Buscar

Apostila_de_Fios_Agulhas_e_Suturas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
INSTITUTO DE VETERINÁRIA - IV 
DEPARTAMENTO DE MEDICINA E CIRURGIA VETERINÁRIA 
IV – 340 ANESTESIOLOGIA E TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO 
APOSTILA I 
SUTURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEROPÉDICA 
2018 - I 
2 
 
ORGANIZAÇÃO 
 
MARTA FERNANDA ALBUQUERQUE 
DA SILVA 
PROFESSORA TITULAR 
ROSANA PINHEIRO BOTELHO 
PROFESSORA ASSOCIADA 
 
 
 
ANA CAROLINA DE SOUZA CAMPOS 
MESTRANDA DO PROGRAMA DE PÓS 
GRADUAÇÃO EM MEDICINA 
VETERINÁRIA 
JULIANA LETÍCIA ROSSETTO 
MARQUES 
EX MONITORA DE ANESTESIOLOGIA E 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
 
 
REVISÃO TÉCNICA 
MARTA FERNANDA ALBUQUERQUE DA SILVA 
 
REVISÃO 
ANA CAROLINA DE SOUZA CAMPOS 
MARIA EDUARDA DOS SANTOS LOPES FERNANDES 
DIAGRAMAÇÃO 
ANA CAROLINA DE SOUZA CAMPOS 
JULIANA LETÍCIA ROSSETTO MARQUES 
 
 
 
 
 
 
SEROPÉDICA 
3 
 
ÍNDICE 
1. Conceito de Sutura.......................................................................................................5 
2. Condições Para Uma Sutura Ideal..............................................................................5 
2.1 Antissepsia e assepsia adequadas dos tecidos e instrumentais cirúrgicos..5 
2.2 Hemostasia perfeita.......................................................................................5 
2.3 Supressão dos espaços mortos.....................................................................5 
2.4 Bordas da ferida limpas e sem anfractuosidades.........................................6 
2.5 Ausência de corpos estranhos e de tecidos mortos.....................................6 
2.6 Posição anatômica correta............................................................................6 
2.7 Trações adequadas sobre o fio......................................................................6 
2.8 Força do Tecido..............................................................................................7 
3. Fios de Sutura..............................................................................................................7 
3.1 Características Gerais.....................................................................................7 
3.1.1 Diâmetro do Fio................................................................................7 
3.1.2 Composição do Fio...........................................................................7 
3.1.3 Capilaridade e Aderência Bacteriana..............................................8 
3.1.4 Inatividade Biológica.......................................................................8 
3.1.5 Fácil manejo....................................................................................9 
3.1.6 Baixo índice de fricção...................................................................9 
3.1.7 Tempo de absorção determinado.................................................9 
 3.1.8 Calibre uniforme.............................................................................9 
 3.1.9 Plasticidade.....................................................................................9 
 3.1.10 Memória........................................................................................9 
 3.2 Força de Tensão............................................................................................9 
 3.3 Classificação dos Fios....................................................................................10 
 3.3.1 Fios Absorvíveis..............................................................................10 
 3.3.2 Fios Inabsorvíveis...........................................................................13 
4. Agulhas Cirúrgicas.....................................................................................................16 
 4.1 Classificação das agulhas..............................................................................16 
4 
 
 4.1.1 Agulhas atraumáticas......................................................................17 
 4.1.2 Agulhas traumáticas.......................................................................17 
 4.2 Formato das agulhas....................................................................................17 
 4.3Fundo das agulhas.........................................................................................18 
5. Suturas........................................................................................................................19 
 5.1 Tipos de suturas............................................................................................19 
 5.1.1 Suturas interrompidas/ Suturas contínuas....................................19 
 5.1.3 Suturas aposicionais/ Suturas invaginantes/ Suturas 
evaginantes...................................................................................................................20 
5.2 Padrões de sutura........................................................................................20 
 5.2.1 Suturas interrompidas...................................................................20 
 5.2.2 Suturas contínuas..........................................................................25 
 5.2.3 Suturas compostas........................................................................29 
5.3 Retirada dos fios de sutura.........................................................................29 
6. Referências................................................................................................................30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Conceito de Sutura 
As suturas são realizadas através de um conjunto de manobras manuais e/ou 
instrumentais a fim de repararem feridas, já que são capazes de promover 
hemostasia e conferir suporte até a reparação tecidual, restabelecendo assim a 
forma e função dos tecidos. 
Diversos são os materiais que podem ser utilizados para a confecção de 
suturas, sendo os fios os mais amplamente empregados. Além do uso de fios, é 
possível utilizar materiais como as esponjas hemostáticas, ceras para ossos, cola 
cirúrgica, grampos metálicos, entre outros. 
Segundo Fossum (2014) tecidos diferentes possuem requisitos distintos no 
que se refere ao tempo de suporte da sutura, e cicatrizam em diferentes taxas; alguns 
tecidos necessitam do auxílio da sutura por somente poucos dias (músculos, tecido 
celular subcutâneo e pele), enquanto outros requerem semanas (fáscias), ou até 
meses (tendões). 
 
