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PROCESSO CIVIL V - 2 GQ

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Universidade Católica de Pernambuco
Escola de Ciências Jurídicas
Bacharelado em Direito
Disciplina: Direito Processual Civil V
Docente: João Ferreira Braga
Turma: MJUR-0052
PROVA PROCESSO CIVIL V
 Discentes: Mayla Mayara;
 Thácylla Dantas.
 Matriculas: 20171 
 201713095-0
1– A respeito do mandado de segurança, dissertem sobre: a) regra de competência aplicável; b) teoria da encampação (quando se torna aplicável?).
A regra de competência aplicável ao Mandado de Segurança é fixada de acordo com a autoridade coatora. Nesse sentido, o STF será competente para julgar originalmente quando autoridade coatora for, Presidente da República, Mesas da Câmara e do Senado, Tribunal de Contas da União, Procurador Geral da República e o próprio STF, conforme art. 102, I, “d”, da CRFB/88. Também será competente o STF quando se tratar de julgamento de recurso ordinário do Mandado de Segurança decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, conforme art. 102, II, “a”, CRFB/88. O Superior Tribunal de Justiça será competente originalmente quando for ato praticado por Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica ou pelo próprio Tribunal, conforma art. 105, I, “b”, CF/88. O STJ julgará também quando se tratar de julgamento de recurso ordinário do Mandado de Segurança decidido em única instância pelos TRF”s ou TJ’s (art. 105, II, “b”, CF/88). Os TRF”s serão competentes para julgar quando for contra ato de juiz federal ou do próprio Tribunal (art. 108, I, “c”, CF/88). Os Juízes Federais contra ato de autoridade federal, excetos nos casos de competência dos Tribunais Federais (art. 109, VIII, CF/88). Os Tribunais estaduais, nos casos disposto nas Constituições dos Estados e o Juiz Estadual, nos demais casos, de maneira residual. Destaca-se que quando o MS for impetrado contra autoridades coatoras diferentes, autoridade de maior hierarquia determinará a competência de julgamento do feito. A teoria da encampação tem o fito de evitar a extinção do processo e ocorre quando o MS é impetrado contra autoridade ilegítima. Dessa forma, o STJ tem entendido que para aplicação da referida teoria é necessário o preenchimento de três requisitos, quais sejam, 1) Existência de vínculo hierárquico entre autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; 2) Autoridade ilegítima se manifeste a respeito do mérito nas informações prestadas; 3) Ausência de modificação de competência estabelecida na CRFB/88.
2 – No que tange ao mandado de injunção, sabe-se que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal passou por fases que partiram de uma visão de autocontenção (em que se limitava a notificar o órgão/poder sobre a mora legislativa) para uma compreensão mais avançada (concretista). Explicitem como se deu essa mudança, destacando os principais posicionamentos assumidos pelo aludido Tribunal, assim como as razões que levaram a Suprema Corte a proceder a tal alteração de entendimento. Estabeleçam relações com o princípio da separação dos Poderes.
O Supremo Tribunal Federal até 2007, tinha uma posição não concretista em relação ao Mandado de Injunção, pois seu posicionamento era apenas reconhecer a mora legislativa, bem como notificar o órgão legislativo omisso acerca daquela omissão reconhecida. Tal posição, comprometia o próprio sentido do Mandado de Injunção, uma vez que não assegurava a concretização do direito constitucional de eficácia limitada. Todavia, em 2007, no julgamento do MI-708, o STF adotou uma posição concretista, da qual não passou a se limitar a declarar mora e notificar o órgão omisso, porém além de declarar a mora e notificar, o STF passou a fixar prazo para o órgão legislativo legislar, bem como determina aplicação análoga de lei existente para suprir omissão legislativa (Ex. MI que criminalizou homofobia/ MI 4473). Assim, o STF saiu de uma posição contida e passou adotar um posicionamento que assegura o exercício do direito. Salienta-se que o MI, de forma imediata, tem relação com o princípio da separação de poderes, uma vez que aquele permite ao órgão judicial a interferência na atuação do outro poder. Portanto, se faz necessário que a tutela defendida pelo MI seja efetiva, todavia dentro da observância da separação de poderes. 
3 – Acerca do Habeas Data, observem o seguinte caso: na petição inicial, o impetrante pediu ao Tribunal que lhe fossem prestadas informações, pela autoridade competente, acerca de informações constantes dos assentamentos de determinado órgão público. Verificando ser o caso, a Corte de Justiça julgou procedente o pedido. Na sequência, as informações foram prestadas. Ao analisá-las, o impetrante percebeu que elas apresentavam erros e incompletudes. Desse modo, pediu ao tribunal (oferecendo a tanto embargos de declaração) que determinasse a retificação e complementação desses dados.
