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Doenças das pálpebras e vias lacrimais

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Doenças das pálpebras e vias lacrimais 
Quezia de brito 
PÁLPEBRAS 
São pregas móveis modificadas que sobrem a parte 
anterior do olho 
De fora para dentro: pele, tecido celular subcutâneo, 
músculo orbicular, tarso, conjuntiva palpebral 
Músculos que abrem as pálpebras: 
✓Levanta pálpebra superior: m. elevador da pálpebra 
superior (n. oculomotor: paralisia = ptose total, midríase e 
estrabismo), m. de Muller (SNA simpático: paralisia = ptose 
discreta 2mm) e m. frontal 
✓Abaixam pálpebra inferior: mm. retratores (fáscia capsulo-
palpebral, ligamento de Lockwood, ligamento suspensor do 
fórnix, m. társico inferior) 
Músculos que fecham as pálpebras: 
✓m. orbicular (é o principal) e corrugador do supercilio e 
prócero (acessórios) inervação pelo n. facial = lagoftalmo 
 
CÍLIOS 
Estão dispostos em 3-4 fileiras na pálpebra superior (2x 
mais numerosos que a pálpebra inferior) 
✓160 OS e 80 PI 
São naturalmente substituídos a cada 3-5 meses 
Apresentam 2 glândulas sebáceas por cílio 
 
 
GLÂNDULAS PALPEBRAIS 
GLÂNDULA DE ZEISS: écrina, produtora de gordura e 
desemborca na base dos cílios 
 
GLÂNDULA DE MOLL: sudorípara ou glândulas ciliares; são 
modificações das glândulas apócrinas presentes na margem 
palpebral 
GLÂNDULA DE MEIBOMIUS: glândulas sebáceas holócrinas; 
localizadas na lamela posterior; tem função de lubrificar e 
impedir aderência das bordas palpebrais 
 
↓ DOENÇAS DOS CÍLIOS ↓ 
 
TRIQUÍASE 
É o mau posicionamento dos cílios na lamela anterior, 
surgindo de seus locais normais de origem. Eles ficam voltados 
para dentro do olho 
QUADRO CLÍNICO: sensação de corpo estranho + 
lacrimejamento + secreção mucosa + fotofobia + erosões 
epiteliais (podem evoluir para úlcera de córnea = perfuração 
ou cicatriz) + formação de pannus (opacificação crônica) 
TRACOMA (manifestação da clamídia): entrópio cicatricial 
(margem palpebral também voltada para dentro do olho) + 
triquíase 
TRATAMENTO: 
✓medidas paliativas 
✓eletrólise: quando são poucos cílios: retira eles e entra no 
folículo piloso com um eletrodo 
✓fotocoagulação à laser de comprimento de onda verde, 
crioterapia: quando são muitos cílios; congelamento do folículo 
piloso; forma cicatriz no local 
✓ressecção em cunha pentagonal ou Van Milligen: abre a linha 
cinzenta palpebral, sutura um enxerto de mucosa de outro 
local (labial) 
 
DISTIQUÍASE 
É o mau posicionamento dos cílios na lamela posterior; saem 
os orifícios das glândulas de Meibomius 
DISTIQUÍASE CONGÊNITA: cílios se originam posteriormente 
margem palpebral; é rara; herança autossômica dominante 
DISTIQUÍASE ADQUIRIDA: cílios metaplásicos provenientes da 
diferenciação das glândulas de Meibomius em folículos pilosos; 
associa-se a Penfigoide cicatricial, síndrome de Stevens-
Johnson, queimaduras e conjuntivites cicatriciais 
QUADRO CLÍNICO: sensação de corpo estranho + 
lacrimejamento + secreção mucosa + fotofobia + erosões 
epiteliais (podem evoluir para úlcera de córnea = perfuração 
ou cicatriz) + formação de pannus (opacificação crônica) 
 
