um ato criativo de conhecimento e interpretação de si e do mundo, das relações sociais, do universo humano, da diversidade, dos valores. Brincando a criança constrói um pequeno mundo imaginário a partir dos elementos reais, realizando interpretações a respeito das diferentes atividades e relações humanas, dos diferentes papéis sociais, das relações de gênero, do que é ser menino e do que é ser menina dentro de uma dada cultura, das relações de poder, das divisões de tarefas. Por ser marcada pela cultura de um local e de uma época, as transformações socioculturais produzem alterações nas brincadeiras. Você já estudou como, por exemplo, a alteração espacial transforma o brincar. Do mesmo modo, outras mudanças na estrutura social também produzem efeito nas brincadeiras infantis, o que nos leva à necessidade de um contínuo exercício de reflexão a respeito do significado cultural do brincar, dos brinquedos e das brincadeiras, bem como dos discursos e pensamentos que são construídos em torno desses elementos. 2 Brinquedos, Brincadeiras e Ideologias Assim como as brincadeiras são produções culturais, os significados produzidos e os pensamentos construídos em torno do brincar e dos brinquedos também são. Ao longo da história, muitas foram as concepções criadas a respeito dos elementos que envolvem as ações lúdicas infantis, o que leva a diferentes práticas e posicionamentos sociais por parte dos adultos. As intervenções adultas nas brincadeiras das crianças produzem marcas, transmitem conteúdos (muitas vezes ocultos), seja nas formas de divulgação dos brinquedos pela mídia, seja na escolha dos brinquedos que serão ofertados à criança ou mesmo na determinação daquilo que a criança https://www.youtube.com/watch?v=ta2HKVg15yk pode ou não pode fazer nas brincadeiras. O que está implícito nessas intervenções que os adultos realizam sobre as brincadeiras e sobre os objetos lúdicos? Quais são as representações criadas pelo universo adulto a respeito das brincadeiras e dos brinquedos? Uma das representações é a de que a brincadeira e o brinquedo devem ser “educativos”, voltados aos “conteúdos curriculares”. Essa concepção a respeito da brincadeira e dos brinquedos leva a um controle das ações das crianças por parte dos adultos, descaracterizando a essência do brincar. Como já afirmamos muitas vezes, quando não existe o poder e decisão da criança sobre a brincadeira, não existe brincadeira. Outra questão que precisa ser discutida relaciona-se às concepções criadas pelos adultos a respeito das chamadas “brincadeiras de meninas” e “brincadeiras de meninos”. Um primeiro problema nessa classificação relaciona-se com um preconceito a respeito dos papeis sociais do homem e da mulher. Brougère verificou em suas pesquisas que Os brinquedos femininos evocam maciçamente o universo familiar (cuidado com o bebê, trabalhos domésticos e universo de férias). Os brinquedos masculinos são marcados por temáticas que não pertencem ao lar, desde o carro que permite sair de casa, até os universos profissionais e a aventura da qual a guerra, sem dúvida, é o arquétipo, com uma importância concedida ao mundo intergaláctico e à fantasia. (BROUGÈRE, 2004, p.294). Também podemos verificar que muitas brincadeiras consideradas “apropriadas” para as meninas são aquelas que as mantém passivas, enrijecidas, enquanto as brincadeiras que fazem parte, culturalmente, do universo dos meninos são as exploratórias, de dominação e desenvolvimento motor amplo, com maior potencial de desenvolvimento das habilidades corporais como agilidade e força. Pense comigo Nessa imagem de Francesco Tonucci, disponível em seu livro Com Olhos de Criança (1997), podemos perceber uma representação a respeito do que é considerado “brincadeira de menino” e “brincadeira de menina”. Qual leitura você faz dessa imagem? Quais as reflexões que Tonucci nos traz a respeito do brincar? Se considerarmos, como defendido anteriormente, que as brincadeiras das crianças estabelecem um diálogo com o mundo adulto e que os elementos reais – as substâncias materiais e imateriais disponibilizadas no contexto sociocultural da criança – são a base para o ato criativo e imaginário vivenciado pelas crianças nas brincadeiras, obviamente que as mudanças da sociedade influenciarão o brincar infantil. As