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Elaine ATIV 10

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Curso de Direito da UEFS
Teoria do Processo
Professora: Flávia Pita
Aluno: Elâine Cristina Rocha da Silva
Leitura dirigida – “Processo e Procedimento”
A partir da leitura do texto a seguir referenciado, sistematize as ideias desenvolvidas pelos autores no quadro abaixo:
RODRIGUES, Horácio Wanderlei. LAMY, Eduardo de Avelar. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Ed. Elsevier Campus Jurídico, 2012, p. 123-131
Fluxo narrativo Ideia(s) principal(is) Observações/dúvidas
Modalidades
históricas do
processo:
inquisitivo; de
ação e
acusatório; misto
Inquisitivo: Concentra-se em uma só pessoa ou instituição as funções de acusar, defender e julgar.
O processo é secreto e escrito, não permitindo a presença de contraditório, sendo as provas apreciadas de
acordo com regras mais aritiméticas que processuais. Os Juizes eram permanentes e irrecusáveis e não
havia garantia alguma conferida ao reu. O acusado não era considerado sujeito de direito, porém ele é objeto
do processo, sendo a sua confissão considerada prova suficiente para a sua condenação.
Acusatório: autor e réu estão em pé de igualdade, garantido assim igualdade de direitos e obrigações entre as
partes como corolário do contraditório, sendo de responsabilidade de quem acusa a iniciativa da abertura do
processo, podendo ser o órgão do Estado ou qualquer cidadão do povo, o ofendido ou seu representante
legal. . Sobrepondo-se a ambos como órgão imparcial de aplicação da lei, tem-se a figura do juiz, titular da
jurisdição para dirimir os conflitos entre o jus puniendi do Estado e o direito de liberdade do acusado, ficando
a titularidade da pretensão punitiva estatal a cargo do Ministério Público.. Diferente do inquisitório, no
acusatório as funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a pessoas distintas, não sendo permitido ao
juiz iniciar de ofício o processo .
Misto: nessa modalidade o processo possui uma fase inquisitiva e outra acusatória. Ou seja, se caracteriza
pela combinação da modalidade inquisitória, investigação preliminar, com a forma acusatória, instalação
posterior do contraditório.
Natureza
jurídica do
processo
Processo como
contrato
O processo equipara-se a um contrato devido às similaridades existentes entre a relação
que interliga o autor e o réu e as relações estabelecidas entre as partes de um contrato. Em
ambos existem dois titulares - o subordinante (autor) e o subordinado (réu) - onde o
primeiro exerce o direito seu direito de exigir do segundo a prestação de uma determinada
obrigação.
Processo como
quase-contrato
Já no quase contrato as obrigações são determinadas pela lei com base na
presumível vontade das partes, enquanto no contrato as obrigações são determinadas
diretamente pela própria vontade das partes. Foi Savigny quem desenvolveu essa teoria
frente às dificuldades de caracterizar o processo como contrato. Essa concepção processo
é característica da fase sincrética da história do Direito Processual, em especial durante o
praxismo
Processo como
relação jurídica
A concepção do processo como relação jurídica se deve a Oskar Von Bülow, para quem o
processo é uma relação jurídica entre as partes, e o juiz, uma relação jurídica processual e,
como tal, diferenciada das relações jurídicas que constituem a matéria do debate judicial.
Foi através dessa teoria que se separou a noção de processo da noção de procedimento.
Processo como
situação jurídica
Nessa teoria, o processo é o modo, ou situação, em que a pessoa
se encontra enquanto espera a sentença; essa situação é a de ter a possibilidade de
praticar atos, ou mesmo a necessidade de praticá-los, para ter seu direito reconhecido.
Processo como
instituição
De acordo com essa teoria, o processo é uma instituição, uma organização estável
das várias relações jurídicas nele existentes em busca da realização de um objetivo,
que no processo jurisdicional é a solução de um conflito de interesses; da mesma
forma que as anteriores.
Processo como
procedimento em
contraditório
Segundo essa teoria, o procedimento não significa um conceito particular de área do
direito, o processo, mas sim um conceito geral do próprio direito; nesse sentido, o
procedimento não pode ser compreendido somente como atos ou série de atos realizados
no processo se não o for à luz de normas processuais. Surge então a ideia de contraditório
para caracterizar que um procedimento só constitui processo quando essa garantia estiver
presente.