2. Condições Para Uma Sutura Ideal 
Conforme Lazzeri (1977) para que ocorra uma adequada cicatrização da ferida 
cirúrgica as suturas deverão reunir as seguintes condições: 
2.1 Antissepsia e assepsia adequadas dos tecidos e instrumentais cirúrgicos 
A infecção pode se instalar em um organismo por meio de contaminação 
intrínseca ou extrínseca (GOFFI, 1984), sendo a intrínseca a mais comum em feridas 
cirúrgicas, devido à presença da microbiota endógena (FOSSUM, 2014). Além da 
utilização de material cirúrgico devidamente estéril (como panos de campo, 
compressas, instrumentais e fios), deve-se proceder de forma criteriosa com a 
antissepsia, a fim de diminuir ao máximo a taxa de microrganismos patogênicos na 
superfície do animal. É necessário também que sejam realizados os devidos cuidados 
de antissepsia e assepsia da equipe e no centro cirúrgico. 
2.2 Hemostasia 
Caso a sutura não seja bem efetuada haverá acúmulo de sangue entre os 
tecidos os distanciando, prejudicando assim a cicatrização e predispondo o tecido à 
contaminação. 
2.3 Supressão dos espaços mortos 
A formação de espaço morto dificulta a cicatrização devido à deposição de 
serosidades do organismo, deposição esta que facilita a proliferação bacteriana e 
dificulta a migração celular. 
6 
 
Deve-se evitar o excesso de divulsão durante a diérese, o que provoca 
separação exagerada entre os tecidos. A redução de espaço morto é obtida com a 
utilização de sutura em Guarda Grega ou Colchoeiro (ver adiante) no tecido celular 
subcutâneo e, nas suturas de pele, deve ser promovidaa aposição das margens da 
ferida cirúrgica. 
2.4 Margens da ferida limpas e sem anfractuosidades 
 É importante que a incisão nos tecidos seja feita em corte único, a fim de 
tornar a cicatrização mais eficiente, pois em feridas anfractuosas (irregulares) as 
bordas não se encontram em justaposição. Nessas situações o cirurgião deverá 
regularizar as margens da ferida o mais rápido possível para não prejudicar o 
processo cicatricial. 
2.5 Ausência de corpos estranhos e de tecidos mortos 
Durante a realização de intervenções cirúrgicas é de grande importância o 
cuidado em evitar a presença de corpos estranhos (como fios de sutura, gazes, 
algodão, coágulos e etc.) contribuindo para um adequado processo de cicatrização. 
2.6 Posição anatômica correta 
 Na execução de uma sutura é preciso restaurar a forma dos tecidos que foram 
incisados ou rompidos, realizando as suturas unindo os componentes lesionados, 
plano por plano lançando mão dos fios e suturas adequados para cada caso. 
2.7 Trações adequadas sobre o fio 
Não é apropriado apertar as suturas e os nós com força inadequada, uma vez 
que, dependendo da pressão empregada, pode levar os tecidos à isquemia e, 
consequentemente, necrose tecidual. Em contrapartida, promover uma tensão 
muito baixa dos nós e nas suturas, poderá gerar deiscência da sutura além de 
interferir na justaposição das margens da incisão, comprometendo no processo 
cicatricial. 
 
 
 
7 
 
 
Figura 1. Exemplos de nós aplicados com alta força de tensão.1 
2.8 Força do Tecido 
 Uma sutura deve ser pelo menos tão forte quanto o tecido através do qual ela 
passa (BOJRAB, 1996). O teor e a orientação das fibras de colágeno correspondem à 
força do tecido, o que confere competência ao tecido em manter a sutura. 
 Em ordem crescente de força dos tecidos temos: gordura, tecidos viscerais, 
músculo, pele e fáscias. 
 
3. Fios de Sutura 
3.1 Características Gerais 
3.1.1 Diâmetro do Fio 
A escala numérica mais utilizada para a classificação do diâmetro (em 
polegadas) dos fios de sutura é a criada pela USP (United States Pharmacopeia)2, que 
varia de 10-0 (menor diâmetro) até 7 (maior diâmetro). Os fios utilizados nas cirurgias 
em pequenos animais estão na faixa de diâmetro entre calibres 4-0 e 1. 
 
 
 
3.1.2 Composição do Fio 
Os fios de sutura podem ser multifilamentares ou monofilamentares. Os fios 
multifilamentares propiciam uma maior capacidade de instauração de colônias 
bacterianas entre seus filamentos e, consequentemente, proliferação destes 
 
1 www.anaisdedermatologia.org.br 
 
 
 12-0 11-0 10-0 9-0 8-0 7-0 6-0 5-0 4-0 3-0 2-0 1-0 0 1 2 3 4 5 6 7 
8 
 
A B 
microorganismos. Nos locais acometidos por processos infecciosos é indicada a 
utilização de fios monofilamentares, assim como em suturas de pele, onde a ferida 
encontra-se em contato com o meio externo naturalmente provido de patógenos. 
 
