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A Invencao da Psicanalise - Documentário

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Resumo do documentário “A invenção da Psicanálise
Por Anelise Malta
Sigmund Freud era médico neurologista, judeu, explorador das profundezas do inconsciente e inventor da psicanálise. Um homem sombrio, complicado, ambicioso, de uma inteligência extraordinária, com desejo de ser um grande homem quis mudar o mundo. Na sua busca para entender a origem das neuroses ele quis iluminar o lado escuro da alma e usava o divã como laboratório de investigação, onde seus pacientes eram experiência e saber clínico. 
O documentário começa em 1885, quando Freud vai a Paris assistir as aulas de Jean-Martin Charcot, o maior neurologista da época, que usava a hipnose para tratar mulheres Histéricas. No Hospício de Salpetriere haviam 5 a 6 mil mulheres trancadas*, consideradas loucas, incuráveis, eram acorrentadas e abandonadas seminuas, cruelmente marginalizadas. No final do seculo XIX a histeria era considerada uma doença do útero e Charcot se opunha a esta vertente e queria mostrar que a histeria era uma neurose funcional. 
* Me parece um percentual muito elevado de mulheres neuróticas para a população da época. Realmente haviam tantas mulheres histéricas? Qual era o parâmetro para classificar uma pessoa doente? Será que a loucura era só uma manifestação contra o sistema ou contra os homens? Pode ser que depois de serem trancadas por manifestar-se ficavam loucas?
Freud deslumbrado pelo teatro da histeria percebeu que a relação entre médico e paciente parecia uma história de amor. As aulas de Charcot o fez demolir seus conceitos e acabou queimando seus estudos dos últimos 14 anos. A partir daí cria uma nova conexão entre histeria e sexualidade apontando sobre as feridas originais dos homens.
	Ao retornar para Viena, no Instituto de Fisiologia, conhece Joseph Breure, médico, judeu, especialista em doenças nervosas, que se torna uma figura paternal.
A paciente Anna O. foi a primeira paciente analisada do mundo. Ela era a representante das jovens burguesas que não eram ouvidas e aspiravam por outra vida. A histeria era a linguagem desse desejo refreado no âmbito da razão. Breure desenvolveu a terapia da fala e usava a hipnose para que as pacientes se lembrassem de determinados episódios das suas vidas. Esse era o Método Catártico no qual as mulheres eram ouvidas e tratadas, porém não havia cura.
	Em 1886 abriu seu consultório onde atendia mulheres burguesas vienenses que sofriam de neuroses: doenças dos nervos, neurastenia e histeria. A partir de 1889, após sua paciente Fanny Mozes suplicar “não fale comigo, não me toque, escute-me”, Freud abandona a hipnose e começa a deitar seus pacientes em uma cama (divã), ele se sentava atrás, onde podia ver sem ser visto. A palavra a é o ato terapêutico em si. Sem magnetismo, hipnose ou olhares os pacientes contavam sobre a infância, as fantasias e falavam livremente. A partir daí atribuiu a sexualidade um lugar fundamental, pois ela determina a vida psíquica segundo Freud. Constatou que a neurose não era uma doença insólita, mas a consequência de conflitos infantis não resolvidos.
Freud teve um amor louco por Wilhelm Fliess, médico berlinense, com quem trocou muitas ideias e correspondências. Teve um papel fundamental para o nascimento da psicanálise. Nesta época elaborou suas teorias: da bissexualidade, da sedução, da fantasia, do aparelho psíquico e da cura da histeria e neurose obsessiva (fórmula do choque sexual e da volúpia sexual infantil).
	Freud começa a se questionar e passa a se auto analisar, tirando o paciente como objeto de estudo externo e se colocando no lugar para saber se teria vivido o mesmo. A filosofia da consciência é a base da psicanálise, é o questionamento da própria pessoa e da sua própria história. Na mesma época constata que algumas pacientes se apaixonam por seu psicanalista, um amor que não é real e o classifica como Transferência Positiva.
	Em 1900 lança o livro “A interpretação dos sonhos” onde relata que o sonho é a realização de um desejo inconsciente ou reprimido, é o caminho real que leva para o inconsciente, um meio para atingir os segredos da mente. Também atribui significado para os mistérios mais comuns dos homens: ato falho, lapso e esquecimento. Desta forma a psicologia se torna para todos, não só para os neuróticos.
	 Em 1902 Freud começa a se reunir com médicos, historiadores, e escritores formando um laboratório de novas ideias. É assim, que funda a primeira associação Freudiana: a Sociedade psicológica da quarta-feira.
	Em 1905 Freud publica 3 ensaios sobre a teoria da sexual e atribuiu as crianças e adultos considerados “normais” fantasias sexuais e comportamentos considerados patológicos como a masturbação, sodomia, fetichismo e desejo de incesto. Classifica como Complexo de Édipo a representação do inconsciente onde há o desejo da criança pelo genitor do sexo oposto e hostilidade pelo mesmo sexo, apontando que é uma fase que todos passam e superam. 
	
