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Obstetrícia – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Hemorragias da segunda metade da gestação Causas: Placenta prévia: Implantação no segmento inferior do útero, previamente à apresentação e que se mantém após 26-28 semanas de gestação; Fatores de risco: Paridade – multípara: nulipara – 5:1 Idade materna avançada: pode levar a hipoatividade do ovo; Cesáreas prévias; CICATRIZES UTERINAS – cicatriz cesareana, istmocele (no momento da cicatrização, além do tecido fibroso, é formado um cisto no miométrio e pode acumular menstruação, por exemplo). - tecido cicatricial é um local onde o ovo tem maior facilidade de implantação, por isso o risco de placenta prévia; Endometrite anterior e curetarem uterina: tecidos cicatriciais são formados no endométrio, dificultando a irrigação sanguínea e a implantação. Porém, o ovo pode se prender ao tecido cicatricial e levar a placenta prévia; Ovo hipoativo: leva a implantação baixa ou até em ectópica cervical. Classificação da implantação placentária: Prévia total: recobre o orifício interno do colo; Prévia parcial: recobre parcialmente o orifício interno; Prévia marginal: borda placentária tangencia o colo; Inserção baixa: até 5-7cm de orifício interno do colo. Eliologia: NÃO elucidado Diagnóstico Suspeitar sempre que: 1) Sangramento indolor > 24 semanas de gestação; 2) Sangramento indolor intermitente; 3) Ausência de sinal de sofrimento fetal – sem sinais de sofrimento fetal, CIUR ou oligoidramnio; 4) Tônus uterino normal. TODAS as pacientes gestantes que relatam sangramento uterino deve ser realizado exame especular e verificar se o sangramento não tem relação com o colo uterino. Caso o sangramento esteja saindo do sangramento externo do colo do útero, deve-se ficar atento a sangramentos de origem uterina. Exames Ultrassonografia (padrão ouro) – avaliação da placenta; Se for pedido antes de 26 a 28 semanas, o US deve ser solicitado novamente após 28 semanas; Diagnóstico definitivo após 30 semanas; Conduta - Medidas gerais: repouso relativo e não absoluto, abstinência sexual, reposição de ferro (caso a paciente apresente anemia com diminuição da hemoglobina e Obstetrícia – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) hematócrito), evitar toques vaginais (pode ocorrer abertura do colo e toque da placenta levando ao descolamento prematuro); - Corticoterapia (paciente próxima de 34 semanas e com sangramento que não interrompe/ativo – 48h após o corticóide o bebê está preparado para nascer, por isso deve ocorrer monitoramento desse feto); **Se o sangramento cessar: continuar pré- natal habitual após monitoramento; *Se o sangramento não cessar: avaliação para interrupção da gestação; - Interrupção da gestação se IG > 37 semanas; Conduta expectante - 75% dos casos são auto-limitados; - Controle domiciliar 48h após o cessamento do sangramento. Conduta ativa - Sangramento intenso com repercussão na vitalidade fetal – interrupção da gestação; - CESAREANA: PpTotal ou PpParcial - VAGINAL: Pmarginal ou inserção baixa – indução do parto e monitoramento da paciente porque pode ter descolamento de placenta; Complicações - Anemia crônica; - Prematuridade; - CIUR; - Hemorragia grave; - Acretismo placentário; Acretismo placentário: placenta aderida profundamente no útero. Classificação Acreta: aderida profundamente na descídua; Increta: atinge miométrio; Percreta: Atinge serosa ou órgãos pélvicos; Fatores de risco - Cicatrizes uterinas prévias: principalmente de cesárea; - Idade materna; - Multiparidade; - Miomas; - Anormalidades maternas. Diagnóstico No momento da dequitação: - dificuldade de secundamento – saída da placenta; - sangramento aumentado (hemorragia purperal); Ultrassonografia com Doppler: - mostra penetração mais profunda da vascularização; RNM: - importante para avaliar órgãos próximos; Atenção! Se for possível descobrir o tipo de acretismo na RNM e for diagnóstico de increta e percreta – parto cesareana é indicativo como