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Caso clínico Mulher, 28 anos, relata que estava caminhando no shopping com sapatos de salto quando se desequilibrou em um desnível do assoalho e “torceu” o tornozelo. No dia seguinte, procurou o pronto-atendimento de ortopedia, pois sentia dor intensa e dificuldade para deambular. No momento do exame apresentava dor, hematoma, edema e a área estava quente ao toque. O médico solicitou radiografia para avaliar a existência de fraturas, o que foi descartado após o exame. Descartada a fratura, o que os sinais e sintomas apresentados pela paciente sugerem? Inflamação. 1. Qual conduta você adotaria neste caso? Medicamento para dor, repouso e dependendo da situação, fisioterapia. 2. Prescreveria algum fármaco para alívio dos sintomas? Qual? Justifique. Anti-inflamatório não esteroide. Resposta protetora do organismo contra algum agente lesivo, seja ele físico (queimadura, radiação, trauma), biológico (micro-organismo, reações imunológicas) ou químico (substância cáustica), cujo maior objetivo é remover o agente causador da agressão e reparar o tecido. Sinais: dor, vermelhidão, inchaço, calor e perda de função. Alterações vasculares na inflamação INFLAMAÇÃO AGUDA o Vasodilatação, leva a aumento do fluxo sanguíneo local causando vermelhidão; o Aumento da permeabilidade, leva à exsudação de fluido rico em proteínas para o espaço extravascular, levando ao edema; o Concentração de hemácias devido à perda de fluido (ao nível das vênulas) levando à estase do fluxo sanguíneo; o Rolamento, adesão e migração de leucócitos leva ao acúmulo de células inflamatórias num determinado tecido. Quais são os componentes da inflamação? No início do processo inflamatório, tem secreção pelos mastócitos, basófilos e histamina vasoativas, que promovem a vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Os eicosanoides, os quais são prostaglandinas, leucotrienos e tromboxano são produzidos a partir dos metabólitos de ácido araquidônico. Resposta imediata e de curta duração (horas-dias) contra um agente prejudicial. Resposta persistente (semanas – meses), com destruição tecidual local, aumento do tecido conjuntivo juntamente com fibrose. Falha na resolução da resposta inflamatória e por isso, o processo inflamatório persiste. A causa dessa falha pode ser por infecção, imunodeficiência e etc. Isabelle Maia Teixeira Anti-inflamatórios Mediadores inflamatórios Quimiotaxia: recrutamento de células para que estas produzam mediadores. Os fosfolipídeos estão presentas nas membranas das células e a fosfolipase A2 (enzima) quando ativada pode quebrar o fosfolípideo, o qual contém uma extremidade cuja molécula é denominada como araquidonato e a liberação desta molécula, forma um grande precursor - ácido araquidônico. Este, é um ácido graxo de 20 carbonos poli insaturado. O ácido araquidônico pode seguir duas vias essenciais: o COX (ciclo oxigenases) que convertem em prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclina. o Via das lipoxigenases que convertem em leucotrienos e lipoxinas. É importante saber que existem COX 1 e COX 2 Prostaglandinas. 1) Inicialmente as COX 1 e 2 promovem uma mudança do ácido araquidônico de ciclo oxigenase, em que são enzimas que convertem o ácido araquidônico em prostaglandina G2 (PGG2). E as mesmas COX 1 e 2, por uma atividade de peroxidase, converterão prostaglandina G2 (PGG2) em prostaglandina H2 (PGH2) o Essa PGH2 poderá ser convertida em diversas coisas. - Inicialmente, poderá ser convertida por meio de uma enzima chamada PGD2 isomerase (encontrada em tecidos como cérebro e mastócitos) em PGD2 e a ação que ela exerce será contração do músculo liso e inibição de agregação plaquetária. - Essa PGH2 também poderá ser convertida através de outra enzima chamada PGF2 alfa redutase (encontrada em útero e pulmão) em PGF2alfa, que terá também um efeito biológico, que é contração do músculo liso, broncoconstrição e parto/aborto (contração uterina) - Além disso, a PGH2 poderá ser convertida através da