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MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS Autor: Camila da Silva1 Talita Bena Schmidt2 Tutor externo: Eduardo Rangel Ingrassia3 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Pedagogia (FLC3938PED) – Estágio Curricular Obrigatório II – Anos Iniciais 29/11/2021 RESUMO A Matemática nos anos iniciais vai além de uma simples disciplina, pois, interfere diretamente no desenvolvimento do aluno e suas habilidades como, por exemplo, o raciocínio lógico, criatividade e afetividade, enfim, adquiri sua própria singularidade, aptidão e competência. Dentro da Matemática encontramos as quatro operações fundamentais que são a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão que são conhecidas também como Aritmética. O objetivo geral é ampliar o conhecimento, consequentemente proporcionando aos alunos novas descobertas. Com isso despertamos o senso crítico no educando. Entender como as operações de Matemática contribuem para o desenvolvimento de maneira natural e gradativa na vida dos educandos. As pesquisas realizadas através de manuais bibliográficos e com o uso da internet foram de suma importância para a construção do trabalho. Identificamos que o estudo da Matemática é primordial para o aprendizado nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Consequentemente a falta de empenho do professor nesta fase causará danos no desenvolvimento integral da criança. Palavras-chave: Matemática. Educação. Aprendizagem. 1 INTRODUÇÃO Nesta pesquisa falaremos sobre alguns assuntos respectivos a matemática, como ela surgiu, a sua história, as quatro operações fundamentais que são: a adição, subtração, multiplicação e a divisão. Abordaremos a importância de aplicarmos a matemática e ser introduzida no cotidiano do ambiente escolar na vida dos alunos. É comum nos anos iniciais os alunos demonstrar um certo receio quanto a matemática, quando falamos em somar, diminuir, subtrair e dividir, e também acabam confundindo uma operação da outra, mas nada melhor que trabalhar na prática para eles aprenderem melhor para não se confundir. 1 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Pedagogia. 2 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Pedagogia. 3 Tutor Externo do Curso de Licenciatura em Pedagogia; E-mail: 10010226@tutor.uniasselvi.com.br Podemos oferecer de várias formas, e uma das mais importantes é através do lúdico, jogos e brincadeiras. Através deste estudo aprimoraremos nossos conceitos quanto a matemática, conhecendo novas teorias e quais são as outras práticas que podemos incluir no processo e ensino dos nossos alunos. O objetivo geral é ampliar o conhecimento, consequentemente proporcionando aos alunos novas descobertas. Com isso despertamos o senso crítico no educando. As etapas são as seguintes: o desenvolvimento com seus subtítulos O surgimento da Matemática, dando ênfase sobre a Matemática, Conhecendo a Matemática, Adição, Subtração, Multiplicação e a Divisão. Em seguida finalizamos o presente trabalho com as considerações finais. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA 2.1 O Surgimento Da Matemática As origens da Matemática perdem-se no tempo. Os mais antigos registros matemáticos de que se tem conhecimento datam de 2400 a.C. Progressivamente, o homem foi refletindo acerca do que se sabia e do que se queria saber. Algumas tribos apenas conheciam o "um", "dois" e "muitos". Os seus problemas do cotidiano, como a contagem e a medida de comprimentos e de áreas, sugeriram a invenção de conceitos cada vez mais perfeitos. Os "Elementos" do grego Euclides (séc. IV a.C.) foram dos primeiros livros de Matemática que apresentaram de forma sistemática a construção dos teoremas da geometria e foram utilizados no ensino em todo o mundo até ao século XVII. Mesmo a antiquíssima Astrologia proporcionou o desenvolvimento da Matemática, ao exigir a construção de definições e o rigor no cálculo das posições dos astros. A Matemática começou por ser "a ciência que tem por objetivo a medida e as propriedades das grandezas" (dicionário), mas atualmente