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APS Processo Penal - Rito Comum

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FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
 
APS -Processo Penal Rito Comum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado por 
Tatiana Ferreira Gonçalves 
R.A:7502204 
4º. Semestre do Curso de Direito 
Turma: 003204 A04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
Princípio do Devido Processo Legal 
 
 
Para o processo penal, o Princípio do Devido Processo Legal - Due Process of Law 
é o mais importante de todos, de modo que todos os princípios estão incluídos 
nesse princípio. Trata-se de um princípio mestre. 
Considerado um dogma constitucional, está disposto no artigo 5o, in verbis: 
"Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal''. 
Tal princípio converge com o entendimento da Convenção Europeia dos Direitos 
Humanos em seu artigo 6o., conforme segue: 
“É preciso que se diga que o princípio do devido processo legal inicialmente tutelava 
especialmente o direito processual penal, mas já se expandiu para processual civil e 
até para o administrativo. Em uma nova fase, invade a seara do direito materia l”. 
Sendo assim, depreende-se que a não observância dos demais princípios resultará 
em descumprimento da lei, da Carta Magna e ainda ferirá os os preceitos do 
Estado Democrático de Direito. 
Nessa esteira, casos em que outros princípios não são observados impactam 
diretamente no resultado do processo. Nesse sentido, a não observância do 
princípio da presunção de inocência acarretará também na não observância do 
princípio do devido processo legal. Isso ocorre devido a característica corolária que 
os princípios possuem entre si. 
O princípio do devido processo legal também está alinhado com o Pacto São José 
Da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário. A Convenção Interamericana de 
Direitos Humanos em seu artigo 8o. ,I, dispõe: 
"Toda pessoa tem o direito a ser ouvida com as devidas garantias e dentro de um 
prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, 
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal 
formulada contra ela, ou para que se determinem os seus direitos ou obrigações de 
natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza." 
No que compete à razoabilidade do processo, é mister dizer que todo processo 
deve ter um fim. Em outras palavras, um processo razoável é aquele que tem uma 
duração razoável e que não ultrapasse os limites do bom senso, da prudência e da 
moderação e que possam tolher a atuação ilimitada e desproporcional do Estado 
em relação ao tempo do processo. 
Já em relação ao princípio da ampla defesa, a definição de Nestor Sampaio Penteado 
Filho versa que : 
''A defesa assume o papel multifacetário no processo, ora indicando testemunhas, ora 
juntando documentos, ofertando quesitos, etc. O conteúdo da defesa é a prevalência do 
princípio da igualdade para que ela possa repelir os argumentos de acusação, seja no 
processo judicial, seja no processo administrativo disciplinar (a par conditio, ou seja, a 
igualdade de armas no processo)''. 
Isto posto, percebe-se a característica abrangente desse princípio dado sua 
aplicabilidade no processo seja ele penal ou não. 
O princípio do Devido Processo Legal também abarca o princípio do contraditório. Este 
princípio objetiva a aplicação de regras claras quanto aos procedimentos tomados pelas 
partes do processo. 
Nesse quesito, Vicente Grecco sintetiza tal o referido princípio como: 
 
a) o conhecimento da demanda por meio de ato formal de citação; 
 
b) a oportunidade, em prazo razoável, de se contrariar o pedido inicial; 
 
c) a oportunidade de produzir prova e se manifestar sobre a prova produzida pelo 
adversário; 
 
d) a oportunidade de estar presente a todos os atos processuais orais, fazendo 
consignar as observações que desejar; 
 
e) a oportunidade de recorrer da decisão desfavorável 
 
O princípio do contraditório, portanto, visa a garantia das partes se expressarem e 
vedam a possibilidade da aplicação de um processo injusto e inquisitivo, que invalide os 
preceitos constitucionais impedindo assim, a maculação do entendimento sobre justiça. 
 
Como já dito, o princípio do devido processo legal abarca todos os outros princípios, 
sendo que, a violação de um princípio resultaria em uma falha substancial no processo. 
Um processo ideal é aquele que respeita os ditames constitucionais,sendo assim, é 
necessário o respeito ao contraditório, à ampla defesa, à publicidade do processo , à 
produção de provas, etc. 
 