enzima PGE2 isomerase (encontrada em várias células, mas principalmente em macrófagos e mastócitos) em PGE2 e tem funções como: vasodilatação, febre, hiperalgesia (dor), diurese, efeito citoprotetor (aumenta produção de muco e diminuição de HCl). Tromboxanos o Outras vias que PGH2 pode atuar: - PGH2 será convertida pela enzima tromboxano sintase (expressa essencialmente pelas plaquetas) em tromboxanos A2 (TXA2) e que terá efeitos como: vasoconstrição, promove a agregação plaquetária e broncoconstrição. Prostaciclina o A partir da PGH2: - por meio da enzima prostaciclina sintase (encontrada essencialmente no endotélio vascular) formará a prostaciclina (PGI2) que fará vasodilatação, inibe agregação plaquetária, efeito citoprotetor (especificamente no TGI) – aumentando a produção de muco e diminuição da secreção de HCl. No entanto, não é só a COX que atua sobre o aracdônico. Há também as enzimas lipoxigenases o A outra via que o ácido araquidônico pode se converter é através da enzima 5-lipoxigenases em que se transforma em 5-HPETE (ácido hidroperoxieicosa-tetraenoico) e que será convertido em duas coisas: - 5-HETE - Leucotrieno A4 Leucotrienos o O leucotrienos A4 será convertido em leucotrieno B4 o Assim, o 5-HETE e leucotrieno B4 promoverão a quimiotaxia. o Leucotrieno B4 tem como principal fonte os neutrófilos e sua grande função é ativar neutrófilos. o Além disso, o leucotrieno A4 pode continuar descendo as vias dos leucotrienos e ser convertido em leucotrieno C4 que pode ser convertido em leucotrieno D4 e por fim, leucotrieno E4. o Os leucotrienos C4, D4, E4 tem funções como: broncoespasmo, aumento da permeabilidade vascular e suas principais fontes são mastócitos, basófilos e eosinófilos e suas ações estão envolvidas em broncoconstrição, vasoconstrição, diminuição do fluxo sanguíneo coronariano e diminuição da contratilidade cardíaca. Leucotrienos tem ações parácrina Lipoxinas o A partir do intermediário 5-HPETE, a enzima 15 lipoxigenase e 12-lipoxigenase irá convertê-lo em lipoxina A4 (LXA4) e lipoxina B4 (LXB4) que tem efeitos como inibição da inflamação e estão envolvidas na resolução do processo. o Os AINEs inibem as COX 1 e 2 e assim, inibe a síntese de prostaglandinas (PGE2), diminuindo a vasodilatação, febre, resposta a dor, controlando a inflamação. o Inibe a PGI2, diminuindo a vasodilatação e o efeito citoprotetor do TGI. O uso prologando de AINES tem lesões ulcerativas devido a diminuição do efeito citoprotetor, facilitando a manifestação de úlceras e presença de H. pylori. o As prostaglandinas não são “vilãs”, porém elas são intermediadoras do processo inflamatório e o uso de AINEs é inibir as COX pra controlar esse processo inflamatório o O AINEs podem prejudicar gestantes que estão em trabalho de parto normal, devido sua ação inibir a contração uterina. o Se o ácido araquidônico não é mais convertido em PGG2, esse aumentará na quantidade, aumentando a síntese de leucotrienos o E se está usando um AINE em paciente asmático, inibindo COX e tendo um desvio para os leucotrienos que promove broncoconstrição e se o paciente é cardiopata com redução da contratilidade cardíaca, gera um grande problema Funções fisiológicas do PGE e PGI o Normalmente, a produção de PGI2 inibe a secreção de ácido gástrico pelas células parietais e aumenta a produção de muco e bicarbonato pelas células epiteliais, e a PGE e a PGF α estimulam a síntese de muco protetor no estômago e no intestino delgado. Fármacos que inibem a COX1 diminuem os níveis benéficos dessas PGs, resultando em aumento da secreção de ácido gástrico, diminui ação da proteção da mucosa e aumento do risco de sangramento GI e ulcerações. o Efeito renal - O PGE e PGI mantémo efeito vasodilatador na arteríola aferente, mantendo a filtração glomerular - Especialmente em pacientes com comprometimento renal, o uso de AINES pode reduzir a produção de PGE e PGI, podendo ocasionar em prejuízo renal Função antagônica do tromboxano A2 e do PGI2 o Os tromboxanos são produzidos por plaquetas que não