é cada vez mais a ciência do padrão e da estrutura dedutiva. Como afirmou P. Dirac, as Matemáticas são as ferramentas especialmente adaptadas ao tratamento das noções abstratas de qualquer natureza e, neste domínio, seu poder é ilimitado. A etnomatemática é um ramo recente da Matemática que investiga conhecimentos matemáticos populares. E podemos afirmar que todos os povos têm alguns conhecimentos de Matemática, mesmo que sejam muito intuitivos tais como medições, proporções, desenhos geométricos que se vêm nos artesanatos (como a cestaria). A Matemática sempre desempenhou um papel único no desenvolvimento das sociedades. Por exemplo, numa situação de guerra, o exército que possui mais conhecimentos de Matemática tem maior poder traduzido nas máquinas mais perfeitas e melhor adaptadas. Até ao séc. XVI apenas as pessoas com dinheiro ou os sacerdotes poderiam dedicar seu tempo no estudo da Matemática. De há quatrocentos anos para cá, a monarquia e o clero deixaram de ser os únicos que financiaram a Matemática, passando este papel a ser desempenhado pelas universidades e pelas empresas (como por exemplo a IBM). Ao contrário do que muitos pensam, a Matemática não consiste apenas em demonstrar teoremas ou em fazer contas, ela um autêntico tesouro para a civilização devido aos diversos conhecimentos envolvidos. E sabendo isso, atualmente poucos são os países em que não se cria Matemática nova, publicando-se assim em todo o mundo alguns milhares de revistas exclusivamente de Matemática. A Matemática é a ciência dos números e dos cálculos. Desde a antiguidade, o homem utiliza a Matemática para facilitar a vida e organizar a sociedade. A Matemática foi usada pelos egípcios nas construções de pirâmides, diques, canais de irrigação e estudos de astronomia. Os gregos antigos também desenvolveram vários conceitos matemáticos. Atualmente, esta ciência está presente em várias áreas da sociedade como, por exemplo, arquitetura, informática, medicina, física, química etc. Podemos dizer, que em tudo que olhamos existe a Matemática. Segundo de Edi Jussara Candido Lorensatti-UCS, em seu artigo: Aritmética um pouco de história. A busca das raízes da invenção dos números e das operações, veem- se, desde a civilização grega, as referências que serviram de base para a educação do mundo ocidental em grupos que foram chamados de trivium e quadrivium. O trivium abarcava a Gramática, a Dialética e a Retórica, matérias que visavam a uma preparação para a vida prática. O quadrivium dividia o conhecimento considerado necessário triviume quadrivium para o desenvolvimento do espírito em Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Após o Renascimento, houve reformulações nos currículos, mas o papel de cada “módulo” continuou a ser o mesmo: a preparação formal e prática do indivíduo. Os números fazem parte de uma série de grandes invenções da humanidade, segundo Ifrah (1985, p. 09), provavelmente resultante da necessidade de recenseamento de bens, no registro de tempo ou de inventários de terras. Supõe-se que a função primeira dos números tenha sido a de quantificar, ou seja, de atribuir uma determinada quantidade a conjuntos específicos, respondendo a uma necessidade prática. Aritmética é, justamente, o ramo da Matemática que lida com os números e com as operações possíveis entre eles. Não é por nada que é considerada a ciência dos números. A Teoria dos Números, possivelmente, tenha evoluído de uma “espécie de numerologia” e, então, passado por um “período errático de solução de charadas antes de adquirir o status de ciência”, conforme Dantzig (1970, p. 59). Para o autor, todo processo matemático se apoia no conceito de número e nas propriedades atribuídasà sequência dos números naturais. Dentre as várias de suas categorias, os números inteiros foram “objetos de especulação humana desde os primeiros dias” (op. cit. p. 45). Enfim, tendo em vista a relevância da Aritmética no conjunto dos conhecimentos indispensáveis a todo cidadão, é justificável o interesse de se compreender como essa “disciplina” se instituiu. Para chegar à Teoria dos Números, a humanidade