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Elaboração de Projetos de Pesquisa em Fitotecnia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E
ELABORAÇÃO DE PROJETOS
DBI-UFLA
Prof. Magno Antônio Patto Ramalho
LAVRAS - MINAS GERAIS
1997
ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA
12
	“O trabalho científico é lento na maioria das vezes, monótono e quase sempre sujeito às adversidades. Somente a disposição, a perseverança e o amor ao estudo e a pesquisa científica de interesse podem manter o pesquisador ligado ao seu trabalho. Não se devem esperar compensações financeiras ou gratidões humanas. O trabalho científico honesto é acompanhado sempre pela recompensa espiritual e, eventualmente, por alguma homenagem que florescerá de suas verdades.” PETROIANUA
1. INTRODUÇÃO
		Todo pesquisador durante sua vida profissional elabora inúmeros projetos de pesquisa. Eles têm não só a finalidade de orientar as atividades durante o decorrer do trabalho como também de obter recursos para a condução da pesquisa.
		A elaboração de um projeto não é uma tarefa fácil. Ela exige conhecimento e dedicação. O pesquisador normalmente deve possuir um profundo conhecimento da espécie que ele irá trabalhar tais como sua morfologia, fisiologia, o manejo da cultura, problemas de pragas e doenças e exigência de mercado. Esse conhecimento é indispensável para a escolha do assunto que deve ser pesquisado, identificação da melhor alternativa para solucionar o problema e ter informação do que já foi realizado por outros pesquisadores na solução do problema. Isso é fundamental para que simplesmente não repita o que outros já fizeram e possa realmente contribuir para o desenvolvimento da ciência.
		A dedicação na elaboração do projeto é também fundamental. É importante ter sempre em mente que a sua capacidade profissional e a sua instituição estão sendo avaliadas pelo que está contido no projeto. Normalmente há a necessidade de elaborar o projeto dentro de períodos muito curtos, por exigência da instituição empregadora ou da financiadora do projeto. Especialmente nesses casos a atenção deve ser redobrada.
		Há na literatura várias publicações sobre metodologia científica e elaboração de projetos. Entretanto a maioria delas são direcionadas as áreas sociais (Marconi & Lakatos, 1990, Lakatos & Marconi, 1991, Oliveira, 1997). A pesquisa na área agrícola têm certas particularidades que exigem detalhes, especialmente metodológicos diferentes das áreas sociais. Nesse capítulo serão apresentados alguns comentários e sugestões que poderão ser utilizados na elaboração de projeto de pesquisa com ênfase à Fitotecnia. 
2. CONCEITOS
		CIÊNCIA: Essa palavra vem do grego Saire, que significa conhecer. Há inúmeros conceitos de ciência. Oliveira, 1997, faz um relato de vários deles. Um conceito bem abrangente é que reflete bem o significado da palavra é: Ciência é todo o saber criticamente fundamentado. Depreende-se então que ciência é qualquer assunto estudado, utilizando o método científico. 
		A ciência tem sido classificada em pura e aplicada. Sendo ciência pura ou fundamental aquela normalmente realizada pelas universidades. Os ingleses a denominam de “blue-sky research” (pesquisa céu azul). Isso porque não se vê para onde vai, não tem certeza dos resultados, pode não haver aplicação imediata. Já a ciência aplicada é aquela que visa gerar ou adaptar uma tecnologia. É de uso imediato no processo produtivo.
		Em realidade esses dois tipos de ciência normalmente se sobrepõem. Há vários exemplos que a ciência pura foi a responsável pelo avanço da Ciência Aplicada. O que Mendel fez no final do século passado, estudando o controle genético de alguns caracteres da ervilha, foi ciência pura - ele não sabia o que iria obter e muito menos a aplicação dos seus resultados - contudo, sua descoberta deu origem a Genética e os fundamentos para o melhoramento genético de plantas e animais e possibilitou o desenvolvimento da indústria sementereira. Um outro exemplo marcante, também do final do século passado foi a descoberta do professor Thomson, na Universidade de Cambridge, que demonstrou a existência do elétron e estimou a sua massa, quando fazia experiência, com corrente elétrica no vácuo. Essa experiência inicial, sem pretensão de uma aplicação imediata, deu origem a eletrônica e tornou possível a invenção de coisas tais como, o computador, microscópio eletrônico, a televisão, o forno de microondas, os scanners médicos e os lasers entre outras inúmeras aplicações que decisivamente contribuiram para avanço tecnológico do século XX. 
		CIENTISTA: Conceitualmente cientista são todos os indivíduos que geram conhecimento. Nesse ponto é interessante colocar parte do editorial da Notícias FAPESP - Agosto de 1997 (publicação mensal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - sobre o cientista). “Em fins da década de 80, quando elaborava a pesquisa para sua dissertação de mestrado, na USP, Glória Bergier Dietrichkeit, uma professora paulista, fez uma mesma pergunta - “o que é um cientista para você?” - a 467 crianças de sete a onze anos, todas estudantes de primeiro grau de duas escolas paulistanas de classe média, uma pública e outra privada. 
		Entre algumas respostas curtas e peremptórias, do tipo “não sei” ou “é um louco”, parte considerável das redações e desenhos entregues pelas crianças permitiu que se chegasse, resumidamente, ao seguinte esboço do personagem em questão: “os cientistas são homens de cabelos brancos e arrepiados, estranhos mas muito inteligentes, que vivem en laboratórios sombrios, provocando explosões todos os dias”.
		A lembrança amena e risível serve aqui de preâmbulo a uma questão rigorosamente atual: qual é o perfil desejável do pesquisador contemporâneo? 
		Certamente, nada mais distante dele que a figura caricatural do gênio meio louco, cabeça nas nuvens, atento só ao problema que o desafia. O pesquisador de hoje, além das características que fizeram os bons cientistas de qualquer tempo - paixão pelo conhecimento, criatividade, capacidade para ver e delimitar com precisão um problema relevante, persistência em perseguir soluções para esse problema - deve ter capacidade administrativa, aptidão para a liderança e espírito empreendedor. Precisa saber trabalhar em grupo e se comunicar e ter vocação para formar discípulos. Precisa ter sensibilidade social, política e uma aguda percepção das mudanças da economia. 
		Por esses traços - que parecem soar mais adequados a um empresário - tornaram-se desejáveis? Primeiro, porque nas sociedades mais desenvolvidas, Ciência e Tecnologia ocupam, já há quase três décadas, um lugar central entre os chamados fatores essenciais de produção. Segundo, porque, mais recentemente, o processo de globalização econômica tornou todos os países expostos à competição, e não há chance de qualquer deles ser competitivo sem que C & T integrem profundamente sua lógica de produção - o que exige dos “fazedores” de Ciência e Tecnologia uma nítida percepção desse fenômeno”. 
		Desse tipo de pesquisador, de sua multiplicação, poderá depender até mesmo a sobrevivência do cientista à imagem das fantasias infantis. Porque dentro dos grupos contemporâneos poderá sempre restar um lugar para ele. 
		Pesquisa: Existem vários modos para se conceituar o que venha ser pesquisa. Um dos conceitos, que reflete bem o que venha ser pesquisa é: “Um conjunto de atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento”. Veja que esse conceito está bem implicito que pesquisa envolve atividades orientadas, isto é, planejadas. É importantissimo ter sempre isso em mente. Muitos que se dizem pesquisadores não agem assim. Sonham a noite e no dia seguinte já iniciam o trabalho, sem nenhuma reflexão ou troca de idéias. Esse tipo de comportamento não conduz a nada. Falta planejamento.
		É oportuno lembrar que toda pesquisa exige cérebro e mãos. Ou seja habilidade intelectual para identificar o problema e propor soluções, esforço físico para a realização do trabalho planejado. O bom pesquisador é aquele que realiza com eficiência essas atividades.Nesse contexto, é oportuno colocar a seguinte fábula, que infelizmente não se tem conhecimento dos autores. “Segundo se conta, um agricultor foi certa vez a um velho sábio, pedindo-lhe ajuda para melhorar o rendimento de seu improdutivo sítio.
		O sábio lhe preparou um talismã, colocando-o dentro de uma caixa hermeticamente fechada e disse: “Leve esta caixa a todas as partes do seu sítio três vezes ao dia durante um ano”. Assim fez o agricultor. Pela manhã levou-a ao campo de cultura, onde encontrou um trabalhador que dormia. À tarde levou-a ao estábulo, onde notou que faltava capim para as vacas. À noite levou-a à cozinha, onde percebeu que desperdiçava comida. Todos os dias levava a caixa de um lugar para o outro, descobrindo cada vez algo que andava mal. 
		Ao final de um ano voltou a visitar o sábio e rogou-lhe: “Deixe-me conservar o talismã por mais um ano, pois meu sítio melhorou mil vezes!”
		Sorrindo, o sábio tomou-lhe a caixa e rompendo o lacre, disse-lhe: Dar-lhe-ei o meu talismã!” Retirou em seguida da caixa um pequeno papel em que o perplexo fazendeiro leu o seguinte: “Se queres que as coisas prosperem, visite-as você mesmo constantemente”. 
		Essa fábula serve para enfatizar um aspecto importante que o sucesso na pesquisa exige que o talismã - pesquisador - acompanhe o mais frequente possível todas as etapas do trabalho. Só se tem plena confiança no resultado obtido, quando o pesquisador participou ativamente de todas atividades. 
		Linha de Pesquisa: Esse é um termo que tem recebido diferentes conotações dos pesquisadores. Por isso frequentemente gera confusão. O Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) conceituou linha de pesquisa como sendo: “Temas aglutinadores de estudos científicos que se fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre si”. Como se pode constatar por esse conceito, uma linha de pesquisa agrupa estudos em uma determinada área do conhecimento. O nível de abrangência normalmente é variável. Alguns exemplos de linha de pesquisa em ciências agrárias são: i) controle de plantas daninhas. Essa é uma área que pode envolver várias ações de pesquisa, tais com estudo de competição, métodos mecânicos de controle, métodos biológicos e controle químico; ii) melhoramento de uma dada espécie para uma determinada região. Nesse caso há também vários projetos possíveis, tais como: introdução de linhagens; melhoramento visando resistência a um determinado patógeno; melhoramento para melhoria de arquitetura da planta; recomendação de cultivares, etc.
		A identificação de uma boa linha de pesquisa nem sempre é uma decisão fácil. O pesquisador que tem afinidade com sua linha de pesquisa, associado a grande persistência é quase certo que obterá sucesso na sua vida profissional. Entretanto, aqueles que mudam com frequência, tentando se adaptar a uma nova linha de pesquisa estão fadados ao insucesso. Vale ressaltar entretanto, que persistência não é sinônimo de imobilismo, isto é; o conhecimento é muito dinâmico. É necessário procurar sempre o aperfeiçoamento profissional para dar a sua linha de pesquisa condições de acompanhar a evolução científica. 
		Projeto de Pesquisa : É uma investigação com início, meio e final definidos. Deve ser fundamentada em objetivos específicos. Como já mencionado uma linha de pesquisa envolve inúmeros projetos. Esse por sua vez pode ser constituído por um ou vários experimentos. Fica claro contudo, que o projeto tem que ter um final definido. Existem pesquisadores que passam praticamente toda a sua vida com um único projeto de pesquisa. Esse não é um procedimento correto. Periodicamente o pesquisador deve avaliar o desempenho do seu trabalho. Isso pode ser feito verificando se os objetivos propostos foram atingidos e quais as principais deficiências observadas. Com essas informações ele deve elaborar outro projeto visando contribuir para o avanço tecnológico ou científico.
		A linha de pesquisa pode ser única para um pesquisador durante sua vida. Inclusive é um ponto muito positivo, que mostra uma qualidade importante do pesquisador que é a persistência. Mas os projetos, devem ser elaborados periodicamente para dar o dinamismo necessário, como já comentado anteriormente. 
		Experimento:. Um experimento pode ser conceituado como sendo uma atividade planejada para se obter novos fatos ou confirmar resultados de experimentos prévios. Um projeto de pesquisa envolve um ou mais experimentos. Tais experimentos é que irão permitir o teste das hipóteses formuladas. Na agropecuária os experimentos ajudam na tomada de decisões com relação a várias atividades tais como escolha da época e modo de semeadura, métodos de controle de plantas daninhas, recomendação de fertilizantes e de cultivares.
		Os experimentos de campo podem ser incluídos em duas categorias (Gomez & Gomez, 1984): i) experimentos para geração de tecnologia; ii) experimentos para validação e tecnologias. Os primeiros deles normalmente são realizados nas estações experimentais, visando aumentar o rendimento biológico ou reduzir os custos de produção. Já os de validação de tecnologia preferencialmente realizados a nível de 
propriedade rural, são elaborados para comparar a superioridade da nova tecnologia identificada pelos experimentos de geração de tecnologia.
		Especialmente nas condições tropicais, onde há maior diversidade ambiental e onde ocorrem diferenças acentuadas entre as propriedades agrícolas, especialmente na fertilidade do solo e no manejo adotado pelos proprietários, o interesse pelos experimentos conduzidos a nível de propriedade rural tem aumentado. Com eles os pesquisadores ganham tempo, dada as possibilidades de realização do experimento em inúmeras condições em um único ano agrícola.
		No caso de recomendação de novas cultivares no Brasil, o número de experimentos realizados, para a maioria das espécies, é muito pequeno, se comparado com o que ocorre nos Estados Unidos por exemplo. Troyer, 1996, comenta que o sucesso do programa de melhoramento da maior empresa de sementes de milho híbrido a PIONEER, foi devido principalmente a maior avaliação dos híbridos. Eles usaram inicialmente de 5 a 10 locais e passaram a usar de 15 a 40 locais. Assim, na decisão sobre qual híbrido deve ser recomendado são utilizados mais de duzentas repetições, o que evidentemente amplia a possibilidade de sucesso na decisão. 
		A condução de experimentos de recomendação de cultivares, a nível de propriedade rural, poderia reduzir os custos da pesquisa e aumentar a confiabilidade e consequentemente a eficiência na recomendação das novas cultivares. Nesse aspecto, é interessante relatar a associação entre a pesquisa, a indústria de sementes e os agricultores no estado do Mato Grosso. Anualmente os melhoristas de soja identificam as suas melhores linhagens, as quais são avaliadas em inúmeras propriedades do estado. Nessas avaliações são utilizadas parcelas maiores, tudo mecanizado e nas mesmas condições de cultivo da propriedade. A decisão sobre a escolha das linhagens a serem recomendadas anualmente é realizada com a efetiva participação dos melhoristas, agricultores e produtores de semente. Numa situação como essa o programa de melhoramento, torna-se mais dinâmico, porque a substituição das cultivares é mais rápida, sobretudo porque a adoção pelos agricultores é imediata. 
		Os experimentos conduzidos a nível de propriedade rural utilizam os mesmos princípios básicos daqueles conduzidos a nível de estações experimentais. Eles possuem, entretanto, certas particularidades, entre elas as seguintes (Gomez & Gomez, 1984):
a) Falta de facilidades experimentais tais como um bom controle de água e de pragas e doenças; b) Falta de equipamentos para um bom preparo do solo e dos demais tratos culturais;
c) Grande variação entre fazendas e dentro das áreas em uma mesma fazenda;
d) Dificuldade de acesso, o que cria problemas no acompanhamento dos experimentos;
e) Falta de dados para descrever o clima e as vezes até o solo do campoexperimental;
f) Ausência de mão-de-obra qualificadas para o manejo e obtenção dos dados experimentais.
		Essas particularidades além de dificultarem a condução, normalmente contribuem para reduzir a precisão experimental. Contudo, a importância desse tipo de experimento deverá aumentar.
		