Figura 22. Características filamentares de alguns fios de sutura. 
 
3.1.3 Capilaridade e Aderência Bacteriana 
 A capilaridade de um fio se relaciona com sua habilidade de aderência 
bacteriana. Desta forma, quanto mais espessadas e numerosas forem as tramas dos 
fios multifilamentares, maior será a possibilidade de aderência bacteriana, enquanto 
que fios monofilamentares possuem uma menor capacidade de aderência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. A. Microscopia eletrônica de aderência bacteriana num fio de Nylon. B. 
Representação de aderência bacteriana num fio Categute cromado (BOOTH, 1998). 
 
3.1.4 Inatividade Biológica 
 
2 <http://i00.i.aliimg.com/photo/v0/105011632/Surgical_Suture_thread.jpg>. Acessado em: 
07/05/2014. 
9 
 
 É essencial o uso de fios livres de substâncias irritantes, pois elas podem 
desencadear processos de dor, reações alérgicas, febre, entre outros. 
 
 3.1.5 Fácil manejo 
 O manejo do fio de sutura depende das características individuais de cada fio, 
associando o material utilizado, o tipo de tratamento que este fio recebe, o calibre e 
o tipo de filamento irão proporcionar ou não um fácil manejo daquele fio. 
 3.1.6 Baixo índice de fricção 
 Os fios devem ter um controle de qualidade rígido, pois fios com superfície 
irregular lesionam os tecidos durante a execução das suturas. 
 3.1.7 Tempo de absorção determinado 
 Na escolha dos fios de sutura é necessário saber de forma antecipada o tempo 
de absorção de cada fio, associando-se ao procedimento cirúrgico que será realizado. 
Nas embalagens é possível verificar esse tipo de informação ou ainda em tabelas 
disponíveis em livros e sites especializados. 
 3.1.8 Calibre uniforme 
 Os fios não devem possuir arestas. Deve-se dar preferência a fios já acoplados 
às agulhas, pois estes são uniformes em todo seu comprimento, diferente dos fios 
que devem ser colocados em agulhas livres, pois a região da agulha em que o fio 
passa é mais larga, podendo promover traumas maiores aos tecidos. 
 3.1.9 Plasticidade 
 É a capacidade do fio de se manter sob nova forma. 
 3.1.10 Memória 
 Um fio de alta memória apresentará maior resistência durante sua 
manipulação, ou seja, sua memória está relacionada com sua capacidade de retorno 
à forma inicial. A memória varia conforme a composição dos mesmos e o processo 
pelo qual foram submetidos. Fios com alta memória, como o Nylon monofilamentar, 
dificultam a manipulação e possuem menor segurança no nó. 
 
 3.2 Força de Tensão 
Existe uma grande tensão nos tecidos recém-suturados, observando uma 
tendência a voltar à sua posição original de incisão. O fio e a sutura devem ser 
resistentes o suficiente para manter a contraposição de força realizada pelo tecido e, 
conforme o processo de cicatrização é realizado, essa força de tensão irá diminuir 
10 
 
formando a cicatriz, mantendo assim as estruturas anatômicas em seu local correto 
sem a necessidade da tensão realizada pelo fio cirúrgico. 
3.3 Classificação dos Fios 
 3.3.1 Fios Absorvíveis 
 Os fios absorvíveis possuem alta força de tensão inicial, mas esta decresce 
rapidamente pois estes fios são degradados por macrófagos ou por hidrólise. 
ü Fio absorvível orgânico multifilamentar 
Composto basicamente de colágeno, pode ser preparado tanto da submucosa do 
intestino delgado de ovinos ou da camada serosa do intestino delgado de bovinos. É 
um material capilar, multifilamentoso, composto de muitas tiras que são torcidas em 
máquinas, polidas de maneira a ter uma superfície regular e macia. 
O categute é o material de sutura absorvível não sintético mais comumente 
utilizado na rotina cirúrgica. Atualmente a sua utilização foi reduzida 
substancialmente na medicina veterinária com o advento de materiais de sutura 
monofilamentar, absorvíveis sintéticos fortes. 
O categute é feito da submucosa do intestino do carneiro ou da serosa do 
instestino de bovinos e consiste em 90% de colágeno. A absorção do categute após 
seu implante obedece a um mecanismo de duas partes, primeiramente ocorrendo a 
perda da tensão de estiramento que resulta na separação molecular por ação de 
ácidos hidrolíticos e atividades colagenolítica e, por fim, há a digestão e absorção 
feitos por enzimas proteolíticas que ocorrem tardiamente. 
O categute, por conta de sua composição, causa uma reação nos tecidos 
semelhante àquelas causadas por corpos estranhos. Além disso, o categute possui 
uma grande variação na perda de tensão, o que o coloca em posição inferior quando 
comparado aos fios sintéticos absorvíveis. 
Quando o categute é exposto às secreções ácidas (como a pepsina no estômago), 
a um ambiente infectado ou tecidos muito vascularizados, há uma absorção 
prematura desse fio. 
O categute cirúrgico está disponível na forma simples (absorção rápida, de 
aproximadamente 8 dias) e cromado(de absorção mais lenta, aproximadamente 20 
dias). O tratamento com sais de cromo resulta em um aumento das ligações 
11 
 
intermoleculares, tendo como resultado o aumento da tensão superficial e a 
resistência à digestão, com decréscimo da reatividade tecidual. 3 
 
 Figura 44. Fio categute cromado. Figura 55. Detalhe do fio com agulha 
 
Figura 66. Fio categute simples. 
 