eletivo, com equipe cirúrgica pra a reconstrução de tecidos. Obstetrícia – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Tratamento Conservador: acreta (visa preservar fertilidade) – curetagem e medicamento para contração uterina; Histerectomia: increta e percreta; Complicações Hemorragia intensa; CIVD: coagulação intravascular disseminada; IRA; Histerectomia periparto; Óbito materno; Rotura de seio marginal - borda placentária que atua coletando sangue venoso materno; Clínica: semelhante à placenta prévia (sangramento indolor sem sofrimento fetal); Diagnóstico: é de exclusão; Pode evoluir para DPP (descolamento prematuro de placenta): durante o trabalho de parto pode acontecer à rotura de seio marginal, a ruptura do seio marginal levando ao sangramento que pode gerar um hematoma e levar ao descolamento da placenta; Descolamento prematuro de placenta: Separação da placenta implantada no corpo uterino antes do nascimento do feto em gestação maior de 20 semanas. Incidência: 1-2% - responsável por 15-20% das mortes fetais; Fisiopatologia: desconhecida Rotura dos vasos maternos na decídua basal – trauma ou hipertensão arterial descompensada; Hematoma oculto: - autolimitado; - progressivo >>>> dissecando interface materno-fetal; - pode ocorrer em qualquer porção da inserção placentária; - Hematoma oculto: 1) Autolimitado 2) Progressivo Fatores de risco: Síndromes hipertensivas; DHEG grave (aumenta o risco em 8 vezes); Traumas; Cordão curto; DPP anterior (aumenta risco em 15 - 20 vezes); Amniorrexe prematura (2-5% de associação); Tabagismo (lesão vascular); Cocaína; Hiperdistensão uterina (gestação múltipla ou polihidramnio); Trombofilias hereditárias (Fator de V de Leiden, protrombina ou hiper- homocisteinemia). Obstetrícia – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Diagnóstico Clínico: - Dor abdominal súbita e intensa; - Hipertonia uterina: contração uterina intensa devido a inflamação causada pelo sangramento da descídua; - Sangramento vaginal intenso, mas o sangramento pode ser oculto; - Hemoâmnio; - Sofrimento fetal agudo ou decesso fetal; - Convergência tensional materna: paciente com hipotensão, baixa pressão arterial; - Choque hipovolêmico - CIVD Atenção! O volume de sangramento genital não tem correlação com a gravidade. Tratamento Feto VIVO: parto cesáreo de emergência; Reserva de sangue, coagulograma e hemoglobina urgente; Feto MORTO: via obstétrica; Depende das condições maternas; Complicações - Atonia uterina (útero de Couvelaire); - Discrasia sanguínea; - IRA; - Síndrome de Sheehan: necrose da hipófise por baixa perfusão sanguínea; - Óbito materno-fetal. Rotura uterina: Maior ocorrência após 28 semanas de gestação e no momento do parto; Fatores de risco: Hipercontratilidade uterina; Cicatrizes uterinas prévias; Traumas abdominais; Instrumentação (Fórceps) e manobras no parto (Versão externa do feto – mudança da posição do feto – antes de 37 semanas porque o bebê está menor e oferece menos risco fetal e materno); Multiparidade; Gestação múltipla; Macrossomia fetal; Polihidramnio; Sintomas - Anel de Bandel (distensão do segmento) Inferior do útero com formação de depressão em anel; - Dor intensa; - Palpação de feto em cavidade abdominal; - Sinais de choque e irritação peritoneal. Conduta Obstetrícia – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) - Abordagem cirúrgica imediata; - Reserva de sangue; - Estabilização hemodinâmica. Rotura de vasa prévia: rotura de vasos calibrosos do funículo de placentas com inserção velamentosa de cordão; Óbito fetal – o vaso que se rompe, em geral, é fetal; Geralmente ocorre no momento da rotura de membranas (rompimento da bolsa amniótica); Clínica: hemoâmnio e sofrimento fetal agudo; Atenção! INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE: Pacientes que tem sangramento e forem Rh- Administrar 300mcg de Imunoglobulina anti Rh D nas primeiras 72 horas de sangramento em paciente Rh m=negativas (ACOG 2015).
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