		Estatístico: É o indivíduo especialista em estatística experimental. Portanto, uma de suas atividades é contribuir com os pesquisadores na tomada de decisão nas diversas fases dos experimentos, isto é, durante o planejamento, condução dos experimentos e análise dos dados. Como se constata, o estatístico deve ser consultado especialmente na fase de planejamento. Muitos pesquisadores deixam apenas para procurar o estatístico quando da análise dos dados. Muitas vezes não há mais solução, o projeto foi mal planejado e os resultados obtidos não possibilitam atingir os objetivos. Há perda de tempo e de recursos, com prejuízos para todos. O pesquisador deve ter sempre um bom estatístico como conselheiro.
		
		Experimentador: É o indivíduo responsável pela condução dos experimentos com a maior precisão possível. Cabe a ele os cuidados na escolha e preparo do solo, na aplicação de técnicas culturais de modo mais apropriado para minimizar o erro experimental e a consequente melhoria da eficiência dos experimentos. Essa é uma atividade que exige gosto pelo trabalho nas condições de campo. O experimentador deve acompanhar todas as atividades e não deve deixar tudo na responsabilidade do técnico agrícola ou de algum funcionário de sua confiança. Os resultados obtidos somente serão confiáveis se houver o acompanhamento de todas as etapas. Além do mais, o experimentador que supervisionar todas as etapas do trabalho terá maiores facilidades na discussão dos resultados.
		Em ciências agrárias, espera-se que o bom pesquisador seja um experimentador competente com bons conhecimentos de estatística, pois só assim ele poderá planejar, conduzir, analisar e interpretar os resultados de seu projeto.
		
