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1. ENTENDER O CICLO MENSTRUAL A PARTIR DA MENARCA (ENTENDER TODO O EIXO HHG FEMININO), DESCREVENDO AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E DA PÓS-MENSTRUAL (MODIFICAÇÕES HORMONAIS E DE HUMOR) O CICLO MENSTRUAL A PARTIR DA MENARCA. (ENTENDENDO O EIXO HHG FEMININO). Menarca é o nome dado à primeira menstruação da mulher e é uma das últimas fases da puberdade. O primeiro ciclo tende a acontecer entre os 10 e 15 anos, podendo variar conforme o estilo de vida, histórico de menstruação das mulheres da família, hábitos alimentares, alterações hormonais, entre outros fatores. A primeira menstruação também se relaciona com outros aspectos do desenvolvimento das meninas, como a idade óssea - ou seja, o nível de maturação dos ossos - a velocidade de crescimento e de ganho de peso. A menarca costuma ser associada à feminilidade e à fertilidade, por isso, o início da menstruação, em algumas culturas, é cercado por tabus e significados que impactam na vida das mulheres. Isso porque, a partir da primeira menstruação, outros processos fisiológicos acontecem e levam ao início da maturação sexual da mulher. Entre eles estão o aparecimento das mamas (telarca), surgimento de pelos (pubarca), desenvolvimento do aparelho genital e, por fim, o começo da ovulação, que define a capacidade reprodutiva feminina. A duração do ciclo reprodutivo feminino normalmente varia de 24 a 36 dias. Para essa discussão, assume-se uma duração de 28 dias e divide-se o ciclo em quatro fases: a fase menstrual, a fase pré-ovulatória, a ovulação e a fase pós-ovulatória. FASE MENSTRUAL A fase menstrual, também chamada de menstruação, perdura aproximadamente os 5 primeiros dias do ciclo. (Por convenção, o primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo.) EVENTOS NOS OVÁRIOS. Sob influência do FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem em folículos primários e, então, em folículos secundários. Este processo de desenvolvimento pode levar vários meses para ocorrer. Portanto, um folículo que começa a se desenvolver no início de um dado ciclo menstrual pode não alcançar a maturidade e ovular até vários ciclos menstruais mais tarde. EVENTOS NO ÚTERO. O fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 mℓ de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. Esta eliminação ocorre porque os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazem com que as arteríolas espirais do útero se contraiam. Como resultado, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e começam a morrer. Por fim, todo o estrato funcional descama. Nesta altura, o endométrio está muito fino, com cerca de 2 a 5 mm, porque apenas o estrato basal permanece. O fluxo menstrual passa da cavidade uterina pelo colo do útero e vagina até o meio externo. FASE PRÉ-OVULATÓRIA A fase pré-ovulatória é o período entre o fim da menstruação e a ovulação. A fase pré-ovulatória do ciclo tem comprimento mais variável do que as outras fases e representa a maior parte das diferenças na duração do ciclo. Tem a duração de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. EVENTOS NOS OVÁRIOS. Alguns dos folículos secundários nos ovários começam a secretar estrogênios e inibina. Por volta do dia 6, um folículo secundário único em um dos dois ovários superou todos os outros para se tornar o folículo dominante. Os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo dominante diminuem a secreção de FSH, o que faz com que os outros folículos menos bem desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia (estreitamento do canal vaginal). Os gêmeos ou trigêmeos fraternos (não idênticos) ocorrem quando dois ou três folículos secundários se tornam codominantes e mais tarde são ovulados e fertilizados aproximadamente ao mesmo tempo. Normalmente, um folículo secundário dominante único passa a ser o folículo maduro, que continua aumentando até que tenha mais de 20 mm de diâmetro e esteja pronto para a ovulação. Este folículo forma uma protuberância em forma de vesícula decorrente da tumefação do antro na superfície do ovário. Durante o processo de maturação final, o SP2 “Calado estou errado... Se falo, dá briga!” folículo maduro continua aumentando a sua produção de estrogênios. Figura 28.24 Ciclo reprodutivo feminino. A duração do ciclo reprodutivo feminino normalmente vai de 24 a 36 dias; a fase préovulatória é mais variável em comprimento do que as outras fases. A. Os eventos dos ciclos ovariano e uterino e a liberação de hormônios da adenohipófise estão correlacionados com a sequência de quatro fases do ciclo. No ciclo mostrado, a fertilização e a implantação não ocorreram. B. Concentrações relativas de hormônios da adeno- hipófise (FSH e LH) e hormônios ovarianos (estrogênios e progesterona) durante as fases de um ciclo reprodutivo feminino normal. Em relação ao ciclo ovariano, as fases menstrual e pré- ovulatória em conjunto são chamadas de fase folicular, porque os folículos ovarianos estão em crescimento e desenvolvimento. EVENTOS NO ÚTERO. Os estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos em crescimento estimulam o reparo do endométrio; as células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. Conforme o endométrio se espessa, desenvolvem-se glândulas uterinas retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. A espessura do endométrio aproximadamente dobra, alcançando cerca de 4 a 10 mm. Em relação ao ciclo uterino, a fase préovulatória também é denominada fase proliferativa, porque o endométrio está proliferando. OVULAÇÃO A ovulação, a ruptura do folículo maduro e a liberação do oócito secundário para o interior da cavidade pélvica, geralmente ocorre no 14º dia em um ciclo de 28 dias. Durante a ovulação, o oócito secundário permanece cercado por sua zona pelúcida e coroa radiada. Os níveis elevados de estrogênios durante a última parte da fase préovulatória exercem um efeito de feedback positivo sobre as células que secretam LH e hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e induzem à ovulação, como se segue: Uma alta concentração de estrogênios estimula a liberação mais frequente de GnRH pelo hipotálamo. Também estimula diretamente os gonadotropos na adenohipófise a secretar LH. O GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adenohipófise. O LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário aproximadamente 9h após o pico de LH. O oócito ovulado e suas células da coroa radiada geralmente são deslocados para a tuba uterina. De tempos em tempos, um oócito é perdido na cavidade pélvica, onde depois se desintegra. O pequeno volume de sangue que, às vezes, extravasa para a cavidade pélvica do folículo rompido pode causar dor, conhecida como dor intermenstrual, no momento da ovulação. Um teste de venda livre que detecta um aumento no nível de LH pode ser usado para predizer a ovulação com 1 dia de antecedência. FASE PÓS-OVULATÓRIA A fase pós-ovulatória do ciclo reprodutivo feminino é o período entre a ovulação e o início da menstruação seguinte. Em duração, é a parte mais constante do ciclo reprodutivo feminino. Tem a duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias, do 15º ao 28º dias. EVENTOS NO OVÁRIO. Depois da ovulação, o folículo maduro colapsa, e a membrana basal entre as células granulosas e a teca interna se rompe. Uma vez que um coágulo se forma pelo pequeno sangramento do folículo rompido, o folículo se torna o corpo rubro. As células da teca interna se misturam com as células granulosas conforme todas estas células se transformam nas células do corpo lúteo sob a influência do LH. Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta progesterona, estrogênios,relaxina e inibina. As células lúteas também absorvem o coágulo de sangue. Em relação ao ciclo ovariano, esta fase é chamada de fase lútea. Os eventos posteriores em um ovário que ovulou um oócito dependem se o óvulo foi fertilizado. Se o óvulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem uma vida útil de apenas 2 semanas. Em seguida, a sua atividade secretora declina, e ele se degenera em um corpo albicante. À medida que os níveis de progesterona, estrogênios e inibina diminuem, a liberação de GnRH, FSH e LH aumenta, em decorrência da perda da supressão por feedback negativo pelos hormônios ovarianos. O crescimento folicular é retomado e começa um novo ciclo ovariano. Se o oócito secundário for fertilizado e começar a se dividir, o corpo lúteo persiste além de sua duração normal de 2 semanas. Ele é “resgatado” da degeneração pela gonadotropina coriônica humana (hCG). Este hormônio é produzido pelo cório do embrião, começando aproximadamente 8 dias após a fertilização. Como o LH, o hCG estimula a atividade secretora do corpo lúteo. A determinação de hCG no sangue ou na urina materna é um indicador de gravidez e é o hormônio detectado pelos testes de gravidez de venda livre. EVENTOS NO ÚTERO. A progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio até 12 a 18 mm. Em decorrência da atividade secretora das glândulas uterinas, que começam a secretar glicogênio, este período é denominado fase secretora do ciclo uterino. Estas alterações preparatórias alcançam seu pico aproximadamente 1 semana após a ovulação, no momento em que um óvulo fertilizado pode chegar ao útero. Se a fertilização não ocorrer, os níveis de progesterona e estrogênios declinam, em decorrência da degeneração do corpo lúteo. A interrupção na progesterona e nos estrogênios provoca a menstruação. MANUAL MSD RESUMO O ciclo menstrual tem três fases: Folicular (antes da liberação do óvulo) Ovulatória (liberação do óvulo) Lútea (depois da liberação do óvulo) O ciclo menstrual começa com sangramento menstrual (menstruação), que marca o primeiro dia da fase folicular. No início da fase folicular, a concentração de estrogênio e de progesterona está baixa. Assim, as camadas superiores do revestimento uterino (endométrio) espesso se rompem e derramam, dando início ao sangramento menstrual. Nesse período, a concentração do hormônio folículo-estimulante aumenta levemente, estimulando o desenvolvimento de vários folículos nos ovários. Cada folículo contém um óvulo. Posteriormente durante esta fase, conforme a concentração do hormônio folículo-estimulante diminui, somente um folículo continua a se desenvolver. Este folículo produz estrogênio. A fase ovulatória começa com um surto na concentração do hormônio luteinizante e do hormônio folículo-estimulante. O hormônio luteinizante estimula a liberação do óvulo (ovulação), o que normalmente ocorre de 16 a 32 horas após o início do surto. A concentração de estrogênio diminui durante o surto e a concentração de progesterona começa a aumentar. Durante a fase lútea, ocorre uma redução na concentração do hormônio luteinizante e do hormônio folículo-estimulante. O folículo rompido se fecha após a liberação do óvulo e forma um corpo lúteo, que produz progesterona. Durante a maior parte dessa fase, a concentração de estrogênio é alta. A progesterona e o estrogênio fazem com que o revestimento do útero fique ainda mais espesso, para se preparar para uma possível fecundação. Se o óvulo não for fecundado, o corpo lúteo se degenera e já não produz mais progesterona, a concentração de estrogênio diminui, as camadas superiores do revestimento se rompem e são derramadas e ocorre o sangramento menstrual (o início de um novo ciclo menstrual). Se o óvulo for fecundado, o corpo lúteo continua a funcionar durante o início da gestação. Ele ajuda a manter a gravidez. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVARIANO (HHO) O eixo HHO é regulado por alguns hormônios essenciais para que ocorram o recrutamento, o desenvolvimento e a seleção dos folículos ovarianos, que culminam na extrusão de um óvulo maduro e saudável, e na a produção de hormônios esteroides sexuais femininos. A partir de comandos do córtex cerebral, o hipotálamo libera o hormônio secretor de gonadotrofinas (GnRH), de maneira pulsátil. A pulsatilidade da secreção do GnRH é consequência da sua interação coordenada a outros neurormônios, gonadotropinas hipofisárias e esteroides gonadais, e regida por efeitos de retroalimentação que envolvem neurotransmissores excitatórios (glutamato, neuropeptídeo Y e norepinefrina) e inibitórios (endorfinas e dopamina). Também atuam nessa regulação fatores ambientais, tais como estresse, exercícios físicos e desnutrição, que podem atuar como inibidores. Além disso, o ambiente hormonal mais estrogênico ou progestagênico, dependendo da secreção ovariana, leva a alteração na amplitude e frequência desses pulsos, sendo, portanto, o comando central e periférico. Os hormônios hipotalâmicos atingem a hipófise trazidos pelo sistema porta-hipofisário, uma trama vascular que descende pela haste hipofisária e comunica esses dois compartimentos. A hipófise, então, em resposta à secreção de GnRH, produz duas gonadotrofinas: hormônio folículo-estimulante – FSH e hormônio luteinizante – LH. O primeiro, FSH, como o próprio nome diz, tem por função estimular o recrutamento e o crescimento dos folículos ovarianos e a seleção para dominância até que o óvulo esteja maduro para ser fecundado; o segundo, LH, tem como finalidade produzir a luteinização das células somáticas foliculares (teca e granulosa), completar a maturação do óvulo e promover a ovulação. A secreção de gonadotrofinas pela hipófise em resposta aos pulsos de GnRH também sofre retrocontrole pelos esteroides ovarianos. O estradiol ovariano tem basicamente um papel estimulador na síntese e armazenamento das gonadotrofinas, sendo seu papel liberador bastante acanhado. Ao contrário, a progesterona tem papel ativo na liberação das gonadotrofinas pela hipófise previamente sensibilizada pela ação dos estrogênios. Finalmente, o ovário, em resposta aos comandos hipotálamohipofisários, produz os esteroides sexuais, sendo eles os estrogênios e a progesterona. Os