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Farmacoterapia do Sistema Respiratório Professores Dra. Adriana Moretti Dr. Silvano Silva Sistema Respiratório Conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, possibilitando a respiração celular. Vias Respiratória: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios Pulmões. 𝑂2 𝐶𝑂2 Sistema Respiratório Reações Metabólicas ex: cadeia respiratória Reações Metabólicas ex: Ciclo de Krebs Sistema Respiratório Mucosa Respiratória: Recoberta por fluído: Aquecimento Umidificação Captura e remoção Composição: 95% - H2O 2% - Glicoproteínas (mucinas) 1% - Eletrólitos 1% - Outras Proteínas e Proteoglicanos H2O destilada, solução salina fisiológica (0,9%) ou Hipertônica (3%) ajudam a reduzir a viscosidade e aumentar o transporte mucociliar. Principias Doenças Trato Respiratório Superior (TRS) ✓ Asma ✓ DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): - Bronquite crônica - Enfisema pulmonar ✓ Rinite ✓ Sinusite ✓ Faringite ✓ Laringite Principais Doenças do Sistema Respiratório Trato Respiratório Inferior (TRI) Doenças Trato respiratório superior (TRS) Rinite: É uma inflamação da mucosa de revestimento nasal Sinais e Sintomas: Obstrução nasal, rinorreia (corrimento exacerbado de muco nasal), espirros e diminuição do olfato (hiposmia). Classificação: As rinites segundo o fator etiológico: Rinite infecciosa; Rinite alérgica; Rinite não alérgica (por exemplo, induzida por drogas). Tratamento: antialérgicos (anti-histamínicos), AIE (corticosteroides) e descongestionantes nasais. Doenças Trato respiratório superior (TRS) Sinusite: É uma inflamação das mucosas dos seios da face (seios paranasais). Etiologia: Pode ocorrer devido à infecção bacteriana, fúngica, viral, resultado de gripes e resfriados, alergia respiratória, desvio de septo nasal, entre outras Sinais e Sintomas: Secreção nasal com cor (amarelada, esverdeada); tosse; pressão na face; dores de cabeça; obstrução nasal e febre. Tratamento: Tratamento: Conforme a etiologia: bacteriana (antibioticoterapia), fúngica (antifúngico), viral, resultado de gripes e resfriados (não há um tratamento específico), alergia respiratória (antialérgico), desvio de septo nasal (procedimento cirúrgico). Doenças Trato respiratório superior (TRS) Laringite: Na laringe encontramos o músculo vocal que é revestido pelas cordas vocais (duas dobras da membrana). Na laringite, as cordas vocais ficam inflamadas ou irritadas. Etiologia: Laringite temporária, ou aguda (até duas semanas) que incluem: Infecções virais semelhantes às que causam resfriado; Esforço vocal e Infecções bacterianas. Laringite crônica dura mais de duas semanas. Pode ser causada por substâncias irritantes inalatórias, como a vapores químicos, alérgenos ou fumaça\fumantes; doença do refluxo gastroesofágico (DRGE); sinusite crônica; uso excessivo de álcool; uso excessivo habitual da voz, câncer. Sinais e Sintomas: Rouquidão, tosse, garganta “seca”, dificuldade para engolir. Doenças Trato respiratório superior (TRS) Faringite: É uma inflamação que costuma causar dor, irritação, coceira e desconforto na região da faringe - a parte superior da garganta, que conecta o nariz e a boca à laringe e ao esôfago. Conhecida popularmente como “dor de garganta”. Etiologia: exposição à fumaça do cigarro; alergias; exposição à componentes químicos; infecções; ambientes fechados; baixa resistência imunológica. Sinais e Sintomas: Os sintomas são mais comuns no inverno, época em que o ar seco e aglomeração maior de pessoas em ambientes fechados facilitam a entrada de vírus (resfriado comum) e bactérias (Streptococcus pyogenes) pelas vias aéreas. Fatores de risco: menoridade (crianças e adolescentes). ASMA Doença caracterizada pelo inflamação das vias aéreas inferiores (traqueia aos brônquios), causando estreitamento das vias respiratórias. EIOLOGIA: causas imunológicas (principais mediadores: histamina, leucotrienos e prostaglandinas) ou não definidas. SINAIS e SINTOMAS: episódios recorrentes dispneia, aperto no peito e tosse. CRISE → Broncoconstrição Asma - Vias AéreasVias Aéreas Normal Alvéolo Alvéolo (ar aprisionado) Músculo Relaxado Músculo Contraído Muco Estratégia para o Tratamento da Asma Glicocorticoides β-Agonistas LAMA Antagonistas Muscarínicos de Longa Duração (Tiotrópio) ARL e ISL Antagonistas de Receptores e Inibidores da Síntese de Leucotrienos (Montelucaste e Zileuton) Preferencial Anti-IgE (Omalizumabe) Fenótipo Eosinofílico: Anti-IL5 (Mepolizumabe e Reslizumabe) Anti-IL4R (Benralizumabe) Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Adrenal (Supra Renal) Pituitária Eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal Mecanismo Neuroendócrino Hipotálamo Ciclo Circadiano (24 horas) Ameaças internas e externas ACTH Hormônio Adrenocorticotrópico Cortisol Sistema Imunológico (Apoptose de células e Inibição da Inflamação) Cardiovascular (ritmo cardíaco) Metabolismo (gliconeogênese) Cognitivo (percepção emocional e do humor) CRH Hormônio Liberador de Corticotrofina Feedback Negativo Síntese do Cortisol Síntese de Glicocorticoides Extra Adrenais: Sistema Imunológico, pele, cérebro e intestino. α β γ MC2R ATPAC AMPc Colesterol Colesterol Pregnenolona Pregnenolona CYP11A1 Progesterona 3βHSD CYP21A2 17α-Hidroxipregnenolona CYP17A1 17α-Hidroxiprogesterona CYP11B1 CORTISOL Corticosterona Aldosterona CYP21A2 CYP11B2 11-Deoxicortisol 11-Deoxicorticosterona (Mineralocorticoide) (Glicocorticoide) 3βHSD - 3β-hidroxiesteroide desidrogenase Retículo Endoplasmático: Mitocôndria: ACTH Adenilato Ciclase Ação do Cortisol – Mecanismo Anti-inflamatório Adrenal (Supra Renal) CORTISOL 11β-HSD1 11β-HSD2 Cortisona Fator protetivo aos MR (Aldosterona) Maior Concentração comparado com a Aldosterona. Afinidade por MR e GR MR: receptor de Mineralocorticoide / GR: Receptor de Glicocorticoide (Forma Inativa) Supressão e Expressão de Genes Consequência: Inibição de genes de citocinas, moléculas de adesão, enzimas e receptores inflamatórios NF-κB Núcleo AP-1 Atuam na transcrição de genes pró-inflamatórios Ação do Cortisol: Mecanismos Teciduais CORTISOL Gliconeogênese Aminoácidos (proteínas) Lactato (Ciclo de Cori) Glicerol (triglicerídeos) Fígado: Glicose Pâncreas: Tecido Muscular: Tecido Adiposo: Insulina (diminuição) Glucagon (aumento) Proteínas (degradação) Lipólise (glicerol) Atenção Terapêutica no Uso de Glicocorticoides Asma O tratamento da asma tem por objetivo atingir e manter o controle atual da doença e prevenir riscos futuros (exacerbações, instabilidade da doença, perda acelerada da função pulmonar e efeitos adversos do tratamento). Isso implica em uma abordagem personalizada, incluindo, além do tratamento farmacológico, a educação do paciente, o plano de ação por escrito, o treinamento do uso do dispositivo inalatório e a revisão da técnica inalatória a cada consulta. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Potência Relativa dos Glicocorticoides Potência Anti-inflamatória Potência para Supressão do Eixo HPA Duração da ação (horas) Hidrocortisona 1 1 8 - 12 Prednisona 4 4 12 - 36 Prednisolona 4 4 12 - 36 Metilprednisolona 5 5 12 - 36 Dexametasona 30 50 36 - 72 Terapêutica da Asma Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Manejo de Pacientes com idade ≥ 12 anos Figura 1 – Página 6. Manejo da asma em pacientes com idade ≥ 12 anos. CI: corticoide inalatório; LABA: long-acting β2 agonist (β 2 -agonista de longa duração); CO: corticoide oral; SABA: short-acting β2 agonist (β 2 -agonista de curta duração); e FORM: fumarato de formoterol. Base do Tratamento: ✓ Corticoide Inalatório com/sem LABA ✓ Considerar capacidade no uso do dispositivo inalatório, custo,disponibilidade, preferência e dosagem Terapêutica da Asma Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Figura 2 – Manejo da asma em crianças com idade entre 6 e 11 anos. CO: corticoide oral; CI: corticoide inalatório; LABA: long-acting β2 agonist (β2-agonista de longa duração); e SABA: short-acting β2 agonist (β2-agonista de curta duração). Manejo de Pacientes entre 6 a 11 anos de idade Terapêutica da Asma Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Figura 3 – Manejo da asma em crianças com idade < 6 anos. CI: corticoide inalatório; e SABA: short-acting β2 agonist (β2- agonista de curta duração). Manejo de Pacientes com idade < 6 anos Base do Tratamento: ✓ Corticoide Inalatório + SABA Atenção Terapêutica no Uso de Glicocorticoides Asma • A interrupção do Tratamento em até 2 semanas é segura; • Terapias superiores a > 2 semanas constante requerem interrupção gradativa; • A retirada deverá ser gradual, diminuindo a dosagem inicialmente e alternada posteriormente entre os dias; • Atenção no uso concomitante de drogas inibidoras e indutoras do CYP3A4; • Atenção aos fatores ambientais e ocupacionais (poeira, ácaros, material de limpeza, ...) • Atenção para as infecções virais, bacterianas e fúngicas (imunossupressão); • Uso de Aspirina, de Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) e β bloqueadores (via oral e formulações oftálmicas) podem exacerbar a crise asmática; • Fluoroquinolonas + corticoides aumentam risco de ruptura do tendão de Aquiles ou tendão do bíceps; • Tabagismo passivo e ativo podem levar a exacerbações graves e internações. Atenção Terapêutica no Uso de Glicocorticoides Reações Adversas: • Miopatia (catabolismo de proteínas); • Hiperglicemia e Diabetes (Gliconeogênese): (Acompanhar a Glicemia e Hb1Ac) • Glaucoma e Catarata (aumento da pressão intraocular); • Supressão do Eixo Hipotálamo Pituitária Adrenal; (2 slides seguintes) • Osteoporose (ativação dos osteoclastos); • Imunossupressão (apoptoses de leucócitos) (Acompanhar com Hemograma) • Supressão do crescimento; • Efeitos Cardiovasculares; • Características Cushingoides “Síndrome de