A vantagem da utilização do categute está no fácil manuseio. Por outro lado, 
apresenta como desvantagem a reação inflamatória provocada, ocasionando na 
irregularidade da absorção. 
 
ü Fio absorvível sintético multifilamentar 
Estes fios foram desenvolvidos para reduzir a variação na absorção e 
consequente perda de tensão. 
 
3 http://www.ufjf.br/metodologia/files/2011/08/Fios-cir%C3%BArgicos.pdf 
4 http://hoyfarma.com/online/index.php/dispositivo-medicos/suturas/catgut-cromado-con-aguja-assut-
sutures-detail 
5 https://www.enasco.com/prod/images/products/43/AC050090l.jpg 
6 http://www.plastsuture.com.br/fotos/2014-02-12_Catgut%20Simples_catgut_simples.jpg 
12 
 
 
 
 
• Ácido poliglicólico (PGA) 
É um polímero multifilamentoso proveniente do ácido glicólico. O método de 
absorção difere do categute por ser absorvido por hidrólise e não fagocitose, 
possivelmente através das esterases. Uma característica importante é a grande 
redução no processo inflamatório quando comparado ao categute. A absorção 
completa ocorre usualmente em 100 a 120 dias. 
 
Figura 77. Fio de sutura de Ácido poliglicólico (PGA). 
 
• Poliglactina 910 
 
É uma fibra sintética trançada, constituída de ácido glicólico e lático. Em 
relação ao PGA, o Poliglactina 910 é mais resistente à hidrólise e, portanto, possui um 
tempo de absorção que varia de 60 a 90 dias. É mais forte que o PGA em todo tempo 
do implante, principalmente de 0 a 35 dias. Esta sutura perde 50% de sua tensão 
depois de 14 dias e 80% após 21 dias. 
Sua absorção não depende do diâmetro da sutura. É mais forte que o 
categute, e é bem tolerado em muitas condições diferentes em feridas. Não promove 
nenhuma manifestação vascular aguda após o implante. 
 
 
 
 
7 http://coral.ufsm.br/tielletcab/HVfwork/img/DEXONII.jpg 
13 
 
 
Figura 88. Poliglactina 910 – detalhe do trançado. 
 
Dentro dessa categoria, podem ser citados os seguintes fios: Ácido 
poliglicólico, poliglactina 910 e poliglactina 910 encapada (diminui sua capilaridade e 
aumenta o tempo de absorção). 
 
ü Fio absorvível sintético monofilamentar 
 
• Poliglecaprone 
É um fio sintético monofilamentar, composto de um copolímero de glicolida e 
epsilon-caprolactona. A perda progressiva da força tênsil e eventual absorção do 
Pologlecaprone ocorrem por meio da hidrólise. A absorção se inicia com uma perda 
de força tênsil seguida por perda de massa. A absorção completa do fio varia entre 
90 e 120 dias.9 Por ser um fio monofilamentar, possui característica importante de 
menor capacidade de aderência bacteriana associada com a capacidade de absorção, 
possuindo condição bastante inerte no organismo. 
 
Figura 9. Fio Poliglecaprone10 
 
 3.3.2 Fios Inabsorvíveis 
 
8 http://www.pregnancy.com.au/shop/product_images/i/173/2-0-vicryl__09098_zoom.jpg 
9 http://br.ethicon.com/profissionais-da-saude/produtos/fechamento-da-ferida/monocryl-
poliglecaprone-25#!descrição-e-especificação 
10 http://www.pmd-medical.com/iso_datasources/synchro00010809/album/products/w102010.jpg 
14 
 
 
ü Fios Inabsorvíveis Orgânicos Multifilamentares 
 
• Seda 
A seda é obtida do casulo da larva do bicho da seda. Apesar de ser classificada 
como um fio de sutura inabsorvível, ela pode ser absorvida a longo prazo. Em 2 anos, 
aproximadamente, perde toda sua tensão. Possui as vantagens de ser um fio barato, 
de fácil manuseio e segurança na confecção dos nós, por outro lado, apresenta uma 
maior reação tecidual quando comparada com outros fios inabsorvíveis. 
 
 
Figura 10. Fio de seda trançado11 e sua estrutura12. 
 