esteroides sexuais são produzidos a partir da molécula de colesterol obtida na dieta ou pela molécula endógena, produzida principalmente no fígado. O colesterol circulante é captado no órgão onde a esteroidogênese ocorrerá (gônadas, adrenal, fígado, tecido adiposo, entre outros) e convertido inicialmente em progesterona. A cascata da esteroidogênese envolve inúmeras enzimas, porém, de maneira simplificada, caracteriza-se pela perda de carbonos agregados ao anel ciclopentanoperidrofenantreno, e leva o colesterol à conversão a progesterona (com 21 carbonos), a androgênio (com 19 carbonos) e, por fim, a estrogênio (com 18 carbonos). A produção de esteroides sexuais pelo ovário envolve as populações de células da granulosa e da teca, por meio do “mecanismo das duas células”, o qual será discutido mais em seguida, neste capítulo. Importa aqui comentar que, para que haja síntese de qualquer esteroide, é necessário que a célula tenha acesso ao colesterol plasmático ou a algum hormônio precursor àquele que será sintetizado. TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL, SUAS CAUSAS E TRATAMENTO. A síndrome pré-menstrual caracteriza-se por irritabilidade, ansiedade, labilidade emocional, depressão, edema, mastalgia e cefaleia que ocorrem 7 a 10 dias antes e geralmente terminam poucas horas após o início da menstruação. O diagnóstico é clínico, baseado nos registros diários da paciente. O tratamento ésintomático com dieta, fármacos e orientações. A causa primária da TPM não está clara. Possíveis causas ou fatores que contribuem incluem: Múltiplos fatores endócrinos [p. ex., hipoglicemia, outras alterações no metabolismo de carboidratos, hiperprolactinemia, flutuações nos níveis circulantes de estrogênio e progesterona, respostas anormais ao estrogênio e progesterona, excesso de aldosterona ou hormônio antidiurético (ADH)] Predisposição genética Deficiência de serotonina Sinais e sintomas O tipo e a intensidade dos sintomas da TPM variam de mulher para outra e entre um ciclo e outro. Os sintomas duram de algumas horas a 10 dias ou mais e costumam terminar com o início da menstruação. Os sintomas podem se tornar mais graves durante estresse ou perimenopausa. Em mulheres na perimenopausa, os sintomas podem persistir até após a menstruação. Os sintomas mais comuns são irritabilidade, ansiedade, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia, depressão e fadiga grave. A redenção hídrica causa edema, ganho transitório de peso e mamas túrgidas e doloridas. Podem ocorrer sensação de peso e pressão na região pélvica e dor lombar. Algumas mulheres, principalmente as mais jovens, têm dismenorreia quando a menstruação se inicia. Outros sintomas não específicos podem incluir cefaleia, vertigem, parestesias das extremidades, síncope, palpitação, constipação intestinal, náuseas, vômitos e alterações do apetite. Também podem ocorrer acne e neurodermatite. Os distúrbios de pele existentes podem piorar, assim como os problemas respiratórios (p. ex., alergias, infecção) e oftalmológicos (p. ex., distúrbios visuais, conjuntivites). Possivelmente deficiências de magnésio e cálcio. O estrogênio e a progesterona, assim como o excesso de aldosterona ou ADH, podem causar retenção hídrica transitória. Considera-se que a deficiência de serotonina contribua porque as mulheres que são mais afetadas pela TPM têm níveis mais baixos de serotonina e porque os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) que aumentam a serotonina, às vezes, aliviam os sintomas da TPM. Tratamento Medidas gerais Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) ou manipulação hormonal TPM pode ser difícil de tratar. Não existe um único tratamento com eficácia comprovada para todas as mulheres, e poucas mulheres têm alívio completo com um único tipo de tratamento. O tratamento pode, portanto, requerer tentativa e erro, bem como paciência. Medidas gerais O tratamento da TPM é sintomático, começando com repouso e sono adequados, exercício físico regular e atividades relaxantes. Exercícios regulares podem ajudar a aliviar a distensão abdominal, bem como a irritabilidade, a ansiedade e a insônia. Yoga ajuda algumas mulheres. Alterações na dieta— aumentar o consumo de proteínas, diminuir o consumo de açúcar, ingerir carboidratos complexos e fazer refeições menores com mais frequência—podem ajudar, assim como aconselhamento, evitando atividades estressantes, treinamento de relaxamento, terapia leve, ajustes no sono e terapia cognitivo-comportamental. Outras estratégias possíveis incluem evitar certos alimentos e bebidas (p. ex., cola, café, cachorro-quente, batata frita, produtos enlatados) e ingerir mais de outros (p. ex., frutas, legumes, leite, alimentos com muitas fibras, carnes de baixo teor de gordura, alimentos com alto teor de cálcio e vitamina D). Alguns suplementos dietéticos são moderadamente eficazes para reduzir os sintomas; incluem extrato de agnocasto, vitamina B6 e vitamina E. A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar se as questões de humor são uma grande preocupação, inclusive em mulheres com TDPM. Fármacos Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ajudar a aliviar as dores e a dismenorreia. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) são os fármacos de escolha para o alívio da ansiedade, irritabilidade e outros sintomas emocionais, particularmente se estresse não pode ser evitado. ISRSs (p. ex., fluoxetina 20 mg por via oral uma vez ao dia) aliviam de modo eficaz os sintomas da TPM e TDPM. A dosagem contínua é mais eficaz do que a dosagem intermitente. Nenhum ISRS parece ser mais eficaz do que outro. Ensaios clínicos demonstraram que ISRSs são eficazes para o tratamento de TDPM; ISRSs eficazes incluem fluoxetina, sertralina, paroxetina e citalopram. Pode-se prescrever esses fármacos continuamente ou apenas durante a fase lútea de 14 dias (segunda metade) do ciclo menstrual. Clomipramina, administrada para todo o ciclo ou um semiciclo, alivia de modo eficaz os sintomas emocionais, assim como a nefazodona alivia, um inibidor da recaptação da serotonina-noradrenalina (IRSN). Ansiolíticos podem ajudar, mas geralmente são menos desejáveis porque dependência ou vício é possível. Buspirona, que pode ser administrada ao longo do ciclo ou durante a fase lútea tardia, ajuda a aliviar os sintomas de TPM e TDPM. Os efeitos adversos incluem náuseas, cefaleia, ansiedade e tonturas. Para algumas mulheres, o uso de medicações hormonais é eficaz. As opções incluem Contraceptivos orais Progesterona na forma de supositório vaginal (200 a 400 mg, uma vez ao dia) Progestogeno oral (p. ex., 100 mg de progesterona micronizada ao deitar) por 10 a 12 dias no período pré-menstrual Progesterona de longa duração (p. ex., 200 mg de medroxiprogesterona IM a cada 2 a 3 meses) Mulheres que optam por usar um contraceptivo oral para a contracepção podem tomar a drospirenona mais etinilestradiol. Mas o risco de tromboembolia venosa pode ser maior. Raramente, para sintomas graves ou refratários, o hormônio agonista da liberação de gonadotropinas (GnRH) com estrógeno/progestágenos de baixa dosagem (p. ex., 0,5 mg de estradiol oral, uma vez ao dia, mais 100 mg de progesterona micronizada ao deitar) são usados para minimizar as flutuações cíclicas. Pode-se aliviar a retenção de líquidos reduzindo a ingestão de sódio e tomando um diurético (p. ex., espironolactona, 100 mg por via oral uma vez ao dia) um pouco antes dos sintomas esperados. Mas minimizar a retenção de líquidos e tomar um diurético não aliviam todos os sintomas e podem não ter nenhum efeito. Bromocriptina e inibidores da monoaminoxidase não são úteis. Danazol tem efeitos adversos significativos. Cirurgia Em mulheres com sintomas graves, ooforectomia bilateral pode aliviar os sintomas porque elimina os ciclos menstruais; indica-se então terapia de reposição hormonal até aproximadamente os 51 anos de idade (idade média para a menopausa). 