Cushing” (face em lua e obesidade do tronco, hematoma fácil e pernas e braços finos); • Uso de Corticoides Inalatórios pode causar irritação da garganta, disfonia e candidíase – uso de inalador pressurizado dosimetrado com espaçador e com higiene oral é mais seguro após o uso) Supressão do Eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal - Glicocorticoides Pituitária Hipotálamo Manifestações Clínicas: Fatiga, mal-estar, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, retardo do crescimento (0,48 cm/ano) perda de peso, hipotensão, perdas de consciência, depressão, letargia, hipoglicemia, tonturas e morte (raro). Recuperação do Eixo HPA após Suspensão do Tratamento: • Dias, meses ou > 1 ano (depende da dose, período de uso e outros fatores genéticos, comorbidades, ingestão da droga pelo TGI, entre outros) • Dosagem de Cortisol com ou sem estímulo • Dosagem de ACTH Feedback Negativo Atenção a Terapêutica: • Dosagem de Cortisol com ou sem estímulo • Dosagem de ACTH • Educação familiar sobre os sinais, a adesão ao Tratamento e a frequência de acompanhamento. CRH ACTH Cortisol Adrenal Supressão do Eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal - Glicocorticoides Pituitária Hipotálamo Feedback Negativo Atenção a Terapêutica: • A interrupção do Tratamento em até 2 semanas é aceita; • Terapias superiores a > 2 semanas requerem interrupção gradativa; • Educação familiar sobre os sintomas, a adesão ao Tratamento e a frequência de acompanhamento; • Dosagem de Cortisol com ou sem estímulo; • Dosagem de ACTH; • Atenção aos inibidores do CYP3A4 (antirretrovirais, antifúngicos e antidepressivos) – prolongam a meia vida dos Glicocorticoides; • A Hidrocortisona é a droga de escolha na supressão do Eixo HPA (também tem efeito mineralocorticoide) – considerar o uso da mesma droga na presença de doença moderada ou grave; Crianças usar 8 mg/𝑚2/dia – Adultos 10 a 20 mg de glicocorticoide de curta duração; • Atenção nos indutores do CYP3A4 (fenobarbital, Carbamazepina ou Rifampicina) na terapia por Hidrocortisona. CRH ACTH Cortisol Adrenal Sistema Nervoso AutônomoSistema Nervoso Central Sistema Parassimpático Sistema Simpático α1 α2 β M N N N Ach Ach Ach Ach Ne Ne E Pré-ganglionar Pré-ganglionar Pós-ganglionar Pós-ganglionar Ação Sistêmica Adrenal Constrição/Dilatação Contração/Relaxamento Metabolismo Secreção β-Agonistas β2 β γ ATP AC AMPc α Coração: (Contração) Pulmões: (Broncodilatação) Estômago (inibe a digestão) PKA 𝐂𝐚𝟐+ Inibe a MLCK que atua na fosforilação dos filamentos de Miosina Inibe a liberação e captação de Cálcio intracelular (Vasoconstrição) Norepinefrina Sistema Nervoso Simpático Adenilato Ciclase Pupila: (Dilatação - Midríase) Classificação dos β2-Agonistas Albuterol Salbutamol Levalbuterol Metaproterenol Terbutalina (adiar trabalho de parto) SABA (Short-Acting Beta-Agonists) β2-Agonistas de Ação Curta LABA (Long-Acting Beta-Agonists) β2-Agonistas de Ação Longa Ultra-LABA (Ultra-Long-Acting Beta-Agonists) β2-Agonistas de Ação Ultra Longa Salmeterol Formoterol Arformoterol Olodaterol Indacaterol Vilanterol (associado com Fluticasona) LAMA M β γ PIP2 PLC IP3 α Coração: (Reduz Contração) Pulmões: (Broncoconstrição) Pupila (Contração - Miose) Estômago: (estimula a digestão) 𝐂𝐚𝟐+ Ativa MLCK que atua na fosforilação dos filamentos de Miosina (Vasodilatação) Acetilcolina Sistema Nervoso Parassimpático Retículo Endoplasmático (Ach) Antagonistas Muscarínicos de Longa Duração (Long-Acting Muscarinic Antagonists) Tiotrópio Fosfolipase C Atenção Terapêutica no Uso do Tiotrópio Reações Adversas mais comuns: • Faringite • Bronquite; • Sinusite; • Boca seca; • Tosse; • Dor de cabeça; • Pode desenvolver retenção urinária: (dor e desconforto ao urinar) • Glaucoma: (Danos permanentes na visão) ARL (Antagonistas de Receptores de Leucotrienos) ISL (Inibidores da síntese de Leucotrienos) Fosfolipase A2PLA2 FOSFOLIPÍDEO Ácido Araquidônico 5-LO (Lipoxigenase 5) (5-lipoxygenase-activating protein) LTA4 (Leucotrieno A4) LTA4H (LTA4 Hidroxilase) LTB4 (Leucotrieno B4) LTB4 (Leucotrieno B4) LTC4 (Leucotrieno A4) LTC4S (LTC4 Sintetase) LTC4 LTD4 LTE4 Leucócitos Células Endoteliais 𝐂𝐚𝟐+ ou AMPc Ativação de Quinases Resposta na Asma: Atrai Leucócitos Liberação de Muco Liberação de Colágeno Aumento de Permeabilidade Vascular Estímulo: Antígeno Citocinas Poluentes Anticorpos Montelucaste Receptores de Leucotrienos Receptores de Leucotrienos CysLT1 Zileuton Inibidor da Síntese Atenção Terapêutica no Uso de Montelucaste Tabletes mastigáveis podem conter Fenilalanina • (Atenção com pacientes com Fenilcetonúria) Monitorar o humor e as mudanças de comportamento: • Podem ocorrer eventos Neuropsiquiátricos: ansiedade, depressão, agressividade, agitação, perda de memória e atenção, alterações no sono (insônia, sonambulismo e pesadelos), tontura, parestesia e comportamento e pensamentos suicidas. Eosinofilia (hemograma); Dor de cabeça; Febre; Fatiga; Alterações gastrointestinais • (náusea, diarreia, vômito, pancreatite, etc) – presença de Lactose como excipiente) Trombocitopenia; Elevação da ALT (TGP); etc. Plasmócito Mastócitos Basófilos Eosinófilos Mediadores Inflamatórios: Histamina Citocinas Omalizumabe Anti-IgE Anticorpo Anti-IgE humano Atua na asma alérgica Impede os mecanismo imunológicos inflamatórios Atenção Terapêutica no Uso de Omalizumabe Dosagem de IgE; Droga bem tolerada Uso em Pacientes acima de 18 anos; Dose subcutânea baseado na dosagem de IgE (ver tabela) a cada duas 2 ou 4 semanas. Reações mais comuns: Reações no localda injeção; Infecção viral; Infecção no Trato respiratório superior; Sinusite; Dor de cabeça; Faringite; Anafilaxia (0,09%) – Monitoramento da equipe multidisciplinar Tabela da Dose de Omalizumabe A cada 2 semanas: Tabela da Dose de Omalizumabe A cada 4 semanas: Fenótipo Eosinofílico: Anti-IL5 Anti-IL4R IL-5 Proliferação Eosinofílica Mepolizumabe (≥ 12 anos) Reslizumabe (≥ 18 anos) Eosinófilos Mastócitos Linfócitos Benralizumabe (≥ 12 anos) IL4R Atenção Terapêutica no Uso de Fenótipo Eosinofílico Mepolizumabe Dosagens dos níveis de IgE; Contagem de Eosinófilos em Sangue Periférico (Hemograma); Uso em Pacientes acima de 12 anos; Dose Subcutânea a cada 4 semanas (100mg); Reações Adversas: Dor de cabeça; Reações no local da aplicação; Fadiga; Reações alérgicas sistêmicas e não alérgicas; Infecção no trato urinário; Espasmos musculares; Dores abdominais. Atenção Terapêutica no Uso de Fenótipo Eosinofílico Reslizumabe Dosagens dos níveis de IgE; Contagem de Eosinófilos em Sangue Periférico (Hemograma); Uso em Pacientes acima de 18 anos; Dose intravenosa a cada 4 semanas (3mg/kg); Reações Adversas: Elevação da CPK Dor orofaríngea Mialgias Anafilaxia – Monitoramento multiprofissional Atenção Terapêutica no Uso de Fenótipo Eosinofílico Benralizumabe Dosagens dos níveis de IgE; Contagem de Eosinófilos em Sangue Periférico (Hemograma); Uso em Pacientes acima de 12 anos; Dose subcutânea a cada 8 semanas (100mg); Reações Adversas: Dor de cabeça; Faringite; Febre; Reações de Hipersensibilidade. Estratégia para o Tratamento da Asma Glicocorticoides β-Agonistas LAMA Antagonistas Muscarínicos de Longa Duração (Tiotrópio) ARL e ISL Antagonistas de Receptores e Inibidores da Síntese de Leucotrienos (Montelucaste e Zileuton) Preferencial Anti-IgE (Omalizumabe) Fenótipo Eosinofílico: Anti-IL5 (Mepolizumabe e Reslizumabe) Anti-IL4R (Benralizumabe) Terapêutica da Asma Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2020) Teste de Controle de Asma: https://www.asthmacontroltest.com/ Doenças Tracto respiratório inferior (TRI) Doença Obstrutiva Pulmonar Crônica (DPOC): Termo usado para um grupo de doenças pulmonares caracterizado por obstrução crônica das vias aéreas dentro dos pulmões. - O ar consegue entrar, mas apresenta dificuldade para sair, ficando preso dentro dos pulmões. Este aprisionamento do ar ocorre pela destruição do tecido pulmonar e perda da elasticidade dos bronquíolos e alvéolos, que acabam por colapsar durante a fase expiratória do ciclo respiratório. - DPOC costuma ser um doença progressiva causada por uma resposta inflamatória anormal dos tecidos pulmonares após exposição crônica a partículas ou gases nocivos, como o fumo, por exemplo. - Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem DPOC. Outras causas mais raras de DPOC incluem doenças genéticas como deficiência de alfa-1-antitripsina, exposição crônica a poeira tóxica como nos casos de mineração de carvão, fumaça de soldagem ou fumaça de fogo. Doenças Tracto respiratório inferior (TRI) Doença Obstrutiva Pulmonar Crônica (DPOC) Dentro deste grupo, duas doenças se destacam por serem responsáveis por quase todos os casos de DPOC na prática médica: – Bronquite crônica (brônquios e bronquíolos) tornando-os cronicamente inflamados, espessos e com constante produção de muco. Etiologia: fumaça de tabaco e poluentes do ar. Sinais e sintomas: falta de ar e cansaço, um quadro de tosse crônica com expectoração. – Enfisema pulmonar: destruição e alargamento dos bronquíolos terminais e alvéolos, que perdem sua elasticidade e favorecem o aprisionamento do ar dentro dos pulmões. Etilogia: fumaça de tabaco. Sinais e sintomas: dispneia (hiperinsuflação mantida dos pulmões devido ao ar que nunca sai por completo). Bronquite • Inflamação especificamente dos brônquios, que pode ser causada por infecções (vírus ou bactérias) ou exposição à substâncias irritantes. SINAIS e SINTOMAS: tosse e expectoração e sintomas relacionados à obstrução das vias aéreas → respiração dificultada e chiados no peito (sibilos episódicos). TRATAMENTO: Medicamentos Expectorantes / Broncodilatadores / Anti- inflamatórios e Antibióticos* Cílios que revestem o interior dos brônquios param de eliminar o muco presente nas vias respiratórias. Farmacoterapia