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Ergonomia e sua Aplicabilidade SMQs | 53 Objetivos Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de: • Descrever os princípios da Ergonomia; • Identificar a relação da Ergonomia com a execução do trabalho. SMQs | 55 1. Definição de Ergonomia A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar as atividades nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas, com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro. A NR-17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 2. Aplicação da Ergonomia A Ergonomia é a ciência aplicada para facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que aqui a palavra “trabalho” abrange todos os ramos e áreas de atuação. Histórico da Ergonomia A ergonomia surgiu, oficialmente, em 1949, a partir da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente desenvolvidos, assim como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Acontece que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. 56 | SMQs Como cada soldado ou piloto morto trazia problemas muito sérios para as Forças Armadas, estudos e pesquisas foram iniciados por engenheiros, médicos e cientistas para desenvolver projetos que modificassem comandos (alavancas, botões, pedais etc.) e painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. 3. Fases da Ergonomia Estudos da Ergonomia 1ª Fase — A primeira fase da ergonomia é referente às dimensões de objetos, ferramentas e painéis de controle dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se mais no redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e visual aos trabalhadores. 2ª Fase — A ergonomia passa a ampliar sua área de atuação, confundindo-se com outras ciências e utilizando-as. Assim, o ergonomista passa a projetar postos de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, particulado sólido etc.). 3ª Fase — Mais recentemente, à época da década de 1980, a ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o processo cognitivo do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informações mais adequados às capacidades mentais do homem, muito comuns na informática e no controle automático de processos industriais através de SDCD’s (Sistema Digital de Controle de Dados). Verificamos que, algumas vezes, os postos de trabalho não estão bem adaptados às características do operador, quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no espaço disponível ou na disposição das ferramentas e materiais que utiliza em suas funções. SMQs | 57 À ciência que avalia as condições de trabalho do operador, medindo o esforço que ele realiza para executar as suas tarefas, dá-se o nome de Ergonomia. 4. Riscos Ergonômicos Repetitivos Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas podem criar complicações quando não tratadas a tempo. Tratam-se das genericamente chamadas lesões por esforços repetitivos (LER). Agentes Ergonômicos Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma é a prevenção, o que pode ser feita a partir de: 1. Rotação do pessoal. 2. Intervalos mais frequentes. 3. Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos. 4. Exames médicos periódicos. Outros fatores de risco ergonômico podem ser encontrados em circunstâncias aparentemente impensáveis, como: 1. Falhas de projeto de máquinas. 2. Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios. 3. Deficiências de layout. 4. Iluminação excessiva ou deficiente. 5. Uso inadequado de cores. Adaptação Ergonômica A análise e a intervenção ergonômica traduzem-se em: 1. Melhores condições de trabalho. 2. Menores riscos de incidente e acidente. 58 | SMQs 3. Menores custos humanos. 4. Formação com o objetivo de prevenir. 5. Maior produtividade. 6. Otimizar o sistema homem/máquina. 7. Corpo em movimento — redução dos músculos e tendões. 8. Precisão de movimentos — ter atenção à sua amplitude, e quais membros a utilizar. 9. Rapidez dos movimentos — salientar sinais visuais e auditivos. 10. Esforço estático — uma cadeira pode ter vários pontos de apoio. 11. Portas e tetos — devem ter altura mínima de 2 metros. Os objetivos da ergonomia são o conforto, a segurança e o bem- estar dos trabalhadores. O aumento da produtividade não é um fim, apesar de, em geral, ser uma consequência. Pode-se, de maneira inicial e geral, dividir a Ergonomia em três tipos: 1. Ergonomia Física 2. Ergonomia Cognitiva 3. Ergonomia Organizacional A Ergonomia Física Nesse tipo de Ergonomia são abordadas as características anatômicas, antropométricas, fisiológicas, e biomecânicas do homem em sua relação com a atividade física. A repetitividade, as cargas e posturas de trabalho, o levantamento e carregamento de objetos, a LER/DORT. O layout do posto de trabalho, a segurança e a saúde são aspectos abordados na Ergonomia Física. A Ergonomia Cognitiva A Ergonomia Cognitiva contempla os processos mentais Importante SMQs | 59 dos trabalhadores em situação de trabalho. Os itens mais importantes nesse tipo de Ergonomia são: a percepção, a memória, o raciocínio, as respostas motoras, a relação das interações entre pessoas e outros componentes de um sistema. Os temas centrais são a carga mental de trabalho, a tomada de decisão, a interação entre o homem e a máquina, a confiabilidade e o estresse. A Ergonomia Organizacional Aborda a otimização dos sistemas sociotécnicos, ou seja, a estrutura organizacional, suas regras e seus processos, e a empresa, sua missão, sua política. Os temas mais comuns compreendem a comunicação entre os colaboradores, a gestão dos processos industriais, a concepção do trabalho, os horários e a jornada de trabalho, o trabalho em equipe, o trabalho participativo e sua gestão, as novas tecnologias, as novas formas de trabalho, a cultura organizacional, organizações vitais e o teletrabalho. Os profi ssionais que praticam a Ergonomia, os ergonomistas, contribuem para a planifi cação, a concepção e a avaliação de tarefas, empregos, produtos, organizações, meio ambientes e sistemas, objetivando torná-los compatíveis com as necessidades, capacidades e os limites das pessoas. Vale a pena salientar que esses tipos ou áreas da Ergonomia não são estanques. Um ergonomista comumente tende a exercer sua função em certos campos de aplicação e em certas áreas de formação profissional de sua preferência, mas deve atuar em todas elas para que seu trabalho seja completo. No Brasil, os ergonomistas são pro- fissionais especializados, ou seja, com pós-graduação Latu Sensu ou Strictu Sensu, e que chegam à área depois de outro curso de graduação por exemplo, numa universidade: um médico, um engenheiro, um psicólogo, um advogado, um fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, educador físico, um administrador, entre outros. Posturas ideais • Aquela que permite a flexibilidade postural; 60 | SMQs • Andando e alternando as posições sentadas e de pé; • Com pausas para recuperação. A Ergonomia contribuiu para o avanço dos estudos das características do ser humano nas empresas, que hoje precisam se adaptar a seus trabalhadores. Saiba mais SMQs | 61 Síntese Finalizamos aqui nosso estudo sobre a ergonomia, que auxilia o trabalhador no seu cotidiano organizacional. Pudemos conhecer um pouco mais esta ciênciaque contribui para minimizar os males que podem trazer riscos aos trabalhadores. Tivemos a oportunidade de ter uma visão mais ampliada sobre os conceitos e a aplicabilidade da Ergonomia nas empresas e até mesmo em nossa vida pessoal, o que pode refletir ou não no exercício das nossas atividades no cotidiano organizacional. SMQs | 63 Leitura Complementar Albieri, Sergio. Manual de Gestão e Segurança do Trabalho. Rio de Janeiro: GZ Editora, 2010, p. 181. SMQs | 65 Referências Bibliográficas ALBIERI, Sergio. Manual de gestão e prática em saúde ocupacional. Rio de Janeiro: GZ Editora, 2010. BOUDREAU, John W. MILKOVICH, George T. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2007. YOSHIZAWA, Marta. Segurança, saúde e ergonomia. Curitiba: Ibpex, 2012.
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