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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL FONOAUDIOLOGIA MOSES CAETANO DA SILVA RESENHA CRÍTICA – “O JOVEM DR. FREUD” Maceió 2021 MOSES CAETANO DA SILVA RESENHA CRÍTICA – “O JOVEM DR. FREUD” Resenha crítica do documentário “O jovem Dr. Freud” apresentada, ao curso de Fonoaudiologia, da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL, a ser utilizado como atividade do módulo de Introdução à Psicologia, ministrado pelo Prof. Dr. Antônio Lima. Maceió 2021 Resenha Crítica – “O jovem Dr. Freud” "Os poetas e filósofos que me precederam descobriram o inconsciente, o que eu descobri foi o método científico de estudá-lo." Uma frase do médico neurologista Sigmund Freud que inicia o documentário “O jovem Dr. Freud”, lançado em 2002 e dirigido por David Grubin, a produção é biográfica e documenta o início e formação da psicanálise, os altos e baixos encontrados pelo jovem Freud na jornada para o entendimento da mente, teorias da sexualidade, a vida pessoal de Sigmund, seu nome em meio a comunidade científica da época e principalmente os entraves para a criação do Complexo de Édipo e o nascimento da psicanálise. A obra conta com a presença de nomes renomados da psicologia e psicanálise, como Peter Gay e também com a presença de Sophie Freud, neta de Freud, que compartilha suas experiências na infância e o contato que tinha com o avô. As lembranças da infância de Freud vinham à tona por meio de sonhos perturbadores que reavivaram essas memórias quase esquecidas. A partir daí ele pôde formular uma tese que mudaria o entendimento do homem sobre si mesmo. Apesar dos conceitos da psicologia serem de longa data, ninguém além de Freud ousou sistematizá-los. Para o alívio do sofrimento daqueles que eram acometidos por doenças de caráter psicológico ou mental, esses conceitos serviram de base para essa nova compreensão sobre o humano. O inconsciente torna-se o guia de nossos desejos e acaba sendo um norte para a vida, influenciando aquilo que queremos ou almejamos ser. Desejos inconscientes, lapsos verbais, impulsos reprimidos, Freud criou uma linguagem para medos, sonhos, segredos, desejos mais íntimos e pesadelos tenebrosos. A forma como Freud entendeu a mente abriu horizontes para o que é nossa compressão atual dela. Sigmund percebe e declara que para tratar e lidar com os demônios dos outros é necessário tratar dos seus próprios demônios. Ele institui que para aqueles que desejam seguir o caminho da psicanálise e ser um psicanalista é preciso ser analisado, seus demônios devem ser analisados por outro psicanalista. Além disso, ao longo de sua vida acadêmica e científica buscou o poder das forças inconscientes. Durante os seis meses que estudou em Paris junto ao Prof. Jean-Martin Charcot viu o poder da mente e do inconsciente através da hipnose. O tema sempre em foco e debate era a histeria. A palavra histeria vem do grego hyster, que significa útero, os da época pensavam ser uma doença exclusivamente feminina, além de considerarem quem a tinha como preguiçoso, farsante e teatral, pode até ser observado no filme “Freud Além da Alma” quando Theodor Meynert, professor de neuropsiquiatria, tece comentários similares em relação a histeria. Ao longo do tempo, Freud reconheceu que a mente tem uma profundidade, há níveis de consciência e inconsciência que interagem entre si. Foi uma grande descoberta, a prova de que a mente não era transparente e clara como pensavam. Como pesquisador, Freud já havia dissecado o cérebro e estudado toda a sua anatomia, mas agora seu foco era na mente e para penetrá- la usou o bisturi do próprio intelecto. A partir de Charcot, Freud conheceu a hipnose e passou a usá-la em seu fazer terapêutico. Comprovou a ineficácia desse método ao longo do tempo. Freud percebeu que era falha e nem sempre funcionava. Partindo desse ponto Freud perguntava aos pacientes e eles respondia, foi introduzido o método de livre associação, permitia que o paciente fosse uma fonte de informações, o acesso a parte mais profunda da mente se iniciou nessa técnica descoberta por Freud. Enquanto Charcot pedia aos pacientes, por hipnose, para melhorarem, Sigmund pedia e perguntava, foi uma grande mudança. O lado mais intimo e pessoal de Freud pôde ser visto no documentário, além de seu relacionamento com Martha, sua primeira e única esposa, o sofrimento com a morte de seu pai, e como Freud perdeu a imagem que tinha dele com um herói, a admiração e relação com Wilhelm Fliess e as incógnitas acerca do relacionamento de Sigmund com sua mãe. Apesar de uma mente com interjeições que levaram a respostas que mudaram o entendimento do mundo em relação a mente, Freud nada mais era que um homem comum, casual, à moda vitoriana. Sophie Freud deixou claro que o afeto demonstrado por Freud aos filhos e netos era um aperto nas bochechas com os dedos, “não havia abraço, nem nada disso...” afirma Sophie. Sigmund foi um tanto quanto pacato e normal. “O jovem Dr. Freud” apresenta o nascimento da psicanálise e exibe também um pouco de quem Sigmund Freud era fora do mundo científico. Documentário interessante para os curiosos sobre a área e para o público que se dedica ao estudo da psicologia, psicanálise e da mente, com certeza a história do Pai dessa área do conhecimento é relevante para a construção desse saber. REUD além da alma. Direção de John Huston. Produção de Wolfgang Reinhardt. EUA: 1962. DVD (139 min).
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