Em relação ao princípio da publicidade , este está ligado ao direito à informação. Tal 
princípio encontra-se no rol das garantias fundamentais situadas em três menções 
 
do artigo 5o. da Constituição Brasileira, como seguem: 
 
a) inciso XIV (“é assegurado a todos o acesso à informação”), 
b) XXXIII (“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”) e 
c) inciso LXXII, a prever o habeas data. 
 
O princípio da publicidade também possui suas exceções, nas quais são previstas no 
Art. 5º, X, CF, in verbis: 
 
“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação”. 
 
A importância de tal princípio está no fato de que um processo transparente representa 
um processo que incide em menor possibilidade de abuso cometido pelo Estado. 
 
A garantia de um devido processo legal também abrange a atuação do magistrado. No 
tocante ao princípio do juiz natural, o magistrado deve atuar de forma imparcial 
objetivando sempre a condução igualitária das partes de modo que o processo corra de 
forma justa e transparente. 
 
Tal princípio também está consagrado pela Constituição brasileira por meio do art. 5º, 
incisos XXXVII e LIII, como seguem: 
 
a) XXXVII: vedação de juízos e tribunais de exceção 
b) LIII: Ninguém poderá ser processado ou julgado senão por autoridade 
competente. 
 
Em relação ao inciso XXXVII, o legislador compreendeu que o fato da criação de 
um tribunal de exceção poderia acarretar na ocorrência da imparcialidade do 
magistrado, como ocorrido no Tribunal de Nuremberg e no Tribunal De Tóquio. Já 
o inciso LIII visa o alinhamento e o cumprimento dos preceitos democráticos e 
republicanos. 
 
 
É interessante registrar que a Constituição de 1988 foi a primeira Constituição 
Brasileira a compor em seu rol de garantias fundamentais, o princípio do devido 
processo legal. A constituição de 1824 trazia tal conceito de forma aproximada no 
artigo 179, II: 
 
"nenhuma lei será estabelecida sem utilidade pública" 
 
O princípio do devido processo legal é uma das garantias mais importantes não só 
no ordenamento jurídico brasileiro, mas também no ordenamento jurídicos de 
outras nações, sejam elas, provenientes do civil law ou common law. 
 
Suas raízes históricas tem origem históricas em terras inglesas. Gracez Ramos p. 
103, explana: 
 
"O uso da expressão “devido processo legal” (due process of the law), ocorre pela 
primeira vez em 1354, quando o rei Eduardo III, seguindo a velha tradição, 
confirma as leis da terra e, entre elas, a Magna Carta das Liberdades. O texto de 
Eduardo III dispõe que “que nenhum homem de qualquer estado ou condição que 
ele seja, possa ser posto fora da terra ou da posse, ou molestado, ou 
aprisionado, ou deserdado, ou condenado à morte, sem ser antes levado a 
responder a um devido processo legal”. Com o tempo, o poder de fazer leis do 
país passou do soberano ao Parlamento. E o dever de respeitá-las – que já 
atingia o povo – passou cada vez mais a afetar o soberano. Assim, a evolução do 
devido processo legal, na Inglaterra, está ligada ao poder do povo de fazer leis e 
ao deverde todos de respeitá-las. O Parlamento inglês – representante dos 
comuns – é o único Poder na Inglaterra" 
 
Já no ordenamento jurídico americano, o princípio do devido processo legal está 
consagrado na 5a. emenda, no qual passou a vigorar em 1791, como segue: 
 
"No person shall be held to answer for a capital, or otherwise infamous crime, 
unless on a presentment or indictment of a Grand Jury, except in cases arising in 
the land or naval forces, or in the Militia, when in actual service in time of War or 
public danger; nor shall any person be subject for the same offence to be twice put 
in jeopardy of life or limb; nor shall be compelled in any criminal case to be a 
witness against himself, nor be deprived of life, liberty, or property, without due 
process of law; nor shall private property be taken for public use, without just 
compensation" 
 
 
Enfim, um processo justo, igualitário e que respeita os princípios republicanos e 
democráticos abarca o princípio do processo legal como um princípio de extrema 
importância e que junto com todos os outros princípios corolários a este visam a 
condução de um processo alinhado com a dignidade humano e com os preceitos 
estabelecidos pelo Estado Democrático de Direito. 
 