• Linho 
O fio de sutura de linho é de origem vegetal, confeccionado a partir da planta do 
linho. Apresenta grande maleabilidade e alta resistência tênsil. Normalmente ele é indicado 
em suturas de aproximação ou de ligação dos tecidos em geral, incluindo procedimentos 
gastrointestinais. 
Este fio de sutura apresenta uma reação inflamatória aguda mínima nos tecidos. Por 
ser um produto capilar, potencializa a infecção quando implantado. É um fio cirúrgico de 
grande maleabilidade, facilita os nós, com bom coeficiente de fricção. Sua perda de tensão é 
lenta e o encapsulamento é gradual pelo tecido conjuntivo fibroso. É contra indicado em 
procedimentos onde não haja estímulo à reação inflamatória13. 
 
 
 
 
 
11 http://www.santaapolonia.com.br/fotos/54440012042013024117.jpg 
12 http://www.biolinefios.com.br/upload/seda.jpg 
13 http://www.vitalsuturas.com.br/pdf/Bula%20Fio%20de%20Linho.pdf 
15 
 
Figura 11. Fio de linho e sua estrutura. 14 
 
• Algodão 
O algodão possui fibras naturalmente torcidas. Quando molhado, há o aumento de 
sua tensão de estiramento, apresentando melhor segurança nos nós quando comparado 
com a seda. Os inconvenientes são que o algodão provoca uma reação tecidual semelhante 
à seda, potencializa infecções e não apresenta bom manuseio. 
 
 
Figura 12. Fio de algodão e sua estrutura15. 
 
ü Fios Inabsorvíveis Sintéticos Multifilamentares 
 
• Poliéster 
É um fio multifilamentoso, com apresentação simples ou coberta (com teflon 
ou silicone, por exemplo). É considerada a sutura não metálica mais forte que existe, 
oferecendo um bom suporte para tecidos de longa cicatrização. Por outro lado, 
apresenta manuseio limitado, com alto grau de fricção, não há muita segurança nos 
nós (recomenda-se cinco nós) e é a mais reativa de todas as suturas sintéticas. 
 
Figura 13. Fio de poliéster e sua estrutura16. 
 
 
14http://www.polymedbrasil.com/site/components/com_virtuemart/shop_image/product/resized/Linh
o_4f4d479e71b2e_608x263.jpg 
15www.polymedbrasil.com/site/components/com_virtuemart/shop_image/product/resized/Algod__o_
4f4d47188aba8_608x263.jpg 
16http://www.polymedbrasil.com/site/components/com_virtuemart/shop_image/product/resized/Poli_
_ster_4f4d4874706d1_608x263.jpg 
16 
 
ü Fios Inabsorvíveis Sintéticos Monofilamentares 
 
São fios que apresentam alta memória. Após sua implantação, perdem cerca de 
30% de sua tensão de estiramento em dois anos. A perda dessa tensão está associada 
a degradação química do nylon. Como vantagem apresenta as características de ser 
inerte e é altamente utilizada como material de sutura. A incidência de infecção em 
tecidos contaminados contendo nylon é mais baixa do que qualquer outro material 
de sutura não absorvível, com exceção do polipropileno. Pode ser utilizado em 
qualquer tecido, porém não é recomendado para cavidade serosa ou sinovial, devido 
a irritação causada pela fricção das pontas do fio. Por outro lado, seu manuseio é 
difícil e possui pouca segurança nos nós. 
 
 
Figura 14. Fio de nylon17 e sua estrutura18. 
 
4. Agulhas Cirúrgicas 
 
4.1 Classificação das agulhas 
 As agulhas cirúrgicas estruturalmente são divididas em ponta, corpo e fundo, e 
podem ser classificadas em atraumáticas e traumáticas. 
 
4.1.1 Agulhas atraumáticas 
Geralmente a ponta e o corpo das agulhas atraumáticas não possuem forma de 
lâminas cortantes, seu formato é mais cônico e quando se promove um corte transversal 
desta agulha nota-se um corpo cilíndrico. 
 
Figura 15. Características de uma agulha atraumática19. 
 
17 http://www.dentalcremer.com.br/cremer/Assets/product_images/grandes/379853.jpg 
18 http://www.biolinefios.com.br/upload/nylon.jpg19 http://dc105.4shared.com/img/EXSPCGdg/preview.html 
17 
 
 
4.1.2 Agulhas traumáticas 
Possuem algumas lâminas de corte. A ponta pode variar de formato, mas, 
geralmente, é cortante. São utilizadas em cirurgias de pele, tendões, ligamentos, entre 
outros. 
 
Figura 16. Características de uma agulha atraumática20. 
 
4.2 Formato das agulhas 
As agulhas possuem diversos formatos como ¼ de círculo, 3/8 de círculo, ½ círculo, 
5/8 de círculo, ½ curva e reta. A escolha do formato da agulha vai depender de diversos 
fatores, dentre eles a anatomia do animal. Em casos em que o plano cirúrgico torna-se muito 
profundo dá-se preferência a agulhas mais fechadas, para evitar lesão de tecidos adjacentes, 
pois essas agulhas necessitam de uma mínima movimentação para realizar a sutura. As 
agulhas retas são mais utilizadas em cirurgias de grandes animais. 
 
 
 
 Figura 17. Exemplos de formatos de agulhas21. 
 