possuem núcleo e estes induzem a coagulação o As prostaciclinas que são produzidas por endotélio vascular, possuem núcleo e tem efeito contrário do tromboxano, pois inibe o efeito de coagulação o Em questão fisiológica tem maior produção de prostaciclina para que ela antagonize o efeito pró coagulante do tromboxano Enzimas cicloxigenases o Existem 2 tipos de COX 1 e 2 o Mas existe uma COX 3 que parece ser uma isoforma da COX 1. o A COX 1 é constitutiva, ou seja, a grande maioria das células expressam a COX 1. Não depende de um fator pra induzir a expressão - COX-1 CONSTITUTIVA; EXPRESSA NA MAIORIA DOS TECIDOS, INCLUSIVE PLAQUETAS; PRODUÇÃO DE PGs PARA MANUTENÇÃO DE FUNÇÕES FISIOLÓGICAS. Acredita-se que a COX-1 constitutivamente expressa atue em atividades fisiológicas ou de “manutenção”, como homeostasia vascular, manutenção do fluxo sangüíneo renal e gastrintestinal, função renal, proliferação da mucosa intestinal, função plaquetária e antitrombogênese o Enquanto a COX 2 é induzida, algumas células até expressam ela, mas são poucas, normalmente ela não está presente. E no processo inflamatório, aumenta a expressão de COX 2, por ser induzida. - Já a COX-2 é induzida por sinais inflamatórios, como a liberação de citocinas pirógenas. Entretanto, a COX-2 também é detectada, em menores quantidades, constitutivamente em tecidos como: endotélio vascular, cérebro, intestinos, rins, testículos, glândula tireoide, pâncreas. Anti-inflamatórios não esteroides Mecanismo de ação: inibe COX 1 e/ou COX 2 Efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório Tratar os sinais da inflamação – edema, vermelhidão, febre, rubor e etc Tem AINE que pode ter efeito analgésico e antipirético, mas não tem efeito anti-inflamatório AINES agrupados em classes conforme suas estruturas químicas Para cada classe estrutural dos AINEs (de acordo com a semelhança química), descreva: o Indicações (principais usos) o Contra-indicações, especialmente aquelas que limitam o uso o Se for o caso, relatar características especiais dignas de nota Classe dos salicilatos – ácido acetilsalicílico Indicações: dor leve a moderada; cefaleia, mialgia, artralgia; é utilizado como agente antitrombogênico para profilaxia e manejo de síndromes coronarianas agudas e acidente vascular encefálico isquêmico após a ocorrência do evento. Contraindicações: Asma, hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico e crianças/adolescentes com varicela ou síndromes gripais, devido ao risco de desenvolvimento da síndrome de Reye. Não administrados a pacientes com insuficiências renal e cardíaca. Suspenso ou não é administrado por pelo menos uma semana antes de uma cirurgia Características: o mais antigo dos AINE e o ácido acetilsalicílico aumenta o risco de sangramento em pacientes anticoagulados. Classe dos propiônicos - ibuprofeno Indicações: Dor leve a moderada; Febre; Osteoartrite, artrite reumatoide; Espondilite anquilosante; Dismenorreia; Dor de garganta, Cefaleia Contraindicações: Asma, urticária, insuficiência renal significativa e defeitos na coagulação. O ibuprofeno não deve ser utilizado por bebês menores de 6 meses, grávidas, lactantes e pessoas que sofrem com úlcera gastroduodenal e sangramento gastrointestinal. Classe do ácido acético - diclofenaco Indicações: Dor leve a moderada; Febre; Osteoartrite, artrite reumatoide; Dismenorreia; Amplamente utilizado no tratamento da dor associada a cálculos renais; dor e inflamação no pós-operatório Contraindicações: Asma, urticária, insuficiência renal significativa e defeitos na coagulação; Grávidas, mulheres que estão amamentando, pacientes com úlcera, com hipersensibilidade, Classe do oxicam - piroxicam Indicações: tratamento de artrite reumatoide, osteoartrite, Distúrbios musculoesqueléticos Agudos; Dor pós operatória e pós traumática; Dismenorreia; Cólica menstrual Contraindicações: Pacientes com histórico de ulceração, sangramento ou perfuração gastrintestinais. Pacientes com úlcera péptica ativa; Pacientes com insuficiência renal e hepática