Vocês estariam de acordo com a iniciativa do impetrante? Caso acolhidos os embargos, estaria o tribunal a decidir ultra petita? Fundamentem a resposta.
4 – É lícito pedir-se na ação de despejo a concessão de tutela da evidência? O rol (alusivo às hipóteses de despejo liminar) constante do § 1o do art. 59 da Lei n. 8.245/1991 seria taxativo, segundo a jurisprudência? E como está a possibilidade de decretação de despejo (seja por provimento liminarmente proferido ou por decisão definitiva) no período da pandemia? Há alguma limitação? Ainda no campo das ações locativas: nas ações revisionais de aluguel, o juízo poderá definir, liminarmente, valor provisório para a locação (a viger enquanto a ação se processa). Agora, observem: a) caso o inquilino não efetue o pagamento desse valor, caberá ordem de despejo por falta de pagamento? b) Nesse mesmo caso, poderá o locador executar o valor devido? c) A ação revisional de aluguel pode ser proposta pelo fiador do inquilino e pelos que dependem economicamente do locatário? Fundamentem objetivamente as respostas.
5 – Paulo de Oliveira Lima propôs ação de reintegração de posse (posse de força velha), com pedido de tutela antecipada, contra Fernando Almeida, tendo por objeto direitos possessórios sobre imóvel residencial urbano. Para além da tutela possessória, o demandante postulou, ainda, a condenação do invasor ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, o que o fez ingressar com a ação pelo procedimento comum em desconsideração à natureza possessória da medida.
O réu, Fernando Almeida, ao contestar a inicial, arguiu, em preliminar, inadequação procedimental (por divisar que o rito seria especial, uma vez que, no âmbito das possessórias propriamente, não seria admissível a cumulação de pedidos) e, no mérito, a improcedência do pleito autoral, em razão de estar configurada, na espécie, a usucapião em seu favor.
Salientou, ainda, que, em se tratando de ação de força velha, o provimento liminar não seria possível (mas somente nas ações de força nova, tal como preceituam as disposições contidas nos artigos 558 e 562 do CPC).
Em outras palavras, a defesa informou ao Juízo que estava no exercício da posse ad usucapionem por lapso de tempo superior ao exigido por lei, fato que impediria o reconhecimento da procedência dos pedidos. Apesar de tal alegação, o réu não formulou pedido reconvencional.
Diante dos argumentos apresentados pelo demandado, o juiz não acolheu a tutela provisória e, ao sentenciar o feito, julgou improcedente o pedido principal, reconhecendo a posse em favor do réu. 
Qual a opinião de vocês sobre as defesas apresentadas na contestação? Elas procedem? E quanto à atuação decisória do magistrado? Seria ela adequada? Fundamentem.
Inicialmente, por se tratar de uma ação de força velha (1 ano e dia ou mais), segundo o parágrafo único do art. 558, CPC, será de procedimento comum, porém se mantendo o caráter possessório da ação, estando correto procedimento. Destaca-se que, de acordo com o art. 555, CPC, é lícitoo autor cumular ao pedido possessório a condenação de perdas e danos e indenização dos frutos. Em relação de ser arguido no mérito a improcedência do pleito autoral por existência de usucapião, é possível, considerando a existência de súmula do STF[footnoteRef:1] nesse sentido. Dessa forma, a defesa de mérito encontra amparo jurisprudencial. Acerca do alegado sobre a tutela antecipada, o réu está incorreto, uma vez que a tutela provisória cabe ao caso de ação de força velha, todavia não aquela especifica da possessória, mas sim aquela da parte geral do CPC (art. 300 e seguintes). Ao que tange ao pedido reconvencional, o STJ e parte majoritária da doutrina tem entendido que as ações possessórias tem caráter dúplice, assim não precisando realizar o pedido de reconvenção. No tocante a atuação decisória do magistrado sobre reconhecimento da posse em favor do réu, decidiu corretamente, considerando a matéria de defesa arguida (Nesse sentido, acórdão abaixo)[footnoteRef:2]. [1: O USUCAPIÃO PODE SER ARGÜÍDO EM DEFESA. Súmula 237, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL] [2: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -ALEGAÇÃO DE USUCAPIÃO COMO MATÉRIA DE DEFESA - POSSIBILIDADE. A usucapião pode ser alegada como matéria de defesa em ação de reintegração de posse, com o intuito único e exclusivo de afastar a pretensão possessória. Diante do acolhimento da exceção de usucapião arguida em defesa, a improcedência do pedido reintegratório é medida que se impõe.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0000.20.562227-7/001, Relator(a): Des.(a) José de Carvalho Barbosa , 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 10/05/2021, publicação da súmula em 11/05/2021)]

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