4.3 Fundo das agulhas 
Podem ser classificados em verdadeiros ou falsos (Benjamin). Em geral, as agulhas 
mais comumente utilizadas na rotina clínica possuem o fundo contínuo com o fio a ser 
utilizado. 
 
20 http://dc105.4shared.com/img/EXSPCGdg/preview.html 
21 http://image.made-in-china.com/2f0j00JMUEmjLPAZrg/Surgical-Suture-Needles.jpg 
18 
 
 
Figura 18. Fundo de agulha verdadeiro à esquerda e falso à direita22. 
 
 
Figura 19. Fio de Nylon agulhado. 
 
 
 
5. SUTURAS 
Segundo Fossum (2014) os padrões de sutura podem ser classificados pela 
forma como justapõem o tecido em interrompidas e contínuas ou pelo tipo de tecido 
que primariamente aproximam. 
 Parra e Saad (1987) afirmam ainda que as suturas também podem ser 
caracterizadas de acordo com a espessura envolvida num determinado plano, em 
perfurantes totais e perfurantes parciais e pela permanência, em permanentes e 
removíveis. 
 
5.1 Tipos de suturas 
5.1.1 Suturas interrompidas/ Suturas contínuas 
As suturas descontínuas são as mais utilizadas no geral por serem muito 
versáteis apesar de terem a execução mais demorada. Tais suturas são mais fortes 
que as suturas contínuas, promovem uma maior força de tensão além de serem 
menos isquemiantes quando bem efetuadas. Quando a sutura é bem confeccionada 
 
22 http://dc105.4shared.com/img/EXSPCGdg/preview_html_5c006a7a.jpg 
19 
 
mantém uma adequada aposição das margens da incisão ou ferida e ainda permite 
mobilidade tecidual entre as suturas. 
Uma desvantagem deste tipo de sutura é a cicatrização deficiente nos casos 
em que a tensão excessiva gera inversão da pele, devido à diminuição da 
vascularização nas margens da ferida. Por isso, deve-se assegurar que as suturas de 
pele estejam frouxas e que as margens estejam justapostas e não invertidas. É 
possível citar como exemplo deste padrão de sutura a “U” horizontal, “U” na vertical 
e a sutura em “X”. 
As suturas contínuas são mais rápidas na execução, realizam oclusão 
hermética, utilizam menos material, diminuindo a resposta do organismo sobre a 
linha de sutura (visto como corpo estranho). Elas apresentam a desvantagem de na 
presença de um ponto frouxo, toda a sutura será comprometida e as bordas da 
incisão não estarão aproximadas o suficiente o que dificultará a cicatrização. Além 
disso, as suturas contínuas conferem menor controle da tensão e, no caso de 
rompimento do fio, toda a sutura poderá ser perdida. Suturas simples contínuas, 
festonadas e colchoeiro são exemplos de padrão de sutura contínuos. 
 
5.1.2 Suturas aposicionais/ Suturas invaginantes/ Suturas evaginantes 
 Suturas aposicionais facilitam o processo cicatricial devido ao contato das 
margens da incisão ou ferida, proporcionando uma adequada reepitalização durante 
a cicatrização. A força de tensão não promove eversão, inversão ou estrangulamento 
da borda da ferida evitando isquemia local e uma cicatrização deficiente. Um 
exemplo de sutura aposicional é a sutura em “X”. 
 As suturas inversoras, ou invaginantes, seguem um padrão seromuscular, ou 
seja, são realizadas abrangendo a serosa e a camada muscular de órgãos ocos. A 
função destas suturas é invaginar as margens da incisão ou ferida, ou simplesmente 
voltar as margens para a luz do órgão oco. Uma sutura considerada invaginante é a 
de Cushing. 
 As suturas eversoras, ou evaginantes, evertem as margens teciduais da incisão 
ou ferida. Tanto as suturas invaginantes quanto as evaginantes retardam a 
cicatrização. A sutura em “U” é capaz de everter as margens da incisão. 
 
5.2 Padrões de sutura 
5.2.1 Suturas Interrompidas 
 
ü Interrompida simples 
É uma sutura versátil e fácil de ser realizada. É justaposta, no entanto pode 
invaginar as margens teciduais em situações que, durante a execução do nó, aplica-
se grande tensão causando inversão das bordas (cicatrização deficiente). 
20 
 
 
Figura 20. Demonstração da sutura interrompida simples. 
 
ü “U” na horizontal (colchoeiro horizontal) 
Esta sutura é mais conveniente em áreas de tensão, no entanto, há 
possibilidade de eversão das bordas do ferimento. Ela deve ser feita através do tecido 
de forma que passe logo abaixo da derme. Quando esta sutura é empregada na pele 
recebe o nome de Wolff. 
 
Figura 21. Demonstração da sutura “U” na horizontal. 
 
ü “U” na vertical (colchoeiro na vertical ou Donatti) 
Esta sutura possui como indicação o uso em áreas tensas, entretanto, se 
comparada com a sutura em “U” na horizontal, ela é mais forte já que a agulha não 
avança ao longo da incisão. Apesar de ser relativamente mais demorada na execução, 
ela proporciona uma ótima coaptação das margens da incisão (PARRA; SAAD, 1987) 
além de não everter as margens da ferida cirúrgica por isso é usada quando as 
margens tendem a invaginar-se. “U” na vertical é comumente usada em sutura de 
pele quando há tensão. 
 
