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Síndromes Ictérica e Febril SÍNDROME ICTÉRICA Clínica: principal apresentação é a coloração amarelada e da esclera, mucosas, pele e líquidos orgânicos, devido impregnação de bilirrubina. Ocorre elevação de bilirrubina no soro, em níveis superiores a 2mg/dL METABOLISMO DA BILIRRUBINA E FISIOPATOLOGIA DA ICTERÍCIA A partir da destruição de hemácias (no baço), é liberada bilirrubina não conjugada complexada a albumina. A bilirrubina não-conjugada é captada no fígado e conjugada á ácido glicurônio A bilirrubina conjugada é levada ao intestino e transformada em urobilinogênio para eliminação renal ou convertida em urobilina (estercobilina) para ser eliminada nas fezes. BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA (INDIRETA) Não interfere na cor da urina ou das fezes Pode impregnar o SNC 70% do total Lipossolúvel CONJUGADA (DIRETA) 30% do total Hidrossolúvel Filtrada pelos rins – coloração da urina Cor das fezes - estercobilinogênio HIPERBILIRRUBINEMIA NÃO CONJUGADA (INDIRETA) Produção excessiva (hemólise) Defeito de transporte Defeito de captação Defeito de conjugação CONJUGADA (DIRETA) Lesão nos hepatócitos Colestase intra-hepática Colestase extra-hepática PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADORAS DAS SÍNDROMES ICTÉRICAS HEMÓLISE, DEFEITOS DE TRANSPORTE, CAPTAÇÃO OU CONJUGAÇÃO Talassemia Anemia falciforme Fisiológica do RN Síndrome de Crigler-Najjar Síndrome de Gillbert Medicamentos: antimaláricos, rifampicina, cetoconazol, inibidor de protease LESÃO HEPATOCELULAR OU COLESTÁTICA Hepatites: viral, alcoólica, autoimune Colelitíase, coledocolitíase Tumores de vias biliares Leptospirose e febre amarela Medicamentos: paracetamol, isoniazida, esteróides Neoplasias do pâncreas COMO DESCREVER A QUEIXA DE ICTERÍCIA NA ANAMNESE CARACTERIZAR A ICTERÍCIA Início do aparecimento Localização Persistente ou intermitente Fatores de melhora ou piora Sinais e sintomas associados: febre, calafrios, alteração de coloração de urina e fezes, sintomas gastrointestinais, dor abdominal IMPORTANTE: Antecedentes pessoais e hábitos de vida: vacinação (qual? A? B?), uso de drogas injetáveis, vida sexual (principalmente B), transfusões sanguíneas (principalmente C), etilismo, cirurgias prévias, história prévia ou familiar de anemia. AVALIAÇÃO DA ICTERÍCIA AMBIENTE BEM ILUMINADO Avaliação de escleras – conjuntiva ocular/região sublingual/pele Anictérico ou ictérico Intensidade: 1 a 4+/4+ (subjetivo, avaliar evolução) CUIDADO: Nem toda pele amarelada é icterícia – xantoderma, carotenoderma (consumo rico de alimentos carotenos) Etnia negra – impregnação de melanina na esclera podendo causar confusão – olhar a mucosa oral SÍNDROME FEBRIL Febre = sinal de alerta de que estão circulando substâncias indicativas da existência de um processo mórbido. Pode agravar a perda de líquidos e sais. OBS: Febre ≠ hipertermia FISIOPATOLOGIA DA FEBRE A febre é um distúrbio da termorregulação em que o limiar térmico hipotalâmico – “set point hipotalâmico” – se encontra elevado, ou seja, o organismo utiliza seus mecanismos de conservação de calor com o intuito de elevar a temperatura ao nível determinado pelo termostato. Com isso, mesmo com a temperatura maior que o normal, o paciente com febre sente-se com frio e apresenta calafrios e palidez, por vasoconstrição, isso é, por mecanismos de produção e retenção de calor. SÍNDROME FEBRIL FEBRE (sinal) + OUTROS SINAIS E SINTOMAS Febre leve ou febrícula: até 37,5°C Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C Febre alta ou elevada: acima de 38,6° C. Hipotermia: abaixo de 35,5 °C -//- Calafrios Astenia Inapetência Cefaléia Taquicardia/Taquisfigmia Mialgia Sudorese Fadiga Oligúria Delírio Confusão mental e até convulsões, principalmente em recém-nascidos e crianças. TEMPERATURA LOCAIS DE AFERIÇÃO Axilar Sublingual Retal Timpânica Frontal NORMAL: Axilar: 35,5°C a 37°C Bucal: 36°C a 37,4°C Retal: 36°C a 37,5°C FEBRE: forma de início, intensidade, duração, modo de evolução, término, uso de antitérmico, sintomas associadas. COMO CARACTERIZAR A QUEIXA DA FEBRE INÍCIO: súbito ou gradual INTENSIDADE: febre leve ou febrícula, moderada ou alta DURAÇÃO: febre prolongada (> 1 semana: tuberculose, malária...) MODO DE EVOLUÇÃO: contínua, irregular, remitente e intermitente (anotação de 4/4h ou 6/6h) SINTOMAS ASSOCIADOS: geralmente calafrios nos primeiros momentos de hipertermia TÉRMINO: crise (desaparece subitamente) ou lise (hipertermia cessa gradualmente diminuindo dia a dia) PRINCIPAIS DOENÇAS QUE CURSAM COM SÍNDROME FEBRIL Infecções por bactérias, vírus etc. Lesões mecânicas (processos cirúrgicos e esmagamentos) Neoplasias malignas Doenças hemolinfopoéticas Afecções vasculares, incluindo IAM, hemorragia ou trombose (cerebral ou venosa) Distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças imunológicas: colagenoses, doença do soro e febre resultante da ação de medicamentes Doenças do SNC CARACTERIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO Febre contínua: Hipertermia contínua e variações de temperatura de até 1°C. Febre irregular ou séptica: Em um mesmo dia ocorrem picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Febre recorrente: Período de temperatura normal que dura dias ou semanas. Ex.: Linfoma, leucemia Febre remitente: Hipertermia contínua e variações de temperatura acima de 1°C. Febre Intermitente: A febre é ciclicamente interrompida por períodos de apirexia (sem febre) DICAS Na maioria das vezes a febre é “referida” pelo paciente e não “aferida” por ele Nem sempre febre é sinal de infecção. Exemplo: leucemia linfomas, anemias hemolíticas, lesões teciduais etc. Nem todas infecção causa febre. Idosos, diabéticos, por exemplo, podem ter quadro infeccioso sem febre. Hipotermia pode ser sinal de mau prognóstico. Tuberculose: é comum febrícula vespertina e sudorese noturna Malária: contínua ou irregular por 15 dias e depois intermitente (“terçã”, “quartã”)
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