percorreu longos caminhos. A técnica da contagem e as regras de calcular foram fatos estabelecidos no final do período renascentista, em meados do século XVII. Muitas batalhas aconteceram: lutas por territórios ou por religião em que os povos traziam sua cultura e tomavam conhecimentos de outras. As várias práticas de quantificar, contar, medir ou de representar essas ações foram se mesclando no decorrer da história, e algumas acabaram se impondo, de maneira que, hoje, tem-se quase uma universalidade dessas práticas. Conforme o trabalho dos acadêmicos do Grupo PIBID –Matemática CPTL/UFMS. Segundo Miyaschita (2002), na antiguidade, o processo de contagem era realizado de maneira intuitiva, já que os homens necessitavam apenas de uma noção de quantidade para administrarem a produção de alimentos, o pastoreio e a agricultura. Por esta razão, não ocorreu o desenvolvimento imediato de um sistema de numeração que pudesse resolver definitivamente os problemas matemáticos da época. “O registro das contagens era feito com pedrinhas, marcas na madeira ou na areia, com nós em corda ou com os dedos das mãos, entre outras formas.” (CARMO, 2009, p.21). No decorrer do tempo, o desenvolvimento social e cultural dos povos. Fez surgir técnicas de representação baseadas no conceito de sistemas posicionais e não posicionais. Os sistemas de numeração com base na posição dos algarismos significaram um grande avanço na ciência Matemática por favorecerem o processo de cálculo com os números. 2.1 Matemática De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica. Vive-se, de acordo com Ribas (2007, p.1), em uma sociedade chamada “sociedade da informação”. Ou seja, a todo momento se está em contato com uma infinidade de informações e tecnologias, e essa sociedade necessita ser orientada para usufruí-las da melhor forma possível. A escola exerce um papel importante nesse processo de orientação, pois é um ambiente contínuo de aprendizagem, em que o educando terá, em sua maioria, o primeiro contato com o conhecimento científico associado ao cotidiano. Um dos principais objetivos do sistema educacional atual é a inserção do cidadão no mundo das relações sociais, estimulando o crescimento coletivo, individual e o respeito mútuo. A importância da Matemática nessa formação é indiscutível e, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Falar em formação básica para a cidadania significa refletir sobre as condições humanas de sobrevivência, sobre a inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura e sobre o desenvolvimento da crítica e do posicionamento diante das questões sociais. Assim, é importante refletir a respeito da colaboração que a Matemática tem a oferecer com vistas à formação da cidadania. Nesse aspecto, a Matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade de enfrentar desafios. (BRASIL, 1998, p.27). Estudos e pesquisas atuais do movimento de Educação Matemática têm desenvolvido grandes contribuições no avanço desta ciência. De acordo com D’ Ambrosio (1989, p.1): A comunidade de Educação Matemática internacionalmente vem clamando por renovações na atual concepção do que é Matemática escolar e de como essa Matemática pode ser abordada. Questiona-se também a atual concepção de como se aprende Matemática. A Matemática era vista como uma ciência exata, precisa, abstrata e descontextualizada e, como disciplina, tinha conteúdo fixo e definido, não abrindo espaço para a curiosidade, criatividade ou investigação. O ensino era baseado na memorização, na aprendizagem de algoritmos e técnicas de resolução, não havendo associação entre os conhecimentos científicos e as situações do dia adia. Segundo Santaló (1996, p.12), “[...] o sentido da Matemática deve ser um constante equilíbrio entre a Matemática formativa e a Matemática informativa”, demonstrando assim, que o ensino de Matemática necessitava de modificações e adaptações. Atualmente, valoriza-se o raciocínio e a compreensão do que se aprende, bem mais que a memorização e a repetição. Não visa à formação de calculistas, e sim de cidadãos que usam e compreendam a Matemática, que