crianças de hoje presenciam novas relações sociais entre homens e mulheres, diferentes divisões de trabalho e afazeres domésticos; a mulher do século XXI ocupa inúmeros espaços sociais e posições de trabalho; o homem passa a se responsabilizar pelo cuidado dos filhos e pelas tarefas domésticas. Com todas essas transformações, por que a sociedade ainda reluta em aceitar que meninos brinquem com bonecas e bonecos e meninas brinquem com carrinhos ou como motoristas de caminhão? Por que ainda temos uma cultura de superproteção, em relação às meninas, que as impedem de subir em árvores, explorar territórios, dominar o espaço? Por que vemos com “maus-olhos” meninos que brincam em atividades que exigem mais delicadeza e demonstração de carinho? Ao observar as “transgressões” (em relação àquilo que a sociedade espera) de comportamentos de meninos e meninas em suas brincadeiras, Daniela Finco conclui que foi possível levantar a hipótese de que os estereótipos dos papéis sexuais, os comportamentos pré-determinados, os preconceitos e discriminações são construções culturais, que existem nas relações dos adultos, mas ainda não conseguiram contaminar totalmente a cultura da criança. São os adultos que esperam que as meninas sejam de um jeito e os meninos de outro. (FINCO, 2003, p.95). Saiba mais O artigo Relações de Gêneros nas brincadeiras de meninos e meninas na educação infantil, da pesquisadora Daniela Finco, traz um importante questionamento a respeito do que se julga ser “natural” nas preferências e comportamentos de meninos e meninas nas brincadeiras, fazendo uma discussão sobre os brinquedos considerados “certos” e “errados” para cada sexo. file:///C:/Users/profs/Downloads/8643863-16196-1-SM.pdf Além da questão quanto ao gênero, é necessário que se faça uma reflexão quanto às representatividades étnicas e os padrões de beleza inculcados nos brinquedos. Quantas bonecas e bonecos negros estão disponíveis nas prateleiras das lojas de brinquedos? A identidade cultural e racial das crianças (de todas elas) está representada nos brinquedos que lhes estão disponíveis em casa e nas escolas, a fim de favorecer o desenvolvimento de sua autoestima? Bonecas como Barbies dominaram o mercado do brinquedo por muito tempo, impondo uma modelo de beleza: loiras, magras, cabelos lisos. Hoje a indústria disponibiliza uma variedade maior de bonecas e bonecos quanto à cor da pele, tipo de cabelo e porte físico, mas essa diversidade ainda aparece de modo bastante tímido nas lojas e nas mãos das crianças, não representando um crescimento significativo, o que leva Pereira (2009) a afirmar que “Continua a ser uma experiência de solidão, ser uma boneca negra no mundo das bonecas” (p.15). A ausência de brinquedos capazes de levar a criança a uma identificação dificulta as possibilidades, por meio do brincar, de valorização da sua cultura familiar, do desenvolvimento da autoestima, do gostar do seu corpo e de sua aparência. Você sabia? “De acordo com Roveri (2008), a Barbie foi inspirada em uma boneca de corpo adulto, destinada e vendida aos homens adultos em bares e tabacarias, pois estava relacionada a uma conotação pornográfica. A boneca era chamada de Lilli e tratava-se de uma personagem de caricaturas do jornal alemão Bild-Zeitung, que representava uma jovem derrotada no pós-guerra, que para sua ascensão era capaz de conquistar os homens que se submetiam aos seus desejos. Em 1956, Ruth e Elliot Handler (fundadoresda empresa de brinquedos Mattel) passavam as férias com a família na Suíça, quando conheceram Lilli. Ruth Handler então comprou três bonecas, duas para enfeitar o quarto da filha Barbara, que já ‘havia passado da idade de brincar’, e outra para apresentar aos executivos da Mattel. Ruth interessou-se por Lilli ao observar o interesse da filha pelas bonecas (de papel) com corpo de mulher adulta e que tinham uma grande variedade de roupas. A empresa Mattel, então comprou os direitos autorais da boneca e, por meio de uma equipe de renomados profissionais, “tentou” deserotizá-la e a adaptá-la às crianças (CECHIN e SILVA, 2012). O processo de transformação da Lilli em Barbie durou três anos. Barbie foi oficialmente lançada em 9 de março de 1959, na Feira Anual de Brinquedos de Nova Iorque. Na tentativa de amenizar a sensualidade