3. ETAPAS NA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA
3.1 Identificação do Problema
		Essa talvez seja a parte da pesquisa que exija maior experiência e conhecimento. É aqui que a maioria dos pesquisadores sentem maior dificuldade. Porém, quando há dedicação e gosto pelo trabalho, essa dificuldade pode ser superada. 
		Na realidade, em qualquer espécie cultivada o número de problemas é ilimitado. Contudo, como já comentado muitos pesquisadores ficam a vida inteira em um único projeto, sem criar nada, realizando apenas atividade de rotina. É comum, por exemplo, experimentadores que passam a vida inteira só realizando experimentos de avaliação de cultivares ou de teste de defensivos agrícolas. Embora sejam trabalhos muito importantes, já possuem metodologia padronizada, tornando-se uma atividade rotineira. A rotina contribui para que o pesquisador se acomode, achando que o que ele faz é suficiente. Esse é o fim do profissional. É questionável se o treinamento desse pesquisador a nível de mestrado ou até mesmo doutorado, foi válido.
		O pesquisador deve constantemente questionar o seu trabalho e nunca acreditar que não é possível fazer mais nada de novo. A capacidade criativa deve ser frequentemente estimulada. É isso que faz com que a carreira dos pesquisadores seja uma das mais atraentes. 
		A seguir serão comentados alguns aspectos que ajudam na escolha de um problema para ser pesquisado:
a) Procurar acompanhar o desempenho da cultura a nível de propriedade rural. É preciso conversar periodicamente com os agricultores. Muitos acreditam que um determinado assunto é problema e investem todo o seu potencial na sua solução; anos após chegam a conclusão que o assunto pesquisado não era um problema real. Faltou diálogo com o principal usuário do resultado da pesquisa. Lembre-se sempre que possível: utilize o agricultor como seu parceiro na identificação do problema e na sua solução.
b) Ler periodicamente. A primeira condição para ser um bom pesquisador é gostar de ler. Sem informação não é possível fazer pesquisa que realmente contribua para a sociedade. Além de que muitos possíveis problemas já foram solucionados por outros pesquisadores.
c) Ser futurista: A pesquisa agrícola é demorada, para ser mais útil, deve sempre que possível, ter a solução do problema, antes que ele ocorra a nível de propriedade rural. Como a pesquisa agrícola, especialmente em algumas áreas como a de melhoramento genético, realizar um trabalho que, no momento da sua difusão, não mais constitui um problema para os agricultores, pode ser um esforço inútil.
		Um exemplo marcante de uma situação que mostra que o pesquisador foi futurista é o caso da ferrugem do cafeeiro no Brasil. O Dr. Alcides de Carvalho, melhorista do Instituto de Campinas, começou os trabalhos de melhoramento visando resistência a esse patógeno muito antes de sua ocorrência em nosso País. Ele se associou a melhoristas portugueses e realizava os testes das progênies na estação experimental de Oeiras em Portugal onde já ocorria esse patógeno endemicamente. Desse modo, quando a doença chegou ao Brasil, na década de 1970, já existia muita informação a respeito do patógeno e inclusive progênies com certo grau de resistência.
		Outro exemplo, é o caso da resistência ao nematóide do cisto em soja. O Centro Nacional de Pesquisa da Soja, da Embrapa, iniciou os trabalhos de hibridação com fonte de resistência conhecida, no exterior, antes de se ter conhecimento da incidência do nematóide no Brasil. Com isso após a sua ocorrência de nematóide no Mato Grosso do Sul, o processo de melhoramento já estava adiantado.
		Ser futurista não é fácil. Em realidade envolve sempre um pouco de sorte. Porém, estar acompanhando a literatura e o desempenho da espécie a nível mundial é o melhor modo de estar sempre a frente no tempo.
d) Ter contactos com outros pesquisadores da área. Esse intercâmbio é sempre muito interessante. Neles há troca de experiência e normalmente ambos saem ganhando. A participação nos congressos científicos tem essa como uma de suas principais finalidades. O que não se deve fazer é realizar um verdadeiro plágio de tudo o que o colega está fazendo. Esse procedimento não é honesto. É uma forma de parasitismo. Esse tipo de comportamento, as vezes comum, contribui para reduzir o intercâmbio de idéias entre os pesquisadores. Lembre-se que dois ou mais pesquisadores poderão ter problemas comuns, porém a solução deve ser diferente.
		O sistema brasileiro de pesquisa agropecuário coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a partir de 1992, com a criação do SEP (Sistema Embrapa de Planejamento), passou a desenvolver pesquisa a partir de demanda geradora. Essas demandas são estabelecidas periodicamente, a nível regional, a partir de informações de lideranças rurais, tais como secretários de agricultura, presidentes de cooperativas agrícolas, diretores de agroindústria, lideres sindicais, extensionistas e pesquisadores. Assim, o problema, em princípio, já foi definido. Cabe ao pesquisador identificar qual a área de atuação do seu projeto dentro dessa demanda geradora. A idéia básica é orientar as pesquisas no país de modo que elas possam realmente contribuir para a solução dos problemas nacionais. Esse procedimento é interessante e bem adequado. A única restrição é que as demandas devem ser bem definidas. Elas não podem ser amplas demais porque poderão perder a sua finalidade.
3.2. Estabelecimento das Hipóteses
		Em um projeto a hipótese é a proposição testável que normalmente envolve a solução do problema. Ela é de natureza criativa. Muitas vezes o pesquisador não escreve sua hipótese, mas ela está em sua mente. O ideal é que seja escrita, para que o pesquisador possa raciocinar em cima do que está redigido e analisar todas as opções disponíveis para testar convenientemente essas hipóteses com os recursos disponíveis.
		A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informações. (Marconi & Lakatos,1990). Segundo os mesmos autores não há regras definidas na formulação das hipóteses. Salientam contudo a necessidade de embasamento teórico e que ela seja formulada de tal modo que possa servir de guia durante a condução dos experimentos. Para Oliveira, 1997, a hipótese deve ser formulada de modo o mais claro possível e concisa, sem ambiguidade gramatical. Termos demasiadamente gerais devem ser evitados.		
3.3. Estabelecimento da Metodologia
		Tendo definido o problema, a solução deverá envolver a utilização de procedimentos experimentais que todo pesquisador deve possuir. A parte mais agradável do trabalho é quando o pesquisador coloca sua capacidade criativa em ação. Como já mencionado a metodologia deve ser pensada, discutida com os colegas e alicerçada na literatura.
		É sempre importante imaginar algumas alternativas e procurar identificar a mais viável. Quando em consulta a outros pesquisadores coloque essas alternativas. Se possível promova um seminário técnico para debate-las. Só depois de uma boa discusão, quando houver consenso, é que se deve definir a metodologia a ser usada.
		Nunca identifique o problema e logo em seguida defina a metodologia sem muita reflexão. Uma pesquisa que começa e errada além dos recursos financeiros dispendidos, tem como principal perda o tempo gasto, que na maioria das vezes é o fator limitante.
3.4. Redação do Projeto
		Definido o problema e a metodologia que será adotada na sua solução, a próxima etapa é a redação do projeto. Aqui existem algumas normas que devem ser seguidas para a sua aprovação. Essas normas variam de acordo com a empresa ou instituições financiadoras, sobretudo nas partes componentes do projeto. Embora elas possam variar, de modo geral elas seguem os seguintes ítens:
a) Título 
		Deve ser bem suscinto e procurar conter em poucas palavras o que o projeto pretende realizar. Em realidade o título é uma síntese dos objetivos do trabalho. Normalmente o título é definido no final da elaboração do projeto.
b) Antecendentes e Justificativas
		Nesse caso a redação deve ser bem clara. Deve-se evitar o máximo, a colocação de informações por demais conhecidas e, portanto, supérfluas. Por exemplo, em um projeto com a cultura do milho, não começar dizendo que ela é uma espécie importante. Lembre-se que quem irá avaliar o seu projeto é um especialista da área e essa informação é por demais conhecida.
		Vá direto ao assunto, apontando o problema (demanda geradora) e mostrando que você não só teve condições de diagnosticá-lo como também está apto a resolvê-lo. Deve ficar bem explícito a necessidade de realização do trabalho para solucionar o problema.
		Alguns pesquisadores escrevem demais nesse tópico. Isso não é conveniente. Na maioria dos casos há restrições com relação ao número de páginas que compoem o projeto. Se esse item for execessivamente grande, informações metodológicas mais importantes deixarão de ser colocadas. Esse item deve abranger de 1 a 1,5 laudas.
c) Revisão de Literatura - Referencial Teórico
		O termo referencial teórico é preferível pois reflete bem o que se pretende com esse item. Isto é, fornecer os antecedentes sobre o tema em estudo. Com esses antecedentes os pesquisadores podem ter informações sobre aspectos metodológicos e sobretudo sobre que tipo de informação já é disponível na literatura e que tipo de dado é necessário ser gerado com o projeto para ampliar o conhecimento a respeito do tema.
		É impossível ser um pesquisador sem gostar de ler. Nessa fase do projeto a leitura é fundamental. Normalmente um artigo científico é dificil de ter todas as suas partes “dissecadas”, isto é, perfeitamente compreendidas nos mínimos detalhes. Em realidade esse fato só se justifica se for um artigo estritamente relacionado com o que se deseja fazer. O importante é procurar captar a idéia geral do artigo sem se prender a detalhes.
		Normalmente o profissional descobre o artigo de interesse e logo vai tirando xerox. Acredita que assim procedendo está tudo solucionado. É preciso que o artigo seja lido e as partes de maior interesse sejam entendidas.
		Atualmente a revisão de literatura é facilmente realizada com o uso das facilidades computacionais existentes nas bibliotecas. Tarefas em que antes se gastavam vários dias, como vasculhar os períodicos, hoje podem ser realizados em poucos minutos. Mas mesmo com o auxílio da informática é bom dar um olhada nos periódicos que publicam assuntos mais relacionados com o tema de interesse. Muitas vezes as palavras chaves utilizada na busca da informação são insuficientes para abranger todo o assunto.
		A procura deve concentrar sempre em artigos o mais recente possível. O uso de publicações apenas de décadas passadas é uma indicação que o pesquisador não está atualizado e que dificilmente irá conseguir desenvolver o projeto de forma a trazer uma real contribuição. Além do mais, artigos novos trazem outras citações que irão auxiliar no preparo do referencial teórico.
		Finalmente deve ser comentado que esse item deve ser redigido de uma forma didática, apresentando os assuntos em uma seqüência cronológica. Alguns escrevem o referencial teórico como se fosse apenas uma compilação do “abstracts” - resumo - de vários trabalhos. Isto é um erro. A revisão deve ser crítica, mostrando que você tem vivência científica e sobretudo que conhece o assunto.
		d) Objetivos: Devem ser redigidos de forma a não deixar dúvida do que se deseja obter no projeto.
		O estabelecimento dos objetivos necessita de algumas considerações. A principal delas são aqueles objetivos ambiciosos demais. Especialmente os pesquisadores novos, muitas vezes movidos pelo entusiasmo, almejam resolver todos os problemas de um dada espécie vegetal, de uma única vez, através da proposta do projeto. Sabemos que isso não é possível. O conhecimento e, consequentemente, a geração de tecnologia é sempre obtida por etapas. Um projeto de pesquisa, normalmente quando bem sucedido, dá uma pequena contribuição a informação existente sobre o tema. Assim, projetos com objetivos ambiciosos demais dificilmente são aprovados, pois os consultores têm vivência no assunto e sabem que a proposta é de baixa viabilidade. Muitas vezes são colocados objetivos viáveis, porém inúmeros deles. Nesse caso, embora eles sejam viáveis, o pesquisdor pode se perder no manuseio de toda a informação que é gerada e o projeto reduz sua eficiência. Portanto, os objetivos devem ser pensados, avaliando a probabilidade de sucesso.
		E) Metas: Os comentários realizados no item anterior são válidos aqui. Só devem ser colocadas metas factíveis e que podem evidentemente serem atingidas com o projeto.
		Deve-se evitar metas que independam exclusivamente da performance do projeto. Ex. Recentemente foi avaliado um projeto em que uma das metas era aumentar 10% da produção de grãos de uma espécie, em um Estado. É evidente como essa meta não pode ser colocada. O aumento da produção de grãos, em um Estado, depende de uma infinidade de fatores, que fogem do escopo do projeto. Essa é uma meta ilusória. Esse tipo de procedimento depõe contra o projeto pois mostra desconhecimento dos profissionais envolvidos sobre a cadeia produtiva como um todo.
		F) Hipóteses: Como já mencionado anteriormente é sempre aconselhável redigir as hipóteses. Essa é uma prática, mais frequente na área de pesquisas sociais. Entretanto, na pesquisa agrícola a colocação explicita das hipóteses tem sido verificado com mais frequência. Como já enfatizado é a proposição testável do projeto. Ela deve ser coerente com os objetivos e com a metodologia . Isso é, a hipótese deve conter a proposta testável dos objetivos e a metodologia apresentada deve ser capaz de testá-la.
 		G) Material e Métodos: Deve ser definido em função das hipóteses formuladas. Na redação desse tópico é necessário colocar o maior número de detalhes possíveis, porém sem exagero. Devem ser incluidos especialmente os seguintes itens:
		a) Informações sobre os locais de condução dos experimentos: coordenadas geográficas e principais característicasde clima e solo, histórico da área (cultura antecedente ou tipos de experimentos anteriores).
		b) Material genético: Se o experimento envolve por exemplo a avaliação de algumas cultivares. É importante colocar as principais características desses materiais, tais como origem, tipo de material (híbrido, linhagens etc), precocidade, cruzamentos, reação às doênças etc.
		c) Delineamento experimental: Definir o delineamento (DBC, DIC, látice, etc) o tamanho da parcela, número de repetições. É comum o pesquisador encher esse tópico de números colocando o tamanho da parcela útil, parcela total, área do bloco do experimento etc. Isso não é correto. Apenas a área da parcela é suficiente. Qualquer indivíduo que se dispõe a avaliar o projeto tem condições de calcular o restante. Colocar o croqui do experimento é também desnecessário.
d) Detalhes sobre a condução dos experimentos: Sempre que possível colocar época de semeadura, adubação, espaçamento, debaste, detalhe sobre irrigação, controle das pragas, das doênças, das invasoras etc.
e) Dados a serem anotados: Só especificar, dando detalhes da sua obtenção, aqueles caracteres que serão efetivamente analisados. Evitar tomar dados de caracteres que nunca aparecerão em nenhuma publicação.
f) Análise dos dados: Colocar o máximo de informação tais como, modelo estatístico, tipo de parâmetros que serão estimados, teste estatístico a ser utilizado. Quando a metodologia de análise dos dados for conhecida em publicaçõess, basta citar o método e indicando a fonte.
		H) Cronograma de Execução: Deve ser especificada as atividades a serem realizadar em cada etapa. Normalmente não se dá muita atenção a esse item. Contudo todo projeto bem planejado tem um cronograma de execução bem definido.
		I) Difusão de Tecnologia: Esse é um tópico exigido por várias fontes financiadores. É importante especificar os detalhes de como as informações geradas no projeto chegarão aos agricultores. É interessante ter capacidade criativa nesse tópico. Muitas vezes o sucesso da pesquisa falha no momento de sua adoção. Deve-se colocar no projeto todos os detalhes possíveis de como a difusão de tecnologia será efetuada.
		J) Orçamento: Normalmente é o item complicado para o pesquisador porque nem sempre ele recebe treinamento nesta área. Prever com dois a três anos de antecedência todos os materiais, viagens, diárias etc, não é uma tarefa fácil. Um complicador pode ser a instabilidade econômica do País, podendo ocorrer defasagem no orçamento quando a inflação atinge níveis elevados. Quando possível, pesquisador deve recorrer ao setor administrativo de sua instituição para auxiliá-lo no levantamento de preços.	 
		É importante pedir o necessário. Não devemos subestimar a solicitação pois indica desconhecimento do assunto e nem pedir em excesso pois, nesses casos caimos no redículo. É comum solicitar a mais já imaginando que serão efetuados cortes. Esse procedimento não é correto.
		Procure apresentar o orçamento atendendo aos itens de despesas que a fonte financiadora normalmente exige. Leia com atenção as informações a esse respeito, procurando não misturar materiais de consumo com materiais permanentes.
		Sempre que possível procure justificar a aquisição de cada equipamento, procurando evidenciar a sua importância na execução do projeto.
		L) Literatura Consultada: Devem ser relacionadas todas as literaturas citadas efetivamente consultadas na elaboração do projeto. Nas citações obedeça as normas da ABNT.
		M) Equipe Envolvida no Projeto: Relacionar todos dos pesquisadores efetivamente envolvidos com a respectiva titulação. O coordenador deverá ser o primeiro nome listado.
		6 - APRESENTAÇÃO DO PROJETO 
		O projeto deve ter uma boa apresentação. Para isso tome o máximo cuidado na leitura do texto após a digitação. Projetos que saem com erro de português ou de digitação demonstram falta de cuidado do pesquisador e depõe contra a sua imagem. Verifique se toda a literatura citada foi relacionada, confira o orçamento e certifique se todos os pesquisadores que irão trabalhar no projeto foram relacionados.
		