percebam os conhecimentos matemáticos como úteis para entender e melhorar a atuação no mundo em que vivem. De acordo com Sadowski (2010 p.8), para produzir um conhecimento de boa qualidade, não basta conhecer truques e fórmulas matemáticas memorizadas, é preciso saber como e porque aplicá-las e, mais que isso, compreendê-las, pois o que há de gostoso e interessante na Matemática é o jogo da argumentação: discutir ideias e desafios. Também, segundo Lopes (2000, p.9), [...] é preciso deixar de considerar que o ensino de Matemática deve levar o aluno a escrever fórmulas e fazer cálculos que não têm para ele qualquer significado. O fundamental é capacitá-lo a tomar decisões conscientemente, saber argumentar, expressando com lógica o seu pensamento a fim de torná-lo um cidadão crítico, criativo e autônomo[...]. Portanto, trabalhar a Matemática por meio de formulação, interpretação e resolução de situações-problema, materiais manipulativos, valorizar a oralidade, a leitura, a escrita e a experiência acumulada pelo aluno dentro e fora da escola, estimular o cálculo mental e estimativas, lidar com informações numéricas, fazer uso das tecnologias de comunicação e informação e conhecer a história da Matemática são alguns avanços conquistados pela Educação Matemática, considerados fundamentais para uma nova maneira de ensinar Matemática. É preciso que o saber informal, cultural, incorpore-se ao trabalho matemático escolar, formando um elo entre a Matemática que se aprende na escola e a Matemática da vida, pois, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais “[...] educar significa compreender que o direito à educação parte do princípio da formação da pessoa em sua essência humana”, o que permite uma formação integral do ser. (BRASIL, 2010, p.12). 2.3 Matemática Seguindo a linha de pensamento de D’Ambrosio (1996, p. 7), “vejo a disciplina de Matemática como uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível, perceptível, e com o seu imaginário, dentro de um contexto natural e cultural”. Percebo que a presença da Matemática em nosso cotidiano é uma realidade. A concepção que D’Ambrosio tem sobre a Matemática, é necessário retomar alguns conceitos que fazem refletir sobre a Matemática, sua aprendizagem e seu ensino. Assim, consideramos o mérito de compreender o significado de Educação, retratar a missão de Educador, Professor e a definição de Currículo. A prática educativa que processa a aprendizagem Matemática converge no sentido de a Educação proporcionar às pessoas que vivem em sociedade atingir duas grades metas: “a) possibilitar a cada indivíduo atingir seu potencial criativo; b) estimular e facilitar a ação comum, com vistas a viver em sociedade e exercer a cidadania”. (D’AMBROSIO, 1999, p. 15).Para compreender um pouco mais sobre o que é educação, partimos fazendo a distinção entre a missão do educador e a do professor. Conforme D’Ambrosio (1999), a missão do educador é promover a educação e a do professor é a de professar ou ensinar “uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina”. O autor chama atenção para o professor, que deve “subordinar sua disciplina, em particular os conteúdos, aos objetivos da educação e não subordinar a educação aos objetivos, à transmissão e aos avanços da sua disciplina”. (D’AMBROSIO, 1999, p. 15). Desse modo, se o professor pretende atingir as metas da educação citadas anteriormente, são necessárias estratégias que colaboram com essas ações. D’Ambrosio afirma que “educação é uma ação” e, a esse propósito, o Currículo “é o conjunto de estratégias para se atingirem metas maiores da educação” (D’AMBROSIO, 1999, p. 16). Assim, não é possível considerar o currículo como determinado, pois este precisa acompanhar as mudanças sociais, atingindo as exigências das pessoas numa visão de bem comum. De fato, é importante que os elementos que integralizam o currículo, objetivos, conteúdos e métodos se completem de modo recíproco. D’Ambrosio descreve essa reciprocidade como “solidária”, isto é, não se pode alterar qualquer um desses componentes de forma individual. Por outro lado, o que