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Microbiologia da Doença Periodontal A doença periodontal é MULTIFATORIAL : ➡ Paciente ➡ Fatores comportamentais ➡ Biofilme ➡ Fatores locais ➡ Fatores sistêmicos ➡ Fatores genéticos Hospedeiro X Microbiota As superfícies apresentam uma diversidade de microrganismos. A renovação constante das superfícies por descamação impede que o acumulo de grandes quantidades de bactérias/m-o. A cavidade oral: Dura e não descamativa. O acúmulo e o metabolismo das bactérias sobre as superfícies duras da caviade bucal são considerados os principais motivos para a presença de cárie, gengivite, doença periodontal, infecções periimplantares. Gengivite experimental em humanos : A presença do biofilme gera uma resposta aos tecidos ao redor. Grandes depósitos bacterianos são associados a formas localizadas da doença nos tecidos duros e moles subjacentes. q mg de placa dental - 10 elevado a 8 bactérias. Tipos de depósitos dentários: Matéria alba ➤ Acúmulo de massa branca tipo queijo ➤ Acumulo suave de proteínas salivares, células descamadas, restos alimentares. ➤ Não estruturado ➤ Facilmente removido com spray de água. Biofilme: ➤ Substância resiliente clara e amarela acinzentada ➤ Composto por bactérias em uma matriz de glicoproteínas salivares e posscicaraideos ➤ Estruturado ➤ Remoção apenas mecânica Cálculo: ➤ Depósito duro formado pela mineralização do biofilme ➤ Geralmente coberto por uma camada de biofilme não mineralizado. Teoria da Placa Inespecífica: DP resultam da elaboração de produtos nocivos por toda microbiota da placa Relação entre quantidade de placa e intensidade da DP Bactérias voltam a assumir papel de agentes causadores na etiologia de DP destrutiva, porém não específicos. Tem um caráter quantitativo em que qualquer acúmulo de m-o ao nível da margem gengival produziram irritantes para gerar inflamação, que seria responsável pela destruição do tecido periodontal. Ou seja, quanto mais qtd de placa, mais chance de DP. Assim, o controle de placa é essencial na prevenção de DP. As espécies específicas não eram consideradas por não apresentar qtde elevada para desencadear processos destrutivos. Teoria da Placa específica: Apenas placas com a presença de determinados microrganismos seriam responsáveis pela patogenicidade da doença. A patogenicidade depende da presença ou aumento de microrganismos específicos que produzem substâncias que medeiam a destruição dos tecidos do hospedeiro. a. actinomycetemcomitans, p. gingivalis e t. forsythia. ➤ Aggregatibacter Actinomycetemcomitans: patógeno da periodontite agressiva localizada. Teoria da Placa eCOLÓGICa: A DP depende da quantidade e qualidade da placa. Encontradas em concentrações elevadas em lesões de periodontite e baixa em sítios sadios. Sua eliminação resulta em sucesso na terapia. Têm um grande leque de fatores de virulência, dos quais um é a capacidade de se aderir às superfícies duras intraorais e/ou à mucosa oral. BIOFILME: Comunidade microbiana relativamente indefinida associada à superfície do dente ou qualquer outro material duro não descamativo. Fase I : formação da película adquirida de glicoproteínas salivares (mucinas) e anticorpos que alteram a carga e energia superficial, aumentando a adesão bacteriana. ➤ Cocos gram + anaeróbios facultativos ➤ Bastonetes gram + ➤ Permitem a aderência de m-o gram negativos (fusobacterium nucleatum e prevotella intermedia) Células planctônicas ligam-se à superfície dental/película adquirida por meio de ligações de baixa afinidade e eficiência (ligações hidrofóbicas e van der