Antitussígenos Expectorantes/Mucolíticos Descongestionantes Anti-histamínicos Antibióticos Anti-inflamatórios (AINES e Corticoesteroides) A via inalatória assegura rápida oferta do fármaco (ampla superfície da mucosa do TR) produzindo um efeito quase tão rápido como pela via IV. Farmacoterapia TOSSE é um mecanismo de defesa do corpo para expulsar qualquer corpo estranho que esteja causando irritação ou inflamação no aparelho respiratório. Tosse PRODUTIVA: Ocorre produção de escarro, e a hipersecreção levam à tosse. Escarros claros ou esbranquiçados são não infectados e conhecidos como muco. Escarros que apresentam cor (verde, amarelo ou ferrugem) podem indicar infecção bacteriana e pode estar associado à elevação de temperatura, e sempre necessitam de atenção médica, assim como a presença de sangue. NÃO PRODUTIVA (seca ou irritativa): é geralmente causada por infecção viral e tem por característica ser autolimitada ANTITUSSÍGENOS: atuam a nível central, extinguindo ou inibindo a tosse, indicados para tosse seca ou não produtora de muco. OPIÓIDES: São fármacos derivados dos alcaloides do ópio e atuam bloqueando os centros bulbares da tosse. A Codeína é considerada o fármaco padrão para o efeito antitussígeno dos opioides. NÃO OPIÓIDES: São fármacos que agem elevando o limiar de estimulação do centro da tosse no bulbo (inibindo). Estão substituindo os derivados do ópio por não apresentarem risco de dependência. Exemplo: Dextrometorfano Antitussígenos Dextrometorfano: Antitussígeno (NÃO Opióide) • Sem efeito analgésico ou sedativo • Metabolizado pelo fígado, devendo ser evitado em hepatopatias. • Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos, diarreia. • Doses elevadas: euforia, torpor, incoordenação da • marcha. • Dose usual adulto: 15-30 mg 3 vezes/dia. Antitussígenos Codeína: 3 metil-éter da morfina (Opioide) • Analgésico e sedativo (fraco). • Dose adulto: 5- 20 mg VO. • Dose analgésica: 30 mg ou mais. • Efeitos colaterais: sedação, sonolência, náuseas e vômitos, tonturas, constipação, xerostomia (“vista seca”)... • Exemplo de xaropes: Setux® xarope (antialérgico + codeína); Belacodid ® gotas. EXPECTORANTES E MUCOLÍTICOS Expectorantes: São fármacos que estimulam os mecanismos que promovem a eliminação do muco. Estimulam movimentos ciliares impulsionando a secreção até a faringe e eliminando o muco. Mucolíticos: Promovem a liquefação do muco tornando-o mais fluido para facilitar sua expulsão EXPECTORANTES\MUCOLÍTICOS Fármaco Ação Ambroxol Corrige a produção das secreções traqueobrônquicas, reduz a sua viscosidade, estimula a síntese e liberação de surfactante pulmonar. Acetilcisteína Diminui a viscosidade da secreção pulmonar e facilita a sua remoção pela tosse. Sua ação mucolítica ocorre por meio dos grupos sulfidrilas (-SH) livres que atuam na mucoproteína quebrando as ligações dissulfeto diminuindo a viscosidade do muco. Bromexina Efeito secretolítico (fluidifica as secreções mucosas por redução da viscosidade) e secretomotor (aumenta a expectoração). Carbocisteína A ação não é totalmente conhecida mas parece estar associada à redução da viscosidade das secreções. Guainafenesina Expectorante por irritar a mucosa gástrica e estimular secreções do trato respiratório, e diminui a viscosidade do muco. Iodeto de Potássio Diminui a viscosidade do muco ao aumentar a secreção do trato respiratório. Brometos de Ipratrópio (BI): • Anticolinérgico que se liga no receptor M1 e M3 no lugar da acetilcolina, induzindo a broncodilatação. • Via inalatória• Têm poucos efeitos colaterais, que incluem boca seca, retenção urinária e cefaleia. • Indicação terapêutica: É indicado para o tratamento de manutenção do broncoespasmo (falta de ar repentina) associado à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Metilxantinas • Historicamente, o emprego das metilxantinas no tratamento da asma remonta ao século XVIII, quando médicos recomendavam que os asmáticos bebessem café forte para o tratamento da dispneia. • O uso clínico das metilxantinas (aminofilina e teofilina) no tratamento da asma passou a ser estudado, e elas já foram os medicamentos mais prescritos para asmáticos em todo o mundo. • Mecanismo de ação: relaxa diretamente o músculo liso dos brônquios e dos vasos sanguíneos pulmonares. • Indicação terapêutica: prevenção das crises e tratamento do ataque agudo de asma; obstrução reversível das vias aéreas. Muitos efeitos adversos e FAIXA TERAPÊUTICA ESTREITA. ESTUDO DE CASO Uma criança de 12 anos, com asma desde os 5 anos, devido a faixa etária trata-se de uma predisposição hereditária e desencadeante de crises. Nos últimos tempos, o quadro se manteve estável, com poucas crises ocasionais, cerca de 2 ou 3 por ano, que respondiam bem ao Salbutamol, utilizado por via inalatória, na dose de 0,1 mg. Em algumas situações precisava aumentar a dose. No entanto, no último final de semana, a crise foi muito intensa e não cedeu com aerossol, por isso, precisou de atendimento médico de emergência, onde o diagnóstico foi de broncoespasmo, foi administrada Adrenalina 0,5 mg, por via subcutânea que reverteu a crise. • Justifique o uso do Salbutamol neste caso • Compare o uso da adrenalina e do Salbutamol para tratamento da asma brônquica. • Neste caso poderíamos usar também a Noradrenalina? Justifique sua resposta. • Cite 3 principais reações adversas do Salbutamol. • Qual a tipo de interação medicamentosa ocorre entre o Salbutamol e o Propranolol e com o Atenolol. Profa. Adriana Moretti Processo Inflamatório X Fármacos ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) • ATUALMENTE, HÁ MAIS DE 50 AINES DIFERENTES NO MERCADO GLOBAL. • INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: - ALÍVIO SINTOMÁTICO DA DOR E EDEMA EM ARTROPATIA CRÔNICA, COMO POR EXEMPLO, OSTEOARTRITE E ARTRITE REUMATOIDE; - EM AFECÇÕES INFLAMATÓRIAS MAIS AGUDAS, COMO TRAUMAS ESPORTIVOS, FRATURAS, ENTORSES E OUTRAS LESÕES DAS PARTES MOLES; - ALÍVIO DE DOR PÓS-OPERATÓRIA, DENTAL E MENSTRUAL, DE CEFALEIAS E ENXAQUECAS. - HÁ MUITAS E DIFERENTES FORMULAÇÕES DISPONÍVEIS, INCLUINDO COMPRIMIDOS, INJETÁVEIS, ENTRE OUTROS. AÇÕES FARMACOLÓGICAS Todos os AINES tem ações muito semelhantes à aspirina® que foi introduzida na medicina clínica por volta de 1890. os três principais efeitos terapêuticos são: • Antiinflamatório: diminuição da Prostaglandina E2 e das Prostaciclinas, reduz a vasodilatação e indiretamente o edema. • Analgésico: diminuição da geração de prostaglandinas o que significa menor sensibilização de terminações nervosas nociceptivas aos mediadores inflamatórios. O alívio da cefaleia provavelmente decorre da diminuição da vasodilatação mediada pelas prostaglandinas. • Antipirético ou antitérmico: a IL-1 libera prostaglandinas no SNC, que atuam diretamente no hipotálamo controlando a temperatura do corporal, causando assim a febre. os AINES impedem este mecanismo. Os AINES são classificados em grupos de acordo com a substância que levou aos respectivos derivados: 1) DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO: Aspirina® (Ácido Acetilsalicílico) 2) DERIVADOS DO PARA-AMINOFENOL: Tylenol® (Paracetamol) 2) DERIVADOS DA PIRAZOLONA: Novalgina® (Dipirona) 4) DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO: Cataflan® (Diclofenaco Potássico), Voltaren® (Diclofenaco Sódico) 5) DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO ou OXICANS: Feldene® (Piroxicam) 6) DERIVADOS DO ÁCIDO FENILANTRANÍLICO: Ponstan® (Ácido Mefenâmico) 7) DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO: Naprosyn® (Naproxeno) Inibidores Seletivos (COX2) 8) INIBIDORES SELETIVOS DA ENZIMA CICLOXIGENASE-2: Nisulid ® (Nimesulida); Celebra® (Celecoxib); AINES: PRESCRIÇÃO X CONSUMO ✓NOS EUA ESTIMA-SE QUE 20 MILHÕES DE INDIVÍDUOS CONSUMAM REGULARMENTE AINES, PRINCIPALMENTE A POPULAÇÃO GERIÁTRICA, CUJA PREVALÊNCIA DE CONSUMO VARIA ENTRE 10 E 15%. ✓ESTUDO REALIZADO NO ESTADO DE MINNESOTA QUE INCLUIU INDIVÍDUOS COM IDADE SUPERIOR A 65 ANOS, CONCLUIU QUE PELO MENOS 70% DOS IDOSOS INGERIAM AINES, ÁCIDO ACETILSALICÍLICO OU AMBOS UMA OU MAIS VEZES POR SEMANA E QUE 34% O FAZIAM DIARIAMENTE. ✓OS MÉDICOS DE FAMÍLIA SÃO OS PRINCIPAIS PRESCRITORES DESTE GRUPO DE MEDICAMENTOS. NO ENTANTO, É PRUDENTE LEMBRAR QUE O ACESSO A ESTES DE FÁRMACOS SEM RECEITA MÉDICA (COM EXCEÇÃO DOS FÁRMACOS SELETIVOS DE COX2) É RELATIVAMENTE FÁCIL, E QUE A AUTOMEDICAÇÃO CONSTITUI, NESTA ÁREA, UM VERDADEIRO PROBLEMA. AINES: EFEITOS ADVERSOS GRASTROINTESTINAIS ✓ENTRE 1 E 4% DOS INDIVÍDUOS QUE CONSOMEM AINE DURANTE UM ANO DESENVOLVEM EFEITOS GASTRINTESTINAIS GRAVES. A HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DECORRENTE DE ÚLCERA PÉPTICA, É O PRINCIPAL EVENTO ADVERSO ASSOCIADO AO USO DE AINE. ✓É NECESSÁRIO DESTACAR QUE OS EFEITOS DESTES FÁRMACOS TAMBÉM SE FAZEM SENTIR AO NÍVEL DO INTESTINO DELGADO E DO CÓLON, AO AUMENTAREM A PERMEABILIDADE INTESTINAL E OS RISCOS DE HEMORRAGIA, ESTENOSE, PERFURAÇÃO E MAL ABSORÇÃO PROTEICA. ✓ESTUDO DEMONSTROU QUE CERCA DE METADE DOS INDIVÍDUOS QUE CONSOMEM AINE APRESENTAM LESÕES DA MUCOSA DO INTESTINO DELGADO, EMBORA NÃO SEJA AINDA CLARO QUAL O SIGNIFICADO DE ALGUMAS DESTAS LESÕES. MEDIADORES LIPÍDICOS AA FLA2 FLFLFL PAF Radicai s Livres Radicai s Livres LOX Leucotrienos Prostaciclinas (PGI2) Tromboxanos (TXA2) Prostaglandinas (PGE2, PGF2a) COX 1 Constitutiva (maioria dos tecidos) Estímulo Fisiológico Estímulo Inflamatório Células inflamatórias Cox-2 (induzida) Manutenção do organismo (homeostase dos tecidos) Vane et al. Ann. Rev. Pharmacol. Toxicol. 