grave; Pacientes com insuficiência cardíaca grave. Classe do Fenamato - mefenamato Indicações: Fenamatos exibem menos atividade anti- inflamatória e são mais tóxicos do que o ácido acetilsalicílico, existe pouca vantagem no seu uso. O mefenamato é apenas prescrito para a dismenorreia primária, enquanto o meclofenamato é utilizado no tratamento de artrite reumatoide e osteoartrite. Contraindicações: Ácido Mefenâmico não deve ser utilizado por pacientes com hipersensibilidade conhecida ao ácido mefenâmico ou a qualquer componente da fórmula. Ácido Mefenâmico não deve ser administrado a pacientes que apresentam sintomas de broncoespasmo, rinite alérgica ou urticária. Ácido Mefenâmico é contraindicado em pacientes com úlcera ativa ou inflamação crônica do trato gastrintestinal superior ou inferior e deve ser evitado em pacientes com disfunção renal preexistente. Ácido Mefenâmico é contraindicado no tratamento da dor perioperatória de cirurgia para revascularização do miocárdio (CRM). Ácido Mefenâmico é contraindicadoem pacientes com insuficiência renal e hepática grave. Ácido Mefenâmico é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca grave. Este medicamento é contraindicado para menores de 14 anos. Classe do aminoferol - paracetamol Indicações: O paracetamol e ́ o analgésico/antipirético de escolha para crianças com infecc ̧ões virais ou varicela, pois o AAS oferece risco de si ́ndrome de Reye. Contraindicação: para pacientes com insuficiência hepática grave Classe dos cetonas - nabumetona Indicações: Artroses; artrite reumatoide; reumatismo Contraindicações: Gravidez risco C; mulheres em fase de lactação; durante a preparação para cirurgias do coração; crianças; indivíduos hipersensíveis a qualquer componente da fórmula. Inibidores seletivos da COX-2 - celecoxibe Indicações: indicado para o tratamento dos sinais e sintomas da osteoartrite (OA) e da artrite reumatoide (AR); alívio dos sinais e sintomas da espondilite anquilosante (EA); alívio da dor aguda (principalmente no pós-operatório de cirurgia ortopédica ou dental e em afecções musculoesqueléticas), alívio dos sintomas da dismenorreia primária e da lombalgia. https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/rinite-alergica/c https://minutosaudavel.com.br/urticaria/ https://consultaremedios.com.br/aparelho-digestivo/ulcera/c https://minutosaudavel.com.br/insuficiencia-cardiaca/ https://www.tuasaude.com/gravidez-de-risco/ https://minutosaudavel.com.br/artrite-reumatoide/ https://minutosaudavel.com.br/artrite-reumatoide/ https://minutosaudavel.com.br/espondilite-anquilosante/ https://minutosaudavel.com.br/espondilite-anquilosante/ https://minutosaudavel.com.br/lombalgia/ Contraindicações: Celecoxibe é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade ao celecoxibe ou a qualquer componente da fórmula. Celecoxibe é contraindicado, também, a pacientes com hipersensibilidade a sulfonamidas. Celecoxibe não deve ser administrado a pacientes que tenham apresentado asma, urticária ou reações alérgicas após uso de ácido acetilsalicílico ou outros anti- inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo outros inibidores específicos da ciclooxigenase 2 (COX-2). Reações graves, algumas fatais, foram descritas em tais pacientes. Não deve ser administrado a pacientes com doenças hepáticas e com insuficiência renal grave. Celecoxibe é contraindicadono tratamento da dor peri- operatória em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio Ácido acético – indometacina Indicações: Artrite, distúrbios musculoesqueléticas, dores musculares, menstruais, dor pós cirúrgica Contraindicações: grávidas e mulheres amamentando. https://consultaremedios.com.br/aparelho-respiratorio/asma/c https://minutosaudavel.com.br/urticaria/ https://consultaremedios.com.br/acido-acetilsalicilico/bula https://consultaremedios.com.br/dor-febre-e-contusao/anti-inflamatorios/c https://consultaremedios.com.br/dor-febre-e-contusao/anti-inflamatorios/c
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