waals) ou seja, de forma reversível. As células adsorvidas ligam-se à superfície/película adquirida através de interações de maior afinidade e eficiência, por meio de adesinas específicas e seus receptores, ou seja, de forma irreversível. Colonizadores iniciais: streptococcus spp (sanguinis, mitis, gordonii), actinomyces spp e veillonella spp. Mecanismos de adesão inicial: adesinas-receptores, lectinas-oligossacarídeos, proteína-proteína, interações iônicas ou hidrofóbicas. Locais preferenciais de colonização: S sanguinis em superfícies lisas (V ou L/P), actinomyces spp em margem gengival, S. mutans em superfícies lisas Fase II: adesão de bactérias de forma variável (não organizadas) que produzem polímeros extracelulares e fímbrias pela rápida adesão. ➤ Bactérias gram - e anaeróbias estritas que contribuem para a patogenicidade do biofilme por favorecer o processo inflamatório. Fase III : crescimento e multiplicação celular ativo de bactérias, com disponibilidade de suprimento de nutrientes e síntese de novos componentes da matriz extracelular. Ocorre sucessão ecológica (colonizadores 1°,2° e 3°) e formação da placa dental madura (macro colônia) pela produção de polímeros extracelulares que formam a matriz da placa. A matriz consegue ligar-se a moléculas e retê-las, incluindo enzimas, e também retardar a penetração de moléculas com carga elétrica no biofilme. Supragengival: espiga de milho com filamentos e cocos. Fase IV: manutenção e adesão de novas bactérias e síntese de polímeros extracelulares com aumento da espessura do biofilme e gradiente de oxigênio. Sucessão microbiana: alteração do padrão de bactérias anaeróbias facultativas para anaeróbias estritas. Vantagens: ➤ Proteção contra mecanismos de defesa e antimicrobianos ➤ Facilita a aquisição de nutrientes e adesão de outras bactérias ➤ Remoção de produtos metabólicos tóxicos ➤ Cross Feeding ➤ As bactérias residentes são mais resistentes aos antimicrobianos que as mesmas espécies livres O biofilme protege efetivamente as bactérias dos agentes microbianos, então o antibiótico deve ser sempre associado a desorganização do biofilme. A placa dental é um depósito microbiano natural que representa um biofilme verdadeiro que consiste em bactérias em uma matriz composta de polímeros extracelulares de origem bacteriana e produtos do exsudato do sulco gengival e ou saliva. Diferenças na composição supragengival e subgengival ➤ Superfície colonizada ➤ Disponibilidade de produtos do sangue ➤ Profundidade Supragengival : ➤ Acima ou na margem gengival ➤ Aderente/Aderido - pelicula adquirida ➤ Sacarolíticas ou fermentativas ➤ Cocos e bastonetes gram - ➤ Imóveis ➤ Se nutrem da dieta do hospedeiro ➤ Espiga de milho: espiroqueta + cocos ao redor. Subgengival : ➤ Abaixo da margem gengival ➤ Pode ou não ser uma continuação apical da placa supragengival ➤ Aderência inicial na cutícula associada ao epitélio da bolsa ➤ Assacarolíticas ou proteolíticas (proteínas como fonte de alimentação) - destruição dos tecidos ao redor pelas enzimas proteolíticas. ➤ Anaeróbias ➤ Nutrição via exsudato inflamatório ➤ Associada à superfície radicular em bolsas periodontais maiores que 3mm e pode ser em esmalte ou cemento. ➡ Áreas de reabsorção do cemento permite a invasão dos túbulos dentinários ➤ Associada ao epitélio da bolsa tem adesão frouxa ao epitélio, sem matriz intermicrobiana, com cocos e bacilos gram - com espiroquetas ou bactérias flageladas. Cálculo: Formação de cálculo como resultado da calcificação das proteínas salivares, representando a placa bacteriana mineralizada. Supragengival : ➤ Coloração branco amarelada ➤ Próximo a saída dos ductos excretores das glândulas salivares maiores(II e MS) ➤ Composição heterogênea (16-51% inorgânico com hidroxiapatita) Subgengival ➤ Cor marrom ou preta ➤ Superfície rugosa ➤ Detectado pela sensibilidade tátil durante a sondagem ➤ Pode ser visto em RG ➤ Tecido calcificado a partir do exsudato inflamatório ➤ Composição homogênea: 32-78% inorgânica com fosfato de cálcio O cálculo é um produto secundário da infecção e não a causa principal da periodontite, sendo uma resposta à presença do biofilme, mas não indica presença de DP. Complexos Microbianos: Patógenos Periodontais ➤ Habilidade de colonização subgengival ➤ Capacidade de invasão ➤ Liberação de proteases e toxinas ➤ Capacidade de modular as respostas imunológicas destrutivas ➤ Gram - e anaeróbios ou microaerófilos ➤ Proteolíticos ➤ Capacidade de migração ➤ Produção de toxinas Fatores que afetam a composição da placa subgengival ➤ Estado da DP do hospedeiro ➤ Profundidade de bolsa ➤ Qtd de fluido gengival/exsudato inflamatório (proteínas, hormônios e vitamina K) ➤ Teor de O2 de acordo com a profundidade da bolsa Saúde Periodontal : facultativos, gram + e sacarolíticos. Doença Periodontal : anaeróbios, gram - e proteolíticos. Gengiva clinicamente saudável : 75% facultativos como cocos gram + (estreptococos) e bacilos gram + (actinomyces) e 25% anaeróbios estritos gram - (fusobacterium, veillonella e prevotella) Gengivite : 45% gram - anaeróbios e espiraladas com predominância de prevotella intermedia. GUN : necrose da papila interdental e odor - prevotella intermedia e treponema (espiralada) Periodontite crônica : gram - e anaeróbias estritas - treponemas (30%) e as do complexo vermelho e laranja Periodontite agressiva : AA, prevotella intermedia, treponema spp, fusobacterium. Relações Microbiota-hospedeiro: Bactérias Patogênicas ➤ Fatores de virulência: ➡ Número suficiente de m-o em que o biofilme favorece a virulência ➡ Capazes de colonizar a área subgengival ➡ Superar os mecanismos de defesa ➡ Fuga da fagocitosa provocando a morte do fagócito pela liberação de leucotoxinas (AA) ➡ Impedir a ingestão pela presença de cápsulas (AA, p. gingivalis e intermedia) ➡ Capacidade de invadir uma célula epitelial e se multiplicar ganhando proteção contra as defesas do organismos e espalham-se pelas células adjacentes (AA, p. gingivalis e tannerella forsythia) ➡ Capacidade de gerar lesão produzindo: ➡ Substâncias que agridem o tecido: amônia ➡ Substâncias que induzem as células do hospedeiro a liberarem substâncias biologicamente ativas: LPS presente nas gram - ➡ Substâncias que afetam a matriz intercelular: colagenases ➡ Enzimas hidrolíticas: ➡ Degradação de componentes da MEC ➡ Penetração nos tecidos do hospedeiro ➡ Geração de nutrientes ➡ Endotoxinas - LPS ➡ Componentes da membrana externa de gram - liberados quando há morte da bactéria. ➡ Febre e REABSORÇÃO ÓSSEA. ➡ Efeitos indiretos no periodonto mediado pelo hospedeiro: ➡ LPS ➡ LPTA (ácido lipoteicóico - gram +) ➡ Peptidoglicano ➡ Esses componentes agem nos macrofagos estimulando a liberação de IL-1, IL-6 TNF, PGE que são mediadores inflamatórios para bloquear a formação do tecido ósseo, inibem a síntese de colágeno (inibe osteoblasto) e aumentar o n° de osteoclastos (reabsorção) gerando um desequilíbrio. Hospedeiro ➤ Resistência Biofilme ➡ Resposta Inflamatória ➡ Dano tecidual ➡ Destruição de fibras colágenas, ligamento periodontal, reabsorção óssea ➡ Migração apical do epitélio juncional ➡ Aprofundamento da bolsa.
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