		7 - EXEMPLO DE PROJETO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
	PROJETO: CONTROLE GENÉTICO DO PORTE DO FEIJOEIRO
		 
		Coordenadora: Flavia França Teixeira
	
LAVRAS - MINAS GERAIS
1996 
 1 - ANTECEDENTES E JUSTIFICATIVA
	A cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) nos últimos anos vem atraindo a atenção de empresários agrícolas, deixando de ser uma cultura de subsistência. Altas produtividades têm sido atingidas devido à práticas de irrigação, adubação balanceada, controle fitossanitário e uso de sementes de qualidade. Porém, as dificuldade encontradas no momento da colheita em áreas maiores vem se tornando um impasse para o desenvolvimento da atividade (Silva et al., 1994).
	A utilização de cultivares com porte ereto, maior tolerância ao acamamento e com vagens inseridas em posição mais alta em relação ao nível do solo, permitem a colheita mecanizada. Porém, as cultivares disponíveis com estas características: EMGOPA-201-OURO, Milionário, Rio Tibagi e Carioca-MG, não possuem grãos de boa aceitação no mercado. As cultivares de porte ereto além de possibilitar a colheita mecanizada, facilitam tratos culturais, reduzem a ocorrência de algumas doenças como por exemplo mofo branco e diminuem as perdas na colheita (Collicchio, 1995 e Vieira, 1994).
	O conhecimento do controle genético das características que conferem ao feijoeiro o porte desejado, vem auxiliar o melhorista na busca de cultivares que tenham o fenótipo ideal para as novas condições de cultivo que vem sendo utilizadas no Brasil.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
	Tradicionalmente, o melhoramento genético trabalha com características aliadas à produtividade ou que confiram resistência a doenças e/ou pragas porém, ultimamente o estudo de características morfólogicas que confiram ao feijoeiro porte mais adaptado aos novos sistemas de cultivo tem sido enfatizado em programas de melhoramento de plantas. (Coyne, 1980; Brothers e Kelly, 1993).
	O porte da planta envolve características como: hábito de crescimento, altura de planta, comprimento de internódios, número de ramificações laterais, número de nós na haste principal entre outros. Dentre esses, o primeiro é atualmente o mais estudado, sendo classificado nos seguintes grupos (Vilhordo et al., 1980; Singh, 1982):
	Tipo I - Hábito de crescimento determinado arbustivo - o porte e a altura das plantas facilitam os tratos culturais. Sua desvantagem é que como o período de floração é curto, aproximadamente 14 dias, a produtividade pode cair com exposições a condições ambientais adversas nesta fase, mais do que as cultivares pertencentes aos outros grupos que têm maior período de floração.
	Tipo II - Hábito de crescimento indeterminado arbustivo - facilita tratos culturais, tem alta inserção de vagens, permite colheita mecânica e apresenta maturação bastante uniforme; sendo assim o tipo de porte ideal do feijoeiro.
	Tipo III - Hábito de crescimento indeterminado prostrado - dificulta tratos culturais e fitossanitários, boa parte das vagens permanecem em contato com o solo, o período de maturação não é uniforme, fazendo com que cultivares do tipo III apresentem perdas na colheita. 
	Tipo IV - Hábito de crescimento indeterminado trepador - este tipo é mais usado para produção de feijão de vagem do que para feijão seco.
	Vários trabalhos foram realizados relacionando características envolvidas no porte entre si ou com outras características. Davis e Frazier (1966) correlacionaram o hábito com a altura da planta, concluindo que o hábito ótimo tem uma altura intermediária. Nienhuis e Singh (1986) e Collicchio (1995) encontraram uma correlação positiva entre características relacionadas ao porte e produtividade e Brothers e Kelly (1995) acharam alta associação entre tamanho de semente e hábito de crescimento.
	A maior dificuldade de se estudar o controle genético do porteda planta é estabelecer os parâmetros morfológicos relacionados com ele. Na literatura observamos que o porte tem sido estudado com diferentes enfoques. Davis e Frazier (1966) e Freire Filho (1980) usaram hábito de crescimento determinado e indeterminado e comprimento de internódios, número de internódios e número de nós na haste principal para estudar o porte do feijoeiro. Porém Vilhordo et al. (1980), observou que o número de nós não é uma boa indicação para separar todos os tipos de crescimento, porque no caule principal o número de nós varia de 5 a 8 para feijões de hábito determinado e de 8 a 18 nos de hábito indeterminado. Nienhuis e Singh (1985) estudaram o porte avaliando o número de nós por metro quadrado, número de ramificações por planta, número do nós e comprimento de internódios na haste principal. Acquaah, Adam e Kelly (1991) usaram como indicações da arquitetura de planta do feijoeiro o diâmetro do hipocótilo, a altura da planta, o ângulo das ramificações e o número de vagens na haste principal, especialmente na seção mediana da planta. Já Malburg e Kelly (1992), Brothers e Kelly (1993) e Collicchio (1995) avaliaram a planta como um todo, não se detendo a caracteres isoladamente, conferindo notas que variaram de 1 para mais ereta a 9 para a planta prostrada. 
	Informações sobre o tipo de ação gênica envolvida no controle genético de um caráter quantitativo, assim como a herdabilidade e correlação entre caracteres, podem ser estimadas quando se obtém médias, variâncias e covariâncias de valores fenotípicos deste caráter nos pais, F1, F2, e os retrocruzamentos (Vencovsky e Barriga, 1992 e Ramalho, Santos e Zimmermann, 1993).
	 Estudos nesse sentido foram feitos por Santos e Vencovsky (1986) para alguns caracteres relacionados ao porte do feijoeiro, encontrando predominância da ação gênica aditiva para altura de inserção da primeira vagem, comprimento da haste principal e número e comprimento dos internódios da haste principal, encontrando valores elevados para herdabilidade destas características. 	Já Kamikoga (1989), estudando a herança do acamamento em soja, utilizando como parâmetros, ângulo de acamamento, altura de planta, número de internódios e nota de acamamento variando de 1 para a planta mais ereta a 5 para a totalmente prostrada, encontrou estimativas de variâncias genéticas dominantes superiores em relação às aditivas, exceto com relação a característica número de internódios.
	Com relação ao hábito de crescimento da planta foi verificado que é controlado por um único gene com dominância completa do alelo que condiciona o fenótipo indeterminado em relação ao fenótipo determinado (Bliss, 1971, Coyne e Steadman, 1977, Freire Filho, 1980) porém, que há uma grande influência ambiental (Vilhordo et al., 1980).
3 - OBJETIVO
	Estudar o controle genético de características que compõem o porte do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.).
4 - HIPÓTESE
	As características que compõem o porte do feijoeiro são controladas geneticamente.
	