↓ DOENÇAS DAS PÁLPEBRAS ↓ 
 
BLEFARITE 
É inflamação da margem palpebral 
É causa frequente de irritação ocular externa 
CAUSAS: infecciosas (S. aureus), inflamatória (seborreica: 
secreção oleosa crônica anormal das glândulas de moibomius) 
ou mista 
QUADRO CLÍNICO: queimação + sensação de corpo estranho + 
prurido + crostas e escamadas na borda anterior das 
pálpebras + úlcera abaixo + madarose (cílio não cresce de 
novo) 
TRATAMENTO: 
✓higiene palpebral: água morna e shampoo neutro 
✓ATB tópico e ATB oral (casos graves e crônicos por 20-
30 dias ao se deitar) e anti-inflamatórios 
 
 
TUMORES E CISTOS BENIGNOS 
HORDÉOLO 
Pequeno abscesso causado por infecção estafilocócica na 
glândula meiboniana (hordéolo interno) ou na glândula de zeiss 
ou moll (hordéolo externo) 
É o terçol 
Inflamação aguda, supurativa, nodular e dolorosa na 
pálpebra 
Tratamento: compressa morna frequente + pomada de 
ATB e corticoide tópico 
Se celulite pré-septal: ATB oral 
 
CALÁZIO 
Inflamação crônica causada pelo bloqueio do orifício dessas 
glândulas meiboniana/zeiss/moll 
Lesão nodular e indolor na pálpebra 
Tratamento: compressa morna; e se forem grandes e 
sintomáticos: exérese ou injeção de corticoide 
Calázios recorrentes: pensar em carcinoma 
 
 
 
BLEFAROPTOSE 
Diminuição da distância entre o reflexo pupilar e a margem 
palpebral superior 
Normalmente a borda da pálpebra superior sobre 2mm do 
limbo superior em posição. Quando a pálpebra cai mais do que 
2mm = ptose 
Anamnese 
✓Saber se é congênito ou adquirido 
✓Época do aparecimento 
✓Avaliar acuidade visual sempre em crianças: excluir 
ambilopia 
✓Avaliar motricidade dos músculos de movimentação ocular 
extrínseca: excluir hipotropia (pseudoptose) 
✓Fenômeno de Bell: paralisia facial (m. orbicular do olho) 
Tipos de ptose: 
✓Ptose congênita: observa-se retificação do contorno 
palpebral, ausência ou mal formação do sulco palpebral 
(tendão do m. elevador da pálpebra superior mal desenvolvido), 
incapacidade de relaxamento no olhar para baixo, em geral é 
unilateral e se associa a ambiliopia 
✓Ptose neurogênica: paralisia o 111 par, síndrome de Horner, 
síndrome de Marcus Gunn (mastigar-piscar) e inervação 
anômalo do 111 par 
✓Ptose miogênica: miopatia do m. elevador da pálpebra 
superior, miastenia gravis (teste do gelo: melhora a ptose), 
distrofia miotônica, oftalmoplegia externa progressiva, 
síndrome da blebafofimose 
✓Ptose aponeurótica: defeito na aponeurose do m. ELP 
(involucional ou pós-operatório) 
✓Ptose mecânica: dermatocálase, tumores, edema e 
cicatrizes 
 
ECTRÓPIO 
É a eversão da margem da pálpebra para longe do olho 
Afeta principalmente a pálpebra inferior, devido a 
gravidade 
Há exposição crônica do globo ocular e causa olho seco 
Tipos de ectrópio: 
✓Ectrópio involucional: é a mais comum; devido a flacidez 
palpebral 
✓Ectrópio congênito: é raro se unilateral; é associado a 
síndrome de blefarofimose (ectrópio lateral pequeno + ptose 
bilateral + epicanto inverso) 
✓Ectrópio cicatricial: diminuição vertical da pele da pálpebra 
que piora com a abertura da boca (elastose solar ceratose 
actínica, herpes zoster, dermatite crônica, queimaduras, 
trauma ou iatrogenia cirúrgica) 
✓Ectrópio paralítico: paralisia do nervo facial 
✓Ectrópio mecânico: efeito do peso provocado por tumores 
palpebrais 
 