da boneca em detrimento da ideia de que as meninas aspiravam parecer-se e vestir-se como as modelos, a Mattel referiu- se a Barbie como o ‘Modelo de Moda Adolescente’. No mesmo mês, Barbie estreava na televisão, não como boneca, mas como uma adolescente que ia a festas, trocava de roupas e nadava. Com a finalidade de deixar a imagem de Barbie cheia de glamour, ela aparece, na sua primeira propaganda, sob muitas luzes e na presença de várias câmeras, ao som de uma canção que trazia a seguinte letra: “Um dia serei como você, até lá sei o que vou fazer [...] Barbie, linda Barbie, vou fingir que sou você” (GERBER, 1999, apud CECHIN e SILVA, 2012, p.6). Ruth Handler, em uma entrevista sobre a Barbie afirmou que a boneca “É um produto muito educativo: as crianças aprendem combinações de cores, desenhos de moda, cuidados pessoais, penteados, boas maneiras, e relacionamentos interpessoais – elas interagem por meio de situações sociais” (GERBER, 2009, p. 158, apud CECHIN e SILVA, 2012, p.6).” (LIRA e KOPCZYNSKI, 2017, p.308) Considerações finais Existe uma problemática relacionada concepção do “jogo educativo” que permeia as práticas pedagógicas. Neste texto, verificamos que o pedagógico contido nos brinquedos e nas brincadeiras está naquilo que trazem de cultural, de valores e visões de mundo. Nesse sentido, todos os brinquedos e brincadeiras são pedagógicos, comportam aprendizagens, conhecimentos. Através das experiências de encantamento com os brinquedos e com as brincadeiras, sobretudo na inter-relação com adultos e outras crianças, produz-se um diálogo entre aquele que brinca e a cultura com a qual está inserido. Sendo o educador um mediador entre a criança e a cultura, é de fundamental importância que ele faça profundas reflexões a respeito das suas concepções a respeito dos brinquedos e das brincadeiras, bem como do mundo e das relações sociais. É papel do educador, portanto, possibilitar à criança ricas interações com brinquedos e brincadeiras que produzam conhecimentos pautados em valores humanos e não excludentes; ofertar à criança brinquedos e favorecer a aprendizagem de brincadeiras que valorizem sua cultura, sua etnia; questionar práticas fundamentadas em visões de mundo preconceituosas e sexistas. Atenção “Entender que todo brinquedo é, por natureza, pedagógico, implica compreender que a criança é educada no seio da cultura e da classe em que se insere, brincando, ativamente, com os objetos que lhes chegam às mãos. Esses objetos expandem os limites do seu contexto, ligam-na à cultura a que pertence, educam-lhe material e esteticamente. Os brinquedos contam à criança sua história cultural, uma história que se enriquece tanto mais a criança lhe fornecer indagações ou se permitir encantar. Os brinquedos a educam esteticamente. Esta perspectiva de compreensão, diferente da pedagogia burguesa, não vê no suposto conteúdo dos brinquedos a sua força. Essa força advém da experiência de buscar nos brinquedos a sua história, e na história dos brinquedos, a história humana que lhes dá existência.” (PEREIRA, 2009, p.20). Referências BORBA, A. M. A brincadeira como experiência de cultura na educação infantil. Revista Criança do Professor de Educação Infantil, n. 44, p. 12-14, nov. 2007. BROUGÈRE, G. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 2001. BROUGÈRE, G. Brinquedos e Companhia. São Paulo: Cortez, 2004. Corsaro, W.A. Reprodução interpretativa e Cultura de pares. In: MULLER, F.; CARVALHO, A.M.A (orgs.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009. FINCO, D. Relações de gênero nas brincadeiras de meninos e meninas na educação infantil. Revista Pro-Posições, v.14, n.3(42) – set./dez.2003. FRIEDMANN, A. Jogos tradicionais na cidade de São Paulo: recuperação e análise da sua função educacional. Tese de Mestrado: Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, 1990. LIRA, A.C.M.; Kopczynski, J.A. Brinquedo e cultura: Barbie e a constituição da identidade feminina. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v.15, n.38, 2017. PEREIRA, R.M.R. Uma história cultural dos brinquedos. In: Revista Teias, Universidade Estadual do Rio de Janeiro/PROPED, v.10, n.20, 2009. TONNUCCI, F. Com olhos de Criança. Porto Alegre: Artmed, 1997.
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