	Carl Gustav Jung colaborou com as pesquisas sobre a fala no tratamento de pacientes psicóticos e com o método das associações livres. Também fez parte do principio da internacionalização da psicanálise, mesmo se afastando da linha de pensamento anos depois.
	Em meio a 1a Guerra Mundial, Freud com sua doutrina combate o niilismo terapêutico do final do século e mostra o papel fundamental da sexualidade na gênese da neurose. Torna-se um profissional reconhecido cercado pelos seus fieis discipulos: Sandor Ferenczi, Enerst Jones e Karl Abraham. Funda o Movimento Psicanalítico Internacional que conquistou o mundo. Após a guerra o cenário de Viena muda e Berlim passa ser o grande centro da psicanálise.
	Em 1920, após Freud analisar sua própria filha foram estabelecidas regras para psicanalisas, uma delas é que os pacientes devem ser pessoas próximas, preferivelmente desconhecidas. Havia o questionamento da curabilidade e incurabilidade na psiquiatria e das doenças psíquicas, pois quando se cura uma doença outra aparece e sempre haverá doenças e uma medicina para tratá-las.
	Nesse mesmo ano uma de suas filhas morre e desenvolve um novo dualismo: a pulsão de vida e a pulsão de morte, que são forças elementares que se confrontam eternamente. Também fez um mapa separando a mente em 3 categorias: ID (inconsciente, acessível indiretamente através dos lapsos, sonhos e sintomas), Superego (consciente e inconsciente, pode ser definido como consciência, predominante negativo, primitivo, a fonte da culpa) e Ego (consciente e inconsciente, age, recebe, interpreta e organiza a mente, relativo ao domínio do mundo e está relacionado com forças externas).
	Em 1925, Marie Bonaparte começa a ser analisada por Freud e se torna uma nova mulher. Encantada com a terapia põe sua fortuna e poder a serviço do movimento, traduz as obras do mestre fazendo com que a psicanálise crescesse fortemente na França.
	Com o aumento do nazismo os principais psicanalistas, que eram judeus, deixaram Berlim e foram para os Estados Unidos. Freud deixa Viena em 1938, passa por Paris antes de chegar a Londres, onde passou o seu último ano de vida.
	Após a morte de Freud criou-se um forte debate sobre o modo como ele deveria ser interpretado dividindo a psicanálise em três grupos. Os dois primeiros marcados pela rivalidade entre as teorias de Anna Freud e Melanie Klein, que trabalhavam com análise de crianças. O confronto entre analistas, suas práticas e costumes causaram grandes controvérsias. O outro grupo eram os independentes liderados por Donald Woods Winnicott, médico pediatra, também interessado pelos processos na infância.
	Em 1945 a França ganha força no cenário da psicanálise com dois grandes personagens: Françoise Polto e Jaques Lacan, que fazem parte da terceira geração de psicanalistas, ou seja, não conheceram Freud. Lacan, médico psiquiatra, foi o último dos grandes interpretes do pensamento freudiano. Marcado pelo surrealismo e pela filosofia tornou o inconsciente um lugar de linguagem.
	Nos Estados Unidos os discípulos de Freud adotaram uma nova identidade, para se integrar à sociedade transformarama psicanálise em uma teoria americana da felicidade individual. Praticada exclusivamente por médicos se tornou frágil e empírica demais tendo seu declínio em 1970, quando a indústria farmacêutica surgiu com as pílulas que sugeriam curar a melancolia da alma*. 
	*Apesar de Freud acreditar que um dia os medicamentos poderiam fazer as pessoas se sentirem melhor e mudar profundamente o espírito, a terapia não foi superada pelas pílulas. Os remédios apenas tratam os sintomas e não curam a causa daquilo que atormenta e adoece a mente das pessoas.
	A psicanálise se implantou em todos os países democráticos. Teve sua origem na filosofia iluminista e no romantismo, com a sua contestação ao niilismo terapêutico e com a escuta do mal-estar coletivo e do sofrimento individual continua sendo contestada até hoje. Apesar das divergências entre os seus praticantes Freud, indiscutivelmente, foi um homem que mudou a história e o rumo das terapias psíquicas.
Referência bibliográfica:
A INVENÇÃO DA PSICANÁLISE; Direção: Elizabeth Kapnist. Autoras: Elizabeth Kapnist e Elizabeth Roudinesco. Participação: Elisabeth Roudinesco, Peter Gay, Jean Clair, Regine Lockot, Riccardo Steiner e Yosef Hayim Yerushaimi. Produção: France 3 / BFC Productions em associação com La Sept ARTE. França: France 3 / BFC Productions, 1997. (115min)

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