38:97-120, 1998. Citocinas inflamatórias primárias Interleucina (IL)-1 e Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) Inflamação TXA2 PGI2 PGE2 Plaquetas Brônquios Endotélio, Rim e Mucosa gástrica FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO TXA2 (TROMBOXANO A2): ✓É PRODUZIDO POR PLAQUETAS ATIVADAS, ESTIMULA A ATIVAÇÃO DE OUTRAS PLAQUETAS, AUMENTANDO A AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA PGE2 (PROSTAGLANDINA E2): ✓INIBIÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA DE HCL (AÇÃO SOB AS CÉLULAS PARIETAIS DA MUCOSA GÁSTRICA); ✓VASODILATAÇÃO RENAL, ATUANDO NA DILATAÇÃO DA MICROVASCULATURA RENAL; ✓AUMENTO DA SECREÇÃO DE MUCO PELA MUCOSA GÁSTRICA (AÇÃO SOB AS GLÂNDULAS MUCOSAS). FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA PGI2 (PROSTACILCINA): ✓REDUZIR A CONCENTRAÇÃO DO HCL NO ESTÔMAGO E DE AUMENTAR A CONCENTRAÇÃO DO MUCO PROTETOR, ATUANDO, PORTANTO, COMO UM PROTETOR GÁSTRICO; ✓AGE COMO VASODILATADOR PARTICIPANDO ATIVAMENTE DE PROCESSOS CARDIOVASCULARES E DA CIRCULAÇÃO RENAL, PARA CONTRABALANÇAR OS PROCESSOS DE VASOCONSTRIÇÃO, NO INTUITO DE EVITAR A NECROSE RENAL. FATORES DE RISCO: DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA PÉPTICA EM UTILIZADORES DE AINES Relacionados ao paciente Relacionados aos AINEs HDA= Hemorragia digestiva alta; * Controverso Fatores de risco: Relacionados aos AINEs ✓As doses dos AINEs condicionam importantes variações no risco de desenvolvimento de úlcera péptica, o que depende majoritariamente da capacidade de inibição da enzima COX. ✓Para dosagens equivalentes, estudos in vivo descrevem maior segurança na utilização de Ibuprofeno e diclofenaco, em doses não superiores a 1200 mg/dia e 150 mg/dia, respectivamente. ✓Para a maioria dos AINEs, não há dados disponíveis que permitam concluir em relação às doses mais seguras, referindo-se apenas as doses máximas aconselhadas. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO ✓Numa perspectiva de custo- efetividade, a utilização concomitante de um inibidor da bomba de prótons (IBP) e a substituição de um AINE clássico por um inibidor seletivo da COX-2 são as duas principais estratégias de prevenção dos efeitos adversos dos AINEno tubo digestivo. INIBIDORES SELETIVOS DA ENZIMA CICLOXIGENASE-2 (COX2) ❑AÇÃO SELETIVA SOBRE A CICLOXIGENASE-2 → A INCIDÊNCIA DE EFEITOS GASTRINTESTINAIS É INFERIOR A 20% DOS CASOS. ❑EVENTOS ADVERSOS: RISCO DE PRECIPITAR EVENTOS CARDIOVASCULARES E DEVEM SER USADOS COM CAUTELA EM PACIENTES COM COMPROMETIMENTO DA FUNÇÃO RENAL. ATUALMENTE, SÃO VENDIDO SOMENTE COM RETENÇÃO DE RECEITA MÉDICA. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO Fatores de risco: Relacionados aos AINEs Relativamente ao desenvolvimento de úlcera péptica e suas complicações, é possível definir três graus de risco para a utilização: BAIXO (= ausência de fatores de risco) INTERMEDIÁRIO (=um ou dois fatores de risco) ELEVADO (=antecedentes de úlcera péptica complicada, múltiplos fatores de risco ou utilização concomitante de AAS ou anticoagulantes orais) As estratégias de prevenção assentam na utilização do AINE menos ulcerogênico durante o mínimo de tempo possível e na menor dose que proporcione alívio sintomático. A maior parte dos utilizadores de AINE, ou seja, os indivíduos com mais de 65 anos de idade. As estratégias de prevenção aconselhadas assentam na associação de um IBP ou na escolha de um inibidor seletivo da COX-2 em alternativa aos AINE clássicos Em rigor o uso de AINE neste grupo deve ser bem ponderada, pois comporta riscos significativos. Atualmente, a estratégia de prevenção mais eficaz parece ser a associação de um inibidor seletivo da COX-2 a um IBP. Fatores de risco: Relacionados aos AINEs ✓Na prática, a decisão de medicar um doente com um AINE, especialmente se se tratar de um idoso, com comorbilidade(s) e polimedicado, deve ter em conta não só o risco gastrintestinal associado, como também o risco cardiovascular. Estes dois tipos de risco interagem em diferentes perspectivas: • As doenças cardiovasculares constituem fatores de risco gastrintestinais independentes; • Alguns fatores de risco gastrintestinais, como o consumo de álcool e o tabagismo, também o são para as doenças cardiovasculares; Fatores de risco: Relacionados aos AINEs • Na presença de risco cardiovascular elevado, ou seja, história de acidente vascular cerebral ou de cardiopatia isquêmica ou probabilidade de evento cardiovascular superior a 10% nos 10 anos seguintes (de acordo com a American Heart Association), está indicada a anti-agregação plaquetária crónica; • Os inibidores seletivos da COX-2 foram recentemente associados a um aumento do risco cardiovascular (trombose, infarto e AVC), pelo que a sua utilização deve ser evitada; Fatores de risco: Relacionados aos AINEs • Também os AINEs clássicos aumentam o risco cardiovascular (com exceção do naproxeno), embora em menor escala. Perante estes dados, é possível estabelecer recomendações para a utilização mais segura de AINE, tendo em conta os riscos gastrintestinal e cardiovascular; • O risco de desenvolvimento de úlcera péptica é comparável para os diferentes Anti-agregantes plaquetários (ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel), pelo que as recomendações são válidas para todos. Caso se registem efeitos adversos, não há vantagem na substituição de qualquer destes fármacos por outro com ação anti-agregante. RECOMENDAÇÕES PARA O USO DE AINES DE ACORDO COM OS RISCOS GASTRINTESTINAL E CARDIOVASCULAR * Recomenda-se por exemplo o Naproxeno. **A necessidade de associar um IBP deve-se ao fato de os doentes com risco cardiovascular elevado necessitarem de anti-agregação plaquetária Profa. Dra. Adriana Moretti As principais funções do trato gastrintestinal que são importantes do ponto de vista farmacológico são: • secreção gástrica; • vômito; • motilidade do intestino e expulsão das fezes; • formação e excreção de bile. É inervado pelos plexos mioentérico e submucoso, e suas células recebem fibras parassimpáticas pré-ganglionares do vago, que são principalmente colinérgicas e excitatórias. Funções do trato gastrintestinal • A acetilcolina (neuronal) um neurotrasmissor, estimula receptores muscarínicos (M1) nas células parietais, responsável pela aumento da secreção ácida. • A gastrina (endócrina), produzida pelas células G (parede do estômago), pâncreas e duodeno, tem como função principal estimular a secreção de ácido gástrico pelas células parietais. Além disso, aumenta indiretamente a secreção de pepsinogênio (que é o responsável, juntamente com o HCl, pela digestão de proteínas) e estimula o fluxo sanguíneo e a motilidade gástrica. • a histamina (parácrina): provém dos mastócitos localizados nas células parietais. Estimula as células parietais através dos receptores H2. Ocorre liberação basal uniforme de histamina, que aumenta sob a ação da gastrina e da acetilcolina. Mediadores Químicos no trato gastrintestinal Estimulação dos receptores da gastrina ( Ca+2 do citosol ) Estimulação do RH2 ( AMPc ) Estimulação dos receptores (M1) muscarínicos para Ach ( Ca+2 do citosol ) Aumento da SECREÇÃO ÁCIDA (HCl) Na célula Parietal Receptor de Gastrina Receptor de Histamina (H2) Receptor de Acetil- Colina (M1) Células PARIETAIS REVISANDOA PRODUÇÃO DA SECREÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO O Cl- é ativamente transportado para o interior da cél P (para os canalículos) que se comunicam com a luz do estômago. Esta secreção de Cl- é acompanhada de K+ que a seguir é trocado pelo H+. Proveniente do interior da célula através da K+/H+/ATPase. A anidrase carbônica catalisa a combinação do CO2+H2O→para produzir H2CO3. que se dissocia em íons H+ e HCO3 - (bicarbonato). Este é trocado pelo Cl- através da membrana basal. REVISANDO A ANATOMIA DO ESTÔMAGO : ANTRO PILORO CORPO DO ESTOMAGO FUNDO pH 1-2 pH 6-7 pH 3-4 Os receptores M1 medeiam a estimulação vagal da secreção gástrica. Bomba de K+/H+/ATPase Receptor de Histamina (RH2) PGR Receptor de Prostaglandinas Presença de Bactéria Associada ao Câncer gástrico ÚLCERA PÉPTICA • Úlcera péptica é a erosão em um segmento de mucosa gástrica, classicamente no estômago (úlcera gástrica) ou nos primeiros centímetros do duodeno (úlcera duodenal), que penetra a mucosa muscular. ÚLCERA PÉPTICA • ETIOLOGIA: Praticamente todas as úlceras são causadas por Helicobacter pylori ou uso de um anti-inflamatório não esteroide (AINE). • H. pylori é a causa da infecção em 50 a 70% dos pacientes com úlcera duodenal e em 30 a 50% dos pacientes com úlcera gástrica. • O uso de AINE responde por mais de 50% das úlceras pépticas. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-gastrointestinais/gastrite-e-doença-ulcerosa-péptica/infecção-por-helicobacter-pylori https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-gastrointestinais/gastrite-e-doença-ulcerosa-péptica/infecção-por-helicobacter-pylori ÚLCERA PÉPTICA • SINTOMAS: consistem tipicamente em dor epigástrica em queimação, que em geral é aliviada com a alimentação. • DIAGNÓSTICO: por endoscopia e teste para Helicobacter pylori. ÚLCERA PÉPTICA ✓ COMPLICAÇÕES: É possível curar a maioria das úlceras pépticas sem complicações. No entanto, em alguns casos, as úlceras pépticas podem desenvolver complicações de possível risco à vida, como: • Sangramento (hemorragia): representa a complicação mais frequente decorrente das úlceras, mesmo quando elas são indolores. Vômito de sangue vermelho-vivo ou de aglomerados marrom-avermelhados de sangue parcialmente digerido que se parecem com borra de café (hematêmese) ou fezes negras (melena) ou evidentemente sanguinolentas (hematoquezia) podem ser sintomas de uma úlcera hemorrágica. A perda de sangue também pode causar fraqueza, redução da pressão arterial quando a pessoa levanta, sudorese, sede e desmaios. Embora a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes não seja perceptível, se persistente, esse quadro clínico pode causar anemia. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-sangue/anemia/considerações-gerais-sobre-a-anemia ÚLCERA PÉPTICA ✓ COMPLICAÇÕES: • Penetração: Uma úlcera podeperfurar (penetrar) a parede muscular do estômago ou duodeno e estender-se até um órgão adjacente, como o fígado ou o pâncreas. Essa penetração causa dor intensa, aguda e persistente, que pode ser sentida em outra região do corpo, além da envolvida. • Perfuração: As úlceras na superfície frontal do duodeno ou, com menos frequência, no estômago, podem perfurar a parede desses órgãos, criando uma abertura (perfuração) voltada ao espaço livre no interior da cavidade abdominal. A dor resultante da perfuração é repentina, intensa e constante. A dor se propaga rapidamente por todo o abdômen. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-digestivos/emergências-gastrointestinais/perfuração-do-trato-digestivo ÚLCERA PÉPTICA ✓ COMPLICAÇÕES: • Obstrução (bloqueio): O inchaço dos tecidos inflamados em torno de uma úlcera ou cicatrizes deixadas por crises de úlcera anteriores podem restringir a saída do estômago ou estreitar o duodeno. Uma pessoa com esse tipo de obstrução pode vir a vomitar repetidamente, frequentemente regurgitando grandes volumes de alimentos ingeridos horas antes. • Câncer: as pessoas com úlceras causadas por H. pylori têm uma propensão três a seis vezes maior de desenvolver câncer de estômago no futuro. Úlceras decorrentes de outras causas não estão associadas a um maior risco de desenvolver câncer. TRATAMENTO: ÚLCERA PÉPTICA ✓ FÁRMACOS ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 ✓ FÁRMACOS ANTIÁCIDOS ✓ FÁRMACOS INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS – IBP ✓ FÁRMACOS AGENTES DE PROTEÇÃO GASTRO INTESTINAL ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 Os antagonistas do receptor H2 de Histamina inibem, competitivamente, as ações da histamina em todos os receptores H2, mas seu principal uso clínico é como inibidores de secreção de acido gástrico. ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 ❖Ranitidina (150mg, 300mg e 25mg/mL) ❖Cimetidina (200mg, 300mg e 400mg) ❖Famotidina (20mg e 40mg) ❖Nizatidina (150mg e 300mg) • Os efeitos indesejáveis são raros. A cimetidina inibe o citrocromo P450 e pode retardar o metabolismo (e assim potencializar a ação) de anticoagulantes orais, fenitoína, carbamazepina, quinidina, nifedipina, teofilina e antidepressivos tricíclicos. • Pode causar confusão no indivíduo idoso. ANTIULCEROSOS NEUTRALIZADORES DE ÁCIDO ❖HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO ❖TRISSILICATO DE MAGNÉSIO ❖GEL DE HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO ❖BICARBONATO DE SÓDIO ► ANTIÁCIDOS MECANISMO DE AÇÃO ▪ NEUTRALIZAM O ÁCIDO GÁSTRICO • ELEVAM O PH GÁSTRICO. ISTO TEM O EFEITO DE INIBIR A ATIVIDADE PÉPTICA, QUE PRATICAMENTE CESSA COM UM VALOR DE PH DE 5,0 POR UM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO, SUFICIENTEMENTE LONGO PODENDO PRODUZIR CICATRIZAÇÕES DAS ÚLCERAS DUODENAIS, PORÉM SÃO MENOS EFICAZES NAS ÚLCERAS GÁSTRICAS. HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO (EFEITO LAXATIVO) (LEITE DE MAGNÉSIA DE PHILLIPS®) ▪ PÓ INSOLÚVEL QUE FORMA CLORETO DE MG+2 NO ESTÔMAGO ▪ NÃO PRODUZ ALCALOSE SISTÊMICA, VISTO QUE O ÍON MAGNÉSIO É POUCO ABSORVIDO PELO INTESTINO TRISSILATO DE MAGNÉSIO (KOLANTYL®) ▪ PÓ INSOLÚVEL QUE REAGE LENTAMENTE COM O SUCO GÁSTRICO, FORMANDO CLORETO DE MG+2 E SÍLICA COLOIDAL. ESSE AGENTE EXERCE EFEITO ANTIÁCIDO PROLONGADO E TAMBÉM ADSORVE A PEPSINA. ► ANTIÁCIDOS ► Gel de hidróxido de alumínio (Efeito constipante) ▪ Forma cloreto de Al+3 no estômago. Eleva o pH do suco gástrico para cerce de 4,0 e também adsorve pepsina. ▪ Tem excreção fecal e renal ► Bicarbonato de sódio ▪ Atua rapidamente ▪ Eleva o pH do suco gástrico para cerca de 7,4 ▪ Ocorre absorção no intestino sendo o uso restrito para evitar alcalose. ► ANTIÁCIDOS ► Contra-indicações ▪ Bicarbonato de Sódio: Tratamento a longo prazo Atua rapidamente, e afirma-se que eleva o pH do suco gástrico para cerca de 7,4. pH CO2 Secreção de gastrina O CO2 estimula a secreção de gastrina e leva a produção da secreção ácida (HCl). ▪ Gel de Hidróxido de Alumínio Foi sugerido que o alumínio, se absorvido, poderia estar envolvido na patogenia da Doença de Alzheimer. Com efeito diz-se que o Al+3 não é absorvido, em grau significativo durante a administração de hidróxido de alumínio, porém alguns médicos, talvez muito cautelosos, poderão preferir por antiácidos. INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS ❖ Omeprazol (20mg e 40mg) ❖ Lansoprazol (30mg) ❖ Pantoprazol (20mg e 40mg) ❖ Robeprazol (10mg e 20mg) ❖ Esomeprazol (20mg e 40mg) Agem bloqueando a etapa final de liberação do ácido gástrico devido à formação de uma ligação dissulfeto (ligação irreversível) entre a forma ativa dos IBP´s e um resíduo de cisteína da H+/K+-ATPASE , levando a uma supressão prolongada desta bomba. ANTISECRETORES •Síndrome de Zollinger – Ellison Conceito: Tumor de pâncreas (ou duodeno) secretor maciço de gastrina, que motiva a liberação de ácido clorídrico gástrico, provocando úlceras gastroduodenais e jejunais múltiplas e recidivantes. •Condição rara causada por tumor raro (gastrinomas) : *Secreção de gastrina → Secreção excessiva de ácido. TRATAMENTO: INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS (OMEPRAZOL). ► Tratamento da Infecção por Helicobacer pylori Tratamento lento, que envolve o uso de IBP associado a pelo menos duas classes de antibióticos com espectro de ação diferentes. Muito comum, casos de recidivas ou o tratamento não ser eficiente e necessitar a troca de medicamentos empregados inicialmente. ► Tratamento da Infecção por Helicobacer pylori o Omeprazol o Amoxicilina o Metronidazol ► Outras combinações para o tratamento da Infecção por Helicobacer pylori ▪ Omeprazol + Tetraciclina + Metronidazol ▪ Subsalicilato de bismuto** + Amoxicilina + Metronidazol ▪ Lanzoprazol + Amoxicilina + Claritromicina (Pyloripac; Pylorikit; Helicopac) ▪ Omeprazol + Claritromicina + Amoxicilina (Erradic) AGENTES DE PROTEÇÃO GSTRO INTESTINAL ❑SUCRALFATO ❑SUBSALICILATO ❑ MISOPROSTOL AGENTES DE PROTEÇÃO GSTRO INTESTINAL ❑ SUCRALFATO: tem efeito citoprotetor devido à sua característica polianiônica. Liga-se às proteínas de cargas positivas através da formação de um gel que adere à mucosa gástrica e duodenal, proporcionando uma proteção uniforme contra o ataque ácido, a pepsina e os sais biliares. Tem na sua maior parte, sido suplantado por outros fármacos para o tratamento de distúrbios do trato GI superior. Ele ainda é usado clinicamente para tratar gastrite relacionada ao estresse. AGENTES DE PROTEÇÃO GSTRO INTESTINAL ❑ O SUBSALICILATO é usado para tratar dispepsia, diarreia aguda, e, como um agente de segunda escolha em combinação de múltiplos fármacos, infecção por H. pylori em que se acredita que iniba o crescimento do microrganismo. ❑ O MISOPROSTOL é utilizado para tratar úlcera péptica induzida por fármaco anti-inflamatório não esteroide (AINE). AGENTES DE PROTEÇÃO GSTRO INTESTINAL: ANÁLOGOS DAS PROSTAGLANDINAS ► MISOPROSTOL (CYTOTEC®) ▪ ANÁLOGO ESTÁVEL DA PGE1 ▪ INIBE A SECREÇÃO ÁCIDA GÁSTRICA EM RESPOSTA AOS ALIMENTOS, À HISTAMINA, CAFEÍNA, ATRAVÉS DE UMA AÇÃO DIRETA SOBRE A CÉLULA PARIETAL ▪ MANTÉM O AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO DA MUCOSA ▪ SECREÇÃO DE MUCO E DE BICARBONATO ▪ É USADO POR VIA ORAL NA PREVENÇÃO GÁSTRICA QUE PODE OCORRER COM O USO CRÔNICO DE AINES (ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES) ANÁLOGOS DAS PROSTAGLANDINAS ► Fármacos que protegem a mucosa ► Misoprostol ► Mecanismo de ação Ácido Araquidônico (AA) Enzimas: AINES COX 1 COX 2 PGE MISOPROSTOL Análogo estável fluxo sanguíneo da mucosa da PGE1 (PGR) secreção de muco / bicarbonato; Secreção gástrica PGR Antiulcerosos ► Fármacos ANÁLOGOS das prostaglandinas ► Misoprostol ► Indicações ▪ Tratamento e profilaxia de úlceras gástricas e duodenais ▪ Uso hospitalar ▪ Prescrito no Brasil - Uso Hospitalar ▪ Categoria E (FDA) ► Lembrando ▪ As prostaglandinas, que são sintetizadas na mucosa, estimulam a secreção de muco e de bicarbonato. Diminuem a secreção de ácido e produzem vasodilatação, sendo todas estas ações destinadas a proteger o estômago contra lesões. AINES inibem as prostaglandinas ocorrendo úlceras. ▪ Misoprostol – análogo estável da PGE1,inibe: ►Secreção do HCl tanto no estado basal quanto na resposta a alimentos, histamina, cafeína, através de uma ação direta sobre a célula parietal. ► Fármacos que protegem a mucosa ► Misoprostol ► Contra-Indicações ▪ Hipersensibilidade ao misoprostol ▪ Gravidez ►PG1E e PG1F promovem contrações coordenadas do corpo lúteo grávido, enquanto produzem relaxamento do colo uterino (provocam aborto no início e na metade da gravidez). ► Reações adversas ▪ Diarréia ▪ Dor abdominal ▪ Aborto (primeiro trimestre de gestação) Terapia farmacológica do vômito • O ato de vomitar é um processo complicado e exige atividade coordenada dos músculos respiratórios somáticos e abdominais, bem como dos músculos involuntários do trato gastrintestinal. • Consiste na expulsão abrupta do conteúdo gastrintestinal através do esôfago relaxado, associada a contrações sustentadas de diafragma e músculos abdominais, e o aumento da pressão intra- abdominal. • A náusea é a sensação de urgência de vomitar, ocorrendo simultaneamente a contração de duodeno e refluxo de conteúdo intestinal para o estômago. A estrutura anatômica integradora do vômito é o centro bulbar do vômito, que é estimulado por meio de duas vias. Na primeira via, zona do gatilho quimioreceptora (ZGQ), por sua vez, é estimulada por substâncias endógenas e exógenas que se ligam a receptores adrenérgicos, Dopaminérgicos e opióides, razão pela qual os antagonistas desses receptores têm efeito antiemético. Estímulos periféricos, tais como alterações em aparelho vestibular (como na cinetose, por exemplo), e substâncias não-identificadas por receptor específico (quimioterápicos) que desencadeiam vômitos provavelmente atuam por meio de estimulação dessa zona. A segunda via de estimulação do centro do vômito tem origem em sinais provenientes da faringe, trato gastrintestinal, mediastino e áreas do cérebro relacionadas à visão e ao olfato. Analgésicos opióides, glicosídeos cardíacos, estrógenos, anticoncepcionais hormonais, anestésicos e agentes citotóxicos são agentes emetizantes que também sensibilizam a zona do gatilho. • A ocorrência de episódio de vômito não requer obrigatória terapia antiemética, pois, pode ser autolimitada e até resolutivo de alguma agressão externa. • Por outro lado, o vômito requer controle porque, além do desconforto, pode causar complicações sistêmicas, como desidratação, pneumonia aspirativa, dentre outras. • Sempre que possível, a abordagem terapêutica deve ser voltada para o fator causal, pois, a correção deste pode ser suficiente para a reversão do quadro. • Isso adquire importância quando se considera que esses agentes são apena sintomáticos e sua toxicidade pode ser bastante acentuada. • Os agentes antieméticos são de importância particular como adjuvantes na quimioterapia do câncer para combater as náuseas e os vômitos provocados por numerosos agentes citotóxicos. 