5 - META
	No prazo de dois anos estudar o controle genético de algumas características do feijoeiro.
6 - MATERIAL E MÉTODOS
	Os trabalhos serão realizados na área experimental do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
	Serão utilizadas as seguintes linhagens:
	- Carioca que possui grãos pequenos de cor creme com estrias marrons, ciclo de 90 dias e hábito de crescimento tipo III
	- Carioca-MG que possui grãos pequenos de cor creme com estrias marrons, ciclo de 90 dias e hábito de crescimento tipo II
	- FT-Tarumã que possui grãos pequenos de cor preta, ciclo de 90 dias e hábito de crescimento tipo II
	- H-4 que possui grãos pequenos de cor creme com estrias marrons, ciclo de 80 dias e hábito de crescimento tipo III
	- Pompadour que possui grãos grandes de cor creme com estrias roxas, ciclo de 70 a 80 dias e hábito de crescimento tipo I.
	Serão obtidas, sob telado, as gerações F1, F2, F3 e a F2 dos retrocruzamentos RC11, RC21 dos seguintes cruzamentos: FT-Tarumã X Carioca, H-4 X Carioca-MG, Pompadour X Carioca-MG, sendo que as hibridações serão feitas pelo método proposto por Ramalho, Santos e Zimmermann (1994).
	Para cada cruzamento será conduzido um experimento no inverno de 1996 nos quais serão avaliados os parentais e as gerações F1, F2, F3, F2RC11 e F2RC21. O delineamento experimental será o de blocos ao acaso com três repetições e as parcelas de 2 linhas de 1 metro espaçadas de 0,5 metro entre si, colocando-se 15 sementes por metro linear.	
	Cada bloco será composto por uma parcela de cada parental e F1, três parcelas das gerações F2, F3, F2RC12 e F2RC21, perfazendo um total de 15 parcelas por repetição. Procedendo assim, se terá uma boa representatividade dos genótipos que compõem cada geração.
	Para avaliar o porte da planta serão anotadas as seguintes características em todas as plantas de cada parcela:
	- Altura de inserção da primeira vagem
	- Diâmetro do 5o internódio 
	- Comprimento do 4o ao 7o internódio 
	- Ramificações por planta - sendo atribuída a nota 0 para as plantas com até 3 ramificações e nota 1 para as plantas com mais de 3 ramificações
	- Nota para o porte de acordo com a seguinte escala:
	 NOTAS
	ESPECIFICAÇÃO
	1
	Hábito I ou II, planta ereta, com uma haste e com inserção alta das primeiras vagens. 
	2
	Hábito I ou II, planta ereta, com guia curta.
	3
	Hábito I ou II, planta ereta, com algumas ramificações.
	4
	Hábito I ou II, planta ereta, com algumas guias longas.
	5
	Hábito II ou III, planta ereta, com muitas ramificações e tendência à prostrada.
	6
	Hábito II ou III, planta semi-ereta, pouco prostrada.
	7
	Hábito III, planta semi-ereta, medianamente prostrada.
	8
	Hábito III, planta prostrada.
	9
	Hábito III, planta com internódios longos, muito prostrada.
		Para cada cruzamento e cada característica será realizada a análise de variância (Tabela 1) e estimados os parâmetros genéticos e fenotípicos através das esperanças matemáticas, conforme preconizado por Ramalho, Santos e Zimmermann, 1994.
Tabela 1: Esquema da análise de variância 
	FV
	GL
	E(QM)
	Repetições
	2
	-
	Populações
	6
	-
	Erro
	12
	2d 
	Dentro P1
	87
	2d P1
	Dentro P2
	87
	2d P2
	Dentro F1
	87
	2d F1
	Dentro F2
	261
	2d F2
	Dentro F3
	261
	2d F3
	Dentro F2RC12
	261
	2d F2RC12
	Dentro F2RC21
	261
	2d F2RC21
7 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
	Serão realizadas as seguintes atividades nos respectivos períodos:
- Revisão de literatura - agosto a outubro de 1995
- Obtenção das sementes F1 , RC11 e RC21 - agosto a novembro de 1995
- Obtenção das sementes F2 , F3 , F2RC11 e F2RC21 - dezembro de 1995 a março de 1996
- Preparo do ensaio - abril a maio de 1996
- Instalação do ensaio - julho de 1996
- Condução do experimento - julho a outubro de 1996
- Obtenção dos dados - outubro a dezembro de 1996
- Análises estatísticas - janeiro a março de 1997
- Redação da dissertação - marco a junho de 1997 
- Defesa da dissertação - julho de 1997 
8 - DIFUSÃO DE TECNOLOGIA 
	O trabalho será difundido em Congressos ou similares, em artigos científicos e será assunto de dissertação de mestrado.
 9 - ORÇAMENTO
	
10 - EQUIPE DO PROJETO 
	- Flavia França Teixeira - Aluna de MS em Genética e Mel. de Plantas - UFLA
	- Magno Antonio Patto Ramalho - Professor do Departamento de Biologia - UFLA
	- Ângela de Fátima Barbosa Abreu - Pesquisadora da EMBRAPA/EPAMIG
11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACQUAAH, G.; ADDAMS, M. W.; KELLY, J.D. Identification of effective indication of erect plant arquitecture in dry bean ideotype. Crop Science, Madison, v. 31, p.261-264, 1991.
BLISS, F. A. Inheritance of growth habit and time of flowering in beans (Phaseolus vulgaris L.). Journal American Society Horticultural Science, Mount, v.96, n.6, p.715-717, 1971.
BROTHERS, M. E.; KELLY, J. D. Interrelationship of plant architecture and yield components in pinto bean ideotype. Crop Science, Madison, v. 33, p.1234-1239, 1993.
COLLICCHIO, E. Associação entre o porte da planta do feijoeiro e o tamanho de grãos. Lavras: UFLA, 1995. 98 p. (Dissertação -Mestrado Genética e Melhoramento de Plantas).
COYNE, D. P. Modification of plant architecture and crop yield by breeding. Hortscience, Alexandria, v.15,n.3, p.244-247, 1980.
COYNE, D. P.; STEADMAN, J. R. Inheritance and association of some traits in a Phaseolus vulgaris L. cross. The Journal of Heredity, Baltimore, v.68, p.60-62, 1977.
MALBURG, M.E.; KELLY, J.D. Pinto bean for the midwest. Annual Report Bean Improvement Cooperative, Cali, v.35, p.15-16, 1992.
NIENHUIS, J.; SINGH, S. P.Effects of location and plant density on yield and architectural traits in dry bean. Crop Science, Madison, v.25, n.4, p.579-584, 1985.
RAMALHO, M. A. P.; SANTOS, J. B. dos; ZIMMERMANN, M. J. de O. Genética quantitativa aplicada em plantas autógamas: aplicaçõesao melhoramento do feijoeiro. Goiânia: Editora da UFG, 1993. 271 p.
SANTOS, J. B. dos; VENCOVSKY, R. Controle genético de alguns componentes do porte da planta em feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.21, n.9, p.957-963, 1986. 
SILVA, C. C. da; OLIVEIRA, E. T. de; CARNEIRO, J. E. de S.; AIDAR, H.; FAGUNDES, S. A.; DALSENTER, W.; WINTER, C. V.; BASSIN, R. A. T.; FONSECA, J. R. Colheita mecanizada do feijão (Phaseolus vulgaris L.). Goiania: EMBRAPA-CNPAF, 1994. 27 p. (EMBRAPA-CNPAF. Boletim de Pesquisa, 8).
VIEIRA, R. F. Mofo-Branco no feijoeiro. In: EPAMIG, Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.17, n.178, 1994. 
VENCOVSKY, R; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto; Revista Brasileira de genética, 1992. 426 p.
VILHORDO, B. W.; MULLER, L.; EWALD, L. F.; LEÃO, M. L. Hábito de crescimento em feijão (Phaseolus vulgaris L.). Agronomia Sulriograndense, Porto Alegre, v.16, n.1, p.78-79, 1980. 
		Formulário de Apresentação dos Projetos: Normalmente além da apresentação do projeto, conforme já mencionado, as fontes financiadoras solicitam o preenchimento de um formulário que contêm as principais informações do projeto e auxiliam na sua análise preliminar. Um exemplo de um desse formulário é apresentado a seguir:
	
 FAPEMIG
	
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
	FORMULÁRIO
2.0
	APOIO À PESQUISA
	PROCESSO
 NO
	MODALIDADES
	[ ] CÓDIGO: 2 X - APOIO INDIVIDUAL À PESQUISA
[ ] CÓDIGO: 2 Z - APOIO INSTITUCIONAL À PESQUISA
	1 - INSTITUIÇÃO
	NOME:
	CGC: INSCRIÃO ESTADUAL:
	ENDEREÇO:
	BAIRRO: TEL:
	CEP: CIDADE/ESTADO:
	REPRESENTANTE LEGAL:
	2 - INSTITUIÇÃO ASSOCIADA (se houver)
	NOME:
	CGC: INSCRIÃO ESTADUAL:
	ENDEREÇO:
	BAIRRO: TEL:
	CEP: CIDADE/ESTADO:
	REPRESENTANTE LEGAL:
	3 - INTERVENIENTE (se houver)
	NOME:
	CGC: INSCRIÃO ESTADUAL:
	ENDEREÇO:
	BAIRRO: TEL:
	CEP: CIDADE/ESTADO:
	REPRESENTANTE LEGAL:
	4 - GESTORA
	
	
	
	
	
	
Formulário 2 - Fls 2/3
	5 - COORDENADOR DA PESQUISA (PREENCHER TAMBÉM FORMULÁRIO NO 1)
	 DADOS PESSOAIS NO CADASTRO FAPEMIG:
	NOME:
	CPF: IDENTIDADE:
	ENDEREÇO:
	
	BAIRRO: TEL:
	CEP: CIDADE/ESTADO:
	TITULAÇÃO MÁXIMA:
	6 - TÍTULO DA PROPOSTA DE PROJETO DE PESQUISA
	
	ÁREA DO CONHECIMENTO: 
(TABELA DO CNPq):
	PALAVRAS-CHAVE:
	7 - RESUMO DA PROPOSTA DO PROJETO DE PESQUISA
	
	8 - RELAÇÃO DE OUTROS PESQUISADORES INTEGRANTES DA EQUIPE DO PROJETO, COM A RESPECTIVA TITULAÃO MÁXIMA.
	