observamos no processo de ensinar e aprender, que é comum a mudança de um desses elementos sem alteração dos outros. Uma das maiores críticas que ele faz à Matemática diz respeito aos currículos escolares. Para o teórico, em grande parte, a Matemática ensinada nas escolas ainda é desinteressante, obsoleta e inútil, e pouco responde às necessidades do mundo de hoje, “é uma Matemática morta”. Por ser desinteressante, D’ Ambrosio (1996) atribui grande importância na aprendizagem à motivação. Ele afirma que esta se manifesta de forma emocional e cultural; é essencial para que o aluno possa crescer intelectual e socialmente. Desta forma, ao trabalhar as questões motivadoras, é relevante para o professor conhecer teorias de aprendizagem, ou seja, significa saber como se dá a aprendizagem. Já a característica de ser obsoleta é descrita como o modo que a Matemática é ensinada na atualidade. Para o autor, o que se ensina de Matemática na escola pouco ajuda a resolver situações-problema das pessoas. E, nesse sentido, ele afirma que conhecer, historicamente, pontos altos da Matemática de ontem poderá, na melhor das hipóteses, e de fato faz isso, orientar no aprendizado e no desenvolvimento da Matemática de hoje. Mas conhecer teorias e práticas que ontem foram criadas e que serviram para resolver os problemas de ontem pouco ajuda nos problemas de hoje. Por que ensiná-las? (D’ AMBROSIO, 1996, p. 30). E quanto à sua inutilidade, atribui essa característica aos poucos benefícios que os avanços tecnológicos, tais como calculadoras e computadores, vêm oferecendo para melhorar o ensino da Matemática nas escolas. Anos atrás, o tempo gasto e as dificuldades encontradas para resolver determinados cálculos eram muitas. Hoje, o uso dessas tecnologias amenizou esses problemas. Naturalmente, o uso desses meios pelos professores e alunos contribui significativamente para o processo de ensinar e aprender Matemática, e o professor não pode ficar alheio aos novos meios de comunicação. No momento atual, “a teleinformática (combinação de rádio, telefone, televisão, computadores) impõe-se como uma marca do mundo, afetando todos os setores da sociedade”. (D’AMBROSIO, 1996, p. 60). Desse modo, compreendemos que aqueles que estão interessados em melhorar o ensino e a aprendizagem da Matemática necessitam interagir com esses conhecimentos, pois não se pode negar os benefícios desses avanços para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Naturalmente, os avanços e descobertas atuais da humanidade contribuem para a transformação da Matemática, ou melhor, requerem da Matemática uma nova organização em busca de soluções para os problemas apresentados. Por esse caminho, podemos perceber a Matemática como um processo criativo que coopera com outras ciências como suporte por meio de sua instrumentalização. Nesse sentido, ao reconhecer a grande diversidade cultural do nosso planeta, é preciso reconhecer que a Matemática é afetada por essa diversidade. Para tanto, D’Ambrosio (1996) salienta que a prática do dia a dia do aluno requer saberes e fazeres matemáticos que incorporem a etnomatemática (saberes e fazeres que se aprendem na família e na comunidade), sem descartar a Matemática acadêmica. Para o teórico, o grande desafio para uma nova educação está na incorporação da etnomatemática ao sistema escolar. Matemática que responda às necessidades atuais dos alunos. De acordo com Paulo Freire (1989) “aprender é um processo inerente ao homem, que tem necessidade de aprender, da mesma maneira que tem necessidade de se alimentar. Nesse processo em que o homem aprende a si mesmo e aos outros, existe a mediação do mundo”. Paulo Freire ainda ressalta: “Trata-se basicamente de uma visão diferente da prática educativa. Na educação das crianças, o importante não é abrir a cabeça delas para lhes dar nomes de ilhas e vultos, mas possibilitar que as crianças criem conhecendo e conheçam criando [...] expressando-se e expressando a realidade, numa compreensão crescentemente lúcida de sua realidade. Isso é difícil porque os pais, ideologizados pela consumação, exigem que, nas