21 
 
 
Figura 22. Demonstração da sutura “U” na vertical. 
 
ü Halsted 
O padrão Halsted é outro padrão interrompido de colchoeiro, que é uma 
modificação de um teste padrão de lembert contínuo. É possível realiza-la incluindo 
as camadas serosa e muscular ou serosa até submucosa. Ela promove invaginação 
das bordas da ferida cirúrgica, possui a mesma indicação que a sutura de Lembert 
interrompida. 
 
Figura 23. Demonstração da sutura halsted. 
 
ü Em “X” (cruzada) 
A sutura em “X” é uma modificação das suturas de colchoeiro, ela é indicada 
para locais com tensão e é usualmente empregada em suturas de pele. Ela pode ser 
feita com o nó voltado para o exterior ou para o interior do ferimento. 
 
22 
 
 
Figura 24. Demonstração da sutura em “X” ou cruzada. 
 
ü Gambee 
 
Segundo Fossum (2014) este padrão de sutura é usado em cirurgias intestinais 
com o intuito de diminuir a eversão da mucosa reduzindo a saída de conteúdo 
intestinal para o exterior. 
 
 
 
 
 A B 
 
Figura 25 e 26. Demonstração da sutura Gambee: A. Rosin & Osher (1998). B. 
Fossum (2014). 
 
ü Longe-longe-perto-perto 
Este tipo de sutura reduz a tensão do local suturado além de proporcionar uma 
aposição das margens do ferimento. É comumente usada em sutura de pele sob 
tensão. 
23 
 
 
Figura 27. Demonstração da sutura longe-longe-perto-perto. 
 
ü Longe-perto-perto-longe 
Este tipo de sutura reduz a tensão do local suturado além de proporcionar uma 
aposição das margens da ferida. É frequentemente usada em sutura de pele sob 
tensão. 
 
 
Figura 28. Demonstração da sutura longe-perto-perto-longe. 
 
 
ü Lembert interrompida 
Este padrão de sutura permite que as margens da ferida se invaginem. É 
possível realiza-la incluindo as camadas serosa e muscular ou serosa e submucosa. É 
indicada para órgãos ocos, como por exemplo, em um segundo plano de sutura no 
estômago. 
 
Figura 29. Demonstração da sutura Lembert interrompida. 
 
ü Swift 
24 
 
A sutura de Swift é indicada em síntesesesofágicas apesar de outras opções 
também serem adotadas. Esta sutura é semelhante à interrompida simples, no 
entanto, ela é iniciada pelo lúmen do órgão e é finalizada também em seu interior, 
fazendo com que o nó se projete para a luz do órgão. 
 
 
Figura 30. Demonstração da sutura de Swift (Circulo Vermelho). 
 
ü Captonada 
A sutura captonada é uma variação da sutura em “U” na horizontal, ou Wolff. 
Esta sutura é a introdução de um capton (que pode ser introduzido com parte de 
equipo estéril, sonda estéril, entre outros) que se localizará entre o fio e o tecido 
suturado. Normalmente é feita situações de grande tensão e em tecidos com edema 
(este poderá já estar formado ou se formar após a sutura). O capton protege o tecido 
contra esgarçamento ou até mesmo rompimento do mesmo. 
25 
 
 
Figura 31. Demonstração da sutura em “U” na horizontal captonada. 
 
5.2.2 Suturas Contínuas 
 
ü Simples Contínua 
Este padrão de síntese consiste em uma série de suturas interrompidas simples 
com um nó no início e outro no fim. Conforme Fossum (2008) as linhas de sutura 
simples contínuas proporcionam justaposição máxima dos tecidos suturados e são 
relativamente resistentes ao ar e aos fluídos se comparadas a suturas interrompidas 
simples. 
 
Figura 32. Demonstração da sutura contínua simples. 
 
 
ü Festonada (Entrelaçada Ford ou Reverdin) 
Este padrão de sutura permite uma melhor aproximação tecidual se comparado 
à Simples Contínua, é realizado com facilidade e rapidamente. No entanto, esta 
sutura possui como desvantagem a produção de isquemia e o uso de mais fio de 
26 
 
sutura. É indicado para síntese em órgãos parenquimatosos já que possui 
característica hemostática. 
 
Figura 33. Demonstração da sutura festonada. 
 
ü Lembert 
Lembert é uma variação de um padrão de colchoeiro vertical aplicado de uma 
forma contínua. É uma sutura invaginante que abrange a camada serosa e a muscular, 
indicada para órgãos ocos no intuito de reduzir a chance de seu conteúdo se 
exteriorizar. Lembert é executada com a agulha atravessando o tecido em sentido 
transversal à linha de incisão. 
 
 
Figura 34. Demonstração da sutura Lembert contínua. 
 