	9 - OBSERVAÇÕES RELEVANTES PARA AVALIAÇÃO DA PROPOSTA
	
	10 - DURAÇÃO E DATA PREVISTA PARA INÍCIO DA PESQUISA
	 DURAÇÃO: MESES | DATA DE INÍCIO:
Formulário 2 - Fls.3/3
	11 - RECURSOS SOLICITADOS À FAPEMIG
	
	
	
	
	ÍTENS DE DISPÊNDIO
	QUANT
	IMPORTADO
(US$)
	NACIONAL
(R$)
	CONSOLIDADO
(NÃO PREENCHER)
	MATERIAL PERMANENTE
	
	
	
	
	MATERIAL DE CONSUMO
	
	
	
	
	SERVIÇOS DE TERCEIROS
	
	
	
	
	DESPESAS DE TRANSPORTE
	
	
	
	
	MATERIAL BIBLIOGRÁFICO
	
	
	
	
	TAXA DE ADMINISTRAÃO
	
	
	
	
	DIÁRIAS
	
	
	
	
	BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
	
	
	
	
	BOLSA DE APERFEIÇOAMENTO
	
	
	
	
	BOLSA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO INDUSTRIAL
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	TOTAL
	
	
	
	
	12 - OUTRAS FONTES/CONTRA PARTIDA EM RECURSOS FINANCEIROS
	
	
	
ENTIDADE
	IMPORTADO
(US$)
	NACIONAL
(R$)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	TOTAL
	
	
	13 - DATAS E ASSINATURAS
	
	
	LOCAL E DATA:
	
	
	
	
	
	
	REPRESENTANTE LEGAL DA INSTITUIÇÃO SOLICITANTE
	
	
	
	
	
	REPRESENTANTE LEGAL DA INSTITUIÇÃO ASSOCIADA
(SE HOUVER)
	
	
	
	
	
	COORDENADOR DA PESQUISA
	
	14 - DOCUMENTOS A SEREM ANEXADOS (VIDE MANUAL DO USUÁRIO)
AVALIAÇÃO DOS PROJETOS DE PESQUISA
		Todos aqueles que se dedicam a atividade de pesquisa devem estar preparados para darem pareceres sobre projetos de seus colegas. Para se proceder uma boa avaliação alguns comentários são necessários:
a) Essa é uma atividade que reflete o seu reconhecimento profissional pela comunidade. O projeto só é enviado a pesquisadores que se destacam na comunidade científica. Ciente deste fato, procure zelar pela reputação científica realizando com a maior dedicação possível a análise.
b) Na maioria das ocasiões essa atividade não é remunerada. Mesmo assim a avaliação deve ser realizada com critério, porque é uma oportunidade de se prestar um serviço a comunidade científica.
c) Não faça a avaliação com algum preconceito. O simples fato de um pesquisador ser renomado não é indício que o projeto é bom. De modo análogo, um pesquisador novo poderá elaborar um excelente projeto. A instituição de origem também pode induzir a certos preconceitos que não podem ser considerados.
d) A análise deve ser crítica sem exageros. Há pesquisadores que para mostrar “conhecimento”são excessivamente chatos. Eles esquecem que o projeto deles também serão avaliados. Não faça com os outros o que você não deseja que façam com você.
e) Também não seja excessivamente complacente dando a entender que tudo está ótimo, sem realmente estar. Nesses casos quando o parecer é avaliado pelos conselhos assessores das fontes financiadoras, a impressão que fica é que o projeto não foi lido ou que o consultor “ad hoc” , foi mal escolhido pois não entende do assunto.
f) Muito cuidado ao escrever o parecer. Seja conciso porém sem deixar dúvida. Evite colocar frases tais como: “o assunto não é prioritário”; “ a redação não está boa”. Quando o projeto é negado o parecer deve ser bem pensado. O autor do projeto necessita de uma explicação. Se o argumento não é válido, certamente ele irá questionar o parecer. Nesse caso, a replica ao autor é normalmente mais extensa e difícil.
g) A avaliação da parte orçamentária é muito difícil. O ideal seria ter um padrão de custo de projeto. Infelizmente não dispomos dessa informação. É preciso ficar atento pois alguns pesquisadores, estão mais interessados em equipar o seu laboratório com o projeto proposto. Esse tipo de projeto normalmente não conduz a nada.
h) As fontes financiadoras normalmente possuem normas de emissão dos pareceres. O formulário da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais é apresentado a título de ilustração.
	FAPEMIG
	FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
 PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA PARECER DO ASSESSOR “AD-HOC”
	TÍTULO DO PROJETO:
	PROCESSO NÚMERO:
	
	
	
	DATA:
	
	
	NOME DO PESQUISADOR
	
	NOME DA INSTITUIÇÃO
	
	CRITÉRIOS/GRAUS
	Fraco
	Bom
	Mbom
	Ótimo
	PARECER“AD-HOC”
	1. EQUIPE
	
	
	
	
	
	2. INFRA-ESTRUTURA
	
	
	
	
	FAVORÁVEL 
	3. OBJETIVO
	
	
	
	
	NÃO FAVORÁVEL
	4. METODOLOGIA
	
	
	
	
	FAVOR.C/ RESTRIÕES
	5. EQUIPAMENTOS
	
	
	
	
	
	6. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA
	
	
	
	
	ESPAÇO RESERVADO À FAPEMIG
	7. APROVEITAMENTO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	CÓDIGO DO CONSULTOR
	
	
	
	
	
	
	PRINCIPAIS ASPECTOS POSITIVOS (PONTOS FORTES)
	
	
	
	
	
	
	
	PRINCIPAIS ASPECTOS NEGATIVOS (PONTOS FRACOS)
	
	
	
	
	
	
	PARECER CONCLUSIVO
	
	
	
	
	
	1. EQUIPE E INFRA-ESTRUTURA (CRITÉRIOS 1 E 2): Análise da equipe, coordenação e instituição proponente - capacitação, experiência, organização, administração, liderança, estabilidade, infra estrurura e mecanismos de apoio existentes, inclusive para a transferência de tecnologia.
	
	
	
	
	2. OBJETIVO (CRITÉRIO 3): Análise quanto ao conteúdo da proposta - mérito científico e tecnologico, originalidade contribuições para o avanço da ciência e tecnologia.
	
	
	
	
	3. METODOLOGIA (CRITÉRIO 4): Análise quanto à adequação da metodologia ao objetivo.
	
	
	
	
	4. EQUIPAMENTOS (CRITÉRIO 5): Análise dos equipamentos (somente de grande porte) quanto à origem, qualidade, adequação, facilidade de manutenção, flexibilidade de uso, compatibilidade com outros equipamentos e custos.
	
	
	
	
	5. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA (CRITÉRIO 6): Adequação, prazos e custos globais.
	
	
	
	
	6. APROVEITAMENTO (CRITÉRIO 7): Fator multiplicativo, possibilidade de aproveitamento ou aplicação dos resultados, absorção pelo setor produtivo, impactos sobre a formação de recursos humanos e desenvolvimento regional. Contribuição para o avanço da ciência.
	
	
	
	
	7. COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS
	
	
	
	
	8. RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS À FAPEMIG
	
	
	