ENTRÓPIO 
É a inversão da margem da pálpebra, levando os cílios a 
tocarem o globo ocular 
Tipos de entrópio: 
✓Entrópio involucional ou senil: devido a flacidez palpebral, 
alongamento dos retratores inferiores, cavalgamento do m. 
orbicular pré-septal sobre o pré-tarsal 
✓Entrópio congênito: é raro; diagnóstico diferencial com 
epibléfaro (prega a mais de pele embaixo da pálpebra inferior) 
✓Entrópio cicatricial: retração da lamela posterior (tracoma, 
queimadura química, penfigoide cicatricial, síndrome de 
Stevens Johnson) 
Mesmo quadro clínico da triquíase 
 
↓ VIAS LACRIMAIS ↓ 
 
Divisão: parte secretora (GLP e GLA) e vias lacrimais 
glândula lacrimal principal glândulas lacrimais acessórias 
 
Corpo estranho só estimula a glândula lacrimal principal 
Ponto lacrimais, canalículos, saco lacrimal e ducto 
nasolacrimal 
 
Válvulas: Hushke (na entrada do canalículo comum), 
Rosenmuller (entre canalículos e saco: impede refluxo das 
lágrimas), Krause (entre o saco e o ducto) e Hasner (impede 
o refluxo de ar e secreção nasal para as vias lacrimais) 
Bomba lacrimal: faz com que a lágrima entre nos pontos 
lacrimais e não fique escorrendo pelo rosto 
✓Fecha o olho: o m. orbicular contrai e faz com que tenha 
uma pressão negativa no ponto lacrimal (se everte mais para 
dentro do olho) = lagrima é sugada para dentro dos canalículos 
✓Abre o olho: por pressão positiva o saco lacrimal colaba e a 
lágrima é liberada para o ducto nasolacrimal e vai para o meato 
nasal inferior 
 
↓ DOENÇAS DAS VIAS LACRIMAIS ↓ 
 
OBSTRUÇÃO LACRIMAL DO RN 
Ocorre por imperfuração da vialacrimal baixa na zona de 
união com a mucosa da fossa nasal no meato inferior (válvula 
de hasner) 
É bem comum 
Canalização: pode ocorrer logo após nascimento ou até 1 
ano (98%) 
QUADRO CLÍNICO: uni ou bilateral de epífora + secreção 
amarelada (se obstrutiva baixa) + olho calmo que se iniciou por 
volta dos 10-15° dia de vida (conjuntiva sem hiperemia) 
TRATAMENTO: até 1 ano: massagem do saco lacrimal, higiene 
e ATB tópico, se infecção secundária 
✓Se permanência em maiores de 1 ano ou doença associada: 
sondagem da via lacrimal e perfura a válvula de hasner 
 
OBSTRUÇÃO LACRIMAL DO adulto 
PRIMÁRIA: inflamação crônica inespecífica com infiltrados 
linfoplasmocitários, evoluindo para cicatriz e estreitamento 
progressivo do lúmen do ducto nasolacrimal 
 
SECUNDÁRIA: ocorrem após processo traumático, 
infecciosos, tumores ou inflamatórias específicas 
 
Epífora (lacrimejamento): sinal clínico mais comum 
 
OBSTRUÇÃO LACRIMAL ALTA 
LESÕES INFLAMTÓRIAS 
 
 
LESÕES NÃO INFLAMATÓRIAS 
 
 
OBSTRUÇÃO LACRIMAL BAIXA 
DACRIOCISTITE AGUDA: 
Mulheres, idosos, associado a S. aureus e bactérias gram 
+ aeróbias 
Estase da lágrima = proliferação bacteriana 
Início subagudo com dor, eritema, edema do canto medial e 
pifora 
Casos graves: celulite pré-septal 
Tratamento: compressa morna, ATB oral (cefalexia), 
dacriocistorrinostomia (cria um novo percurso de drenagem 
da via lacrimal) após resolução do quadro agudo

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