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DIREITO ADMINISTRATIVO 2 Prof. Sales Martins – Intervenção do Estado na propriedade – parte 1 1 FUNDAMENTO DA INTERVENÇÃO Cumprimento da função social da propriedade (art. 5º, XXIII, e 170, III, CF) Satisfação do interesse público – mesmo que haja o cumprimento da função social da propriedade, é possível a Adm. intervir com base no interesse público 2 ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO BRANDAS/ RESTRITIVAS O Estado impõe restrições e condições à propriedade, sem retirá-la do seu titular. É diferente das intervenções supressivas, que se dividem em espécies de desapropriações; Servidão Administrativa: o É o direito real que permite a utilização da propriedade alheia pelo Estado (ou por seus delegatários) com o objetivo de atender o interesse público; o É necessário justificar o interesse público o Apenas sobre bens imóveis o Pode ser instituída por meio de acordo (registrado por escritura pública); de sentença judicial (proposta pelo Poder Público); de usucapião; OBS.: há um debate se é possível através de legislação. Compreendemos que não, porque a servidão precisa ser específica. Restrições gerais sobre o uso do bem imóvel devem ser consideradas como “limitações administrativas”. o Não gera indenização automaticamente o Efeito “perpétuo”, pois se extingue apenas com: a- desaparecimento do bem gravado; b- incorporação do bem serviente ao patrimônio público; c- desafetação do patrimônio público; Requisição o Intervenção autoexecutória na qual o Estado utiliza-se de bens imóveis, móveis e de serviços particulares no caso de iminente perigo público o Todos os entes poderão fazer requisições administrativas o Incide sobre bem móveis, imóveis e serviços particulares o Dispensa procedimento administrativo prévio o Há indenização se houver dano e ocorrerá após a utilização do bem Ocupação temporária o A ocupação temporária é a intervenção branda por meio da qual o Estado ocupa, por prazo determinado e situação de normalidade, a propriedade privada para execução de obra pública ou a prestação de serviços públicos. Ex.: ocupação de terreno para alojamento de operários e material de construção; o É indenizada ao final por ação própria Debate: se for ocupação prévia a desapropriação, defende-se que sim; se não for, defende-se que apenas com a comprovação do dano. o É possível ocupar bens imóveis, móveis* e os serviços* o Depende de edição prévia de decreto com o acordo do proprietário ou de decisão judicial autorizando; Limitação Administrativa o São restrições estatais impostas por atos normativos à propriedade, que acarretam obrigações negativas e positivas aos respectivos proprietários, com o objetivo de atender a função social da propriedade. Ex.: limite de altura de prédio; o Impõe obrigações aos proprietários o Decorre do exercício do poder de polícia o Impostas primariamente por lei e, secundariamente, por atos administrativos. o Não geram, em regra, dever de indenizar (deveres genéricos e abstratos) Exceção: 1- acarretarem danos desproporcionais ao particular; 2- configurarem verdadeira desapropriação indireta. Tombamento o Intervenção estatal restritiva que tem por objetivo proteger o patrimônio cultural brasileiro o Conceito de patrimônio cultural brasileiro: art. 216, CF/88 o Instituído por meio de procedimento administrativo próprio o Todos os entes federativos possuem competência para realizar OBS.: é possível fazer tombamento de bem da Administração? Sim. “De cima para baixo” é possível e ”de baixo para cima”. OBS 2.: Tombamento ou registro? Registro: Decreto 3.551/2000 – bens imateriais Tombamento: Decreto-lei 25/1937 – bens materiais o Efeitos: Proprietário: 1- dever de proteger o bem tombado; 2- dever de conservação do bem, exigindo autorização de órgão ou entidade competente para sua reparação, pintura ou restauração, sob pena de multa; 3- se não possuir recursos o proprietário deve comunicar a Administração; Administração: 1- vigilância permanente do bem tombado; 2- necessidade de manutenção do bem; 3- direito de preferência na aquisição do bem; o Indenização depende da comprovação do efetivo prejuízo.
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