	
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DE PESQUISA
1 - INTRODUÇÃO
		Um projeto científico somente pode ser considerado concluido quando gerar algum produto ou as informações obtidas forem publicadas em revistas especializadas. Em um grande número de casos isso não ocorre. Alguns pesquisadores apenas fazem o relatório para o órgão financiador e param por aí. Outros apresentam o trabalho em reuniões científicas, congressos ou similares. É comum na comunidade científica pesquisadores aparentemente atuantes passarem anos sem publicar um único trabalho. Esse procedimento é incorreto. É imprescindível a divulgação dos resultados obtidos em revista com corpo editorial.
		Nesse tópico serão realizados comentários sobre a apresentação de resultados dos projetos de pesquisa, seja em reuniões científicas ou especialmente em periódicos especializados.
2. DIVULGAÇÃO DAS PESQUISAS EM CONGRESSOS
2.1 Preparo do Resumo
		A primeira sugestão é nunca deixar para a última hora o preparo do resumo. Nessa condição nem sempre o que está escrito irá retratar o que foi realizado bem como os resultados obtidos, com sérios prejuízos da informação .
		O resumo só deve ser redigido após os resultados serem analisados na integra. Inclusive é recomendável que um artigo seja redigido como se fosse ser publicado, para depois então preparar o resumo. Como o espaço dedicado aos resumos normalmente são pequenos, procure selecionar as informações que serão colocadas. Concentre-se naquelas mais expressivas.
2.2 Apresentação dos Resultados
		Nos congressos os resultados podem ser apresentados basicamente em duas formas: através de painéis e exposição oral. Cada uma dessas formas possuem certas particularidades que necessitam ser observadas.
2.2.1 Apresentação em Painéis
		O sucesso da apresentação através de painéis pode ser avaliado pelo número de congressistas que visitam, leem e trocam informações sobre o que está exposto. Por isso, os painéis devem despertar a atenção. Nesse contexto, as seguintes observações são importantes:
a) Procure fazer a melhor apresentação possível.
b) Deve-se evitar colocar textos excessivamente grandes. Coloque o mínimo de informações e em letras maiores para facilitar a leitura a uma certa distância.
c) As tabelas e/ou gráficos devem ser bem estudados para se colocar os resultados mais expressivos. Evite colocar tabelas excessivamente grandes com muitos números e/ou gráficos complicados com inúmeros pontos, pois isso inibirá o congressista. 
d) Durante a exposição do painel, o responsável deve estar sempre disponível para responder as indagações. Essas respotas devem ser de forma a mais clara possível e coloquial.
2.2.2 Apresentação Oral
		Como ocorre, no caso anterior, o sucesso da apresentação oral irá depender do interesse que o assunto tratado possa despertar na platéia e da capacidade didática do apresentador. As principais sugestões nesse caso são:
a) Procure preparar boas transparências e/ou “slides”. Os recursos computacionais atuais facilitam esse preparo. Deve-se evitar o uso de transparência e “slides” em uma mesma apresentação. Dê preferência a um deles.
b) Evite colocar todas as informações no “slide” ou transparência. Coloque apenas as mais importantes que deverão chamar a atenção.
c) Prepare um número restrito de transparência. Apresentações orais duram poucos minutos de 5 a 10 minutos. Nessa condição 5 transparências e/ou “slide” é o número máximo. Normalmente gasta-se 2 minutos em média para apresentação dos resultados que estão em uma transparência e/ou “slide”.
d) Procure confeccionar esses recursos visuais com boa estética. Em função do número provável de participantes e tamanho da sala, escolha a dimensão da letra a ser usada. De um modo geral, é recomendado para salas com até 60 participantes, letras de 0,7 a 0,9 cm de altura nas transparências.
e) No caso das tabelas e gráficos, as mesmas observações feitas para os painéis são válidas aqui.
f) É necessário treinar antes. De preferência convide um ou mais colegas para assistirem 
g) Nunca ultrapasse o tempo
h) Durante a apresentação evite ficar movimentado o apontador a laiser. A platéia fica acompanhando o ponto luminoso e perde a concentração no que você está apresentando.
i) Normalmente os pesquisadores não estão habituados com o uso de microfone. Procure mantê-lo sempre próximo a boca. Evite fazer gestos com a mão, que está segurando o microfone.
3. DIVULGAÇÃO DAS PESQUISAS EM PERIÓDICOS ESPECIALIZADOS
		Antes de se proceder os comentários sobre o preparo do artigo, necessário se faz responder algumas indagações, tais como:
a) O que publicar ? Muitos “pesquisadores” publicam qualquer coisa. Por outro lado outros não publicam nada. Não há nenhuma regra para responder a essa indagação. Deve ser publicado o que realmente irá contribuir para o desenvolvimento da ciência.
		É comum o recém mestre ou doutor tomar o seu trabalho de dissertação ou tese e depois subdividi-lo em inúmeros trabalhos. Alguns chegam a se jubilar acreditando que o fato de se extrair inúmeros trabalhos de uma dissertação e/ou tese é um fato que valoriza o seu desempenho acadêmico. Isso não é verdade. Para se conseguir esse objetivo, muitas vezes, o conteúdo fica todo mutilado e nenhuma das publicações geradas causa o impacto desejado. Devemos ter sempre em mente que o maior interesse é a qualidade das publicações e não o número de publicações. 
		Uma segunda indagação é onde publicar? Normalmente há dificuldades na escolha do veículo da publicação. Além do mais no Brasil temos poucas opções de revistas. Uma tendência natural é sempre procurar publicar no mesmo local e especialmente onde as exigências podem ser menores. Esse procedimento não é correto. É importante diversificar os periódicos utilizados nas publicações. 
		Como já mencionado, no Brasil temos poucas opções. A maioria delas são das sociedades científicas, tais como: Revista da Sociedade Brasileira de Genética, de Fitopatologia, Ciência do Solo, Fisiologia e Fruticultura. Há um número razoável associado às Universidades: Revista Ceres - UFV; Ciência e Agrotecnologia, da UFLA; Científica, UNESP Jaboticabal. Merece destaque ainda a revista Bragantia do Instituto Agronomico de Campinas e a Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira da EMBRAPA.
		Semprehá controvérsia sobre publicar em periódicos nacionais ou internacionais. Muitos argumentam que as publicações em revistas no exterior são mais importantes. Inclusive em algumas situações essa exigência de se publicar no exterior é muito acentuada, especialmente quando se solicita uma bolsa de pesquisa ou se tem algum projeto para ser financiado. Comentários a esse respeito podem ser encontrados em algumas publicações, uma das mais interessantes foi publicada por Forattini, 1996; ele comenta a respeito da ciência endógena e exógena. Isto é, há assuntos de interesse apenas regional não havendo razão de ser divulgado na comunidade internacional, onde o impacto será pequeno. Outros assuntos no entanto têm uma abrangência maior e evidentemente podem ser de interesse na comunidade internacional. Nesse caso a publicação, em inglês, em uma revista de maior circulação, seria oportuna.
		No caso das Ciências Agrárias a situação é bem peculiar. Desenvolvemos pesquisa para as condições de clima tropical. Evidentemente os resultados gerados tem menor interesse na Europa e nos Estados Unidos. É de se esperar que, nesse caso, a informações geradas em portugues terão muito maior impacto.
		A competição dos cientistas dos países subdesenvolvidos com os desenvolvidos é também até certo ponto, desleal. Comentários a esse respeito foram feitos por Gibbs e Writer (1995). Nos países desenvolvidos estão 24,1% dos cientistas do mundo que consomem 5,3% dos recursos com pesquisa e são responsáveis por apenas uma parcela muito pequena do que é publicado no mundo.
		A importância de um artigo científico tem sido avaliada por meio do seu impacto. Um dos modos de se avaliar esse impacto é o índice de citações do referido artigo nas revistas - SCI (“Science Citation Index”). É evidente que essas citações só são obtidas em determinadas revistas.
		Tem sido avaliado também o índice do impacto das revistas. Esse índice varia amplamente. Comparando, por exemplo, a Science ou Nature com qualquer revista brasileira a diferença é enorme. E nem poderia ser de outra forma, pela razões já mencionadas.
		Uma boa sugestão é procurar avaliar a abrangência do resultado obtido na pesquisa e em função dela escolher o periódico para enviar o trabalho. É importante, contudo, sempre dar preferência para periódicos que sejam indexados nas principais fontes de consulta ou base de dados. 
		Um outro questionamento que deve ser feito pelo pesquisador, antes de enviar o artigo é se ele está preparado para receber críticas. E mais ainda, se está suficientemente preparado para acatá-las. Como será comentado mais tarde os pareceres dos consultores científicos nem sempre são agradáveis. Apresentar contra argumentos dos consultores é quase sempre mais difícil que redigir o artigo. Por isso que essa questão é importante. Quem realmente deseja publicar deve estar ciente que tem de absorver as críticas e aceitar aquelas que forem pertinentes.
		Uma última indagação a ser feita é: como será a publicação? As revistas normalmente têm dois tipos de publicações: na forma de comunicação ou de artigo na íntegra. Ambos têm a mesma importância. Alguns critérios podem ser adotados na tomada de decisão. Se a pesquisa envolve resultados preliminares e que se deseja dar notícia a comunidade científica a melhor opção é a comunicação. Como esse procedimento o autor garante na maioria das vezes, a “paternidade” do assunto que está sendo pesquisado. Além do mais, via de regra, a tramitação de uma comunicação é mais rápida do que o artigo na intrega, o que é uma vantagem nessa situação.
		No caso de pesquisa em agricultura a generalização dos resultados exigem a repetição dos experimentos em vários ambientes. Quando, por exemplo, for realizado apenas um experimento e em uma única condição e que portanto os resultados não podem ser generalizados, a melhor opção é publicar na forma de comunicação. Em caso contrário, quando foram realizados inúmeros experimentos e os pesquisadores têm suficiente segurança nas conclusões obtidas, deve-se publicar essas informações em artigos na integra. 
3.1 - Partes componentes de um artigo na integra e sugestões para a redação. 
		De acordo com o periódico há certa variação nos itens que irão compor os artigos, porém, de um modo geral, tem-se:
3.1.1 - Título:
		O título é o principal “marketing” do trabalho científico. Um título de impacto atraí o leitor que irá se sentir motivado em ler o seu artigo. Segundo um editorial da revista Crop Science o título deve conter de 6 a 12 palavras.
Deve-se evitar o uso de abreviações e o nome científico da espécie especialmente se essa já é bem conhecida. Comece com palavra chave. Não utilize frase de baixo impacto, tais como: Estudo da; Efeito de; Influência da.
		Lembre-se que o título deve ser bem “amarrado” com o objetivo do trabalho.
3.1.2 Resumo - Abstract
		É esperado que o resumo seja lido por 50 a 500 vezes mais pessoas do que o artigo na íntegra. Por isso, ele deve ser bem redigido e deve ser auto explicativo, isto é, deve conter suficientes informações sobre o conteúdo de todo trabalho.
		É importante descrever o objetivo e os principais resultados. Inclusive é sempre aconselhável começar com objetivos bem definidos e só depois então fornecer alguma informação sobre o material e métodos. Tenha sempre ou mente que o resumo deve conter a informação e não a promessa de informação. Evite tirar frases como: são descritos e será apresentado.
3.1.3 Introdução
		