ü Cushing 
É uma sutura invaginante que abrange as camadas serosa e muscular, indicada 
para órgãos ocos no intuito de reduzir a chance de seu conteúdo se exteriorizar. 
Cushing é executada em sentido paralelo à linha de incisão. Cushing pode causar 
excessiva inversão das margens do ferimento. 
27 
 
 
Figura 35. Demonstração da sutura Cushing. 
 
ü Connell 
Esta sutura é semelhante à sutura Cushing, no entanto, abrange todas as 
camadas de um órgão oco, passando o fio até a luz do órgão (serosa à mucosa). 
Connell pode causar excessiva inversão das margens do ferimento. 
 
 
Figura 36. Demonstração da sutura Connell. 
 
ü Guarda Grega (Colchoeiro) 
Este padrão de sutura é usado comumente para reduzir o espaço morto criado 
pela divulsão de tecidos durante o acesso em diferentes cirurgias. A agulha penetra 
no tecido subcutâneo abaixo da margem da incisão paralelamente. 
28 
 
 
Figura 37. Demonstração da sutura Colchoeiro. 
 
 
ü Intradérmica 
 Este tipo de sutura é realizada de forma à para tornar invisível o fio de 
sutura, é indicada em cirurgias plásticas (BOTELHO, 2008). A agulha deverá penetrar 
na derme com o devido cuidado para que não ocorra um ancoramento inadvertido 
de qualquer dos pontos, o que fixaria o fio à ferida e dificultaria a retirada posterior 
do mesmo, que deve ser retirado por tração em uma das duas extremidades da 
sutura (PARRA E SAAD, 1987). 
É a única sutura contínua que pode ser indicada para a pele, sem risco de 
provocar isquemia e, consequentemente, prejuízo à cicatrização. Promove excelente 
aposição das margens da ferida, o que também contribui para o reparo precoce. 
 A presença de somente dois nós (inicial e final) provoca menos 
incômodo na pele durante o pós-cirúrgico. É vantajosa em animais de difícil 
manipulação, porque tem a retirada dos pontos facilitada e, em casos extremos, pode 
ser executada com fio absorvível sintético e nós voltados para o espaço subcutâneo, 
dispensando a retirada do fio ao término do reparo. 
 
 
ü Bolsa de Tabaco 
Esta sutura é realizada em torno de pequenos orifícios (acidentais ou não), 
órgãos ocos (como por exemplo, no estômago), extirpação de apêndice cecal, 
extremidades seccionadas de intestino, colocação de sondas para alimentação 
enteral (BOTELHO, 2008). 
Quando aplicada em vísceras ocas a sutura normalmente abrange somente as 
camadas serosa e muscular. 
 
29 
 
 
Figura 38. Demonstração da sutura bolsa de tabaco. 
 
5.2.3 Suturas Compostas 
 
ü Parker Kerr 
Este padrão de sutura é uma associação das suturas invaginantes Lembert e 
Cushing, é uma associação das duas suturas, cada uma em um plano distinto. É 
indicada para o fechamento do coto de uma víscera oca (FOSSUM,2008). Esta sutura 
acarreta na inversão das margens teciduais. 
 
 
Figura 39. Demonstração da sutura de Parker Kerr. 
 
5.3 Retirada dos fios de sutura 
Em geral, as suturas cutâneas devem ser retiradas uma vez que a cicatrização estiver 
completa o suficiente para evitar que haja deiscência, o que ocorre na maior parte 
dos casos, entre 10 a 14 dias após a cirurgia. Entretanto, deve-se sempre avaliar os 
pacientes individualmente, uma vez que determinadas condições (ex: idade, 
condição clínica do animal, espécie, dentre outras) podem determinar um 
prolongamento na cicatrização, o que requer que as suturas permaneçam no local 
por mais tempo (FOSSUM, 2014). 
30 
 
 6. Referências Bibliográficas 
 
BOJRAD, M. Joseph. II. Birchard, Stephen J. III. Tomlinson, James L. Técnicas atuais 
em cirurgia de pequenos animais. 3 ed. São Paulo: Roca, 1996. 920 p. 
BOTELHO, Rosana Pinheiro. Apostila de Suturas. Rio de Janeiro: UFRRJ, 2008. 5 p. 
FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de pequenos animais. 4 ed. São Paulo: Roca, 2014. 
GOFFI, Fábio Schmidt. Técnica Cirúrgica: Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e 
Técnicas da Cirurgia. 2 ed. Rio de Janeiro – São Paulo: Livraria Atheneu, 1984. 974 p. 
GREY, Jorge de Moraes et al. Princípios de cirurgia: volume 2. Rio de Janeiro: 
Fename, 1982. 663 p. 
LAZZERI, Lourenço. Fases fundamentais da técnica cirúrgica (tradução e ampliação 
da edição mexicana por Lourenço Lazzeri). São Paulo: J. M. Varela, 1977. 190 p. 
PARRA, O. M., SAAD, W. A. Técnica operatória fundamental. 1 ed. Rio de Janeiro: 
Atheneu, 1987. 558 p.

Outros materiais