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Questões Av2 - Arbitragem - Marcos Flávio Lago Lopes

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Mediação e Arbitragem – Turma 9A – Prof. Marcos Flávio Lago Lopes
Segunda avaliação – 2021.2
INSTRUÇÕES
· Atividade individual
Não serão aceitas respostas em grupo.
· Pontuação
A prova valerá nota 10,0 (dez).
· Fundamentação
As respostas devem ser fundamentadas, sempre fazendo referência, quando cabível, aos dispositivos legais, precedentes e doutrina aplicáveis.
Embora deva fazer-lhes referência, o aluno não deve transcrever dispositivos legais, precedentes e escólios doutrinários. As referências devem constar de notas de rodapé, que não deverão ter outro conteúdo. As notas de rodapé não serão contadas para a verificação do limite máximo de linhas da questão.
· Formatação
A atividade deve ser enviada em arquivo de Microsoft Word (.doc ou .docx).
As respostas devem observar o número máximo de linhas indicadas ao lado de cada uma das questões. Será desconsiderado da resposta, para fins de pontuação, o conteúdo excedente ao limite de linhas fixado.
O aluno deve usar a seguinte formatação: fonte Arial tamanho 12; espaçamento entre linhas de 1,5; uma linha separando cada parágrafo, sem espaçamento especial “antes” ou “depois”, tabulação de 1,25cm no começo de cada parágrafo; papel tamanho A4 com margens superior e inferior de 2,0cm e margens direita e esquerda de 3,0cm. 
· Prazo
O trabalho deve ser enviado, impreterivelmente, até às 23h59 (horário de Brasília) do dia 4 de dezembro de 2021. Trabalhos enviados fora do prazo receberão nota 0,0 (zero).
· Forma de entrega
O trabalho deve ser (i) postado no sistema Ágata e (ii) enviado para o e-mail institucional mflago@faculdadebaianadedireito.com.br.
QUESTÕES
Questão 1
Valor: 3,0 (três) pontos
Número máximo de linhas: 20 (vinte) – para cada subitem
Em janeiro de 2018, a São Francisco Agropecuária Ltda. (a “Exportadora”), sociedade sediada na República de Pindorama, celebrou contrato de exportação de soja (o “Primeiro Contrato”) com a WSC Supermarkets, Inc. (a “Importadora”), sociedade sediada no Reino da Britânia.
Já em janeiro de 2019, as mesmas partes firmaram contrato de exportação de carne bovina (o “Segundo Contrato”). O Segundo Contrato foi assinado de modo autônomo e isolado, não sendo um acessório do Primeiro Contrato nem formando com ele uma rede contratual.
Apenas o Primeiro Contrato continha cláusula compromissória. O Segundo Contrato dispunha que os litígios seriam resolvidos nas cortes da Britânia.
As partes entraram em litígio quanto ao cumprimento de ambos os Contratos. A Exportadora deu início a processo arbitral pleiteando a condenação da Importadora (i) ao pagamento de 1 milhão de florins relativos ao Primeiro Contrato e (ii) 2 milhões de florins referentes ao Segundo Contrato.
A Importadora alegou que somente as questões concernentes ao Primeiro Contrato se sujeitavam à arbitragem. Contudo, o tribunal arbitral incorretamente rejeitou o argumento da Importadora. Ao final, os árbitros proferiram sentença acolhendo ambos os pedidos formulados pela Exportadora, relativos tanto ao Primeiro quanto ao Segundo Contrato.
A arbitragem internacional teve sede em Tenochtitlán, capital do Império Asteca, local onde a sentença arbitral foi proferida.
Pindorama, Britânia e Império Asteca são partes da Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras, feita em Nova York em 1958 (“CNY”).
Como a Importadora só possui bens na Britânia, a Exportadora pediu ao Poder Judiciário desse país que reconheça a sentença arbitral e autorize sua execução.
A Importadora se opôs ao pedido de reconhecimento da sentença arbitral com base em dois argumentos.
A uma, a Importadora pediu a denegação do reconhecimento alegando que a Exportadora instruiu o pedido de reconhecimento com uma cópia simples da sentença arbitral, enquanto o Artigo IV.1.a da CNY exige a apresentação da “sentença original devidamente autenticada ou uma cópia da mesma devidamente certificada” (“Alegação 1”).
Entretanto, o fato é que a legislação interna da Britânia não exige, para o reconhecimento da sentença arbitral estrangeira, que a cópia apresentada em juízo esteja autenticada ou certificada – basta uma cópia simples.
A duas, a Importadora suscitou que a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da cláusula compromissória, pois esta só se aplicava ao Primeiro Contrato. Dessa maneira, a Importadora postulou que o reconhecimento da sentença arbitral fosse integralmente denegado (“Alegação 2”).
PERGUNTA-SE:
(i) a Alegação 1 deve ser acolhida? Explique e fundamente. (1,5)
(ii) a Alegação 2 deve ser acolhida? Explique e fundamente. (1,5)
Observação: para elaborar a resposta, assuma que (i) a legislação interna da Britânia realmente não exige que a cópia da sentença apresentada em juízo esteja autenticada ou certificada, (ii) o tribunal arbitral errou ao considerar que o Segundo Contrato estava sujeito à arbitragem e (iii) as partes e países são fictícios, mas a CNY a que se refere a questão é a existente no mundo real, que de fato se encontra em vigor em mais de 150 países, incluindo o Brasil. Atenha-se apenas aos argumentos jurídicos que podem ser extraídos da CNY.
Questão 2 
Valor: 3,0 (três) pontos
Número máximo de linhas: 15 (quinze) – para cada subitem
A Fábrica de Charutos São Félix S.A. (“Fábrica”) celebrou contrato de prestação de serviços de construção com a Companhia de Engenharia do Recôncavo (“Construtora”).
O contrato continha cláusula compromissória cheia, prevendo que qualquer litígio entre as partes seria resolvido por um tribunal composto por três árbitros inscritos na OAB.
De acordo com a cláusula compromissória, cada parte indicaria um co-árbitro. Em seguida, os co-árbitros apontariam o terceiro árbitro, que presidiria o tribunal.
 