Conceito
contemporâneo
de Processo
É o instrumento pelo qual se serve o estado para, tanto no exercício da sua função jurisdicional quanto fora
dela, com a participação das partes e obedecendo ao procedimento estabelecido na legislação específica,
eliminar os conflitos de interesses, solucionando-os; um ato jurídico complexo constituído pela operação de
um núcleo de direitos fundamentais sobre uma base procedimental, não somente no âmbito da jurisdição e
não apenas para declarar os direitos, mas principalmente para satisfazê-los no mundo dos fatos, na vida dos
litigantes.
Atos processuais
Atos processuais são cada uma das partes que integram o processo. Caracterizam-se por não se
apresentarem isoladamente, mas integrados ao procedimento, por ligarem-se pela unidade do escopo e
serem interdependentes.
Relação jurídica
processual e
suas
características
a) complexidade: é uma relação que se compõe de mais de um ato, ou de um conjunto
de atos;
b) dimensão temporal: esse conjunto de atos se desenvolve no tempo;
c) interdependência entre seus atos: há uma interdependência entre os atos que formam a
relação processual, dando-lhe unidade;
d) progressividade: esses atos avançam em busca da produção do resultado final;
e) natureza pública: a relação processual possui natureza pública, tendo em vista nela
estar presente, juntamente com as partes ou interessados, o estado-juiz;
f) autonomia: a relação processual é autônoma em relação de direito material.
Sujeitos do
processo
São sujeitos que participam do processo:
a) o estado-juiz, que é representado no processo pelos juízes como agentes do Estado;
b) as partes nos processos de jurisdição contenciosa e os interessados nos processos de jurisdição
voluntária; segundo o direito brasileiro, podem ser partes as pessoas físicas (os seres humanos), as pessoas
jurídicas e alguns entes despersonalizados, desde que sejam sujeitos de direitos que necessitem ser
tutelados (nascituro, massa falida, espólio, herança jacente);
c) os terceiros intervenientes, na forma definida na legislação processual; e
d) os sujeitos especiais, que a constituição caracterizou como funções essenciais à Justiça:
representantes do Ministério Público, Defensores Públicos e advogados.
Fases
processuais
a) fase postulatória, na qual o autor apresenta sua demanda, através da ação, e o réu sua defesa, através da
contestação;
b) fase instrutória, durante a qual são realizadas as audiências e produzidas as provas;
c) fase decisória, na qual o órgão competente profere sua decisão; e
d) fase recursal, na qual a parte insatisfeita com a decisão apresenta recurso ao órgão competente para
analisar o recurso.
Pressupostos
processuais
De existência do
processo
É a existência de um órgão jurisdicional e a existência de um sujeito de direito que se dirija
a esse órgão.
De
desenvolvimento
válido do processo
E seriam pressupostos de desenvolvimento a competência do órgão e ausência de
impedimento do juiz, a capacidade processual das partes (que é diferente da capacidade
de ser parte), e a demanda ter sido regularmente formulada.
Positivos A competência absoluta, a citação válida, a petição inicial apta, o respeito à conexão em
caso de propositura de ações conexas, a capacidade processual da parte, a capacidade
postulatória do advogado, a imparcialidade do magistrado, dentre outros.
Negativos A coisa julgada, a litispendência, a perempção e a convenção de arbitragem (cláusula ou
compromisso arbitral).
Procedimento
É o conjunto de atos dialéticos consecutivos que permitem a materialização do processo, bem como a
regulamentação legislativa dessesatos.
O procedimento é a parte visível do processo. Desde a petição inicial até a sentença, desde os julgamentos
colegiados dos tribunais até a execução das matérias transitadas em julgado, o processo depende da sua
inserção em um procedimento existente ou a existir.
Processo,
procedimento e
devido processo
legal
Constituição Federal, art. 5o , inciso LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”.
Esse princípio constitucional assevera que, tanto na área cível como na penal, a existência de
processo para que qualquer pessoa seja julgada e condenada. E não de qualquer processo, mas de um
processo que respeite os direitos fundamentais inseridos na Constituição Federal.

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