2. DESCREVER TRATAMENTO (FARMACOLÓGICO E NÃO FARMACOLÓGICO), DIAGNÓSTICO, FUNCIONAMENTO E AVALIAÇÃO CLÍNICA (ÍNDICE DE KUPPERMAN) DA MULHER DO CLIMATÉRIO, ALÉM DOS PRINCIPAIS DISTÚRBIOS RELACIONADOS. (DIFERENCIAR CLIMATÉRIO DE MENOPAUSA) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério representa a transição fisiológica entre a fase reprodutiva (menacme) e não reprodutiva da mulher, a qual acomete a faixa etária dos 40 aos 65 anos. Nesse período, acontece a menopausa, que é estabelecida como a interrupção permanente da menstruação, caracterizada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação) Durante a vida produtiva da mulher, o eixo hipotálamo- hipofisário sofre alterações no metabolismo dopaminérgico e diminuição dos receptores estrogênicos. No final da transição menopáusica, a mulher passa a apresentar redução da foliculogênese e maior incidência de ciclos anovulatórios. Além disso, neste período, os folículos ovarianos sofrem uma taxa acelerada de perda até que, finalmente, ocorre um esgotamento no suprimento de folículos, reduzindo ainda mais a secreção de inibina. Com a insuficiência ovariana na menopausa, aliberação de estrogênio cessa, ativando o feedback negativo. Quando a produção de estrogênio cai abaixo de nível crítico, os estrogênios não conseguem mais inibir a produção das gonodotropinas FSH e LH. Em vez disso, as gonadotropinas FSH e LH (principalmente, FSH) são produzidas depois da menopausa em quantidades elevadas e contínuas, mas à medida que os folículos primordiais remanescentes ficam atrésicos, a produção de estrogênios pelos ovários cai quase a zero. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério representa a transição fisiológica entre a fase reprodutiva (menacme) e não reprodutiva da mulher, a qual acomete a faixa etária dos 40 aos 65 anos. Nesse período, acontece a menopausa, que é estabelecida como a interrupção permanente da menstruação, caracterizada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação) A menopausa é um evento fisiológico e inevitável que ocorre devido ao envelhecimento ovariano e sua consequente perda progressiva de função. Na menopausa ocorre a redução progressiva da função ovariana, que desencadeia o declínio dos hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona. Através do feedback sob o eixo hipotálamohipófise, há aumento das gonadotrofinas hipofisárias, FSH e LH, acarretando cessação da menstruação. Sendo assim, é possível afirmar que a alta concentração de FSH é a primeira indicação laboratorial do climatério inicial. Dessa forma, é possível dividir o climatério em três fases: pré-menopausa, que se inicia especialmente após os 40 anos, com redução da fertilidade em mulheres com o ciclo menstrual regular; perimenopausa, que origina-se dois anos antes do último ciclo menstrual e dura até um ano após; e pós- menopausa, que é estabelecida um ano após o último ciclo menstrual. Normalmente, a irregularidade menstrual é o primeiro sintoma dessa transição fisiológica, sendo a causa de maior relevância a amenorreia hipotalâmica funcional associada à redução da secreção do GnRH e desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. A ocorrência desses distúrbios hormonais pode levar ao desenvolvimento de infertilidade, doenças cardíacas e diabetes mellitus do tipo 2. Além das modificações hormonais nas mulheres, esse período também experimenta alterações menstruais e morfológicas, como atrofia mamária e urogenital, ressecamento da pele e da mucosa vaginal. Há também o predomínio de sintomas sistêmicos, como nervosismo, irritabilidade, insônia, depressão, sudorese, palpitações, alterações na libido, dor muscular e esquelética, dispareunia e aumento da reabsorção óssea. Também se observa também a influência de aspectos psicossociais, sexuais, familiares, afetivos e ocupacionais da mulher que irão predispor ao aumento dos sintomas climatéricos. A menopausa, apesar de poder ser influenciada pelo eixo hipotálamo hipofisário, é um evento ovariano secundário à atresia fisiológica dos folículos primordiais; sua ocorrência pode ser natural ou artificial, após procedimentos clínicos ou cirúrgicos que levem à parada da produção hormonal ovariana. A produção de folículos ovarianos pelas mulheres se inicia a partir da oitava semana de vida intrauterina por meio da rápida multiplicação mitótica das células germinativas. Já o envelhecimento do sistema reprodutivo inicia-se pouco tempo depois, ativando o processo de apoptose celular após atingir o número máximo de folículos primordiais – cerca de 7 milhões – , por volta da vigésima semana de gestação. Até o nascimento, cerca de 70% do pool folicular será perdido por meio desse processo, e ao chegar à puberdade, fase em que os ovários se tornarão funcionalmente ativos, restarão em média 300 a 500 mil folículos. Até que seu número se esgote na pós-menopausa, os folículos crescem e sofrem atresia de forma contínua. Esse processo é irrecuperável e ininterrupto, independentemente de situações como gravidez ou de períodos de anovulação. Dos milhões de folículos formados na vida intraútero, apenas 400 terão seu crescimento resultando em ovulação durante o menacme; o restante é perdido pelo processo de atresia. O declínio paralelo da quantidade e qualidade dos folículos contribui para a diminuição da fertilidade. Além disso, o consumo do pool folicular com o passar dos anos determina alterações hormonais importantes, responsáveis pelas alterações fisiológicas características do período peri e pós-menopáusico. A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo menstrual devido à variabilidade hormonal e ovulação inconstante. A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na queda gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH na tentativa de aumentar o recrutamento folicular. O resultado dos níveis elevados de FSH é a aceleração da depleção folicular até o seu esgotamento. Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. A contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para estimular o pico de hormônio luteinizante (LH), encerrando, assim, os ciclos ovulatórios. Sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo e consequentemente de progesterona, além de os níveis de estradiol não serem suficientes para estimular o endométrio, levando à amenorreia. Na pós-menopausa, na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e secreta grandes quantidades de gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. Devido à redução da resposta ovariana às gonadotrofinas, os níveis de FSH e LH são marcadamente elevados nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento. O AMH, marcador do número de folículos ovarianos em crescimento, diminui para níveis indetectáveis na pós-menopausa. Em estudos recentes, o AMH tem-se mostrado um ótimo preditor do envelhecimento ovariano. Com a diminuição da massa folicular, ocorre relativo aumento no estroma ovariano, porção responsável pela produção de testosterona e androstenediona. De maneira geral, a síntese dos esteroides androgênicos está diminuída, porém a produção remanescente é suficiente para manter os ovários ativos. Esses androgênios, principalmente a androstenediona, servem como substrato para a aromatização periférica. A mulher pós-menopáusica não é totalmente desprovida de estrogênio, que segue sendo sintetizado em níveis muito menores. No ovário, a produção de estradiol é quase nula. Já, por meio da aromatização periférica da androstenediona no tecido adiposo, a produção da estrona é mantida e, mesmo em pequenas concentrações circulantes, passa a ser o principal estrogênio na pós-menopausa. Quanto à progesterona, não há mais produção. SINTOMAS Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários locais do organismo – como pele, ossos, vasos, coração, diversas regiões do cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga – e a redução nos níveis de estrogênio circulante gera efeitos diferentes para cada mulher. As características individuais determinam perfis diferentes de biodisponibilidade de estrogênios com repercussões próprias no metabolismo e quadro clínico-laboratorial de cada paciente, podendo resultar no comprometimento da qualidade de vida. Apenas em torno de 15% das mulheres não apresentarão sintomas no período do climatério. TERAPIAS FARMACOLÓGICAS NÃO-HORMONAIS O tratamento medicamentoso não hormonal pode melhorar os sintomas vasomotores, sobretudo quando leves ou moderados. As mulheres com quadros de ansiedade e/ou depressão,relacionados ou não ao climatério, podem se beneficiar também com esses recursos. As principais indicações dessa modalidade terapêutica são: • Para mulheres que não desejam a hormonioterapia; • Para mulheres que apresentam efeitos colaterais durante a TH; • contra-indicação à TH; • Para mulheres sintomáticas em que a resposta à terapia hormonal é insatisfatória. As opções atualmente disponíveis no mercado são os agentes antidopaminérgicos, antidepressivos, hipno- sedativos, vasoativos e os que atuam no eixo hipotalâmicohipofisário. Entre os antidepressivos estão os ISRSs (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) e IRSNs (inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da norepinefrina). Essas medicações parecem atuar na origem das ondas de calor relacionada à queda dos níveis estrogênicos da menopausa. Esses antidepressivos atuam aumentando a biodisponibilidade de serotonina e norepinefrina, pois atuam bloqueando a recaptação desses neurotransmissores pela célula pré-sináptica, podendo, assim, diminuir os SVMs (sintoma vasomotores). Os principais antidepressivos estudados para tratamento não hormonal das ondas de calor cujos resultados têm mostrado alguma eficácia incluem os ISRSs, como a paroxetina, escitalopram, citalopram e sertralina, e os IRSNs, como a venlafaxina e a desvenlafaxina. Metanálises recentes indicam que paroxetina, citalopram, escitalopram, venlafaxina e desvenlafaxina são os mais efetivos, reduzindo em 65% a frequência e a severidade das ondas de calor, enquanto a fluoxetina e a sertralina parecem ser menos efetivas ou com eficácia duvidosa. Venlafaxina. A venlafaxina é um antidepressivo IRSN (inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da norepinefrina) que tem sido estudada na dose diária de 37.5, 75 e 150 mg para tratar as ondas de calor. Existem poucos ensaios clínicos que compararam diretamente a eficácia dos antidepressivos com a terapia hormonal. Ao se comparar a eficácia do estradiol em baixa dose (0,5 mg por dia) versus venlafaxina na dose de 75 mg por dia e placebo, mostra-se que ambos são efetivos para tratar os sintomas vasomotores em mulheres de meia idade. Embora a eficácia do estradiol em baixa dose possa ser ligeiramente superior (redução de 52%) à da venlafaxina (redução de 48%), a diferença é pequena e de pouca importância clínica. Os efeitos adversos da venlafaxina incluem náusea, cefaleia, sonolência e boca seca, sendo mais comuns com altas doses da medicação. Desvenlafaxina. A desvenlafaxina, administrada como succinato de desvenlafaxina, também é um IRSN (inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da norepinefrina) efetivo no tratamento dos SVMs (sintomas vasomotores) associados à menopausa. Ensaio clínico randomizado, controlado com placebo, avaliou a eficácia e a segurança de duas diferentes doses de desvenlafaxina, 100 e 150 mg, em comparação com o placebo. Observa-se redução no número de ondas de calor de 65,4% e 66,6% com as diferentes doses. O número de despertares noturnos também é significativamente reduzido durante o tratamento das pacientes com desvenlafaxina. O perfil de tolerabilidade da desvenlafaxina é semelhante e consistente com outros ISRSs/IRSNs, mas estudos não têm mostrado evidência de aumento de peso ou disfunção sexual, efeitos colaterais normalmente associados a essa classe de drogas Paroxetina. Entre os ISRSs (inibidores seletivos da recaptação da serotonina), a paroxetina tem mostrado ser um dos mais eficazes para o tratamento das ondas de calor. A paroxetina é o único antidepressivo aprovado para tratamento das ondas de calor pelo Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, na dose de 7,5 mg por dia. Essa dose é inferior às utilizadas para tratamento de distúrbios psiquiátricos. Para tratamento das ondas de calor, tem sido avaliada nas doses de 7,5, 10, 12,5 e 20 mg por dia, em diversos estudos. A paroxetina de 10 mg reduz a frequência de ondas de calor em 40,6% em comparação com 13,7% para o placebo. Já a paroxetina de 20 mg reduz a frequência de ondas de calor em 51,7% em comparação com 26,6% para o placebo. A eficácia é semelhante entre as duas doses, mas as mulheres costumam ser menos propensas a interromper o tratamento com a dose mais baixa de paroxetina. Além disso, a paroxetina de 10 mg é associada com melhora significativa no sono em comparação com o placebo. Esses dados sugerem que é adequado iniciar o tratamento com doses mais baixas, aumentando-se a dose se não houver resposta clínica. A paroxetina e a fluoxetina podem interferir no metabolismo do tamoxifeno por meio da inibição do citocromo CYP3A4 e CYP2D6, enzimas necessárias para a metabolização do tamoxifeno em seu metabólito ativo, o endoxifeno, diminuindo, assim, o efeito do tamoxifeno no tratamento da neoplasia da mama. Portanto, a paroxetina e a fluoxetina não devem ser utilizadas em mulheres com câncer de mama em uso de tamoxifeno. Os efeitos adversos dos ISRSs incluem náusea, sonolência, tontura, boca seca, diminuição da libido, melhorando com o decorrer do uso. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Os tratamentos não farmacológicos abrangem mudanças de estilo de vida, que incluem evitar o tabagismo, aumento de ingestão hídrica e proteica, além da prática de atividade física. Nesta, deve-se priorizar os exercícios aeróbicos, com uma frequência de 30 minutos por dia e de, pelo menos, 3 vezes na semana. A obtenção de uma alimentação mais equilibrada e de hábitos de vida mais saudáveis, melhoram diversos aspectos e, consequentemente, a qualidade de vida. Atividade física. Embora existam poucos estudos acerca da prática de exercícios físicos e sua relação com a redução dos sintomas vasomotores, há relatos de que grupos que praticam regularmente atividades físicas aeróbicas, como natação e corrida, observam redução na severidade e na frequência das ondas de calor em até 50% quando comparada a um grupo de mulheres sedentárias. Além disso, a prática regular de atividade física contribui para a preservação da massa muscular e da flexibilidade articular, reduzindo a intensidade dos sintomas somáticos e levando a uma sensação de maior bem-estar no climatério. Ademais, observa-se melhora do humor, aumento da densidade mineral óssea, diminuição da frequência cardíaca de repouso, melhora do perfil lipídico e redução dos níveis pressóricos. Ioga. Há diversos estudos que investigam os efeitos da ioga sobre os sintomas do climatério e mostram uma melhora importante na redução das ondas de calor e sudorese noturna. Há, inclusive, evidências que sugerem que sua prática, mesmo que por pouco tempo, possa reduzir fatores de risco para doença cardiovascular. Considera-se a ioga bastante eficiente no manejo dos sintomas do climatério. Daley et al. em um estudo prospectivo, randomizado e controlado, demostraram que após 90 dias de prática de ioga, houve redução, estatisticamente significante, dos sintomas presentes na escala, comparado ao grupo controle. Dessa forma, concluiu-se a partir deste estudo que a ioga é efetiva na redução dos sintomas climatéricos e pode ser considerada uma terapia alternativa no tratamento destes sintomas. Acupuntura. A acupuntura é comumente utilizada no tratamento de sintomas climatéricos e outras condições ginecológicas e pode ser entendida como uma forma de estimulação neurológica. No entanto, estudos acerca de sua eficiência como prática terapêutica para controle de sintomas do climatério, especialmente ondas de calor, mostram resultados controversos. Alguns estudos randomizados compararam a eficiência da acupuntura na redução de sintomas do climatério como ondas de calor e insônia com uma simulação de acupuntura, na qual as agulhas são colocadas em sítios considerados não- terapêuticos.Dois deles observaram que a acupuntura reduziu a severidade das ondas de calor, sudorese e insônia de forma significativa quando comparada à simulação de acupuntura. Borud et al. mostraram que durante o tratamento inicial de 12 semanas há diferenças estatisticamente significativas entre o grupo que se submete à acupuntura em relação ao grupo controle na redução das ondas de calor. Porém, essa diferença não se mantém significativa após 6 e 12 meses. Dessa forma, acredita-se que a acupuntura possa contribuir para uma rápida redução dos sintomas vasomotores e aumento da qualidade de vida em mulheres no climatério, mas provavelmente não possui efeitos a longo prazo. DIAGNÓSTICO DA MULHER NO CLIMATÉRIO O diagnóstico de climatério é definido quando a mulher encontra-se dentro da faixa etária esperada para o período e apresenta as queixas sugestivas e/ou 12 meses consecutivos de amenorreia. Por se tratar de um processo biológico, não patológico, com diagnóstico essencialmente clínico, a maior parte das manifestações do climatério pode e deve ser manejada com hábitos de vida saudáveis, medidas comportamentais e autocuidado. No exame clínico pode-se observar mudança da distribuição da gordura corporal com incremento da deposição de gordura no abdômen e eventualmente aumento do peso em relação ao seu padrão habitual, diminuição da altura, pele seca, vagina e colo do útero com coloração rosa pálido e com características hipotróficas, diminuição dos pelos sexuais, hipotrofia vulvar. Em caso de dúvida, principalmente quando não se tem ainda instalada a menopausa, pode-se dosar o hormônio folículo estimulante (FSH). O FSH deve ser dosado no início do ciclo menstrual, por volta do quinto dia do ciclo, quando a mulher ainda está menstruando ou em qualquer momento se em amenorreia. Concentração acima de 15 UI deste hormônio nesta fase inicial do ciclo menstrual sugere climatério e acima de 40 UI confirma o diagnóstico. Avaliação mínima laboratorial e de exames de imagem ↳ Colesterol total, LDL colesterol, HDL colesterol, triglicérides, glicemia de jejum para rastreamento das dislipidemias e diabete melito. ↳ Colpocitologia oncótica até os 64 anos: anual por dois anos consecutivos de normalidade e, nesta situação, coleta a cada três anos: para rastreamento do câncer de colo do útero; ↳ Mamografia Bilateral: dos 50 aos 69 anos, a cada dois anos: para rastreamento do câncer de mama; ↳ Pesquisa de sangue oculto nas fezes: nas mulheres com risco para câncer de cólon e reto; ↳ Densitometria óssea: respeitar as indicações abaixo: o Mulheres acima de 65 anos, independente do risco para fratura; o Deficiência estrogênica com menos de 45 anos; o Peri e pós-menopausa (1 fator de risco maior ou 2 fatores de risco menores) o Amenorreia em paciente em idade reprodutiva > 1 ano o IMC < 19 Kg/m2; o Antecedentes de fratura por trauma mínimo ou baixo impacto; o Evidências radiográficas de fratura vertebral / osteopenia; o Perda de estatura (- 2,5 cm) / hipercifose torácica PRINCIPAIS DISTÚRBIOS RELACIONADOS COM O CLIMATÉRIO 1. Sintomas vasomotores Os fogachos ou “ondas de calor” constituem o sintoma mais comum nas mulheres ocidentais, podendo ocorrer em qualquer fase do climatério. Manifestam- se como sensação transitória súbita e intensa de calor na pele, principalmente do tronco, pescoço e face que pode apresentar hiperemia, acompanhada na maioria das vezes de sudorese. Além disso, pode ocorrer palpitação e mais raramente, sensação de desfalecimento, gerando desconforto e mal-estar. Sua intensidade varia muito, desde muito leves a intensos, ocorrendo esporadicamente ou várias vezes ao dia. A duração pode ser de alguns segundos a 30 minutos. A etiologia das ondas de calor é controversa, sendo atribuída na maioria dos estudos a alterações no centro termoregulador provocadas pelo hipoestrogenismo, levando a um aumento na noradrenalina e aumento dos pulsos de GnRH e do LH. O consumo de bebidas alcoólicas ou líquidos e alimentos quentes, ambientes com alta temperatura, estresse, emoções intensas, aglomerações de pessoas, ambientes abafados, uso de roupas quentes estão associadas com o desencadeamento dos fogachos, devendo ser evitadas. Outros sintomas neurovegetativos encontrados frequentemente são os calafrios, a insônia ou sono agitado, vertigens, parestesias, diminuição da memória e fadiga, que muitas vezes são relacionados a etiologias diversas ao climatério. 