		Deve responder as questões: o que o foi feito? E porque ? Quase todas as observações sobre a redação da justificativa do projeto são válidas aqui. Na introdução vá direto ao assunto. Evite introduções grandes, repletas de revisões. Cite somente os artigos mais novos e mais importantes. Quando é um assunto muito pesquisado e há inúmeras literaturas a esse respeito, cite 3, no máximo 4 delas.
3.1.4 Material e métodos
		As informações comentadas na elaboração do projeto são válidas aqui também. 
		Procure colocar de modo suscinto todos os detalhes do material e métodos que foram efetivamente utilizados. No caso do emprego de metodologias de análises químicas ou de dados, que sejam muito conhecidas basta apenas citar a fonte. Quando a metodologia é nova ou pouco usual é aconselhável colocar os detalhes que possibilitem ao leitor reutilizar a metodologia.
3.1.5 Resultados e discussão
		Esse item pode ser junto ou escrito em separado. Nas dissertações e teses a melhor opção é separa-los. Com isso evita-se a repetição de muita informação. Além do mais a discussão em item separado possibilita ao autor utilizar todos os resultados ao mesmo, tempo uma vez que eles já foram anteriormente comentados.
		Na redação desse tópico alguns pontos devem ser considerados:
		Tabelas e Gráficos: Antes de começar a redação dos resultados, as tabelas e gráficos já devem estar todos prontos. Nessa etapa é necessário muita reflexão. Normalmente há um excesso de dados e não há condição de apresentar todos. Por isso as tabelas e gráficos devem ser devidamente estudados para serem bem objetivos e informativos. Algumas sugestões para o preparo das tabelas e gráficos serão apresentados a seguir. Maiores informações podem ser encontrados em Gomez & Gomez (1987).
a) No artigo científico evite colocar quadro de análise de variância. A análise é realizada para auxiliar na interpretação dos resultados e não necessarimente devem ser divulgados. Só é aconselhável apresenta-las quando houver alguma decomposição das fontes de variação de modo não tradicional, qundo se envolve alguma análise genético estatística em que a interpretação é decorrente do resultado da análise de variância.
		Um comentário que necessita ser feito é que em se tratando de dissertações ou tese, onde não há restrição no número de páginas e que têm o caráter mais didático, as análises de variância devem ser colocadas. Isso auxilia a quem desejar conferir alguma informação obtida. Mas mesmo nesse caso, no quadro basta ter as fontes de variação, os graus de liberdade associados a cadafonte de variação e os quadrados médios, onde deverá ser identificado se a variância foi significativa ou não. (Tabelas 1 e 2). 
b) Tenha sempre em mente que quanto mais simples for a tabela melhor. Concentre-se em um número limitado de idéias. Assim procedendo as tabelas ficam mais claras e objetivas. Quando o número de dados é grande, é preferível utilizar um número maior de tabelas para não dificultar o seu entendimento.
c) O que caracteriza uma boa tabela é a capacidade de apresentar idéias e relações independentes do texto. Todas as tabelas devem ser auto-explicativas, isto é, podem ser analisadas sem necessidade de consultar o texto.
d) O título deve ser bem explícito porém sintético. Procure colocar o que contém a tabela, onde foi realizado e quando foi realizado.
e) Estude bem as disposições dos dados de modo a facilitar ao máximo o entendimento pelos leitores.
f) As afirmações que existem diferenças significativas entre duas ou mais médias devem ser sempre acompanhadas do teste de significância apropriado.
		Nesse contexto algumas observações são necessárias:
f1) Em muitas situações são apresentadas as médias (m) seguidas de um determinado valor. Ex: 2525 225. O uso dessa forma de apresentação é comentada por Riley (1994), e considera que esse procedimento deve ser evitado. Isso porque, assim colocando, não há condições de se saber se o 225 corresponde ao desvio padrão, erro padrão da média ou o erro da diferença entre duas médias. Sugere deixar bem explicito, isto é, 2525 com erro padrão da média de 225 ou 2525, s(m) 225.
f2) Não se pode utilizar teste de média quando se avaliou tratamentos quantitativos. Seja por exemplo a comparação de 5 níveis de nitrogênio na cultura do milho: 0, 50, 100, 150 e 200 kg/ha. Nessa situação apesar de se ter utilizado níveis definidos, espera-se que a informação gerada possa ser válida para qualquer nível entre 0 e 200 kg/ha e portanto o uso de regressão é que se presta para essa situação. É comum na literatura ainda encontrar teste de médias aplicadas a esse tipo de tratamento. Esse procedimento como já mencionado é errôneo.
f3) Quando se avalia um grande número de tratamentos, acima de dez, e há diferença significativa entre eles, a forma de demonstrar essas diferenças detectadas por qualquer um dos testes, tem sido o emprego de letras ou um sistema de barras. Em qualquer um dos dois casos pode haver confusão, dificultando a interpretação dos resultados. Uma alternativa interessante que tem sido pouco utilizada é o método de Fasoulas (1983). Na tabela (3) é mostrado um exemplo utilizando os dados de um experimento de competição de cultivares de feijão. As médias foram comparadas pelo teste de Duncan e as cultivares que não diferiram entre si estão seguidas da mesma letra. Pelo método de Fasoulas (1983) estima-se os parâmetros m e P. O m fornece o número de entradas (cultivares) que um dado cultivar superou estatisticamente e o P é esse valor em termos percentuais. No exemplo, o cultivar 1, deve ser considerado o mais promissor porque foi superior estatisticamente a oito cultivares, o que corresponde a ter sido mais produtivo que 44% dos cultivares avaliados. Observa-se que a partir do cultivar situado na décima posição, não houve diferença significativa e portanto esses cultivares não diferiram em produtividade. Esse procedimento é de fácil estimativa e interpretação e sobretudo simplifica a apresentação dos resultados. 
f4) Empregando-se gráficos de barras para representar as médias de tratamentos discretos deve-se identificar também os casos em que as diferenças foram significativas. Quando o teste de Duncan é aplicado, pode-se utilizar a notação de letras como comentado anteriormente. Nessa situação as letras são colocadas no topo das barras (Figura 1). Se for usado o teste de t, Tukey ou LSD, por exemplo, a magnitude do valor da DMS, em escala correspondente, deve ser identificada no próprio gráfico (Figura 2).
DMS (0,05)
figura 1. Produtividade (g/m2) de híbridos de arroz, seus parentais e da testemunha. (FONTE GOMEZ & GOMEZ, 1987).
de
ef
b
f
gh
i
cd
cd
cd
gh
gh
a
ghi
g
cd
e
cd
a
ab1/
1 barras contendo a mesma letra não diferem entre si pelo teste de Ducan ao nível de 5% de probabilidade.
FIGURA 2. .Capacidade de esporulação de três isolados de Pyricularia oryzae em seis cultivares de arroz. FONTE: GOMEZ & GOMEZ, 1987.
TABELA 1. Resumo das análises de variância, do Diâmetro da altura do peito (cm), obtido na avaliação de famílias de meios-irmãos de diferentes procedências de E. cloeziana com 29 meses de idade, Bocaiúva-MG.
	
	
	
	
	QM (Procedências)
	
	
	
	
	FV
	Ravenshoe
	Cardwell
	Blackdown
	Helenvale
	Monto
	Gympie
	Herberton “A” 
	Herberton “B”
	Repetições
	12,99**
	30,07**
	15,61**
	14,08**
	18,64**
	8,04**
	3,63
	9,28**
	Famílias
	(50)1/ 12,83**
	(50) 14,40**
	(55) 6,70**
	(49) 17,34**
	(23) 22,12**
	(49) 19,09
	(24) 12,67**
	(24) 8,00**
	Erro
	2,85
	3,80
	2,70
	3,03
	3,56
	2,79
	2,98
	3,00
	Cve (%)
	12,34
	16,44
	15,94
	17,73
	16,83
	13,25
	15,98
	16,82
	Média (cm)
	6,11
	5,38
	5,07
	4,49
	5,41
	5,77
	4,98
	4,52
1/ : o valor entre parenteses corresponde aos graus de liberdade;
*,**: teste de F significativo ao nível de 5 e 1% de probabilidade, respectivamente.
TABELA 2.Resumo das análises de variância conjunta, com base nas médias de locais ou de gerações, da produção de graos (Kg/ha), obtidas das avaliações das progênies, a nível de parcela.
	
	
	
	QM
	F.V.
	G.L.
	F7
	F8
	Progênies (P)
	143
	547291,01**
	289941,12**
	Locais (L)
	1
	226252211,22**
	104676563,**
	P x L
	143
	427991,05**
	249430,31**
	Erro médio
	506
	299214,33
	160669,42
	Média (kg/ha)
	
	2157,41
	1533,41
	Cve (%)
	
	25,35
	26,14
	
	
	Lavras
	Patos de Minas
	Progênies (P)
	143
	477704,51**
	275084,73**
	Gerações (G)
	1
	134006271,75**
	45773098,01**
	P x G
	143
	516876,92**
	244987,32**
	Erro médio 
	506
	301961,25
	157922,50
	Média (Kg/ha)
	
	2275,31
	1415,51
	Cve (%)
	
	24,15
	28,07
**: significativo a 1% pelo teste de F.
TABELA 3.Produtividade média de grãos g/parcela obtido no experimento de avaliação de cultivares de feijão, Lavras, 1989.
	Cultivares
	Produtividade de grãos de feijão g/ parcela
	Método Fasoulas
	
	
	
	 mi 2/ 
	Pi (%)
	1
	1167
	A1
	8
	44
	2
	1034
	A B
	5
	28
	3
	1010
	A B C
	5
	28
	4
	997
	A B C D
	4
	22
	5
	989
	A B C D E
	3
	17
	6
	966
	A B C D E F
	3
	17
	7
	956
	A B C D E F
	2
	11
	8
	904
	A B C D E F
	1
	6
	9
	847
	A B C D E F G
	1
	6
	10
	847
	A B C D E F G
	0
	0
	11
	833
	 B C D E F G
	0
	0
	12
	710
	 B C D E F G
	0
	0
	13
	706
	 B C D E F G 
	0
	0
	14
	673
	 C D E F G
	0
	0
	15
	659
	 D E F G
	0
	0
	16
	629
	 E F G
	0
	0
	17
	585
	 F G
	0
	0
	18
	517
	 G
	0
	0
1 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade 
2 mi e Pi - número e percentagem de cultivares que foram superados estatisticamente pelo cultivar i, respectivamente.
		Ainda com relação aos gráficos de barras é bom salientar que o eixo das ordenadas (y) sempre deve começar na origem, para refletir com exatidão a magnitude das médias de tratamentos e as diferenças entre elas (Figura 3). No caso de diferenças acentuadas entre médias, evite a interrupção de qualquer barra e consequentemente nos valores plotados no eixo y.
		Não é aconselhável colocar os valores das médias no topo das barras. Caso haja interesse em maior precisão das médias na apresentação, o gráfico de barras provavelmente não é a melhor opção
f5) Como já mencionado, tratando-se de tratamentos quantitativos, onde as respostas obtidas são de interesse não apenas para os níveis testados, mas para todos os pontos entre o maior e o menor nível, o emprego de regressão é a melhor opção. Nessa situação o gráfico de linhas é mais apropriado, pois permite evidenciar a relação funcional entre os níveis dos tratamentos e as respostas biológicas ou agronômicas correspondentes. Aqui também algumas sugestões se fazem

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