1) Antagonistas dos receptores H1 Esses fármacos exercem pouca ou nenhuma atividade contra os vômitos produzidos por substâncias que atuam diretamente sobre a ZGQ, porém são eficazes na cinetose e contra vômitos causados por substâncias que atuam localmente no estômago. Os exemplos incluem a cinarizina (Vertix®), dimenidrinato (Dramin®) e a prometazina (Fenergan®). Os antagonistas dos receptores H1 são mais eficazes se forem administrados antes do início da náusea e dos vômitos. 2) Antagonistas dos receptores muscarínicos Esses fármacos antagonizam a acetilcolina nos receptores muscarínicos localizados na zona do vômito. A escopolamina (Buscopan®) (fármaco antagonista muscarínico similar à atropina) também é indicada como profilaxia em cinetose cujos estímulos são de curta duração (viagem de 4 a 6 horas), porém provoca alta incidência de efeitos adversos, sendo assim os antagonistas H1 apesar de menos potentes, são agentes de escolha na profilaxia da cinetose. A vertigem, o mal-estar, a náusea e o vômito são os principais sintomas da cinetose. Sinais autônomos, como hipotensão, taquicardia e transpiração excessiva, podem ocorrer. Se o estímulo da cinetose persistir na mesma intensidade, desenvolve-se tolerância ao fenômeno em 2 a 3 dias. 3) Antagonistas da serotonina A serotonina, que é liberada no SNC ou no intestino (ZGQ e aferentes viscerais do TGI), atua como importante transmissor no vômito. Antagonistas seletivos dos receptores da serotonina (5-HT3), por exemplos a ondansetrona (Vonau), a granisetrona (Kitryl) e a tropisetrona, são utilizados na prevenção e no tratamento dos vômitos causados por agentes citotóxicos (quimioterápico) e pós operatório. Os efeitos indesejáveis consistem em cefaléia e distúrbios gastrintestinais. 4) Antagonistas dos receptores dopaminérgicos A metoclopramida (Plasil®) e Bromoprida, assim como as fenotiazinas antipsicóticas (clorpromazina, proclorperazina e a trifluoperazina) são antagonistas dos receptores dopaminérgicos, que atuam na ZGQ. Seus efeitos indesejáveis estão relacionados com o bloqueio de outros receptores de dopamina no SNC, e incluem distúrbios dos movimentos, sonolência, fadiga, torcicolo espasmódico, crises oculógiras (movimentos involuntários rápidos dos olhos). A metoclopramida também possui ações periféricas, aumentando a motilidade do estômago e do intestino, sem estimulação concomitante da secreção ácida gástrica, o que contribui para seu efeito antiemético, podendo ser usada na terapia de distúrbios gastrintestinais. 5) Canabinóides A nabilona, derivado sintético do canabinol, diminui os vômitos provocados por agentes que estimulam a ZGQ, provavelmente através dos receptores opióides. Seus efeitos indesejáveis consistem em sonolência, tontura e ressecamento da boca. Alguns pacientes sofrem alucinações e reações psicóticas, lembrando o efeito de outros canabinóides. Atualmente, alguns países como os EUA, vêm liberando o uso da maconha (Cannabis sativa) com o objetivo de aliviar os efeitos indesejáveis da quimioterapia no tratamento do câncer. O tetraidrocanabinol (THC) é o principio ativo em maior quantidade liberado com o fumo da maconha. 6) Outros agentes antieméticos Os antipsicóticos não fenotiazínicos, haloperidol e droperidol produzem bons resultados contra agentes citotóxicos fortemente eméticos (por exemplo, a cisplatina). A domperidona, um antagonista dos receptores D2 da dopamina, também é utilizada como agente antiemético nos vômitos pós-operatórios e contra agentes quimioterápicos moderadamente emetogênicos. ❖ A doença de refluxo gastroesofágica (DRGE) é comum, ocorrendo em 10 a 20% dos adultos. ❖ O refluxo gastroesofágico ocorre em quase todos os recém- nascidos, e manifesta-se na forma de arrotos úmidos (regurgitações) após a alimentação. ❖ A incidência do refluxo gastroesofágico aumenta entre 2 e 6 meses de idade (provavelmente em razão do aumento do volume de líquidos em cada amamentação) e depois começa a diminuir após 7 meses. ❖ O refluxo gastroesofágico resolve em cerca de 85% dos bebês aos 12 meses e em 95% aos 18 meses. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), ou seja, o refluxo que causa complicações, é bem menos comum. A causa mais comum da DRGE nos lactentes é semelhante à que ocorre nas crianças maiores e nos adultos com DRGE: o O esfíncter esofágico inferior (EEI) não consegue impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. ✓ A pressão no EEI pode diminuir transitoriamente de maneira espontânea (relaxamento inadequado), que é a causa mais comum de refluxo, ou depois da exposição a cigarros e cafeína (em bebidas ou leite materno). ✓ Outras causas são alergias alimentares, mais comumente alergia ao leite de vaca. Uma causa menos comum é gastroparesia (atraso no esvaziamento do estômago), em que o alimento permanece no estômago durante um longo período de tempo, mantendo uma pressão gástrica elevada que predispõe ao refluxo. ❖ São principalmente decorrentes da irritação causada pelo ácido estomacal e déficit calórico causadopela regurgitação frequente de alimentos. ❖ O ácido estomacal pode provocar irritação no esôfago, na laringe e, se ocorrer aspiração, nas vias respiratórias. ❖ A irritação do esôfago pode diminuir a ingestão de alimentos à medida que os recém-nascidos aprendem a evitar o refluxo ingerindo uma menor quantidade de alimento. Irritação significativa do esôfago (esofagite) pode causar perda de sangue leve e crônica, além de estenose esofágica. Irritação da laringe e vias respiratórias pode causar sintomas respiratórios. ❖ Aspiração pode causar pneumonia recorrente. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-gastrointestinais/doenças-do-esôfago-e-da-deglutição/esofagite-eosinofílica O principal sinal do refluxo gastroesofágico é: •Regurgitação frequente Cuidadores muitas vezes se referem a esse tipo de regurgitação como vômito, mas não se trata de vômito por não decorrer de contrações peristálticas. A regurgitação parece não exigir esforço e não é particularmente forçada. Lactentes nos quais o refluxo causou DRGE podem ter outros sinais e sintomas como irritabilidade, recusar a alimentação e/ou quadros respiratórios como TOSSE recorrente crônica ou SIBILOSE, às vezes, ESTRIDOR. Lactentes podem não ganhar peso adequado ou, menos frequentemente, perder peso. •Diagnóstico clínico •Normalmente seriografia do trato gastrointestinal superior •Algumas vezes, medição do pH esofágico ou endoscopia ❑Modificação da alimentação: Refeições espessadas e Refeições menos volumosas e mais frequentes; ❑Posicionamento: Após a alimentação, os lactentes devem der mantidos em posição vertical por 20 a 30 minutos (mantê-los sentados, como em um bebê conforto, aumenta a pressão gástrica e não ajuda) ❑Raramente, cirurgia ❑Inibidores da bomba de prótons (IBP) ❑Bloqueadores de histamina 2 (H2) ❑Fármacos pró-motilidade Fármacos pró-motilidade ou agentes procinéticos são utilizados no manejo dos distúrbios motores do trato digestivo, em especial no refluxo gastroesofágico, na doença do refluxo gastroesofágico e na Gastroparesia. Também são indicados para o tratamento de sintomas como a dispepsia, diminuição da motilidade gástrica, controle de náuseas e vômitos. A Gastroparesia é definida como uma disfunção na motilidade gástrica, onde o esvaziamento gástrico é comprometido. Como não se observa obstrução mecânica, pode ter como causa um dano em algum nervo que controla a musculatura do estômago. Pode ocorrer em pacientes diabéticos (Gastroparesia diabética) Fármacos pró-motilidade ou agentes procinéticos Os agentes procinéticos atuam de modo a facilitar a motilidade gastrintestinal, através do aumento do tônus da musculatura lisa do trato gastrointestinal (TGI), assim como do peristaltismo e da taxa de esvaziamento gástrico. Com isto, alguns desses fármacos possuem também ação antiemética, como por exemplo: - Efeito periférico: Metoclopramida e Bromoprida - Antagonista periférico do receptor D2 da dopamina: Domperidona. O estímulo da motilidade do aparelho digestivo, ocorre através da ação direta sobre o músculo liso entérico ou através da interação com os neurônios do sistema nervoso entérico. https://www.infoescola.com/sistema-muscular/musculo-liso/ https://www.infoescola.com/sistema-nervoso/neuronios/ Profa Dra. Adriana Moretti Conceito Conceito Importância Classificação - Tipo I: onde ocorre a destruição das células beta pancreáticas (secretoras de