2. Alterações no sono Distúrbios do sono, incluindo menor duração, aumento nos episódios de despertar noturno e menor eficácia do sono, estão presentes em até metade das mulheres na pós-menopausa, com ênfase ao período perimenopáusico, devido às flutuações hormonais. Sabe-se que os fogachos têm papel definido no quadro clínico, pois os episódios noturnos aumentam o número de despertares noturnos, contribuindo para um sono de menor qualidade. Porém, além da percepção das alterações no sono, há evidências objetivas por meio da polissonografia comprovando alterações no padrão sonográfico dessas mulheres. A menor duração do sono é responsável por sequelas orgânicas como aumento da prevalência de hipertensão e diabetes mellitus. Além disso, consequências psicológicas são evidentes, acarretando cansaço e prejudicando as atividades diárias. Depressão e ansiedade também estão correlacionadas. 3. Alterações do humor Os sintomas depressivos são relatados por 65% a 89% das mulheres que buscam atendimento no período do climatério. O mecanismo responsável pelo aumento do risco ainda é desconhecido, porém a variação dos níveis séricos de estrogênio parece estar mais associada com efeitos depressivos do que com a própria concentração hormonal absoluta. As mudanças evidentes desse período, a perda da capacidade reprodutiva e o próprio envelhecimento propiciam distúrbios psicológicos associados, que também podem contribuir para o quadro depressivo ou ansiolítico. 4. Alterações urogenitais As mudanças do trofismo, que ocorrem pela insuficiência estrogênica, nas mucosas do trato genital do aparelho urinário, levam a sintomas diversos, como: secura vaginal; prurido vulvar; dispareunia; urgência miccional; nictúria; disúria e predisposição a infecções urogenitais. Na vagina observa-se debilidade do epitélio, falta de glicogênio nas células epiteliais, mudança do pH, diminuição da espessura da mucosa e estreitamento progressivo do intróito e do canal vaginais. A atrofia determinada pela diminuição dos estrogênios leva à perda da rugosidade e à maior secura vaginal, sendo os bacilos de Döderlein substituídos por flora inespecífica, tornando o meio vaginal alcalino. Na vulva, a privação estrogênica leva a alterações importantes. Observa-se diminuição dos pêlos pubianos, os quais tornam-se mais finos; os grandes lábios apresentam menor conteúdo de tecido elástico e de gordura subcutânea, favorecendo o enrugamento da pele; os pequenos lábios tornam-se proeminentes; as glândulas de Bartholin atrofiam e o clitóris torna-se pouco proeminente. 5. Alterações dermatológicas As alterações dermatológicas têm assumido importância cada vez maior em virtude do aumento da vida média das mulheres e das melhores condições de vida, refletindo, mais do que qualquer outro órgão, as condições de saúde, a idade e o estado endócrino. As principais alterações dermatológicas no climatério são representadas pelo envelhecimento cutâneo, aparecimento de rugas, alterações da pigmentação, dos anexos cutâneos e dos cabelos. 6. Hipotireoidismo A insuficiência tireoidiana tem sido cada vez mais comum entre as mulheres, com uma instalação gradativa e muitas vezes não detectada aos exames clínicos (forma subclínica). Os sintomas não sãoespecíficos, o que muitas vezes retarda o diagnóstico. No entanto, em face de um quadro de indisposição, transtornos menstruais, metabolismo lento com tendência a aumento de peso, obstipação, queda de cabelos, ressecamento de pele, edema palpebral há de suspeitar de hipotireoidismo. Muitas vezes, por ser de instalação lenta e gradativa, os exames laboratoriais (TSH e T4 livre) não demonstram alterações, sendo necessária a avaliação do anticorpo anti-tireoideano (AAT). A forma subclínica está presente em 65% da população feminina a partir dos 65 anos. A história familiar normalmente contribui para o diagnóstico. 7. Alterações da Saúde Bucal Muitos problemas odontológicos encontrados nas mulheres que estão no climatério são, na realidade, acompanhados por mudanças físicas, algumas das quais na cavidade bucal, sendo as mais comuns o desconforto bucal e a perda óssea alveolar resultante da osteoporose, sendo que esta pode ser também influenciada pelo fator etiológico da doença periodontal que é a infecção bacteriana. Principais Alterações Fisiológicas nas Mulheres no Climatério: Mudanças nos níveis hormonais que podem afetar as glândulas salivares deixando-as durante o período do climatério, tanto antes quanto após a menopausa com uma sensação constante de secura na boca; Com a diminuição da produção do estrogênio observamos alterações na absorção de cálcio da dieta e um aumento dos níveis de cálcio na urina. Isso faz com que estes fatores sistêmicos interajam com fatores locais aumentando o padrão de perda óssea alveolar (doença periodontal 8. Alteração do metabolismo lipídico e lipoprotéico O hipoestrogenismo, vigente na pós-menopausa, aumenta o colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), que é aterogênica e, em geral, mantém inalterada a lipoproteína de alta densidade (HDL-C), que é protetora contra a aterogênese, tendo como consequência a elevação da incidência da doença cardiovascular. Sabe-se que a estrogenioterapia diminui o colesterol total e a LDL-C, por aumento dos receptores hepáticos de LDL-C e aumenta a HDL-C, por bloqueio da lipase hepática e por diminuição do clearance da HDL, reduzindo a deposição de colesterol na íntima da artéria, portanto diminuindo a placa ateromatosa. 