escolas, seus filhos consumam conhecimentos. As universidades, mais tarde, transformam-se em armazéns de conhecimentos. Os pais exigem que as escolas sejam pequenos pegue-pagues para seus filhos. Mas hoje também há espaços para que mudemos essa prática. ” 2.4 Adição A adição é a primeira operação ensinada às crianças. Ela está inserida na própria construção do conjunto dos números naturais + 1. Desde muito cedo, a ideia de juntar, acrescentar, faz parte do dia a dia da criança. Nesse sentido, é indispensável ao professor propor situações que favoreçam o pensamento lógico, pois a “criança que usa sua própria capacidade de pensar aprende adição por conta própria e se torna confiante em sua própria capacidade de calcular” (KAMII; DECLARK, 1992, P. 102). 2.5 Subtração Por considerar a subtração a operação inversa da adição, Kamii e DeClark (1992) expõem que, para as crianças da 1ª série, aspectos como o inverso, troca e permuta são muito difíceis de serem compreendidos. Segundo as autoras, as pesquisas de Piaget evidenciam que, inicialmente, o raciocínio das crianças se concentra em aspectos positivos da ação, sendo assim a adição uma operação de ação positiva, naturalmente vivenciada pelas crianças da primeira série. Por outro lado, a “subtração é uma construção secundária, não natural e difícil numa época em que as crianças ainda estão construindo somas. [...] elas constroem subtração depois da adição e a partir dela”. (KAMII; DECLARK, 19932, P. 147). Para tanto, mais uma vez torna-se fundamental a interferência do professor, incentivo as crianças a construírem a ideia da subtração “a partir de suas ideias sobre coisas diárias”. (KAMII; DECLARK, 1992, P. 149). 2.6 Multiplicação Segundo Caraça (2000), a multiplicação é definida como uma soma de parcelas iguais. O número que é repetido designa-se de multiplicando, e ao número que indica quantas vezes que ele aparece como parcela, designa-se multiplicador. Aos dois, multiplicando e multiplicador, dá-se o nome de fatores, e ao resultado, o de produto. 2.7 Divisão A divisão é uma das operações em que a criança sente mais dificuldades em aprender. Por outro lado, mais uma vez é fundamental a intervenção do professor,propondo situações que façam a criança pensar sobre o significado desta operação, bem como conhecer os caminhos que ela percorreu na busca de respostas. Por exemplo, ao dividir balas entre os amiguinhos, distribuir materiais para as atividades ou situações de divisão que podem ocorrer na hora do lanche, são ideia de repartir que fazem parte do cotidiano da criança. Importante ressaltar que, em matemática, a ideia de repartir é representada por dividir em partes iguais. 2.8 O estudo dos anos iniciais: O presente estágio será realizado com práticas virtuais para alunos de 6 anos, de turmas de 1° ano. Os planos de aula desenvolvidos para atividades de educação remota foram construídos com base na Base Nacional Comum Curricular – BNCC que apresentam as habilidades a serem desenvolvidas em cada ano e área vinculada. A BNCC considera a alfabetização como etapa primária do Ensino Fundamental Anos Iniciais. Com as mudanças apresentadas pela Base, a alfabetização passa de três para dois anos, considerando a alfabetização o foco de aprendizagem das crianças no 1° e 2° ano. Os Anos Iniciais (do 1º ao 5º ano) é o período dedicado à introdução escolar. Essa etapa do processo de ensino-aprendizagem ainda resgata situações lúdicas, muito comuns nas atividades da Educação Infantil. O aluno passa a ter mais autonomia na escola, visto que já participa ativamente do mundo letrado. Os estudantes dessa etapa se desenvolvem na fala, passam a ser mais comunicativos e a expressar sua identidade. A compreensão e a capacidade de representar também são marcos dessa etapa: o aluno entende os números, algumas manifestações artísticas e, muitas vezes, já demonstram sua atividade escolar preferida. Todo esse desenvolvimento na percepção, bem como sua exposição aos saberes científicos, fazem do aluno do Ensino Fundamental Anos Iniciais uma criança curiosa. Seus argumentos e necessidades passam a ser uma