insulina), geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina, normalmente de natureza autoimune ou idiopática (causa desconhecida). - Tipo II: pode ser originária de uma resistência a insulina; ou devido a diminuição da secreção, ou os dois associados. - Outros tipos: diabetes gestacional, diabetes induzida por fármacos ou agentes químicos, entre outros. Comparação: Diabetes tipo I e II Diagnóstico - Glicose plasmática após jejum de 8 – 12 horas: Alterada acima de 110 mg/dl. - Hemoglobina glicosilada ou glicada: Normal até 7%. - Modificação do estilo de vida: Suspensão do fumo, álcool, aumento da atividade física e reorganização dos hábitos alimentares; - Medicamentos: se necessários -Tratamentos dos fatores de risco: redução na mortalidade cardiovascular Tratamento diabetes tipo II Tratamento Medicamentoso - Empregado quando não se tiver atingido os níveis glicêmicos desejáveis após o uso das medidas dietéticas e do exercício. - A natureza progressiva do DM: necessidade de aumentar a dose dos medicamentos e acrescentar outros no curso da doença. - Combinação é comprovadamente útil. -Proteína formada por 51aminoácidos, organizados em 2 cadeias peptídicas: uma cadeia A com 21 aminoácidos e uma cadeia B com 30 aminoácidos. -As cadeias peptídicas são conectadas por duas pontes dissulfeto. Insulina Ação da Insulina Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para começar a agir. Tipos de Insulina Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para começar a agir. Unidades de insulina A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades de insulina por mililitro (mL) de líquido no frasco. Tipos de Insulina O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus Basal entende-se uma secreção constante de insulina que permanece em níveis baixos no sangue o tempo todo, mantendo a captação de glicose para as células do organismo; Bolus se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade, como por exemplo às refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue. O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias são utilizadas para proporcionar ação semelhante a esses bolus de insulina, que ocorrem na fisiologia, necessários principalmente às refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária (NPH) e lenta (análogos) atuam de forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas em 1 ou 2 aplicações diárias ou até 3 vezes ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente “basal” da insulinização. Tipo de ação Início de Ação (min) Pico (horas) Duração (horas) Horário para Injeção Bolus Ultrarrápida (Análogos Ultrarrápidos) Apidra® (Glulisina) Humalog® (Lispro) NovoRapid® (Asparte) 10-15 minutos 1-2 horas 3-5 horas Utilizada junto às refeições. Deve ser injetada imediatamente antes das refeições. Rápida (Insulina Humana Regular) •Humulin® •Novolin® 30 minutos 2-3 horas 6 horas e 30 minutos Utilizada junto às refeições ao dia. Deve ser injetada entre 30 e 45 minutos antes do início das refeições. Características dos tipos de insulina Tipo de ação Início de Ação Pico Duração Horário para Injeção Basal Ação intermediária (NPH – humana) • Humulin® N •Novolin® N 1-3 horas 5-8 horas Até 18 horas Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Pode ser indicada uma ou duas vezes ao dia. Não é específica para refeições. Longa duração (Análogos lentos) •Lantus® (Glargina) •Levemir® (Detemir) •Tresiba® (Degludeca) 1-4 horas Sem pico Lantus: até 24 horas Levemir: de 16 a 24 horas Degludeca: > 24h Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Levemir pode ser indicada uma ou duas vezes ao dia. Tresiba é utilizada sempre uma vez ao dia, podendo variar o horário de aplicação. Não é específica para refeições. Características dos tipos de insulina ❖ Níveis de glicose ao diagnóstico muito elevados (~300 mg/dl), especialmente se acompanhados de perda de peso, cetonúria. ❖ Medicamentos orais não conseguirem manter os níveis glicêmicos dentro dos limites desejáveis. ❖ Intercorrênciastais como cirurgias, infecções e acidente vascular cerebral, níveis glicêmicos elevados, piora do prognóstico. ❖ Gravidez - não houver normalização dos níveis glicêmicos com dieta. Indicações do uso da Insulina https://www.youtube.com/watch?v=QaQ54NVVDP4 HIPOGLICEMIANTES ORAIS ✓ Ação da maioria Hipoglicemiantes Orais depende da integridade das Células Beta do Pâncreas. ✓ São drogas que só tem indicação no Diabetes Não Insulina Dependente (tipo II) ✓ São classificadas de acordo com a sua estrutura química e mecanismo de ação. Sulfoniluréias Ex. Glibenclamida HIPOGLICEMIANTES ORAIS Biguanidas Metiglinidas Glitazonas Inibidor da alfa glicosidase intestinal Ex. Metformina Ex. Repeglinida (Prandin®) Ex.Rosiglitazona (Avandia®) Ex. Acarbose (Glucobay®) Gliptinas Miméticos e análogos da GLP-1 Inibidores da SGLT-2 Ex. Dapagliflozina (Forxiga®) Ex.Exenatida (Byetta®) Ex. Sitagliptina (Januvia®) HIPOGLICEMIANTES ORAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS METFORMINA Diminui a produção hepática de glicose Aumenta a sensibilidade da insulina no músculo Diminui a absorção da glicose intestinal HIPOGLICEMIANTES ORAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS GLP-1 (Peptídeo semelhante ao Glucagon-1)= é um hormônio intestinal que aumenta a secreção de insulina de forma glicose-dependente, inibe a secreção de glucagon e a produção hepática de glicose, diminui o esvaziamento gástrico, tem ação sobre os mecanismos de apetite e saciedade a nível central e sobre a adiposidade. HIPOGLICEMIANTES ORAIS Ozempic® Ozempic® (Semaglutida) HIPOGLICEMIANTES ORAIS SGLT2 (Sodium-Glucose Co-Transporter) faz a passagem da glicose junto do sódio através da membrana celular, do lúmen para o interior das células. Nos rins, esse transportador tem função de reabsorver a glicose filtrada no glomérulo. SGLT2: presente no túbulo contorcido proximal (TCP), responsável por 90% da reabsorção Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/DIRETRIZES-COMPLETA-2019-2020.pdf Recomendações gerais com base nos objetivos de controle glicêmico Para pacientes com diagnóstico recente, as diretrizes das sociedades americana, europeia e brasileira de diabetes (ADA, EASD e SBD) são coincidentes nas recomendações iniciais de modificações do estilo de vida associadas ao uso de Metformina. Recomendações gerais com base nos objetivos de controle glicêmico Características dos pacientes Recomendações Pacientes com manifestações leves Glicemia inferior a 200 mg/dL, com sintomas leves ou ausentes (sem a presença de outras doenças agudas concomitantes), estão indicados os medicamentos que não promovem aumento da secreção de insulina, principalmente se o paciente for obeso. No caso de intolerância a metformina, as preparações de ação prolongada podem ser uteis. Persistindo o problema, um dos demais agentes antidiabéticos orais pode ser escolhido. Recomendações gerais com base nos objetivos de controle glicêmico Características dos pacientes Recomendações Pacientes com manifestações moderadas Glicemia de jejum é superior a 200 mg/dL, mas inferior a 300 mg/dL na ausência de critérios para manifestações graves, o uso de metformina associada a outro agente hipoglicemiante. A indicação do segundo agente dependerá do predomínio de RI ou de deficiência de insulina/falência da célula beta. Dessa maneira, o inibidor da DPP-4, a acarbose, os análogos do GLP-1, a glitazona e os inibidores de SGLT2 poderiam constituir a segunda ou a terceira medicação. No paciente com perda ponderal de peso, poderia ser combinada uma sulfonilureia ou metiglinidas. Recomendações gerais com base nos objetivos de controle glicêmico Características dos pacientes Recomendações Pacientes com manifestações graves Para os demais pacientes com valores glicêmicos superiores a 300 mg/dL e manifestações graves (perda significativa de peso, sintomas graves e/ ou cetonuria), deve-se iniciar insulinoterapia imediatamente. Angiotensina II: Resistência Insulínica ↑NADPH Oxidase Angiotensina II AT1 ↑ROS Ser IECA (CAPTOPRIL, ENALAPRIL,...) BRA (LOSARTANA, VALSARTANA,...) Ser Melhoram a sensibilidade à insulina e ↓ ROS IECA: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina BRA: Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina Receptor de Insulina Farmacoterapia dos Anticoncepcionais Profa. Adriana Moretti Revisão: Ovulação e Fecundação O ciclo menstrual é um processo cíclico decorrente da secreção alternada de quatro principais hormônios: • estrógeno e progesterona (secretados principalmente nos ovários); • Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH), os dois últimos, secretados pela hipófise. https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rz2M A: liberação pulsátil do LH e do FSH; B: aumento da quantidade de estrógeno; C: redução dos pulsos de LH e FSH; D: surtos pré-ovulatórios de LH e FSH; E: estrógeno e grandes quantidades de progesterona secretados devido à ovulação; F: não havendo fecundação a concentração de estrógeno e progesterona caem. SEM FECUNDAÇÃOSEM FECUNDAÇÃO COM FECUNDAÇÃO Conceito: Anticoncepção ❖Corresponde ao uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. ❖É recurso de Planejamento Familiar, para a constituição de prole desejada e programada de forma consciente. Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de várias maneiras MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS REVERSÍVEL NATURAL BARREIRA HORMONAIS DEFINITIVO Laqueadura Vasectomia Temperatura basal Tabelinha Mecânica Química DIU Orais Injetáveis Adesivos Transdérmico Outros NÃO Orais Espermicidas Preservativo masculino e feminino DIU, Diafragma Pílulas combinadas Pílula de Progestagênio (Minipílulas) Trimestral Mensal Anel Vaginal Implante subdérmico DIU VERSUS DIAFRAGMA DIU versus DIAFRAGMA: São usados internamente: o diafragma fica no colo do útero, apoiado no osso púbico; o DIU fica dentro do útero, próximo ao endométrio, pode ter ou não alguma hormônio feminino. O modo de usar o espermicida é bastante simples: basta colocar o produto o mais próximo possível do colo do útero. Quando a substância estiver na forma de comprimidos e tabletes, será necessário colocar e aguardar pelo menos 15 minutos antes da relação sexual. Dentre as substâncias mais utilizadas estão o nonoxynol-9, o cloreto de benzalcônio, a clorexidina. O manejo das situações que envolvem anticoncepção obriga ao uso de alguns conceitos 1 - EFICÁCIA de um método contraceptivo é a capacidade deste método de proteger contra a gravidez não desejada e não programada. É expressa pela taxa de falhas próprias do método, em um período de tempo, geralmente no decorrer de um ano. O escore mais utilizado para este fim é o índice de Pearl: O manejo das situações que envolvem anticoncepção obriga ao uso de alguns conceitos 2 - SEGURANÇA. É o potencial de o método contraceptivo causar riscos à saúde de quem o utiliza. ▪É avaliado pelos efeitos indesejáveis e complicações que pode provocar. ▪Quanto maior a segurança do método, menor será a probabilidade de trazer qualquer tipo de problema à saúde de quem faz seu uso. O manejo das situações que envolvem anticoncepção obriga ao uso de alguns conceitos 3 - ESCOLHA DO MÉTODO. O critério mais importante para a escolha de um método anticoncepcional é a opção feita pelo(a) usuário(a). O médico deve, sempre, privilegiar esta opção e considerá-la prioritária. Entretanto, nem sempre o método escolhido poderá ser usado, tendo em vista características clínicas evidenciadas que podem contraindicar seu uso. O manejo das situações que envolvem anticoncepção obriga ao uso de alguns conceitos 3 - ESCOLHA DO MÉTODO. O médico deve apresentar os demais métodos possíveis à disposição da pessoa interessada, explicando-lhe as suas características,modo de uso, riscos e benefícios, bem como a eficácia. Os resultados do uso de qualquer método anticoncepcional, eficácia, uso correto, ausência de efeitos indesejáveis, são diretamente relacionados com o grau de comprometimento do usuário com a eleição do método. Anticoncepcionais Hormonais Orais Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteróides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção. TIPOS DE PÍLULA Podem ser classificadas em: ❑ Combinadas são compostas de dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher; ❑ Minipílula é constituída por progestogênio isolado. Pílulas Combinadas: Mecanismo de ação e eficácia ❖ O componente estrogênico inibe a ovulação por suprimir LH e FSH e evita a implantação. ❖ O componente progestagênico inibe a ovulação suprimindo LH, engrossa o muco cervical (evita o transporte do espermatozóide) e afina o revestimento endometrial (evita a implantação). ❖ São métodos muito eficazes quando usados corretamente, podendo sua taxa de falha ser da ordem de 0,1%, no primeiro ano de uso. Em uso habitual, atinge valores de 6 a 8%. PÍLULAS COMBINADAS MONOFÁSICAS PÍLULAS COMBINADAS MONOFÁSICAS PÍLULAS COMBINADAS BIFÁSICAS PÍLULAS COMBINADAS TRIFÁSICAS Instruções de uso 1) No primeiro mês de uso, ingerir o 1° comprimido no 1° dia do ciclo menstrual ou, no máximo, até o 5° dia. 2) A seguir, a usuária deve ingerir um comprimido por dia até o término da cartela, preferencialmente no mesmo horário. É importante verificar a cartela todas as manhãs no sentido de certificar-se do seu uso no dia anterior. Instruções de uso 3) Ao final da cartela (21 dias), fazer pausa de 7 dias e iniciar nova cartela, independentemente, do dia de início do fluxo menstrual. Se a cartela tem 22 pílulas, descansar só 6 dias. Alguns tipos já possuem 7 dias de placebo, quando deve ocorrer o sangramento, não sendo necessário haver interrupção. 4) Caso não ocorra a menstruação no intervalo entre as cartelas, a usuária deve iniciar uma nova cartela e procurar o serviço de saúde para descartar a hipótese de gravidez. Instruções de uso 5) Em caso de esquecimento de uso da pílula: ❑ No caso de esquecimento de uso de 1 pílula, a mesma deve ser ingerida imediatamente e a pílula regular no horário habitual ou ainda a ingestão das duas pílulas no mesmo horário. ❑ No caso de esquecimento de 2 ou mais pílulas, a usuária pode continuar a tomar a pílula mas deve utilizar, também, um método de barreira ou pode ser orientada a interromper a anticoncepção hormonal oral até a próxima menstruação. Instruções de uso 6) Nos casos de vômitos e/ou diarréias, com duração de dois ou mais dias, as relações sexuais devem ser evitadas ou o uso de métodos de barreira, pois existem possibilidades da não-absorção dos esteróides da pílula, com conseqüente perda da ação anticonceptiva. 7) Não há necessidade de interromper o uso do método para descanso, pois não existe amparo científico que o justifique, sendo causa freqüente de ocorrência de gestações. 8) O exame clínico-ginecológico deve ser realizado em intervalos regulares de 12 meses. EVENTOS ADVERSOS E MANEJO CLÍNICO EVENTOS ADVERSOS E MANEJO CLÍNICO COMPLICAÇÕES Acidente vascular cerebral. Infarto do miocárdio. Trombose venosa profunda. Todas essas complicações acontecem com maior frequência em fumantes de qualquer faixa etária. BENEFÍCIOS NÃO- CONTRACEPTIVOS Redução da doença inflamatória pélvica (DIP). Redução da frequência de cistos funcionais de ovário. Redução da incidência do adenocarcinoma de ovário. Redução da frequência do adenocarcinoma de endométrio. Redução da doença benigna da mama. Redução da dismenorréia e dos ciclos hipermenorrágicos. Redução da anemia. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ❑Certas drogas são capazes de reduzir a eficácia anticonceptiva da pílula, principalmente nos tratamentos prolongados. Nesses casos, deve-se indicar métodos alternativos. ❑Os antiretrovirais (ARV) Efavirenz e Nevirapina (não-nucleosídeos) e os Nelfinavir e Ritonavir (inibidores da protease), disponíveis para o controle da infecção pelo HIV, interagem diminuindo os níveis séricos dos hormônios estrogênicos e, portanto, sua eficácia contraceptiva. EXEMPLOS DE INTERAÇÕES IMPORTANTES (Indução Enzimática Minipílulas ❖As pílulas só de progestagênios (PSPs) OU minipílulas, consistem na administração oral de comprimidos que contêm doses baixas de um progestagênio. ❖Por não conterem o componente estrogênio, estas pílulas são indicadas, preferencialmente, em situações em que há contraindicação absoluta ou relativa para o uso de estrogênios, presença de efeitos adversos com o uso do estrogênio ou durante a amamentação, pois parece não interferir na produção do leite. Minipílulas São encontradas em embalagens contendo 28 ou 35 pílulas ativas, sendo todos os comprimidos com a mesma composição e dose. Os contraceptivos hormonais orais só de progestágenos têm, no Brasil, vários representantes no mercado farmacêutico, que são: Nome Comercial Substância ativa Micronor®, Minipil®, Norestin® Noretisterona (0,35 mg)/37 comprimidos Nortrel® Levonorgestrel (0,030 mg)/35 drágeas Exluton® Linestrenol (0,5 mg)/28 comprimidos Cerazette®, Nactali® Desogestrel (75 mcg)/28 comprimidos Minipílulas: mecanismo de ação – Espessamento do muco cervical impedindo, portanto, a progressão do espermatozoide. – Redução da motilidade tubária. – Inibição da proliferação endometrial, determinando hipotrofia ou atrofia. – Algumas preparações podem promover a inibição da ovulação, dependendo da dose e tipo do progestagênio. A resposta ovariana com o uso das PSPs varia muito entre as mulheres, ocorrendo ovulação entre 14% e 84% dos ciclos. A pílula contendo desogestrel 75 mcg/dia suprime a ovulação em quase todos os ciclos (97%). Minipílulas: Benefícios ❖Diminuição da dismenorreia, menor risco de doença inflamatória pélvica, diminuição dos sintomas de tensão pré- menstrual e da mastalgia. ❖O regime de uso é mais simples e fixo, todas as pílulas são iguais na aparência e na dosagem e não há intervalo livre da pílula. ❖O retorno da fertilidade é imediato após a interrupção. ❖Por não conterem o estrogênio, têm menor risco de complicações e praticamente não apresentam riscos importantes à saúde. Minipílulas: Benefícios ❖ Um estudo caso-controle da Organização Mundial da Saúde não encontrou um aumento significativo do risco para acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e tromboembolismo venoso entre usuárias e não usuárias das minipílulas. ❖Um estudo de coorte também não encontrou associação significativa entre as minipílulas e troembolismo. ❖Podem reduzir as crises de falcização em mulheres portadoras de anemia falciforme. Praticamente todas as mulheres podem utilizar as minipílulas de forma segura e eficaz, inclusive mulheres que: ❖ estejam amamentando (iniciando após seis semanas do parto); ❖ qualquer idade (inclusive adolescentes e mulheres acima de 40 anos); ❖ após aborto ou gravidez ectópica; ❖ tabagistas (independente da idade da mulher); ❖ antecedente de anemia (atual ou pregressa); ❖ portadoras de varizes; ❖mulheres infectadas com o HIV (utilizando ou não terapia antirretroviral); ❖Recomendação especial deve ser dada às mulheres infectadas pelo HIV: incentivar o uso concomitante dos preservativos de maneira consistente e correta, pois ajudam a prevenir a transmissão do HIV e outras DSTs. Os preservativos também proporcionam proteção contraceptiva adicional para mulheres em terapia ARV. Minipílulas: Desvantagens ❖Necessidade de aderência cuidadosa e mudança no padrão menstrual podendo causar desde amenorreia até sangramento irregular com ciclos curtos ou longos, sangramento ocasional ou prolongado. ❖Estão associadas com maior número de dias de sangramento do que as pílulas combinadas. ❖Não oferecem
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