9. Alteração do metabolismo dos carboidratos e insulina O estrogênio natural melhora a tolerância à glicose, diminuindo a resistência à insulina e a hiperinsulinemia consequente. A hiperinsulinemia, que pode ocorrer pelo hipoestrogenismo do climatério, pode promover alterações vasculares e aumento do risco de doença cardiovascular, por promoção direta da aterogênese ou por afetar, adversamente, outros fatores de risco para moléstia cardiovascular, como: a hipertensão arterial sistêmica; a dislipidemia; a angina microvascular e a diminuição da fibrinólise. A resistência à insulina pode aumentar os triglicerídios e a VLDL-C e diminuir a HDL-C, aumentando a aterogênese. A elevação da insulina pode provocar a hipertensão arterial sistêmica, por aumento da reabsorção renal de sódio ou por elevação da atividade do sistema nervoso simpático. Essa hipertensão pode causar alteração vascular. A hiperinsulinemia pode diminuir a fibrinólise, por aumentar a síntese e a liberação do inibidor da ativação do plasminogênio (PAI- 1) nos hepatócitos. A diminuição da fibrinólise aumenta a possibilidade de trombose. O aumento da insulina pode promover a proliferação das células musculares lisas dos vasos e a migração das mesmas da camada média para a íntima, além da vacuolização dos macrófagos (células espumosas repletas de colesterol), facilitando a aterogênese. 3. DISCUTIR AS INDICAÇÕES, POSOLOGIA, CUIDADOS E CONTRAINDICAÇÕES DE TRH (TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL); TRATAMENTO DA MULHER NO CLIMATÉRIO e INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA REPOSIÇÃO HORMONAL NO CLIMATÉRIO O climatério contempla algumas mudanças que podem ocorrer em maior ou menor intensidade, durante o período que acompanha a diminuição da função ovariana. Desta forma, a instituição de tratamento específico, como a terapêutica medicamentosa hormonal ou não hormonal e/ou terapias não medicamentosas podem ser necessárias quando bem indicadas. Qualquer que seja a abordagem terapêutica é essencial observar que a atenção integral à mulher no climatério inclui medidas gerais, orientação dietética e apoio psicológico. Neste contexto a mulher deve ser vista como protagonista de sua vida e a ela caberá, desde que devidamente informada e com apoio profissional, a opção de como vivenciar esta fase. 1. Terapia Hormonal O tratamento pela administração de hormônios visa, em especial, combater os sintomas vasomotores, o ressecamento vaginal (que causa a dispareunia) e da pele, preservar a massa óssea, melhorar o sono, impedir a deteriorização da função cognitiva e estimular a libido. As sociedades científicas internacionais entraram em consenso de que a TH deve ser iniciada para alívio dos sintomas desagradáveis relacionados à redução dos esteróides sexuais, como as alterações menstruais, fogachos/sudorese e aqueles consequentes à atrofia urogenital. A dose ministrada deve ser a mínima eficaz para melhorar os sintomas, devendo ser interrompida assim que os benefícios desejados tenham sido alcançados ou os riscos superem os benefícios. + A Sociedade Brasileira do Climatério (SOBRACE) em seu Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa, edição 2018, enfatiza a importância da Terapia Hormonal (TH), em quatro situações: presença de sintomas vasomotores, síndrome geniturinária da menopausa, prevenção da perda de massa óssea e menopausa precoce. Os benefícios dependem da idade de início da terapia e da apresentação dos sintomas, dosagem e via de administração adotada Atualmente, a TH não deve mais ser iniciada com o objetivo de prevenção primária ou secundária de doença cardiovascular. O mesmo ocorre em relação à osteoporose, em que a TH não é a primeira escolha de tratamento, já que existem outras condutas com resultados bastante satisfatórios, a não ser que hajam também outras indicações para a terapia hormonal 1.1. Regimes terapêuticos A TH pode ser dividida em duas categorias, a terapêutica estrogênica isolada e a terapêutica estroprogestacional, conhecida como terapêutica combinada. A terapia estrogênica isolada é empregada em mulheres histerectomizadas. A adição do progestagênio para pacientes com útero é necessária para proteção endometrial, contrabalançando os efeitos proliferativos do estrogênio e diminuindo, dessa forma, os riscos de hiperplasia e câncer endometrial. Na TH sistêmica, os estrogênios frequentemente empregados na TH são os estrogênios conjugados (ECs) e o estradiol (E2), na forma de 17-β-estradiol micronizado ou o valerato de estradiol. O E2 pode ser empregado por via oral, transdérmica (adesivo) ou percutânea (gel), enquanto o EC apenas na via oral. São inúmeras as formas de administrar a THM, visando ao alívio dos sintomas e, acima de tudo, à proteção endometrial quando associamos a progesterona ao estrógeno. Os consensos atuais recomendam minimizar a exposição ao progestágeno. Os esquemas combinados podem ser cíclicos ou contínuos. No primeiro o estrógeno é dado de forma contínua e o progestágeno é dado 10-12 dias por mês e, no segundo, ambos são administrados conjuntamente de forma ininterrupta. No esquema cíclico, a mulher apresenta sangramento ao final de cada ciclo de progesterona e, no contínuo, a grande maioria entra em amenorreia. 1.2. Riscos e malefícios da terapêutica hormonal Como toda terapia, a TRH produz contraindicações, pois pode produzir efeitos colaterais e riscos para as pacientes, sendo necessário cuidado no seu uso. A TRH é contraindicadaem história atual ou suspeita de carcinoma invasivo de mama, em alterações pré- malignas de mama e carcinoma ductal in situ; na insuficiência hepática, trombose venosa profunda (TVP) atual ou pregressa, embolia pulmonar, história de distúrbio da coagulação, no tromboembolismo arterial ativo ou recente, história de câncer dependente de estrogênio atual, suspeito ou não tratado (inclui cânceres endometriais e de mama), doenças cardiovasculares (como infarto agudo do miocárdio – IAM) ou cerebrovasculares (como AVC) atuais ou na história. Em consenso, a Sobrac (Associação Brasileira de Climatério) considera que não há duração máxima obrigatória para o uso da TH e que ela deve ser suspensa quando os benefícios não forem mais necessários ou quando a relação risco-benefício for desfavorável. Contra-Indicações Absolutas à Terapia Hormonal: Câncer de Mama; Câncer de Endométrio; Doença Hepática Grave; Sangramento Genital Não Esclarecido; História de Tromboembolismo Agudo e Recorrente; Porfiria. Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus não-controlados, a endometriose e miomatose uterina. Mesmo as contraindicações devem ser encaradas de forma cuidadosa e individualizada, visto que muitas delas foram elaboradas partindo de um suposto risco teórico, portanto, não devem ser encaradas como absolutas quando há possibilidade de melhorar a qualidade de vida da paciente. Outro fator importante a ser considerado é a tolerabilidade a terapia. Os efeitos colaterais incluem mastodinia, edema, ansiedade, polifagia, flatulência, ansiedade, cefaleia, alteração de humor e sangramentos uterinos anormais. Os malefícios da TRH, por sua vez, incluem o aumento da incidência de câncer de mama (risco maior de 1,24 a 2,74 vezes após 2 a 5 anos de uso) e de câncer ovariano, aumento da mortalidade por doença arterial coronariana (quando a terapia é iniciada após 10 anos da menopausa ou após 60 anos da paciente; terapia iniciada antes disso possui efeito protetor), aumento do risco de AVC, incremento em 2 vezes do risco de TVP e embolia pulmonar e risco aumentado para demência
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