Além disso, a cláusula compromissória estabelecia a aplicação das Diretrizes da IBA relativas a Conflitos de Interesses em Arbitragem Internacional (Diretrizes da IBA).
A Fábrica ficou insatisfeita com a qualidade da obra. Desse modo, iniciou processo arbitral contra a Construtora em observância à cláusula compromissória.
Ambas as partes apontaram os co-árbitros. Como presidente do tribunal arbitral, os co-árbitros escolheram o Engenheiro Teodoro Rebouças, por entender que ele possuía a expertise necessária para a resolução de uma disputa eminentemente de engenharia.
Ao ser nomeado, o Engenheiro Rebouças informou que presta consultoria à Rodovias da Bahia S.A., sociedade que integra o mesmo grupo econômico da Construtora.
A Construtora impugnou a indicação do Engenheiro Rebouças. Porém, a impugnação foi rejeitada e o processo arbitral prosseguiu, apesar dos protestos da Construtora.
Durante a instrução, a Fábrica comprovou que, de fato, as obras realizadas pela Construtora tinham diversos defeitos. Ao final da arbitragem, a sentença acolheu a pretensão da Fábrica e condenou a Construtora a pagar-se R$ 5 milhões.
Em 1º de outubro de 2021, as partes foram devidamente comunicadas da sentença arbitral. Nenhuma das partes pediu correção ou esclarecimentos.
Em 9 de outubro de 2021, a Fábrica requereu em juízo o cumprimento da sentença arbitral.
Em 24 de novembro de 2021, a Construtora foi devidamente citada.
Hoje, 27 de novembro de 2021, a Construtora o(a) consulta na qualidade de advogado(a) sobre as medidas a serem tomadas.
Pergunta-se:
(i)	é cabível a invalidação da sentença arbitral à luz da cláusula compromissória e da Lei n. 9.307/1996? Explique e fundamente, inclusive indicando os dispositivos aplicáveis. (1,0)
(ii)	É cabível a invalidação da sentença arbitral à luz das Diretrizes da IBA e da Lei n. 9.307/1996? Explique e fundamente, inclusive indicando os dispositivos aplicáveis. (1,0)
(iii)	Se a invalidação sentença arbitral for cabível, quais são as vias processuais que a Construtora poderá utilizar para pleiteá-la? Explique e fundamente, inclusive indicando os dispositivos aplicáveis. (1,0)
Questão 3 
Valor: 4,0 (quatro) pontos
Número máximo de linhas: 20 (vinte) – para cada subitem
O Banco de Fomento Visconde de Cayru S.A. (Banco) é uma sociedadede economia mista controlada pelo Município do Salvador.
A fim de erigir cinco novas agências, o Banco celebrou um contrato de prestação de serviços (Contrato) com a Companhia Construtora André Rebouças (Construtora).
No Contrato, constou cláusula compromissória estabelecendo que eventuais litígios seriam solucionados por meio de arbitragem, a ser conduzida perante a Câmara de Arbitragem da Associação Industrial da Bahia, de acordo com o respectivo regulamento.
O Banco e a Construtora entraram em litígio quanto ao valor devido. Segundo a Construtora, o Banco alterou os projetos de arquitetura e engenharia, tornando-os mais custosos, de modo que a remuneração acordada deveria ser majorada.
A Construtora iniciou processo arbitral pleiteando a condenação do Banco ao pagamento de R$ 12 milhões.
O Banco se recusou a participar da arbitragem, sob a alegação de que a cláusula compromissória é nula, pois entes da Administração Pública indireta estão legalmente impedidos de celebrar convenções arbitrais.
O tribunal arbitral foi devidamente constituído, julgou que a cláusula compromissória é válida, decretou a revelia do Banco e começou a fase de coleta de provas.
Enquanto transcorria a instrução no processo arbitral, o Banco requereu ao Judiciário que ordenasse a suspensão da arbitragem – alegando, de novo, a nulidade da cláusula compromissória. O Juízo da 45ª Vara Cível de Salvador concedeu liminar deferindo a suspensão da arbitragem, mas o Tribunal de Justiça da Bahia revogou a medida por questões processuais, sem entrar no mérito da validade da cláusula.
O tribunal arbitral, então, concluiu a instrução e proferiu sentença acolhendo integralmente o pedido de condenação do Banco deduzido pela Construtora.
O Banco foi notificado da sentença arbitral em 1º de março de 2021 e, em 1º de julho de 2021, ajuizou ação pleiteando a invalidação da sentença e de todo o processo arbitral (Ação de Invalidade) – mais uma vez, arguindo a nulidade da cláusula compromissória.
PERGUNTA-SE:
(i) é procedente a alegação de nulidade da cláusula compromissória? Independentemente da validade ou invalidade da cláusula compromissória, o tribunal arbitral poderia decretar a revelia do Banco? Explique e fundamente. (2,0)
(ii) Independentemente da validade ou invalidade da cláusula compromissória, existe fundamento para a improcedência liminar do pedido formulado pelo Banco na Ação de Invalidade? Explique e fundamente. (2,0)

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