 
Em relação à prática, tomemos como exemplo o caso do Habeas Corpus concedido no 
processo penal 155363, Órgão julgador: Segunda Turma,Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI 
Julgamento: 08/05/2018 Publicação: 24/07/2012. No qual figuram como partes, 
 
PACTE.(S) : ANTHONY WILLIAM GAROTINHO MATHEUS DE OLIVEIRA 
 
PACTE.(S) : ROSÂNGELA ROSINHA GAROTINHO BARROS ASSED MATHEUS DE 
OLIVEIRA 
 
IMPTE.(S) : CARLOS FERNANDO DOS SANTOS AZEREDO COATOR(A/S)(ES) : 
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL 
A segunda turma do Supremo Tribunal Federal entendeu que houve Infringência à matriz 
constitucional da plenitude de defesa (CF, art. 5º, inciso LV) e do due process of law (CF, 
art. 5º, inciso LIV). 
 
No caso em questão , a defesa defendeu a tese que os limites da razoabilidade e da 
ampla defesa foram extrapolados , sendo assim, o princípio do devido processo legal foi 
impactado igualmente uma vez que este abarca todos os outros princípios de forma 
corolária. Nesse caso, o Habeas Corpus foi concedido em razão da falta de 
possibilidade dos acusados produzirem as provas necessárias à demonstração de 
suas alegações. 
 
No caso do processo EDcl no AgRg no RHC 135970 / RSEMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO DE HABEAS 
CORPUS2020/0266973-6, não houve localização do réu nem por citação, sendo assim, 
o Supremo Tribunal Federal entendeu que o prosseguimento do processo penal não 
deverá tramitar,uma vez que a não localização do réu feriria o princípio da ampla defesa 
e do contraditório, resultando também na violação do princípio do devido processo legal 
conforme (art. 5º, incisos LIV e LV, da Constituição Federal). 
 
Já o processo EMB.DECL. NO HABEAS CORPUS 193.726 PARANÁ 
 
RELATOR : MIN. EDSON FACHIN 
 
EMBTE.(S) : LUIZ INACIO LULA DA SILVA 
 
ADV.(A/S) : CRISTIANO ZANIN MARTINS E OUTRO(A/S) 
EMBDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
No caso em questão, o habeas corpus impetrado em 3.11.2020 em favor de Luiz Inácio 
Lula da Silva, aponta: 
"como ato coator o acórdão proferido pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça 
nos autos do Agravo Regimental no Recurso Especial n. 1.765.139, de modo que foram 
refutadas as alegações de incompetência do Juízo da 13ª Vara Federal da Subseção 
Judiciária de Curitiba para o processo e julgamento da Ação Penal n. 5046512- 
94.2016.4.04.7000, indeferindo-se, por conseguinte, a pretensão de declaração de 
nulidade dos atos decisórios nesta prática" 
Sendo assim, houve o entendimento que o princípio do devido processo legal foi ferido 
uma vez que as regras de distribuição da competência jurisdicional não estão em 
conformidade com as previstas no ordenamento jurídico, sendo assim, houve a nulidade 
dos atos decisórios proferidos na Ação Penal n. 5046512-94.2016.4.04.7000. 
A decisão do Ministro Edson Fachin, no qual reconheceu a incompetência da 13a. Vara 
Criminal Federal de Curitiba está alinhada com o artigo 70 do CPP, o que segue: 
70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
Portanto, entende-se que o entendimento de nulidade do processo se deu devido ao 
ferimento ao princípio do processo legal, no qual, representa grave violação aos ditames 
constitucionais e do preceitos da justiça. Nesse último caso analisado, tem se de forma 
explícita à violação do princípio do juiz natural, impactando obviamente, o princípio 
mestre do devido processo legal. 
Neste trabalho buscou-se explicar o princípio do devido processo legal. Para 
subsídios de análise foram explanados outros princípios que se alinham e são 
corolários do princípio considerado mestre. O panorama histórico também foi 
considerado, bem como o entendimento do referido princípio em outras Cortes.Por 
fim, analisou-se três casos concretos no qual houve violação do princípio objeto 
deste estudo.

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