tradução de seu ponto de vista perante a convivência em grupo, seja na escola ou em casa. Portanto, nessa etapa de aprendizado, cabe aos educadores aproveitar essas mudanças naturais do aluno para desenvolvê-lo e estimulá-lo. Sobre isso, a BNCC apregoa que: “O estímulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais, de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza“. (BNCC, pág. 58) Portanto, utilizando todos os campos de experiência, vamos criar situações curiosas, lúdicas e criativas para desenvolver o conhecimento da matemática, descobrir novos métodos de trabalhar o tema, relacionar com as vivências do cotidiano. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Entendemos que a matemática é fundamental para nossa vida. Desde o surgimento até os tempos atuais a matemática está presente em nossa volta, seja na nossa casa, na escola, na indústria, no trabalho, no comércio enfim em tudo que podemos imaginar. Conhecendo a matemática podemos envolvê-la no espaço escolar de forma interessante e prazerosa para o aluno, proporcionando aprendizagem. Incorporando os saberes que se aprende na família e na comunidade sem deixar de interagir com os avanços tecnológicos. Diante disso como futuras professoras, pretendemos utilizar os jogos lúdicos que envolvam a manipulação de objetos como meio de facilitar a aprendizagem da matemática. 4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS) Concluímos este trabalho certas de que a matemática não é diferente de outras disciplinas, é com certeza uma disciplina cheia de regras que muitas vezes confunde muito. Porém o sucesso ou o fracasso do aluno está no método que o professor usa para aplicar a matéria, ele tem que ter essa preocupação, todo aluno precisa antes de mais nada compreender as explicações para desenvolver as atividades e o pensamento lógico. O aluno pode se identificar com a matemática mas está no professor a arte de encantá-lo por esta tão temida disciplina. Sabemos que para chegar na teoria dos números a humanidade percorreu longos anos. Estamos certos de que a matemática mais exatamente os números nos acompanham diariamente onde quer que estejamos exemplo disso são os dias, meses, anos, horas, espaços, enfim em muitas coisas. O professor ao oportunizar cálculos para uma criança, precisa ele antes de mais nada ser apaixonado pela matemática, assim vai conseguir formar alunos competentes com sede de conhecimento/crítico. Ouvimos tantas vezes alunos falarem que “não gostam’’ de matemática, nós como professores devemos ter a consciência que nossos métodos, se necessário devem ser adaptados para que o aluno se aproprie dos conhecimentos para que a aprendizagem ocorra. O professor preocupado com a aprendizagem da sua turma encontra a forma simplificada de ensinar. Principalmente na matemática mais não somente nela, todo o aluno precisa apresentar domínio nas quatro operações fundamentais da matemática que são: adição, subtração, multiplicação e divisão também chamada de Aritmética. Com o estudo remoto, o desenvolvimento das atividades foram pensados para que as mesmas fossem entendidas e executadas de forma lúdica e prazerosa, pela criança com auxílio dos seus familiares. Um exemplo seria a atividade sobre o livro “A lagartinha comilona”, onde conta o link de acesso a contação da história na Trilha de aprendizagem disponibilizada, as crianças após ouvir atentamente, devem identificar com ajuda de um adulto (familiares ou professor) a identificação dos dias da semana narrados, que dia ela comeu a fruta 1, que dia comeu a fruta 2, e assim por diante, após, devem identificar os dias na folha impressa recebida, recortar, e colocarem na ordem correta. Nesta atividade trabalhamos o objetivo, (EF01MA17 - Reconhecer e relacionar períodos do dia, dias da semana e meses do ano, utilizando calendário, quando necessário), contante na BNCC. Outra atividade pensada de acordo com o estudo remoto, foi que os alunos, localizassem em revistas e livros velhos, os números de 0 à 9, recortassem e colassem em seu caderno em ordem crescente, para essa atividade, trabalhamos o objetivo contante na BNCC, (EF01MA02 - Contar de maneira exata ou aproximada, utilizando diferentes estratégias como o pareamento e outros agrupamentos). Por fim, nos dias atuais, onde a rotina virtual está presente em nosso cotidiano, o ensino necessita ser ainda mais atrativo e lúdico, para que além do aluno, os familiares de envolvam e auxiliem no processo de aprendizado. REFERÊNCIAS BLUMENAU, SC. .Currículo da Educação Básica do Sistema Municipal de Ensino de Blumenau. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. - 1. ed. - Blumenau: SEMED,2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. BRASIL. Resolução CEB. Resolução nº 2, de 7 de abril de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, DF: abril de 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb02_98.pdf>. Acesso em: 31 de outubro de 2021. CHAQUIAM, Miguel. Ensaios temáticos: história e matemática em sala de aula / Belém, 2017. DA VEIGA MÔNICA, Eleide. Metodologias e Conteúdos Básicos de Matemática /Jacques. Indaial. UNIASSELVI, 2007. EDI JUSSARA. Aritmética um pouco de história. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/178 6/265>. Acesso em 27 de outubro de 2021. GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Editora Scipicione. 1989. GAYO, Jairo. Fundamentos e História da Matemática. Indaial: UNIASSELVI,2010. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO DE BASES DISTINTAS. Recurso de Compreensão destas Operações no Sistema. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/ceem/eiemat/Anais/arquivos/CC/CC_Ocanha_Mariane.pdf>. Acesso em 31 de outubro de 2021. http://w3.ufsm.br/ceem/eiemat/Anais/arquivos/CC/CC_Ocanha_Mariane.pdf ANEXO I ANEXO II TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL DESENVOLVIDO NO PROJETO DE EXTENSÃO Eu Talita Bena Schmidt, acadêmico do curso de Pedagogia matrícula 1698856, CPF 044.730.539-54 da turma FLC3938, autorizo a divulgação do produto virtual, realizado para atender o Projeto de Extensão, intitulado de: Matemática nos Anos Iniciais, de acordo com critérios abaixo relacionados: a) O produto virtual é de minha autoria, desenvolvido com materiais de diferentes fontes pesquisa (vídeos, imagens, links de textos para pesquisa, links para visitas virtuais, dicas de filmes, livros, etc.) devidamente referenciados, conforme as Regras da ABNT. b) Tenho ciência de que o material por mim cedido à UNIASSELVI é isento de plágio, seguindo a Legislação brasileira vigente. c) Estou ciente de que o material ficará disponível para consulta pública à comunidade interna e externa, desde que aprovado pelos coordenadores, professores e tutores da UNIASSELVI. Número de telefone fixo/celular: (47) 99640-7164 Dar o aceite _____________________________________ Assinatura do acadêmico Blumenau, 31 de outubro de 2021. ANEXO II TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL DESENVOLVIDO NO PROJETO DE EXTENSÃO Eu Camila da Silva acadêmico do curso de Pedagogia matrícula 1724914, CPF 091.086.819-02 da turma FLC3938, autorizo a divulgação do produto virtual, realizado para atender o Projeto de Extensão, intitulado de: Matemática nos Anos Iniciais, de acordo com critérios abaixo relacionados: d) O produto virtual é de minha autoria, desenvolvido com materiais de diferentes fontes pesquisa (vídeos, imagens, links de textos para pesquisa, links para visitas virtuais, dicas de filmes, livros, etc.) devidamente referenciados, conforme as Regras da ABNT. e) Tenho ciência de que o material por mim cedido à UNIASSELVI é isento de plágio, seguindo a Legislação brasileira vigente. f) Estou ciente de que o material ficará disponível para consulta pública à comunidade interna e externa, desde que aprovado pelos coordenadores, professores e tutores da UNIASSELVI. Número de telefone fixo/celular: (47) 9916-9205 Dar o aceite _____________________________________ Assinatura do acadêmico Blumenau, 31 de outubro de 2021. EDI JUSSARA. Aritmética um pouco de história. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1786/265>. Acesso em 27 de outubro de 2021.
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